PSICOLOGIA ANALÍTICA

SENSAÇÃO DE NÃO TER ESCOLHA AUMENTA O ESTRESSE

Mesmo em situações de pressão extrema, causada pela vivência do horror, da violência, ou pela morte de alguém querido, há a possibilidade de não se furtar a tomar decisões.

Sensação de não ter escolha aumenta o estresse.

Não há como fugir dele. O estresse já se incorporou ao cotidiano da maioria das pessoas, em especial nas grandes cidades. E embora tenha se tornado nos últimos anos sinônimo de irritação, frustração e problemas a serem resolvidos, não é, por si só, necessariamente ruim. Pelo contrário: se hoje estamos aqui é porque, em momentos e grande risco à preservação da própria vida (como encontrar um predador pela frente), em frações de segundo cérebro de nossos antepassados deu ordem para que fosse descarregada na corrente sanguínea uma considerável carga de hormônios. Esse processo orgânico, indissociável das consequências emocionais, os preparou para duas reações possíveis: lutar ou fugir. Obviamente havia outra possibilidade: ficar e ser inexoravelmente devorado pela fera – mas, claro, os que fizeram essa escolha não viveram para perpetuar seus genes e se tornar nossos ancestrais. O problema dessa história são os resquícios que carregamos desse funcionamento.

Não por acaso, quase todo mundo vive estressado na maior parte do tempo. Os números são impactantes. Segundo dados da International Stress Management Association (lsma), no Brasil 70% dos adultos economicamente ativos sofrem de estresse e quase metade desse contingente sente-se sobrecarregada em razão do trabalho. Brasileiros, aliás, ocupam o segundo lugar nesse ranking pouco atraente dos mais estressados do mundo – perdendo apenas para os japoneses. O quadro tem consequências graves: estudos científicos indicam que o nível de estresse e o estilo de vida da pessoa determinam em torno de 60% das doenças que ela pode vir a desenvolver. Especialistas americanos estimam que cerca da metade das internações diárias nos Estados Unidos hoje é causada por distúrbios direta ou indiretamente decorrentes da sobrecarga, principalmente emocional: são mais de 230 milhões por ano. Ainda assim, por estranho que possa parecer para alguns, o estresse tem seu lado positivo: pode ser benéfico, desde que ocorra em doses pequenas. Quem vive experiências instigantes e descortina horizontes inteiramente novos está sujeito a uma excitação estimulante. Ou seja: evitar o estresse a qualquer custo, além de impossível, seria, portanto, indesejável.

“Quem vive de modo excessivamente pacato também sofre com estresse causado pelo tédio e pela monotonia”, afirma o endocrinologista Sepp Porta, chefe do Instituto para Pesquisas Aplicadas do Estresse, em Graz, na Áustria. Estudos confirmam suas palavras: a calma duradoura é tão estressante quanto uma vida demasiadamente agitada.

A diferença mais marcante entre as pessoas muito e as pouco estressadas foi encontrada por pesquisadores ingleses do Centro Internacional de Saúde e Sociedade, por meio do famoso estudo Whitehall II. Durante vários anos, foram analisadas a saúde e as condições de trabalho e de vida de 10 mil funcionários públicos de meia-idade. Os resultados mostraram que a diferença fundamental na suscetibilidade ao estresse não reside nem nos fatores genéticos nem na estrutura psíquica dos indivíduos, mas em um fator psicossocial: quanto mais autônoma e dona de seu destino é uma pessoa, tanto menos está sujeita a tensões e ao estresse. É por esse motivo que, de acordo com os resultados coincidentes dos estudos americanos, suecos e ingleses, funcionários em posição de comando não apresentam a maior incidência de problemas decorrentes de tensão nervosa.  Apesar de terem agendas superlotadas e carga excessiva de trabalho, pessoas em posição de comando costumam ser mais relaxadas que seus subalternos. Estes últimos, embora só precisem trabalhar oito horas por dia, têm de cumprir tarefas que lhes são impostas e obedecer a prazos. E, muitas vezes, se frustram por não se sentirem reconhecidos como gostariam. Podemos pensar que essa situação se agrava quando, inconscientemente, nutrimos em relação a nossos chefes a expectativa da aceitação incondicional que outrora desejamos ter de papai e mamãe. É claro que essa dependência da aprovação de figuras de autoridade pode ser vista (e possivelmente transformada) na psicoterapia – mas, enquanto persiste, é inegavelmente estressante e tem efeitos no corpo.

Vários estudos recentes mostram a alta proporção de vítimas de infarto que sofreram rebaixamento profissional e, com isso, perderam liberdade de decisão. Algumas delas talvez apresentassem propensão genética ao estresse, outras talvez carregassem traumas de infância, e em vários casos o infarto estava relacionado às suas características de personalidade. Mas não há dúvidas de que, na maioria dos pacientes, o fator psicossocial exerceu papel determinante no desencadeamento da doença. Em última instância, porém, o fator psicossocial é o único que decorre em sua totalidade da ação humana, o que abre possibilidade de ser modificado. Não há como influenciar a herança genética de um indivíduo; do mesmo modo, sua estrutura de personalidade dificilmente é modificada. Mas os fatores psicossociais talvez possam ser alterados com resultados positivos.

Apesar das boas perspectivas, as receitas correntes de combate ao estresse, banhos quentes, exercícios físicos, relaxamento muscular -, não obstante seu efeito inegavelmente benéfico, não alteram estruturalmente as fontes de estresse. Nos últimos anos, cada vez mais especialistas têm concordado que, tão importante quanto mudar as coisas em si, concretamente, é imprescindível alterar a relação que temos com as situações da própria vida.

Sensação de não ter escolha aumenta o estresse.2

ÓCIO CRIATIVO

Há alguns anos, a psicóloga Shansky, pesquisadora da Universidade Northeastern, em Boston, descobriu, em estudos com animais, que o estresse prolongado afeta as conexões entre os neurônios córtex pré-frontal. Nos seres humanos, esta região regula funções cognitivas superiores como a concentração e a organização.  Alterações estruturais podem levar a deficiências nessas funções. Há pessoas que se sentem especialmente estimuladas quando são desafiadas com

OUTROS OLHARES

A GERAÇÃO TOUCH SCREEN

Os dispositivos móveis prejudicam o desenvolvimento das crianças? Os estudos ainda são recentes, mas a ciência já mostra que de fato existem riscos – mas também benefícios que não podem ser desprezados.

A geração touch screen

Você já deve ter ouvido alguém dizer algo como “essas engenhocas ultra- modernas destroem nosso cérebro e arruínam o desenvolvimento das crianças”. A preocupação é compreensível, e não apenas porque todas as gerações anteriores tendem a desaprovar os comportamentos das seguintes. Sob vários aspectos os aparelhos digitais estão (pelo menos aparentemente) minando nossa juventude, da mesma forma como o rock “prejudicou” os jovens da década de 60, a televisão “comprometeu” a formação de nossos avós e os carros colocaram em risco nossos bisavós. Segundo essa lógica, estamos sendo arruinados há gerações. Mas o que a ciência diz sobre os efeitos nocivos da mais recente tecnologia?

Parte da resposta depende de sua definição de “arruinar”. É verdade que as coisas são diferentes agora. Muitas crianças moradoras das grandes cidades não “saem para brincar”, pelo menos não desacompanhadas. Mas também não precisam mais decorar nomes de presidentes e a tabela periódica, pois estão a apenas uma tecla de distância do Google. Estamos perdendo velhas destrezas, é verdade. Poucos sabem agora como usar um papel-carbono ou cuidar de cavalos; escrever à mão e dirigir podem ser as próximas habilidades a desaparecer.

Porém, diferente não é sinônimo de pior. E, por mais que psicólogos, educadores e pais se preocupem, ainda é surpreendentemente difícil encontrar estudos ligando aparelhos modernos à ruína da juventude. A pesquisa leva tempo e a era das telas sensíveis é muito recente. O iPad, por exemplo, surgiu em 2010.

Mas as pesquisas já começaram – e lançam alguma luz sobre como esses repentinamente onipresentes dispositivos podem afetar as crianças. Em 2009, um estudo na Universidade Stanford relacionou hábitos de adolescentes modernos de executar multitarefas no computador (que parecem ter se estendido a telefones e tablets) à perda da capacidade de concentração – um resultado um pouco preocupante.

Um estudo publicado na revista Pediatrics revelou que crianças que têm aparelhos de tela pequena em seus quartos dormem em média 21 mi nutos a menos que as que não têm. Quanto à razão, os cientistas supõem que as crianças ficam acordadas até tarde para usar seus dispositivos ou, talvez, que a luz das telas produza atrasos no ritmo circadiano.

E quanto às habilidades sociais? No ano passado, em um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, foram acompanhados dois grupos de alunos do sexto ano (com idade média de 11 a 12 anos). O primeiro, formado por 51 jovens, passou cinco dias em um acampamento na natureza sem eletrônicos; o segundo grupo, de controle, com 54 participantes, não acampou. Depois disso, foram realizados testes e foi constatado que aqueles que haviam passado a temporada no campo se saíam significativamente melhor na leitura de emoções humanas em fotografias.

E o que há de concreto sobre câncer cerebral e celulares? Bem, em primeiro lugar, não é preciso um estudo para dizer que raramente os jovens estão com o telefone na orelha; eles mais digitam mensagens do que fazem ligações. De qualquer forma, os estudos não comprovaram nenhuma relação entre o uso de celular e câncer. Pelo menos não ainda.

É hora de começar a reclamar? Não necessariamente; nem todos os estudos chegaram a conclusões alarmantes. Em 2012 o grupo sem fins lucrativos de estudos sobre mídias e tecnologia Common Sense Media descobriu que mais da metade dos adolescentes dos Estados Unidos acreditam que as mídias sociais – agora acessíveis em qualquer lugar graças às telas sensíveis ao toque – ajudaram em suas amizades (apenas 4% acham que prejudicaram). Em 2014 pesquisadores do National Literacy Trust, do Reino Unido, descobriram que crianças pobres com aparelhos de tela sensível ao toque têm o dobro de probabilidade de ler todos os dias. Um estudo publicado na Computers in Human Behavior revelou que enviar mensagens é benéfico para o bem-estar emocional dos adolescentes – especialmente os introvertidos.

Precisamos claramente de estudos mais amplos e de mais longo prazo antes de começar uma nova rodada de reclamações. E eles estão a caminho; por exemplo, os resultados de uma grande pesquisa britânica com 2.500 crianças chamada Estudo de Cognição, Adolescentes e Telefones Móveis (Scamp, na sigla em inglês), do Reino Unido, com 2.500 crianças, sairão em 2019.

Enquanto isso, os sinais de alerta das pesquisas iniciais não são altos o suficiente para tirarmos aparelhos de nossas crianças e mudarmos para território amish. Por outro lado, o bom senso sugere que não é o caso de deixar a tecnologia ocupar todo o tempo dos jovens. Os achados até agora são suficientes para sugerir a prática de uma muito sábia e antiga precaução: a moderação. O excesso de qualquer coisa é ruim para as crianças, sejam eletrônicos modernos, televisão ou esporte.

GESTÃO E CARREIRA

“UBERIZAR” OU ACABAR

A revolução cognitiva da internet extinguirá quem não se adaptar.

Uberizar ou acabar

O fenômeno da rede mundial de computadores só pode ser comparado, por seu potencial disruptivo, à chegada da oralidade nas relações humanas, há 70 mil anos – o que dá a dimensão das mudanças que estamos presenciando. A tese é do professor e consultor Carlos Nepomuceno, que, em seu novo livro, Administração 3.0: por que e como “uberizar” uma organização tradicional, prevê o fim da relação patrão-empregado, dos gerentes, dos políticos e do modelo atual de gestão de empresas e instituições, a partir desta “revolução cognitiva” descentralizadora deflagrada pela internet. Para o autor, a rede mundial proporciona novas possibilidades tecnológicas, que deverão afetar qualquer tipo de organização humana e permitir maior participação das pessoas nas decisões, sejam elas políticas ou econômicas.

Em parte, essa revolução se motivou pela explosão populacional do planeta, que nos últimos 200 anos saltou de 1 bilhão para 7 bilhões de habitantes. E, quanto mais complexo o mundo, menos possível que um centro decisório e controlador seja capaz de tomar as decisões adequadas, defende Carlos Nepomuceno, criando uma imagem para identificar a era pós-internet que justifica o título do livro: “O mundo 3.0 terá uma cara muito parecida com a do Uber”, afirma.

Considerando que a disrupção digital deverá fechar 40% das empresas do planeta nos próximos anos, o livro defende a tese de que só um novo modelo de gestão, com a troca direta entre fornecedor e consumidor, mediada por plataformas digitais, garantirá a sobrevivência dos negócios.

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 15: 18-25

Alimento diário

A Previsão de ódio e perseguição

Aqui Cristo fala sobre o ódio, que é o caráter e o talento do reino do Diabo, assim como o amor é a característica marcante do reino de Cristo. Observe aqui:

I – Quem são aqueles em que se encontra este ódio – o mundo, os filhos deste mundo, diferentes dos filhos de Deus. Aqueles que são os interesses do deus deste mundo, cuja imagem eles estampam e a cujo poder estão sujeitos. Todos aqueles, sejam judeus ou gentios, que não desejam vir à igreja de Cristo, que Ele convocou audivelmente, e que se separa visivelmente deste mundo mau. Chamar a estas pessoas de mundo indica:

1. Seu número. Havia um mundo de pessoas que se opunham a Cristo e ao cristianismo. Senhor, como cresce o número dos que perseguem o Filho de Davi! Eu receio que, se fizéssemos uma eleição entre Cristo e Satanás, Satanás iria nos superar em muito.

2. Sua união e combinação. Estes numerosos exércitos se conluiaram, e são como um só, Salmos 83.5. Os judeus e os gentios, que não concordavam em nada, uniram-se para perseguir o ministério de Cristo.

3. Seu espírito e disposição. Eles são homens do mundo (SALMOS 16.13,14), completamente devotados a este mundo e às coisas deste mundo, e nunca pensam no outro mundo. O povo de Deus, embora tenha sido ensinado a odiar os pecados dos pecadores, foi ensinado a não odiar as pessoas, mas amar e fazer o bem a todos os homens. Um espírito malicioso, rancoroso e invejoso não é o espírito de Cristo, mas do mundo.

 

II – Quem são aqueles contra os quais este ódio é dirigido – os discípulos de Cristo, o próprio Cristo e o Pai.

1. O mundo odeia os discípulos de Cristo: “O mundo vos aborrece” (v. 19), e Ele fala sobre isto como algo que eles deveriam esperar e levar em conta, v. 18, como em 1 João 3.13.

(1) Observe como isto é apresentado aqui.

[1] Cristo tinha expressado a grande bondade que tinha por eles, como amigos. Mas, para que eles não se inchem de orgulho com isto, foi-lhes dado, como foi dado a Paulo, um espinho na carne, isto é, injúrias e perseguições por causa de Cristo, como está explicado em 2 Coríntios 12.7,10.

[2] Ele lhes tinha indicado seu trabalho, mas lhes diz com quais dificuldades eles iriam se deparar, para que isto não fosse uma surpresa para eles, e para que pudessem se preparar de maneira adequada.

[3] Ele lhes tinha dito que amassem uns aos outros, e eles tinham necessidade suficiente de amar-se uns aos outros, pois o mundo os odiaria; que fossem bons uns com os outros, pois sofreriam muita crueldade e má vontade por parte daqueles que não pertenciam ao seu meio. “Mantenham a paz entre vocês, e isto os fortalecerá nas batalhas que o mundo fará contra vocês”. Aqueles que estão em meio aos inimigos se preocupam em ficar unidos.

(2) Observe o que está incluído aqui.

[1] A inimizade do mundo contra os seguidores de Cristo: ele os “aborrece”. Observe que aqueles a quem Cristo abençoa, o mundo amaldiçoa. Os favoritos e herdeiros do céu nunca foram os preferidos deste mundo, uma vez que foi instalada a velha inimizade entre a semente da mulher e a da serpente. Por que Caim odiou a Abel, senão porque suas obras eram justas? Esaú odiou a Jacó por causa da bênção. Os irmãos de José o odiaram porque seu pai o amava. Saul odiou a Davi porque o Senhor estava com ele. Acabe odiou a Micaías por causa das suas profecias. Assim são as causas infundadas do ódio do mundo.

[2] Os frutos desta inimizade, dos quais aqui temos dois, v. 20. Em primeiro lugar, eles os perseguirão, porque os odeiam, pois o ódio é uma paixão incansável. É o destino comum daqueles que desejam viver devotamente em Cristo Jesus, sofrer perseguições, 2 Timóteo 3.12. Cristo previu o tratamento cruel que seus embaixadores iriam encontrar no mundo, e, ainda assim, por causa daqueles poucos que, pelo seu ministério, deveriam ser eliminados do mundo, Ele os enviou, “como ovelhas ao meio de lobos”. Em segundo lugar, outro fruto da sua inimizade está indicado, o qual consiste no fato de que eles iriam rejeitar sua doutrina. Quando Cristo diz: “Se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa”, Ele quer dizer: Eles não guardarão a vossa, e não a considerarão, não mais do que consideraram e guardaram a minha. Observe que os pregadores do Evangelho não podem deixar de considerar o desprezo à sua mensagem como a maior injúria que pode ser feita a eles mesmos. Como foi uma grande afronta a Jeremias, quando disseram: “Não escutemos nenhuma das suas palavras”, Jeremias 18.18.

[3] Os motivos desta inimizade. O mundo os odiará:

Em primeiro lugar, porque eles não pertencem a ele (v. 19): “Se vós fôsseis do mundo”, do seu espírito e dos seus interesses, se vós fôsseis carnais e mundanos, ‘o mundo amaria o que era seu’. Mas, porque sois chamados para fora do mundo, o mundo vos aborrece, e sempre irá fazê-lo”. Observe que:

1. Nós não devemos nos espantar se aqueles que são devotados ao mundo são apreciados por ele, como seus amigos. A maioria dos homens bendiz ao avarento, Salmos 10.3; 49.18.

2. Tampouco devemos nos espantar se aqueles que são libertados do mundo são difamados por ele, como seus inimigos. Quando Israel é libertado do Egito, os egípcios os perseguem. Observe que a razão pela qual os discípulos de Cristo não são do mundo não é porque tenham, pela sua própria sabedoria e virtude, se separado do mundo, mas porque Cristo os escolheu do mundo, para consagrá-los para si mesmo, e esta é a razão pela qual o mundo os odeia, pois:

(1) A glória à qual, por virtude desta escolha, eles são designados, os coloca acima do mundo, e, desta forma, os faz objetos da inveja do mundo. Os santos julgarão o mundo, e os justos terão o do­ mínio, e por isto são odiados.

(2) A graça de que, por virtude desta escolha, eles são dotados, os coloca contra o mundo. Eles nadam contra a corrente do mundo, e não se conformam a ele. Eles dão testemunhos contra ele, e não se conformam a ele. O fato de que eram odiados os sus­ tentaria sob todas as calamidades que o ódio do mundo traria sobre eles, porque eram a escolha e os escolhidos do Senhor Jesus, e não eram do mundo. Veja:

[1] Esta não era uma causa justa para que o mundo os odiasse. Se fizermos qualquer coisa para nos tornarmos odiosos, nós temos razão para lamentar. Porém, se os homens nos odiarem pelos motivos pelos quais deveriam nos amar e valorizar, nós temos razão para sentir pena deles, mas não para nos sentirmos perplexos. Na verdade:

[2] Esta era uma causa justa para sua própria alegria. Aquele que é odiado por ser rico e próspero não se preocupa com quem se irrita com isto, desde que ele esteja satisfeito.

Em segundo lugar: “Uma outra causa pela qual o mundo vos odeia é porque vocês pertencem a Cristo (v. 21): ‘Por causa do meu nome”‘. Aqui está o âmago da controvérsia. Não importa o que se finja, esta é a base da disputa, eles odeiam os discípulos de Cristo porque eles levam seu nome, e conservam seu nome no mundo. Observe:

1. Faz parte do caráter dos discípulos de Cristo o fato de defenderem seu nome. O nome no qual eles foram batizados é aquele pelo qual eles irão viver e morrer.

2. A sorte daqueles que se posicionam a favor do nome de Cristo tem sido, normalmente, o sofrimento por fazerem isto. Estes sofrem muito, sofrem duramente, todo tipo de adversidades. É uma questão de consolo para os maiores sofredores se eles sofrerem pelo nome de Cristo. “Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois” (1 Pedro 4.14), realmente bem-aventurados, não considerando somente a honra que se estampa sobre aqueles sofrimentos (Atos 5.41), mas o consolo que lhes é infundido, e especialmente a coroa da glória à qual estes sofrimentos conduzem. Se sofrermos com Cristo, e por Cristo, com Ele reinaremos.

Em terceiro lugar, afinal, a ignorância do mundo é a verdadeira causa da sua inimizade com os discípulos de Cristo (v. 21): “Porque não conhecem aquele que me enviou”.

1. Eles não conhecem a Deus. Se os homens tivessem somente o conhecimento devido dos primeiros princípios da religião natural, e somente conhecessem a Deus, ainda que não aderissem ao cristianismo, não o teriam odiado e perseguido. Não têm conhecimento aqueles que comem o povo de Deus, Salmos 14.4. 2. Eles não reconhecem a Deus como aquele que enviou nosso Senhor Jesus, e o autorizou a ser o grande Mediador da paz. Nós não conheceremos a Deus corretamente, se não o conhecermos em Cristo, e aqueles que perseguem àqueles que Ele envia, demonstram que não reconhecem que Ele foi enviado de Deus. Veja 1 Coríntios 2.8.

2. O mundo odeia o próprio Cristo. E isto é dito aqui, com duas finalidades:

(1) Para mitigar a perturbação dos seus seguidores, despertada pelo ódio do mundo, e torná-la menos estranha e menos lamentável (v. 18): “Sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim”. Nós lemos isto como indicando uma anterioridade temporal. Jesus começou com o cálice amargo do sofrimento, e depois nos deixou como seus fiadores. Mas isto pode ser interpretado como expressando sua superioridade sobre eles: “Vocês sabem que ele me odiou, a mim, seu primeiro, seu principal e capitão, seu líder e comandante”.

[1] Se Cristo, que era excelente em bondade, e perfeitamente inocente e universalmente beneficente, era odiado, poderemos nós esperar que qualquer virtude ou mérito nosso nos proteja da maldade?

[2] Se nosso Mestre, o fundador da nossa fé, encontrou tanta oposição para plantá-la, seus servos e seguidores não podem esperar outra coisa, por propagá-la e professá-la. Por isto, Ele os lembra (v. 20) das suas próprias palavras, em sua admissão ao discipulado: “Lembrai-vos da palavra que vos disse”. Uma grande ajuda para compreender as últimas palavras de Cristo está em compará-las com as suas primeiras. Nada contribui mais para nos facilitar a compreensão do que a lembrança das palavras de Cristo, que irão esclarecer suas providências. Nesta palavra, temos, em primeiro lugar, uma verdade clara: “Não é o servo maior do que o seu senhor”. Isto Ele lhes tinha dito, Mateus 10.24. Cristo é nosso Senhor, e por isto nós devemos, diligentemente, acompanhar todos os seus movimentos, e pacientemente aquiescer em todas as suas disposições, pois o servo é inferior ao seu Senhor. As verdades mais claras, às vezes, são os argumentos mais fortes a favor das mais difíceis tarefas. Eliú responde a inúmeras queixas de Jó com uma única verdade óbvia: “Maior é Deus do que o homem”, Jó 33.12. Aqui temos, em segundo lugar, uma dedução apropriada que se obtém de tudo isto: “Se a mim me perseguiram”, como foi visto, e provavelmente ainda será, ‘também vos perseguirão a vós’. Vós podeis esperar e contar com isto, pois:

1. “Vocês farão a mesma coisa que Eu fiz, para provocá-los. Vocês os censurarão pelos seus pecados, e os chamarão ao arrependimento, e lhes darão regras rígidas para viver de maneira santa que eles não poderão suportar”.

2. “Vocês não podem fazer nada além do que Eu fiz, para agradá-los. Depois de um exemplo tão grande, que ninguém se espante se eles permitirem o mal a quem faz o bem”. Ele acrescenta: “Se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa”. Assim como houve alguns, e somente alguns, que foram transformados pela minha pregação, também haverá, transformados por vocês, alguns, e somente alguns”. Alguns dão outro sentido a isto, substituindo “Se eles ficavam à espreita, esperando minhas palavras, com o desígnio de me atrair a uma armadilha, de igual maneira ficarão esperando para confundir vocês nas suas palavras”.

(2) Para agravar a maldade deste mundo descrente, e para revelar sua natureza excessivamente pecaminosa. Odiar e perseguir os apóstolos já era suficientemente ruim, mas odiar e perseguir ao próprio Cristo era muito pior. O mundo, em geral, tem uma má fama nas Escrituras, e nada pode dar-lhe uma fama pior do que esta, que ele odiava a Jesus Cristo. Existe um mundo de pessoas que odeiam a Cristo. Ele insiste em duas coisas, para agravar a maldade daqueles que o odiavam:

[1] Que havia a maior razão imaginável para que eles o amassem. As boas palavras e as boas obras dos homens normalmente os recomendam, e, quanto a Cristo: Em primeiro lugar, suas palavras eram tais que mereciam o amor deles (v. 22): “Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado”, sua oposição não teria resultado em um ódio por mim, seu pecado teria sido, comparativamente, como nenhum pecado. Mas agora que Eu lhes disse tantas coisas, para recomendar-me aos seus melhores afetos, não têm desculpa do seu pecado”. Observe aqui:

1. A vantagem que têm aqueles que apreciam o Evangelho. Cristo, nele, vem e fala a eles. Ele falou, pessoalmente, aos homens daquela geração, e ainda fala a nós, por meio da sua Palavra, a Bíblia, e dos nossos ministros, e como alguém que tem a mais inquestionável autoridade sobre nós, e afeto por nós. Cada uma de suas palavras é pura, e traz consigo uma majestade dominante, e ainda assim uma ternura condescendente, capaz, poderíamos pensar de encantar até mesmo a víbora mais surda.

2. A desculpa que têm aqueles que não apreciam o Evangelho: “Se eu não… lhes houvera falado”, se nunca tivessem ouvido falar de Cristo e da salvação por seu intermédio, “não teriam pecado”.

(1) Não este tipo de pecado. Eles não teriam sido passíveis de condenação por desprezar a Cristo se Ele não tivesse vindo e feito uma oferta da sua graça a eles. Assim como o pecado não é imputado onde não há lei, também a descrença não é imputada onde não existe Evangelho. E, onde ele for imputado, será, até então, o único pecado condenador, pois, sendo um pecado contra o remédio, outro pecado não condenaria, se a culpa deles não estivesse ligada a este.

(2) Não um pecado de tal magnitude. Se não tivessem tido o Evangelho entre eles, seus outros pecados não teriam sido tão graves, pois Deus não leva em conta os tempos da ignorância, Lucas 12.47,48; Atos 17.30.

3. A culpa agravada que têm aqueles a quem Cristo veio e falou em vão, a quem Ele chamou e convidou em vão, com quem Ele argumentou e implorou em vão.

“Não têm desculpa do seu pecado”. Eles são completamente imperdoáveis, e no dia do juízo estarão sem palavras, e não terão uma palavra sequer para dizer em sua defesa. Observe que, quanto mais claras e completas são as revelações da graça e da verdade de Jesus Cristo que nos são feitas, mais nos é dito que é convincente eterno, e maior é nosso pecado se não o amarmos e se não crermos nele. A palavra de Cristo despe o pecado do seu manto, para que possa parecer pecado.

Em segundo lugar, suas obras eram tais, que mereciam o amor deles, tanto quanto suas palavras (v. 24): “Se eu, entre eles, não fizesse tais obras’, na terra deles, e diante de seus olhos, obras tais como nenhum outro homem jamais fez, não teriam pecado. Sua descrença e inimizade teriam sido desculpáveis, e eles poderiam ter tido alguma justificativa para dizer que minha palavra não merecia crédito, se não fosse confirmada de outra maneira”. Mas Ele produzia provas satisfatórias da sua missão divina, obras que nenhum outro homem fazia. Observe que:

1. Assim como o Criador demonstra seu poder e sua divindade pelas suas obras (Romanos 1.20), também faz o Redentor. Seus milagres, suas misericórdias, obras maravilhosas e obras de graça, provaram que Ele era o enviado de Deus, aquele que foi enviado em uma missão de bondade.

2. As obras de Cristo eram do tipo que nenhum homem jamais havia feito. Nenhuma pessoa comum, que não tivesse comissão do céu, e Deus consigo, podia realizar milagres, cap. 3.2. E nenhum profeta jamais realizou tais milagres, tantos e tão famosos. Moisés e Elias realizavam milagres como servos, por um poder derivado, mas Cristo, como um Filho, pelo seu próprio poder. O que maravilhava o povo era o fato de que, com autoridade, Ele ordenasse as enfermidades e os demônios (Marcos 1.27). Eles reconheciam que nunca tinham visto ninguém semelhante, Marcos 2.12. Eram todas obras boas, obras de misericórdia, e este parece ser o principal objetivo aqui, pois Ele os está censurando através destas palavras, porque o odiavam. Alguém que fosse tão universalmente amado, e ainda assim Ele é odiado.

3. As obras de Cristo intensificam a culpa da infidelidade e da inimizade dos pecadores por Ele, até o último estágio de maldade e de absurdo. Se eles tivessem somente ouvido suas palavras, e não tivessem visto suas obras – se tivéssemos somente seus sermões registrados, e não seus milagres, a descrença poderia ser justificada pela falta de provas. Mas agora não havia desculpa. Não, a rejeição a Cristo, tanto por eles quanto por nós, tem em si o pecado, não somente da descrença obstinada, mas da vil ingratidão. Eles viram Cristo sendo extremamente afável e esforçando-se para fazer-lhes algum ato de bondade. Ainda assim, odiaram-no, e procuraram fazer-lhe danos. E nós vemos na sua palavra aquele grande amor com o qual Ele nos amou, e ainda assim não somos transformados por ele.

[2] Que não havia nenhuma razão pela qual devessem odiá-lo. Alguns que, em certa ocasião, dizem e fazem aquilo que é recomendável, em outra dizem e fazem aquilo que é provocador e descortês. Mas nosso Senhor Jesus não somente fez muito para merecer a estima e a boa vontade dos homens, como nunca fez nada especificamente para incorrer no seu desprazer. Isto Ele alega, citando uma passagem das Escrituras (v. 25): “Isto acontece, este ódio irracional a mim, e aos meus discípulos, por minha causa, ‘para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei’ (isto é, no Antigo Testamento, que é uma lei, e que era aceita por eles como uma lei): “Aborreceram-me sem causa”. Davi fala isso a seu respeito como um tipo de Cristo, Salmos 35.19; 69.4. Observe, em primeiro lugar, que aqueles que odeiam a Cristo, o odeiam sem nenhuma justa causa. A inimizade a Cristo é uma inimizade irracional. Nós pensamos que merecem ser odiados aqueles que são arrogantes e insubordina­ dos, mas Cristo é manso e humilde, compassivo e terno. Também aqueles que, sob o pretexto da complacência, são maldosos, invejosos e vingativos, mas Cristo se dedicou a servir aqueles que o usavam, ou melhor, aqueles que abusavam dele. Ele trabalhou para a comodidade dos outros, e se empobreceu para nos enriquecer. Nós julgamos odiosos aqueles que são rebeldes e danosos aos reis e às províncias, e perturbam a paz pública, mas Cristo, ao contrário, era a maior bênção imaginável à sua nação, e ainda assim era odiado. Ele testemunhava, na verdade, que as obras do povo eram más, e testemunhava com um desígnio de fazer-lhes bem, mas odiá-lo por isto era odiá-lo sem causa. Em segundo lugar, com isto se cumpriram as Escrituras, e o antítipo correspondeu ao tipo. Saul e seus cortesãos odiaram a Davi sem causa, pois ele lhe tinha sido útil com sua harpa e com sua espada. Absalão e seu grupo o odiaram, embora, para ele, Davi tivesse sido um pai indulgente, e para o grupo, um grande benfeitor. Assim também foi odiado o Filho de Davi, e perseguido da forma mais injusta. Aqueles que odiavam a Cristo não tinham o desígnio de cumprir as Escrituras, mas Deus, ao permitir isto, tinha este objetivo. E o fato de que até mesmo isto tinha sido predito a respeito de Cristo, e que, como tinha sido predito cumpriu-se nele, confirma a fé que temos nele como o Messias. E não devemos julgar estranho ou árduo se houve um cumprimento adicional em nós. Nós somos capazes de justificar nossas queixas das injúrias feitas a nós dizendo que são sem causa, ao passo que, quanto mais sem causa são, mais semelhantes são aos sofrimentos de Cristo, e podem ser mais facilmente suportadas.

4. Em Cristo, o mundo odeia ao próprio Deus. Isto é dito aqui duas vezes (v. 23): “Aquele que me aborrece”, embora pense que seu ódio não vai mais além, de fato “aborrece também a meu Pai”. E novamente no versículo 24: ”Aborreceram a mim e a meu Pai”. Observe que:

(1) Existem aqueles que odeiam a Deus, apesar da beleza da sua natureza e da generosidade da sua providência. Eles se enfurecem com sua justiça, como os demônios, que creem e estremecem, se irritam com seu domínio, e alegremente romperiam seus elos. Aqueles que não conseguem negar que existe um Deus, e ainda assim desejam que não houvesse nenhum, estes o veem e o odeiam.

 (2) O ódio a Cristo será interpretado e considerado como ódio a Deus, pois Ele é, na sua pessoa, a imagem expressa de seu Pai, e na sua função, seu grande agente e embaixador: Deus deseja que todos os homens honrem ao Filho como honram ao Pai, e, portanto, qualquer recepção que tenha o Filho, o Pai também a tem. Com isto, é fácil concluir que aqueles que são inimigos da religião cristã, por mais que aleguem ter a religião natural, são, na verdade, inimigos de todas as religiões. Os deístas, na verdade, são ateus, e aqueles que ridicularizam a luz do Evangelho desejariam, se pudessem, extinguir toda a luz natural, e se libertar de todas as obrigações de consciência e do temor a Deus. Que o mundo descrente e maligno saiba que sua inimizade ao Evangelho de Cristo será considerada, no grande dia, como uma inimizade ao próprio Deus bendito. E que todos os que sofrem por causa da justiça, de acordo com a vontade de Deus, se consolem com isto. Se o próprio Deus for odiado neles, e atingido, por intermédio deles, eles não devem nem se envergonhar da sua causa, nem temer o resultado.

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