PSICOLOGIA ANALÍTICA

O ESTRANHO CASO DO GORILA INVISÍVEL

Estudo realizado há 19 anos aborda cegueira por desatenção ou inatencional, que nos impede de reconhecer mudanças no ambiente.

o estranho caso do gorila ivisível

Verão de 1999 nos Estados Unidos. Numa sala de aula, os professores Christopher F. Chabris, da Universidade Harvard, e Daniel J. Simons, da Universidade de Illinois, estão prestes a fazer uma pequena experiência muito curiosa com seus alunos do curso de psicologia.

“Por favor, assistam ao vídeo que vou projetar agora”, diz Chabris. “Vocês vão ver dois times jogando basquete, um de camisa branca e outro de camisa preta. Por favor, concentrem-se nos jogadores de camisa branca e contem os passes. Os estudantes acompanham o filme: não é fácil fixar-se na bola que quica de um lado para o outro da tela, mas ao fim da projeção a maior parte dos jovens acredita ter conseguido contar todos os passes.

“O que vocês acharam do gorila?”, pergunta Chabris em seguida. A plateia olha para ele com cara de espanto. Os dois professores de psicologia conduziam um estudo sobre um fenômeno já conhecido em neuropsicologia, mas até então nunca investigado a fundo: a cegueira por desatenção, chamada também de inatencional ou para mudanças.

Revendo o filme sem a missão de contar os passes, os estudantes percebem, estupefatos, que no meio dos jogadores, mais ou menos na metade da gravação, passa um indivíduo fantasiado de gorila, que para no meio da quadra onde acontece a partida, bate no peito e continua andando, saindo da cena.

Com diversas variantes, o experimento do gorila, um dos mais notórios dos últimos anos na área da psicologia, (o vídeo está disponível em youtu.be/vjG698U2Mvo). De acordo com os mesmos pesquisadores, vários estudos similares com pessoas de todas as idades mostraram que cerca da metade daqueles que assistem às cenas de fato não notam a presença do animal, embora se trate de uma presença nada marginal. Como é isso possível?

ANTES DA PERCEPÇÃO

O fenômeno da cegueira por desatenção, que está por trás dos resultados obtidos com o experimento do gorila, consiste na incapacidade de perceber um estímulo inesperado presente no campo de visão quando estamos ocupados com outras tarefas que requerem maior concentração. Uma variante da cegueira inatencional é o túnel cognitivo, que se observa quando uma pessoa está muito focada em uma ação manual ou em seus próprios pensamentos e, assim, não presta atenção suficiente no ambiente à sua volta. Segundo alguns neurocientistas, esses direcionamentos da capacidade de apreensão são responsáveis por incidentes graves, incluindo os casos de abandono de bebês em carros devido a sobrecargas cognitivas que não permitem ao cérebro processar todas as informações em determinado intervalo.

Antes de ser adotado por Simons e Chabris, o termo “cegueira por desatenção” foi usado pelos psicólogos Arien Mack e Irvin Rock, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em um livro publicado em 1998. O experimento do gorila também é uma releitura, tecnologicamente mais avançada, de um experimento conduzido em 1975 pelo um psicólogo cognitivista Ulric Neisser. Ele havia proposto um modelo cognitivo, o Human lnformation Processing, ou HIP, que considerava a mente como um processador de informações e o ser humano, como um sujeito ativo na seleção daquilo que vem passivamente do ambiente.

Segundo esse modelo, sucessivamente elaborado e aprofundado por outros cientistas, os estímulos externos capturam a atenção e atingem o nível de conhecimento ou percepção (do inglês, awareness) em dois estados de elaboração. No primeiro, a atenção é capturada, por exemplo, porque o estimulo externo é peculiar ou inesperado; já a awareness é alcançada quando o estímulo chega à consciência do observador. Tomando por base esse modelo, a cegueira inatencional acontece quando algo interfere na passagem de um nível ao outro.

Isso pode ocorrer porque existe no ambiente alguma coisa que atrai a atenção na direção do estimulo, mas não é suficiente para trazê-lo ao nível consciente, ou então porque falta o esforço sustentado necessário para que uma percepção chegue ao âmbito do conhecimento. Há casos em que uma memória implícita, uma recordação de situações semelhantes, pode preceder a percepção consciente e interferir no estímulo real (é o que acontece, por exemplo, quando realizamos alguns gestos habituais, mesmo se no ambiente existe algo que deveria nos induzir a um comportamento diferente). Ou seja: um estimulo inesperado pode não ser percebido, assim como ocorre no experimento do gorila.

BASES NEUROFISIOLÓGICAS

Há muito tempo psicólogos se perguntam se as nossas intenções, necessidades e expectativas influenciam o que percebemos. O tema é importante não apenas para entender a maneira como exploramos o mundo interagimos com o ambiente, mas também para compreender, por exemplo, o quanto podemos confiar na nossa memória, especialmente quando se trata de um evento que presenciamos.

Em 1890, o filósofo e psicólogo William James escreveu no seu Princípios de psicologia que a capacidade da nossa consciência é limitada porque não podemos prestar atenção em tudo aquilo que acontece ao nosso redor. O próprio James já havia distinguido, muito antes de ser possível estudar as áreas cerebrais envolvidas nos processos atencionais, uma atenção “autogerada” (por exemplo, no caso de odores penetrantes ou de estímulos que sobres saem ao fundo, como uma mulher vestida de vermelho em meio a uma multidão de homens de preto) e uma atenção induzida, como aquela que alcançamos nos concentrando voluntariamente em determinado estímulo. No primeiro caso, trata-se de um fenômeno que nasce “de baixo”, porque o estímulo é tão saliente que sobressai aos outros. No segundo, o processo e induzido “do alto” e estão envolvidas regiões cerebrais mais específicas e complexas. Em 1985, um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Mental, dirigido por Robert Desimone, nos Estados Unidos, descobriu que no córtex visual de macacos, sobretudo na área V4, destinada à percepção da cor, alguns neurônios são mais ativos quando o animal fixa o olhar sobre o objeto colorido, mas são muito menos ativos quando o animal nota o objeto, mas não se concentra nele. Com humanos o funcionamento parece ser bastante similar. Consequentemente, a atenção que colocamos em um estímulo influencia a maneira como o percebemos, inclusive em relação a suas características básicas, como forma ou cor.

ASSEMBLEIAS DE NEURÔNIOS

Outro problema que a neurociência resolveu, e que explica em parte o fenômeno da cegueira inatencional, diz respeito à percepção do objeto como um todo. Cor, forma e tamanho de um objeto são apreendidos em áreas diferentes do córtex: para que o reconhecimento ocorra em nível consciente, é necessário que todas essas informações sejam integradas. Como acontece esse processo?

Uma possível explicação deriva dos estudos de Christoph van der Maisburg, da Universidade do Ruhr, na Alemanha, que formulou a hipótese da existência de uma atividade sincronizada entre os neurônios que percebem o mesmo estímulo: essencialmente, as células formam “assembleias de neurônios, cuja importância foi demonstrada sucessivamente por outros experimentos. O ganhador do Nobel Francis Cricke e o neurocientista Christof Koch afirmaram, no início dos anos 90, que somente os sinais que provêm de assembleias de neurônios são suficientemente potentes para chegar até a consciência; todos os outros são percebidos apenas de modo fragmentado.

A expectativa também ajuda o surgimento da awareness, como demonstraram alguns estudos de estímulos acústicos. Quando uma pessoa se concentra nos sons em determinada faixa de altura, os neurônios predispostos a perceber sons daquela altura são mais ativos do que os outros. É graças a esse mecanismo que conseguimos, por exemplo, acompanhar uma conversa num ambiente muito barulhento: aquilo que esperamos ouvir influencia o que realmente ouvimos e exclui em parte os outros sons.

O fenômeno do gorila invisível se manifesta, portanto, em todas as outras modalidades de percepção, da sonora à tátil. Existe também um fenômeno, chamado “piscar atencional”, que faz com que um indivíduo que realiza duas tarefas perceptivas (por exemplo, deve identificar as bolinhas verdes e os X pretos que aparecem aleatoriamente numa tela em meio a outras letras) tenderá a não perceber o segundo estímulo-alvo se ele aparecer muito precocemente. Por exemplo, se os X pretos aparecem entre 200 e 300 milésimos de segundo depois da bolinha verde, não são de fato percebidos completamente, mesmo que, obviamente, tenham sido vistos. Esse hiato de atenção é muito importante em situações de sobrecarga no ambiente e “apaga” de fato uma parte da realidade percebida.

A COR DA EMOÇÃO

Ainda que a consciência requeira atividade de numerosas regiões cerebrais, são poucas as responsáveis pela cegueira inatencional. Segundo alguns estudos, trata-se de uma rede que compreende parte do córtex frontal e das regiões parietais, além da amígdala. Esta última estrutura, que é como uma pequena central das emoções, fornece uma base anatômica para a influência que o estado emotivo exerce sobre as percepções. É provável que tanto o córtex frontal quanto a amígdala possam facilitar ou interferir nos fenômenos de sincronização dos neurônios.

Se um estímulo corresponde àquilo que esperamos ver, os sinais na entrada são reforçados. E vice-versa, se o estímulo é inesperado no meio de estímulos esperados, ele é suspenso, exatamente como acontece com o gorila. A sincronização neuronal é, portanto, um instrumento essencial para pôr em ordem os milhares de informações às quais o cérebro é exposto e que, se chegassem todas à consciência, provocariam rapidamente um colapso. Ao mesmo tempo, o experimento do gorila e, sobretudo, as sucessivas análises dos mecanismos neurofisiológicos na base do fenômeno, demonstram que o cérebro é tudo menos passivo nas relações com o ambiente: ele seleciona, escolhe e reforça apenas aquilo que quer.

EU NÃO VI!

Numa noite de janeiro de 1995, a central de polícia de Boston recebeu uma chamada de rádio: quatro rapazes negros haviam atirado num oficial de polícia e estavam fugindo de carro. Entre os perseguidores estava Michael Cox, um policial negro à paisana, especializado em seguir membros das gangues.

Na perseguição, Cox foi confundido com um dos fugitivos, parado por quatro colegas e espancado. Durante a agressão, outro policial, Kenneth Conte, passou a metros enquanto tentava alcançar outro suspeito. Ele não só não parou para prestar socorro ao colega como afirmou várias vezes não haver sequer notado o espancamento, mesmo sendo o único a admitir que se encontrava na vizinhança. Durante a ação, os colegas perceberam o terrível engano, mas, amedrontados, deixaram Cox caído no chão, ferido, com lesões graves que levaram seis meses para serem curadas.

Foi um escândalo: Conley foi acusado de falso testemunho por não querer (ou não poder) indicar os responsáveis. Levado aos tribunais, defendeu-se e continuou a afirmar que não tinha visto nada. Como seria possível não se dar conta de um espancamento tendo passado a poucos metros da vítima? O caso, que despertou imediatamente a curiosidade de Chabris e Simons, originou o vídeo do gorila e uma série de experimentos sucessivos, um dos quais, publicado em 2011 no periódico científico i-Perception, fornece provas que dão suporte à versão de Conley. Durante uma simulação dos acontecimentos (uma corrida noturna, com a tarefa de atenção sustentada de fixar e seguir um sujeito em fuga, e a encenação de um espancamento à margem da rua), apenas 35% dos participantes recrutados para o estudo notaram a vítima e os agressores. A mesma situação reproduzida à luz do dia induz a um fenômeno de cegueira inatencional na metade das pessoas. Diante disso, Kenny Conley, condenado em primeiro grau por falso testemunho, venceu a apelação contra o estado de Massachusetts.

OUTROS OLHARES

A VOLTA DA FOME

A desnutrição torna a crescer no Brasil e nos países vizinhos, provocando um desastre humanitário. Na América Latina e no Caribe falta comida para 47 milhões de pessoas.

a volta da fome

A culpa é da desigualdade. A falta de acesso a alimentos fez com que pelo terceiro ano seguido a fome e a desnutrição crescessem no Brasil, em países da América Latina e no Caribe, aponta o mais recente relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado em Santiago do Chile, na quarta-feira 7. De acordo com o Panorama de Segurança Alimentar e Nutricional, elaborado com auxílio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Programa Mundial de Alimentos (WFP), 6% da população regional passa fome, perfazendo 39,3 milhões de pessoas. Se acrescidos os desnutridos, os que não conseguem obter três refeições adequadas ao dia, esse número sobre 47,1 milhões (7,9%). Um crescimento de 5 milhões em relação ao período entre 2014 e 2016. Parece pouco, quando comparado com a África, onde a fome atinge 250 milhões de pessoas (21%). Mas há razões para preocupação, já que a região é uma importante produtora de commodities alimentícias. De acordo com Julio Berdegué, diretor da FAO, as causas merecem estudos aprofundados: “Não há razões técnicas, nem materiais”.

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CORTES NOS PROGRAMAS

O Brasil não escapou. Após tirar quase 14 milhões de pessoas da desnutrição, estamos de volta ao Mapa da Fome das Nações Unidas, de onde havíamos saído em 2014, quando menos de 5% da população ficou abaixo da linha da miséria. Em 2017, 11,7 milhões de brasileiros (5,6%) viviam com menos US$ 1,90 (R$ 7,22) ao dia, o que os tornou vulneráveis à desnutrição, mal que afeta principalmente idosos e crianças. Decorrentes da crise econômica e dos cortes orçamentários, o encolhimento dos programas sociais e de incentivo aos pequenos produtores dificulta o acesso a alimentos. De acordo com a FAO, hoje 5,2 milhões de brasileiros estão desnutridos, um aumento de 200 mil pessoas desde 2012. Algo vexaminoso para um país que colhe 300 milhões de toneladas anuais de grãos. “Precisamos avançar para que todos recebam cuidados devido à desnutrição e suas consequências”, disse Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Mas a situação é catastrófica mesmo na Venezuela. Hoje, 3,7 milhões de venezuelanos (11,7% da população) comem mal ou não tem o que comer. Um aumento de 600 mil pessoas desde 2015. Há falta crônica de comida, o que torna tudo mais grave e intenso do que nos demais países. Um levantamento de 2017 das universidades Andrés Bello, Simón Bolívar e Central da Venezuela apontou que 70% dos venezuelanos havia perdido peso. Na amostragem, a média de emagrecimento foi de seis quilos. Em 2012, antes da crise, os desnutridos somavam pouco mais de 1 milhão. Em 2002, eram 4,1 milhões, o que rendeu rasgados elogios internacionais ao mesmo governo bolivariano que agora fracassa inapelavelmente. O problema também persiste no Haiti (5 milhões, 45% da população) e no México (4,8 milhões, 3,8% da população), só que nos últimos três anos ambos os países apresentaram melhora. O mesmo ocorre na Colômbia e República Dominicana.

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PRODUTOS BARATOS

O relatório aponta que a exclusão é a principal causa da fome. Entre os mais pobres, em especial mulheres e crianças indígenas ou afro descendentes das áreas rurais, houve uma mudança no ciclo de produção e acesso à comida. “Enquanto muitos aumentaram o consumo de alimentos saudáveis, como leite e carne, outros precisaram optar por produtos baratos, com alto teor de gordura”, diz o estudo. O resultado é que também cresceu o sobrepeso e a obesidade, que já atingem 60% da população regional (250 milhões). A ONU defende a adoção de políticas contra a desigualdade e a criação de um sistema sustentável de produção de alimentos saudáveis. Caso contrário, lamentavelmente, continuaremos a viver num continente adoentado.

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GESTÃO E CARREIRA

OS ROBÔS, AS PESSOAS E O FUTURO DO TRABALHO

Pesquisa inédita mostra que os brasileiros subestimam o impacto da transformação digital e superestimam suas próprias qualidades. Novos profissionais e CEOs apontam o caminho para se manter tão relevantes quanto as máquinas.

os robôs, as pessoas e o futuro do trabalho

No maior fundo de pensão privado da Finlândia, Ilmarinen, a sigla HR, tradicionalmente indicativa de “Recursos Humanos” em inglês, agora significa Humanos & Robôs. A mudança tem sua dose de marketing. Mas acerta no traduzir, de forma sintética, desafios e ansiedades da maioria dos profissionais. A inteligência artificial avança sobre diferentes aspectos de nossas vidas e ganha adjetivos cada vez mais humanos – entre eles, “empática” e “emocional” (se ainda não ouviu, vai ouvir a respeito em breve). Ao mesmo tempo, escapam dos laboratórios e aproximam­ se do mercado diversas tecnologias que já teriam potencial revolucionário se avançassem individualmente. Combinados, tornam-se difíceis de imaginar os efeitos de inteligência artificial (I.A.), robótica, big data, internet das coisas, impressão 3D, blockchain, drones, veículos autônomos – e isso se ficarmos só no mundo da tecnologia da informação, sem pensar nos desdobramentos de edição genética, neurociências e chips implantados. CEOs, diretores de RH e outros profissionais em postos estratégicos precisam lidar com essas ondas consecutivas como indivíduos, pois seu próprio trabalho é afetado; e também como integrantes-chave de suas organizações, que precisam definir políticas e se posicionar a respeito. A mudança provoca ansiedade compreensível. Vamos finalmente desfrutar o luxo de trabalhar apenas algumas horas por semana, enquanto os bots lidam com as tarefas mais desagradáveis? Ou robôs vão roubar também empregos hoje considerados sofisticados e estratégicos, deixando muitos de nós como uma espécie de subclasse inútil?

A dúvida surge porque o avanço tecnológico vem borrando a fronteira entre o que é função só para humano, só para máquinas ou para ambos desempenharem juntos, em dupla (o que também será desafiador para muita geme). O debate homem x máquina persiste desde a Revolução Industrial, e as perspectivas mais pessimistas nunca se concretizaram. Há, porém, componentes novos na discussão. Seus contornos atuais foram dados pelo economista Carl Benedikt Frey, sueco, e o especialista em I.A. Michael Osborne, britânico, ambos pesquisadores na Universidade de Oxford. A dupla lançou, em 2013, um artigo científico que se tornou clássico instantâneo, prevendo que 47% dos empregos nos Estados Unidos estavam sob ameaça dos robôs. Desde então, publicam-se regularmente outros estudos, com diferentes métodos, que chegam a distintos graus de impacto.

Os mais esperançosos podem escolher se concentrar em expectativas como a do Fórum Econômico Mundial: o relatório mais recente da instituição sobre esse assunto afirma que 75 milhões de cargos atuais podem ser substituídos pela mudança na divisão do trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos, mas ao mesmo tempo 133 milhões de novos cargos podem emergir.  Soa bem, com a ressalva de que não sabemos em quais pontos do globo haverá sumiço ou surgimento de postos. Mesmo os estudos mais conservadores concluem que caminhamos para a eliminação de milhões de empregos – cerca de um em cada dez postos de trabalho, mesmo em sociedades já muito automatizadas, instruídas e produtivas, como Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido, segundo uma das mais detalhadas pesquisas a respeito, feita no Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão). Em mudanças dessa magnitude, faz muita diferença o ritmo de aparecimento e a localização dos novos empregos criados pela tecnologia.

Um grande esforço de compreensão do tema está em andamento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Trata-se da Força Tarefa Sobre o Trabalho do Futuro, que reúne 20 pesquisadores, autoridades em suas áreas. Um dos líderes do grupo é o economista David Autor, que vê duas facetas na questão. “Uma é entender e antecipar o papel do trabalho humano num futuro em que máquinas desempenham muitas das nossas tarefas tradicionais, as físicas e as cognitivas”, afirma “A outra é aproveitar a oportunidade para moldar o futuro.” O economista é da vertente de estudiosos que considera o tema merecedor de novas políticas públicas, a fim de que a sociedade tente direcioná-lo, em vez de esperar por suas consequências. Não sem motivo, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional também vêm estudando o tema e fazendo alertas a respeito, principalmente para que governos e companhias invistam em educação e treinamento.

De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF), hoje as máquinas realizam 29% das tarefas nos locais de trabalho. Pelas projeções, em quatro anos a automação vai cobrir perto de 30%, mesmo dos trabalhos considerados hoje demasiado humano, como comunicação, administração e tomada de decisões. Nesse período, o índice geral de tarefas realizadas por máquinas chegaria a 42%. Por esse cálculo, o jogo vira de vez em 2025, quando a previsão é que os robôs façam mais da metade de todas as tarefas. É uma mudança dramática. O estudo incluiu dados de 20 países, incluindo Brasil.

ENQUANTO ISSO, DENTRO DAS EMPRESAS…

Robôs não vão só substituir humanos. Vão também se tornar seus colegas. Em 2022, pelo menos 40% dos novos projetos de desenvolvimento de aplicativos contarão com I.A. como codesenvolvedora, segundo previsão do Gartner. Aprender rapidamente a trabalhar nessa dinâmica, assim como usar dados hoje na tomada de decisões, se tornará um fator decisivo nas carreiras.

Em qualquer cenário, CEOs e empresas vão ter papel fundamental a desempenhar. Junto com governos e sociedade civil, vão ter de percorrer um mapa em constante mutação. Por isso, organizações como a Siemens, desde a contratação, insistem com seus profissionais no tema da mudança. “É bem normal aqui as pessoas migrarem de área dentro da empresa, e elas precisam ter em mente que certas tecnologias têm ciclo de vida curto”, diz André lark, presidente da Siemens no Brasil.  “Para o profissional passar bem por muitos desses ciclos, precisa ter cada vez mais flexibilidade e curiosidade. Fiz quatro cursos desde que me tornei CEO, há um ano.” Juliana Azevedo, presidente da P&G no Brasil, faz alerta semelhante: ”Quero trabalhar com quem lida bem com ambiguidades e paradoxos.”

A grande questão para os líderes de negócio, como aponta pesquisa do professor de engenharia Ken Goldberg, da Universidade da Califórnia, não é se a I.A. vai roubar empregos (porque vai). A dúvida, para 120 entrevistados, é como máquinas e homens podem trabalhar juntos de maneiras diversas. Remontar o modus operandi de equipes, requalificar profissões inerentemente técnicas e conectar diversas habilidades em torno de um projeto – e não de um produto ou negócio – aparecem como grandes desafios das empresas. Medir habilidades mais criativas e de integração é a missão dos RHs.

Essas transformações, se administradas sabiamente, podem levar a uma nova era do trabalho, com bons empregos ocupados por humanos, usando suas capacidades mais refinadas para elevar a qualidade de vida geral. Cristina Palmaka, presidente da SAP no Brasil, gosta de chamar esse cenário benigno de “humanidade aumentada”. Se mal administradas, porém, as mudanças representam o risco de ampliar as lacunas de habilidades e a desigualdade – com implicações políticas e sociais potencialmente desastrosas.

Para evitar um cenário de “perda-perda”, o WEF defende que empresas, governos e pessoas se curvem no “imperativo da requalificação” (reskiling, em inglês). “Até 2022, 54% dos profissionais precisarão de treinamento significativo para aprimorar ou ganhar novas habilidades.” O problema é saber em quais competências investir, entre as técnicas (hard skills) e as comportamentais (off skills).

Criatividade era a décima habilidade mais demandada em 2015, segundo o WEF. Em 2018, é a quinta. Há três anos, no mesmo relatório, não se falava de “inteligência emocional”, “atenção aos detalhes” e “influência social”. Neste ano, as três aparecem entre as dez aptidões mais exigidas. A lista das competências que os CEOs querem em suas equipes só aumenta e se torna mais sofisticada. Diante do mercado em ebulição e da concorrência imprevisível das startups, é compreensível. Daniela Manique, presidente na América Latina da Solvay (dona da Rhodia), gosta de se cercar de executivos que sejam bons em ler pessoas, capazes de zelar pela qualidade de vida da equipe e sem apego a formalidades. “Isso não dá mais. Hoje, tem estagiário que vem me fazer pergunta por rede social. Temos de estar abertos a isso”, diz.

A mudança contínua também vale para novos conhecimentos técnicos. Há três anos, blockchain não era moda, computação quântica era vanguarda e I.A., “tecnologia emergente”. As competências exigidas mudam na mesma velocidade das tecnologias. “O número de pessoas que indicam” habilidades relacionadas a I.A. nos perfis do Linkedin quase triplicou de 2015 a 2017. Trabalhos fáceis de automatizar – assistente administrativo, representante de atendimento ao cliente, contador e mecânico – sofreram o maior declínio nos últimos cinco anos. “O grande desafio dos novos tempos não é criar novas funções. É como realizar a transição das pessoas”, diz Cezar Taurion, ex­ executivo da IBM, investidor e fundador de um instituto no Brasil para capacitação em I.A. Mesmo CEOs de empresas de tecnologia sofrem nesse cenário. ”Presidentes de grandes empresas convivem com essa pressão diariamente – o medo de deixar o bonde passar. Tenho consciência que nunca vou saber tudo”, diz Laércio Albuquerque, presidente da Cisco.

A despeito das incertezas, há aspectos – e números positivos – nesse cenário de transição. Até 2022, as ocupações emergentes de hoje devem crescer de 16% a 27% na base de funcionários de grandes empresas em todo o mundo. Por outro lado, as funções atualmente afetadas pela obsolescência tecnológica devem diminuir de 31% para 21%. Talvez você não tenha crescido sonhando em ser um “arquiteto de soluções na nuvem”, “ethical hacker”, “técnico em rastreabilidade com blockchain” ou um “previsor de calamidade cibernética”. Mas o jovem brasileiro precisa começar a ter esse sonho – e rápido.

A ELEVADA AUTOESTIMA PROFISSIONAL DO BRASILEIRO

A fim de compreender como o brasileiro lida com as ondas de mudança no mercado de trabalho, foi feita uma pesquisa com 980 profissionais de empresas localizadas em grandes centros urbanos do país. Do total de entrevistados, 25% já sentiram que a tecnologia e suas transformações afetaram negativamente o trabalho que realizam, e 10% acham que vão sentir efeitos em breve. A despeito disso, 87% se sentem capazes de se adaptar à nova realidade.

Uma análise mais detida dos dados mostra que o brasileiro superestima suas capacidades. Dos 75% que afirmam estar preparados para a transformação digital, 42% não conhecem ou não têm nenhuma das 14 competências digitais mais desejadas por empregadores de acordo com o Linkedin. “Vejo um descasamento de tempo. Por mais que as pessoas estejam otimistas e busquem novas competências, as demandas mudam mais rápido. Isso impacta quem já está no mercado e quem está entrando”, diz Leandro Herrera, fundador da Tera.

Não há diferença expressiva entre o perfil de quem diz estar sofrendo com o avanço tecnológico e quem afirma o contrário. “Isso derruba muitos mitos sobre a adoção de tecnologia e novos comportamentos digitais. A transformação afeta todos, independentemente da idade, formação e profissão. É só questão de tempo para impactar todos”, diz Caio Casseb, fundador da Scoop&Co. Uma minoria de profissionais parece conseguir, individualmente, administrar a própria carreira para “surfar” a mudança. O que nos leva de volta à responsabilidade compartilhada com as empresas.

O prazo médio necessário para reciclar um profissional de acordo com as “disrupções” varia de país para país. Segundo o WEF, é de 83 dias para empresas localizadas na Suíça e em torno de 90 dias para companhias no Brasil. Este número é menor do que o visto em países como Alemanha e França. “Isso envolve política educacional no país. Quando a mudança de currículo chega, as tecnologias já são outras. O problema do trabalho hoje tem contornos muito claros mas a resolução é diferente para cada país e organização”, diz Cassio Dreyfuss. VP de pesquisas do Gartner.

 O QUE DIZEM OS NOVOS PROFISSIONAIS

Por aqui, a transformação digital está só começando. O uso de I.A. difundiu­ se há poucos anos, segundo análise de David Dias, diretor da Accenture para a área. “Essa tecnologia começou mesmo a ser trabalhada no Brasil há três ou quatro anos. Teve um crescimento exponencial e, no ano passado, calculamos de 500 a 600 empresas utilizando alguma aplicação com esse apelo.”

O uso de dados para gerar automação, manutenção preditiva e inteligência nos negócios também é recente (embora se fale disso há muito tempo), como atesta a busca atual de empresas por cientistas de dados. “A média do mercado não estava pronta para essa conversa, porque não vinha trabalhando com históricos de dado, com programas de fidelidade e base de clientes. Era uma questão de ir à loja, comprar e acabou. Temos casos de empresas que criaram essa fundação e hoje usam machine learning para analisar dados. Mas ainda é um luxo”, diz Gustavo Pacheco, head de Growth do Google. A área do executivo, responsável por ajudar empresas do varejo a se conectarem digitalmente, surgiu há dois anos.

Para melhor entender como tecnologias causam impacto no emprego, entrevistamos 25 brasileiros que ocupam cargos considerados novos em empresas de vários setores. O que as entrevistas mostraram é que na 4ª revolução industrial as profissões consideradas novas só existem se forem desempenhadas em combinação a outras. “O designer de experiência do usuário [UX] não consegue fazer o trabalho sozinho – precisa do analista de negócios, do cientista de dados, de especialista em comportamento do usuário”, diz Leandro Herrera, da Tera.

Além disso, uma nova competência técnica, como criar sistemas com blockchain, vale tanto quanto o entendimento de como ele pode ser útil no negócio. “O maior desafio na minha área é entender como o modelo de algoritmos se integra à jornada de trabalho do banco. Do contrário, vou passar dois anos produzindo conhecimento inócuo, que não gerará melhor atendimento nem maior eficiência”, diz Rafael Cavalcanti, que lidera uma equipe de 50 pessoas no Bradesco, entre analistas, gerentes de negócios, cientistas estatísticos.

O banco sempre gerou dados para analisar o perfil dos clientes. O que muda atualmente, segundo Rafael, é a velocidade com que a sua equipe precisa apresentar resultados. “Precisamos priorizar o que está caminhando na esteira com a área de negócios e ir entregando aos poucos, mesmo que não seja o produto final.” É o método ágil que valoriza as entregas incrementais, chamado de Minimum Viable Product (MPV). Um modelo que valoriza a formação de pequenos squad, grupos multidisciplinares voltados ao desenvolvimento rápido de projetos (também apelidados de “pizza team”, o time que pode se alimentar de uma pizza). “Não adianta ter dez gênios atuando isolados como cientistas de dados, se milhares de pessoas trabalham como faziam há dez anos, tomando decisões baseadas em critérios subjetivos, sem orientação coerente”, diz Matheus Goyas, diretor da Somos Educação e fundador do AppProva.

Na empresa, o banco de dados é acessível a todos os funcionários. São os cientistas de dados que o alimentam, a partir da sua coleta e “tradução”. “Esse profissional é quem tem o papel de democratizar os dados de uma empresa”, afirma Goyas. O difícil é encontrá-lo. Uma busca no Linkedin por nomenclaturas do cargo mostra que são pouquíssimas as grandes empresas no Brasil com um “head of data science”. De acordo com o guia salarial de 2019 da consultoria Robert Half, o cientista de dados é um dos profissionais com mais oportunidades na área de tecnologia. Os salários, que neste ano ficam entre RS 12 mil e RS 22 mil, cresceram 15% desde 2017. Vale considerar que esse é o salário médio. Para reter o profissional na empresa – e não perdê-lo até para fora do país, grandes corporações pagam mais (cerca de RS 30 mil, segundo o site Love Mondays, que permite aos profissionais avaliar as empresas).

Na indústria 4.0, captar, integrar e mensurar dados em toda a cadeia exige várias tecnologias e novos gestores. “Eu não vejo nenhuma empresa, incluindo as mais renomadas da indústria, como Siemens e Cisco, como detentoras únicas das tecnologias 4.0”, diz Victor Teles, diretor executivo da Didactic, braço educacional da Festo. “Cada empresa fornece uma parte – robótica, gêmeos digitais, impressão 3D – e é a conexão de rodas que vai gerar a fábrica do futuro”, diz. “Precisamos menos hoje de um engenheiro mecatrônico e mais de um engenheiro integrador.”

Há quem, por outro lado, esteja bem mais otimista – e aproveitando as oportunidades geradas pela I.A. “Sou apaixonado por fazer a máquina realizar tarefas que eu não deveria estar fazendo. Se ela for capaz de fazer o que nós; pessoas faziam quer dizer que nós podemos usar nossa habilidade cognitiva para tarefas melhores”, diz Deivid Silva, gerente de novos negócios da Embraco. A plataforma de internet das coisas em que Deivid e sua equipe trabalham capta dados de refrigeradores e mede como o consumidor reagiu aos produtos no ponto de venda. É possível saber quantas vezes uma geladeira foi aberta, quais itens foram tocados pelos clientes e também prever a manutenção dos equipamentos.

Formado em ciência da computação, o trabalho de Deivid exige que ele saia “da caixinha” de sua área e se comunique com outros campos e profissões. É um movimento natural em funções criadas pela tecnologia, às vezes um tanto herméticas para colegas desavisados na mesma organização. Felipe Prado, ethical hacker da IBM, explica o motivo. ”A técnica de invasão ‘todo mundo’ sabe”, diz, modesto. “O diferencial desse profissional é criatividade e comunicação. Ele precisa saber levar a mensagem de segurança da informação a diferentes grupos – técnicos, hackers, comunidades e ao board da empresa. “Essa mensagem não ser entregue tem custado caro – o Facebook que o diga. No final de setembro, as ações da empresa caíram 20% após o escândalo do vazamento de dados de 50 milhões de usuários. Os custos associados a megaviolações, que variam de 1 milhão a 50 milhões de registros perdidos, ficam entre US 40 milhões e US 350 milhões, segundo estudo da IBM Security e do Ponemon lnstitute. Compreende-se a caçada das empresas aos profissionais de cibersegurança. Felipe não teme a evolução da inteligência artificial nessa área. Tem a confiança dos que já dominam a linguagem das máquinas. “Quando o computador começar a pensar o que penso, teremos um problema. Mas não vejo isso em um futuro próximo.”

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ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 20: 19-25 – PARTE I

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Cristo com seus Discípulos

A prova infalível da ressurreição de Cristo era o fato de que Ele “se apresentou vivo”, Atos 1.3. Nestes versículos, nós temos a narrativa da sua primeira aparição ao grupo de discípulos, no dia em que ressuscitou. Jesus lhes tinha enviado as notícias da sua ressurreição por mensageiros confiáveis e dignos de crédito. Mas, para mostrar seu amor por eles, e para confirmar sua fé nele, Ele veio pessoalmente, e lhes deu todas as garantias que eles poderiam desejar da verdade da sua ressurreição, para que eles pudessem saber dela não somente por rumores, e de segunda mão, mas pudessem, eles mesmos, ser testemunhas oculares de que Ele estava vivo, por­ que deviam testificar isto ao mundo, e edificar a igreja sobre este testemunho. Observe aqui:

 

I – Quando e onde houve esta aparição, v. 19. Foi no mesmo dia em que Ele ressuscitou, sendo o primeiro dia da semana, o dia depois do sábado judeu, em uma reunião privativa dos discípulos, dez deles, e alguns dos seus amigos com eles, Lucas 24.33.

Há três ordenanças secundárias (como eu as chamo) instituídas pelo nosso Senhor Jesus, que têm a função de colaborar com a continuidade da sua igreja, e com seu sustento, e também com a devida administração das ordenanças principais – a palavra, os sacramentos e a oração. Elas são o dia do Senhor, as assembleias solenes e o ministério permanente. A vontade de Cristo a respeito de cada uma delas nos é claramente mostrada nestes versículos. As duas primeiras, aqui, nas circunstâncias desta sua manifestação, a outra, no versículo 21. O reino de Cristo deveria ser estabelecido entre os homens imediatamente depois da sua ressurreição. E, de acordo com este plano, podemos observar o dia em que o Senhor ressuscitou como um dia aparentemente pequeno aos olhos do mundo, porém o dia mais importante para a humanidade, um dia agraciado com estas solenidades que deveriam ajudar a dar prosseguimento à religião cristã e à igreja por todas as épocas.

1. Aqui está um dia de repouso cristão observado pelos discípulos, e reconhecido pelo nosso Senhor Jesus. A visita que Cristo fez aos seus discípulos aconteceu no primeiro dia da semana. E o primeiro dia da semana é (creio eu) o único dia da semana, ou mês, ou ano, que é mencionado pelo número, em todo o Novo Testamento. E este é diversas vezes mencionado como um dia observado religiosamente. Embora aqui esteja escrito expressamente (v. 1) que Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana, e pudesse ter sido suficiente dizer isto aqui (v.19), Ele apareceu aos discípulos na tarde daquele mesmo dia. Para honrar este dia, a informação é repetida: “sendo o primeiro dia da semana”. Não que os apóstolos desejassem honrar o dia (eles ainda tinham dúvidas a respeito da ocasião), mas Deus desejou honrá-lo, ordenando que eles estivessem reunidos para receber a primeira visita de Cristo naquele dia. Assim, na verdade, o Senhor abençoou e santificou aquele dia, porque nele o Redentor descansou.

2. Aqui está uma assembleia cristã, solenizada pelos discípulos, e também reconhecida pelo Senhor Jesus. Provavelmente, os discípulos estavam reunidos aqui para alguma atividade religiosa, para orarem juntos. Ou, talvez, eles estivessem reunidos para comparar observações, e considerar se tinham evidências suficientes da ressurreição do seu Mestre, e para deliberar o que devia ser feito agora, se deviam permanecer juntos ou dispersar-se. Eles se reuniram para conhecer o que os demais pensavam, para fortalecer as mãos uns dos outros, e deliberar as medidas adequadas a serem tomadas na presente situação. Esta reunião era privada, porque eles não apareciam publicamente, especialmente juntos. Eles se reuniram em uma casa, mas conservaram as portas cerradas, para que não pudessem ser vistos juntos, e para que ninguém viesse a estar entre eles, exceto aqueles a quem conheciam. Pois eles temiam os judeus, que desejavam processar os discípulos como criminosos, de tal modo que pareciam crer na mentira com que desejavam enganar o mundo, de que os discípulos de Cristo vieram durante a noite e furtaram seu corpo. Observe que:

(1) Os discípulos de Cristo, até mesmo em tempos difíceis, não devem deixar sua congregação, Hebreus 10.25. Estas ovelhas do rebanho estavam dispersas na tempestade, mas as ovelhas são saciáveis, e se reunirão outra vez. Não é novidade que as assembleias dos discípulos de Cristo sejam forçadas a esconder-se nos cantos, e forçadas a ir ao deserto, Apocalipse 12.14; Provérbios 28.12.

(2) O povo de Deus frequentemente foi obrigado a entrar em suas câmaras e fechar as portas, como aqui, por “medo dos judeus”. A perseguição é designada a eles, e a fuga da perseguição lhes é permitida. E então, onde procuraremos por eles, exceto nas “covas e cavernas da terra”? É uma verdadeira tristeza, mas não uma desonra verdadeira, que os discípulos de Cristo se escondam desta maneira.

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