MEU ESCRITÓRIO É NO SHOPPING
Conheça a nova tendência e descubra as vantagens e desvantagens que ela pode agregar ao seu negócio.

O coworking é o novo pretinho básico das empresas modernas e que prezam pela colaboração. Os espaços de trabalho compartilhados ganham cada vez mais adeptos e trazem conforto suficiente para que estar no escritório não se torne uma coisa maçante – algo parecido com o que o Campus Google trouxe para as pessoas que realizam freelas e home office, só que com foco nas empresas.
Mas essas não são as únicas possibilidades para os empreendimentos que querem economizar e compartilhar ideias. Reuniões em cafés, notebook nos pufes dos SESCs e, porque não, baias no shopping. Isso mesmo! Imagine realizar suas atividades e, ao mesmo tempo, não precisar andar muito para chegar à Praça de Alimentação, farmácia ou até comprar aquele presente de última hora.
É o caso do Espaço Conexão, criado há dois anos pelo Grupo Sonae Sierra Brasil que cuida de shopping como o Metrópole (São Bernardo do Campo) e o Plaza Sul (São Paulo). No local, as pessoas podem realizar pequenas reuniões, recarga de baterias, entre outros. Os espaços oferecidos são gratuitos – diferentemente da maior parte dos serviços de coworking encontrados no país atualmente. Além disso, os usuários contam com outras vantagens de um shopping center, como facilidade de estacionamento, serviços, lojas de papelaria e outros itens que podem ser necessários ao trabalho e alimentação, além da segurança”, explica a diretora de marketing e comunicação do Espaço, Laureane Cavalcanti.
As vantagens não se limitam a um maior fluxo dentro das lojas, mas também à economia na locação de espaços e infraestrutura – o que inclui o wi-fi.
Em troca, os shoppings pedem bom senso para manter a limpeza e o cuidado do local, além de discrição nas conversas por telefone ou durante reuniões, garantindo o bem-estar de todos em volta. No caso do espaço Conexão, houve ainda uma preocupação em construir as áreas em ambientes estratégicos e fechados que possam isolar os estímulos externos.
Conhecer pessoas que possam somar ao trabalho do pequeno empreendedor é outro aspecto positivo desse tipo de compartilhamento. “A adesão tem sido superpositiva. A localização e todas as facilidades dos shoppings garantem o sucesso do projeto. Como exemplo, o Espaço Conexão do Shopping Metrópole, de São Bernardo do Campo (SP, recebe em média 300 pessoas por dia”, acrescenta Laureane, lembrando que o funcionamento acompanha os horários dos centros de compras, sendo de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 12 h às 22h.
QUE BICHO É ESSE?
O consultor e coach de negócios, Sandro San explica que a tendência do trabalho compartilhado cresce em todo o mundo, com pelo menos mais de um milhão de pessoas aderindo à prática. “Aqui no Brasil, temos :Rio de Janeiro e São Paulo, que são as capitais que possuem maior número de pessoas adeptas ao compartilhamento de espaço. Para você ter uma ideia, esse setor faturou mais de R$ 80 milhões ano passado”, afirma.
Ele também conta que crescem não apenas os espaços criados pelos próprios shoppings, como também a demanda de empresas que buscam nesses centros comerciais, pontos de coworking para seu negócio.
A diferença para o coworking convencional é que não funciona como um escritório fixo, mas sim, uma área central de atendimento com estrutura disponível para que possa trabalhar sempre que sentir necessidade. “No coworking, você possui uma variedade muito superior em relação a serviços de apoio, assim como uma maior personalização e privacidade no local de trabalho, uma vez que esses espaços compartilhados fora de centros comerciais são caracterizados por serem mais fechados, protegidos e terem uma estrutura de recepção. Em um coworking tradicional você tem a mesma sensação de estar em um escritório convencional, enquanto no shopping, você possui apenas uma estação de trabalho, detalha San.
Empresas que precisam de uma estrutura maior podem sempre optar por coworking. Porém, pequenos empreendedores, principalmente no início do seu negócio, podem encontrar nas estações de trabalho itinerantes uma maneira econômica e produtiva de realizar suas atividades.
O presidente da Lens & Minarelli, José Augusto Minarelli, explica que os shoppings foram os primeiros a experimentar a economia compartilhada como um todo, já que o modelo de negócio nasceu apoiado no conceito de otimização do espaço de trocas de produtos. Em seguida, agregaram outros tipos de negócio, indo de hotéis a escolas de inglês. “Da otimização de custos ao enriquecimento do capital intelectual, todas as empresas podem obter valor da prática de usar ambientes compartilhados”, aponta.
A Lens & Minarelli, por exemplo, começou os negócios em um escritório pequeno (sala de reunião secretária) com o tempo descobriu que o compartilhamento de espaço de trabalho era algo valioso, que todo profissional precisava, em conjunto com o apoio de um mentor e conselheiro profissional. “Vimos então na prática os benefícios que este compartilhamento (quando bem feito suportada por uma equipe apropriada) pode trazer para a carreira das pessoas, completa Minarelli.
PRODUTIVIDADE: EM QUE GAVETA EU DEIXEI?
Todos os caminhos levam a uma otimização de tempo, economia e colaboração. Mas é claro que tornar o trabalho mais produtivo depende muito mais de você do que de qualquer outra coisa. Em primeiro lugar, lembre-se de se organizar. Independentemente de ser uma estação fixa de trabalho ou não, ter tudo que precisa à mão, de maneira limpa e arrumada ajuda na concentração. Além disso, uma lista das tarefas a serem executadas naquele dia podem ajudar.
Preste atenção se o local que você escolheu possui ainda o isolamento acústico necessário para não prejudicar suas atividades. Interagir com outras pessoas é importante, mas a privacidade para desenvolver seu projeto também. Além de observar se o design do ambiente permite isso, entenda a hora certa de falar com os outros ou se concentrar em uma tarefa específica.
Se a sua atividade exige falar muito ao telefone ou Skype, por exemplo, procure uma mesa onde você não vá interferir tanto nas atividades de outras pessoas. Além disso, lembre-se de levar seus fones de ouvido e de manter um tom de voz adequado. Aliás, fones podem ser sempre bons aliados caso as pessoas em volta não estejam sendo condizentes com silêncio que o local exige. “A princípio, o sucesso vai depender da personalidade do empreendedor ou do negócio. Via de regra, o que eu vejo é que empreender é uma atividade muito solitária, então, nesse sentido, o coworking pode ser um espaço muito interessante para poder abrir portas, trocar experiências com outros profissionais, com outros negócios. Sem falar que é um espaço que pode oferecer custos muito menores do que ter um escritório convencional, além de ser um ambiente mais descontraído, gerando um aumento na produtividade”, ressalta Sandro San.
Estar atento, às regras do espaço e deixar as redes sociais de lado se não forem fundamentais às suas atividades são pequenas atitudes que vão auxiliar sua produtividade.
COMO VIVEM E DO QUE SE ALIMENTAM?
Na hora de escolher o local onde você vai desenvolver seu trabalho, observe o nível de serviço que está sendo oferecido. Comece checando qualidade e disponibilidade da infraestrutura – se você precisa subir vídeos na internet, por exemplo, necessita de um wi-fi estável e que permita uma grande troca de dados.
Compatibilidade com seu negócio também é essencial. Avalie os frequentadores do espaço e se fazem sentido para sua empresa. “É importante verificar se o que está sendo oferecido é apenas um espaço compartilhado ou uma experiência completa de negócio ambientada neste espaço”, lembra Minarelli. De um lado, existem vantagens como incentivo da criatividade, networking e troca de habilidades; de outro, se as necessidades básicas do negócio não forem observadas na escolha do espaço, pode esbarrar em limitações.
Erros comuns são baseados em distrações e em não usar ferramentas que o local oferece para automatizar o trabalho o máximo possível. Além de São Paulo, o Rio de Janeiro também possui estação de trabalho compartilhadas em centros comerciais como West Shopping, Shopping Via Brasil, Jardim Guadalupe, Grande Rio, Nova América e outros.
OUTRAS OPÇÕES
O fundador CEO da Enviou – startup que reúne uma suíte de ferramentas para ajudar o e-commerce a vender mais -, Felipe Rodrigues, localiza seu escritório em um espaço criado pelo banco Bradesco com o grupo WeWork, um ambiente colaborativo em um prédio de dez andares na região da Avenida Paulista. O empreendimento pode receber mais de 100 startups que passam por um criterioso processo seletivo. A aprovação das empresas depende de uma série de variáveis, como ramo de atuação, experiência dos sócios e estágio de desenvolvimento.
Por ser o maior coworking do mundo, possibilita que as startups que fazem parte do Habitat (nome dado ao projeto) possam utilizar ainda as 140 unidades do WeWork em 45 cidades em todo o mundo, podendo também se conectar a uma comunidade de mais de 120 criadores, empreendedores e especialistas.
Gostou da ideia? Então saiba que, antes de qualquer coisa, é preciso quebrar paradigmas. Felipe Rodrigues destaca que é comum que as pessoas tragam vícios de comportamento como brincadeiras e falta de organização, por isso é importante estar atento a esses aspectos.
Calls e reuniões podem ainda acontecer em salas separadas onde não atrapalham o andamento das atividades internas. “As principais vantagens são ambiente bonito, que iria requerer um investimento muito alto para que as startups criassem algo próprio equivalente a localização; a possibilidade de participação em eventos internos que podem resultar em negócios; e o principal, que é o networking entre as startups residentes e também com grandes empresas como Amazon, Oracle, IBM, entre outras”, completa, ressaltando ainda que tem encontrado na fórmula possibilidades de parceria para sua empresa, como incubadoras e fundo de investimento.
ESPAÇO COMPARTILHADO, COMO DEVE SER?
Flexibilidade: Uma dica facilitadora seria usar piso elevado monolítico, porque permite alta flexibilidade de instalações, garante excelente comportamento acústico ao toque (ruído dos pés no chão) e não apresenta deformações. Além disso, é disponibilizado com altura mínima de cerca de 8 centímetros, o que minimiza reduções de pé direito.
Funcionalidade: Tem maior peso, os itens de conforto, segurança e privacidade, respeitando naturalmente as características de cada tipo de espaço (as pessoas que estão trabalhando em uma sala fechada, por exemplo, desejam uma boa vedação acústica, mas o pessoal das workplaces tem outra expectativa nesse sentido).
Ambientação equilibrada: Evite tanto a assepsia (cara de laboratório) quanto uma parafernália de informações visuais (ambiente dispersivo). Elementos naturais precisam comparecer (madeira, pedra, jardim vertical, floreiras). A iluminação, tanto a natural quanto a artificial, precisa ser controlada de forma a facilitar as tarefas e, por consequência, contribuir para o conforto visual e a ambientação em geral.
Instalações prediais adequadas: Rede de internet deve ter alta velocidade e o ar-condicionado pode ter um projeto inteligente que disponibilize regulagem de vazão e de temperatura nos diversos tipos de espaço.
Móveis: Elementos de decoração precisam ser bem dosados, bem posicionados, e devem comparecer como contraponto à sobriedade da ambientação geral.
NOVO NA ÁREA
Atrair lojistas da área de vestuários é a meta do pátio Metrô em São Bento Open Mall, localizado próximo ao Mosteiro de São Bento, Bovespa e Rua Santa Efigênia.
Inaugurado em junho, o empreendimento oferece às lojas de modas a possibilidade de serem exclusivas em seu segmento. Ou seja, ele conta apenas com uma loja de mostruário feminino, uma loja de vestuário masculino, uma de calçado feminino e outra de masculino e uma de vestuário e calçados na linha jovem.
O intuito do empreendimento é complementar o mix de produtos que já existem na região central, mas sem concorrer com o estilo da rua 25 de Março; sua linha de concentração são as classes A e B, com destaque para roupas para o público de perfil executivo e outras categorias ligadas ao dia a dia de trabalho.
“O objetivo do Pátio Metrô São Bento é oferecer à cidade de São Paulo um varejo qualificado, de fácil acesso, simplificar a vida de quem frequenta o centro. E colocar ao alcance de todos o ato de fazer compras, reunindo em um só lugar um mix variado de opções de lojas e serviços, além da facilidade de alimentação. Ao circular na região, o cliente percebe que pode simplificar sua vida, seus encontros de negócios e suas compras em um só lugar”, declara o responsável pelo Planejamento e Desenvolvimento do novo open mall, Odivaldo Silva.
PASSO A PASSO DA PRODUTIVIDADE EM MALLSTENHA clareza das suas metas.
- DEFINA horários e dias específicos para estar no ambiente compartilhado.
- FOCO na lista de tarefas.
- BLOQUEIE estímulos que possam tomar seu tempo de maneira improdutiva.
- SE NECESSÁRIO, contrate pessoas para somar ao seu negócio e delegue funções.
- TENHA em mente que trabalhar em um espaço compartilhado exige uma maneira diferente de hábitos e
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