PSICOLOGIA ANALÍTICA

CRENÇA E PERSONALIDADE

Cientistas acreditam que a crença não nos torna necessariamente mais empenhados em sermos pessoas melhores e mais conscientes, mas a personalidade influencia a relação com o divino. Genes e experiências concorreriam não apenas para que possamos ou não ter fé, mas também para determinar como ela se manifesta.

Crença e personalidade

Uma pergunta sempre permeia os debates sobre religião: afinal Deus existe? Não é fácil responder. Mas podemos indagar algo mais palpável: por que alguns de nós acreditamos que sim e outros não? Teólogos e ministros argumentam que a fé é uma questão de escolha estritamente pessoal. Será mesmo?

Obviamente nem todo mundo é religioso. Muitos, aliás, sequer mantêm fidelidade a um único sistema de crenças. Aproximadamente metade dos adultos americanos, por exemplo, mudou de fé pelo menos uma vez na vida – a maioria antes dos 24 anos, segundo o Fórum Pew sobre Religião e Vida Pública {PFRPL, na sigla em inglês). Embora nossas crenças possam se transformar, tendemos a fixá-las durante a idade adulta – seja acreditando, seja desacreditando que Deus existe.

E a maneira como somos criados pesa sobre esse desfecho. É comum que pais, colegas e outras figuras confiáveis ensinem rituais e práticas às crianças, apresentando aos pequenos seus pontos de vista. Essas influências, porém, não raro, perdem a força ao longo da vida por razões como ausência de motivação social e baixo interesse em continuar a conviver com a família. Crises pessoais e novos relacionamentos também motivam mudanças, o que pode levar a conversões ou ao abandono da fé.

Agora, cientistas descobriram que certos tipos de personalidade tendem a “combinar” com determinadas doutrinas, segundo pesquisas recentes que traçam correlação entre crenças, pensamentos e comportamentos ligados à fé. Os pesquisadores acreditam que, além de contribuir com dimensões fundamentais do caráter, fatores genéticos podem também estar relacionados a sentimentos religiosos. Análises feitas por psicólogos com gêmeos idênticos reforçam a hipótese. Esses estudos começam a dar pistas sobre a tendência em direção à fé de alguns e à rejeição de noções sobrenaturais de outros.

A busca de uma base biológica da religião tem ganhado força conforme a tecnologia para estudar nossa com posição interna avança. Atualmente, vários experimentos com tomografia cerebral procuram identificar regiões cerebrais relacionadas à experiência religiosa, em busca de indícios de uma espécie de “módulo divino, ou seja, uma estrutura neurológica que favoreça a fé. Em 2004, o livro O gene de Deus (Mercuryo, 2005), do geneticista Dean Hamer, propôs que um gene particular, o VMAT2, estaria relacionado à religiosidade. No entanto, os dados que sustentam essa informação não foram publicados em periódicos científicos. Além disso, nenhum pesquisador replicou os resultados.

Acreditamos que de fato os genes produzam proteínas que influenciam formas de agir (isso sem falar em crenças). Compreender esse processo, porém, é uma das tarefas mais difíceis da biologia e nos leva ao limite do conhecimento cientifico. Por enquanto, está claro que os genes não são um modelo, mas interagem com influências ambientais em muitos aspectos complexos, variando de maneira inesperada.

No entanto, podemos examinar a questão de acordo com aspectos da personalidade. Genes predispõem uma pessoa a características particulares, que podem se manifestar como certos comportamentos.

Há quase um século, nas décadas de 20 e 30, um grupo de psicólogos pioneiros começou a estudar e tentar codificar a personalidade, inspirado por sistemas de classificação da biologia. Os pesquisadores fizeram uma varredura nos dicionários em busca de termos que apreendessem algum aspecto do caráter e produziram uma enorme lista. Na época, muitos debateram sobre quais – e quantos – termos seriam necessários para abarcar as dimensões essenciais da personalidade.

Mais recentemente, muitos psicólogos americanos se voltaram para os cinco fatores· (The big five), termo cunhado em 1981 pelo psicólogo Lewis Goldberg, da Universidade de Oregon, para descrever a personalidade. Segundo o modelo, o modo como somos pode ser organizado em cinco dimensões principais: extroversão: neuroticismo: afabilidade: consciência e abertura. Diversas pesquisas mostram que as cinco características analisadas pelo método são independentes entre si e se mantém estáveis durante a maior parte da vida. Em um estudo publicado em 1987, os psicólogos Robert R. McCrae e Paul T. Costa, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), investigaram esses cinco fatores por meio de questionários, auto relatos e avaliação de pares de milhares de pessoas.

Atualmente, centros de pesquisas em diversas partes do mundo contribuem para o predomínio desse padrão nos estudos psicológicos da personalidade.

SINAL DE EQUILÍBRIO

Não é simples encontrar relações entre crença religiosa e qualquer outra faceta da vida de uma pessoa. A investigação deve ser vasta. Há alguns anos, publiquei uma análise aprofundada de 70 estudos, com mais de 21 mil participantes, sobre religião e personalidade. Essas pesquisas referem -se a diferentes décadas, idades e doutrinas (com maior predominância do cristianismo) e revelam que pessoas religiosas diferem das que não são (ou demonstram pouco essa característica) em duas dimensões da personalidade: afabilidade e consciência.

Aproximadamente 60 % dos crentes contra 40% dos não religiosos evidenciaram esses dois aspectos. O estudo considerou pesquisas de 1970 até o presente (além de um experimento feito na década de 40), com pessoas de ambos os sexos, desde a adolescência até a idade adulta. No entanto, é importante considerar que a correlação foi traçada em uma análise após o estudo. A tendência foi observada em pessoas de algumas grandes religiões, como protestantes, católicos, judeus e muçulmanos. Vários experimentos psicológicos reforçam a ideia de que os crentes tendem a apresentar atitudes de cooperação, tanto em pesquisas de laboratório como em projetos voluntários da vida real. Além disso, não raro, apoiam estilos de vida saudáveis que refletem busca de autocontrole, baixo consumo de álcool, drogas e cigarros. Embora os dados sejam modestos, os fatos são bastante consistentes.

Mas será que, em vez de se tornarem religiosas porque são mais propensas, essas pessoas na verdade não foram ensinadas pela religião a serem mais afáveis e conscientes? Para responderem a essa questão, os pesquisadores examinaram dados do Estudo Longitudinal de Terman, um projeto que investigou um grupo de pessoas com QI alto durante toda a vida. No início de 1920, pais e professores avaliaram vários aspectos da personalidade dos participantes de 12 a 18 anos. O psicólogo Michael McCullough e seus colegas da Universidade de Miami descobriram que, de 492 voluntários analisados, as crianças e os adolescentes classificados como “mais agradáveis e conscientes”, demonstraram maior ligação com a religião 19 anos mais tarde, em comparação aos participantes que receberam baixa pontuação nessa medida quando eram crianças. Em outra pesquisa publicada dois anos mais tarde, também com dados do estudo de Terman, cientistas observaram mudanças em relação à religiosidade ao longo de 50 anos. Os voluntários com maior afabilidade no início da vida adulta demonstraram maior propensão a permanecerem fiéis (ou até mesmo tornarem-se mais religiosos) do que aqueles menos agradáveis na juventude.

Os resultados estão alinhados com a teoria da personalidade. Traços individuais já estão presentes na primeira infância e mais tarde são moldados fortemente por atitudes sociais, valores e identidades. Acreditamos, portanto, que a religiosidade não torna as pessoas mais agradáveis e conscientes, mas sim que a personalidade influencia a crença.

RELIGIOSO OU ESPIRITUALISTA?

Se as pesquisas confirmarem esse padrão, principalmente nas culturas e religiões orientais, teremos evidências psicológicas de algumas funções universais da religião. Não é de hoje que os cientistas sugerem que a coesão social que ela proporciona pode ter desempenhado um papel evolutivo importante, permitindo que grupos maiores de pessoas se unissem. Agora, descobertas recentes apoiam essa ideia. A junção de afabilidade e consciência denota uma tendência à ordem e harmonia social em outras palavras, estabilidade.

Podemos acrescentar ainda nuances ao estilo da personalidade crente. Na meta- análise foram revisados estudos relacionados à espiritualidade que englobam formas mais modernas de fé, mas não necessariamente ligadas a instituições religiosas ou fundamentalistas. Em torno de 62% dos participantes conscientes, preocupados com o bem-estar alheio e com forte abertura a experiências, mostraram-se espiritualistas. E aproximadamente o mesmo número de voluntários com as duas primeiras características de personalidade bem desenvolvidas – mas com pouco interesse no novo – tendia a se engajar em grupos religiosos fundamentalistas. Acreditamos que a capacidade de abertura à novidade ajude a moldar o tipo de fé.

OUTROS OLHARES

A INTERNET É UMA SALA DE AULA

Com milhões de seguidores, professor usa YouTube e redes sociais para ensinar biologia

A internet é uma sala de aula

O biólogo Paulo Jubilut mudou sua trajetória como professor a partir de uma demissão. Frente ao desafio de se reinventar na docência, ele criou a maior plataforma digital de videoaulas voltadas à alunos pré-universitários do Brasil, que já atingiu cerca de 3,5 milhões de visualizações. Especialista no uso de redes sociais na educação, ele acredita que a quantidade crescente de alunos interessados em aprender em comunidades virtuais reflete alternativas de abordagem na educação à distância (EAD) – e vê no uso de tecnologias um aliado para uma mudança de paradigma.

COMO VOCÊ DESCOBRIU QUE PODERIA USAR AS REDES SOCIAIS PARA ENSINAR BIOLOGIA?

Fui professor de biologia em um curso pré-vestibular, de onde fui demitido em 2011, o que me fez pensar em novas formas de abordar o tema. Resolvi gravar uma aula e postar no YouTube, numa época em que essa plataforma não era o fenômeno que é hoje. Comecei com linguagem descontraída e informal, em contraponto às videoaulas mais formais, usando uma linguagem mais próxima da linguagem do aluno. O vídeo fez sucesso e gravei outras aulas que começaram a ser mais visualizadas. Comecei a postar as aulas em um canal que já tem cerca de 1,3 milhão de seguidores, e numa página no Facebook, com cerca de 3,5 milhões de curtidas, o que fez de mim possivelmente o professor com maior engajamento em redes sociais no Brasil.   

COMO FOI A MIGRAÇÃO DA SALA DE AULA PARA O ANBIENTE VIRTUAL?

Fui aprendendo na prática, porque o uso de redes sociais na educação é recente no Brasil. No Facebook, comecei a falar de biologia relacionada ao cotidiano das pessoas. É uma ciência da vida, e para que as pessoas conseguissem relacionar sua vida com biologia, busquei falar sobre corpo humano, doenças, medicamentos. Na rede social passei a atingir o grande público. Hoje não trabalho mais sozinho, mas em equipe. Temos uma empresa com 30 pessoas, uma agência digital especializada em biologia. Também temos professores de física e química, para abordar as ciências da natureza de maneira interdisciplinar.

NAS REDES SOCIAIS NÃO HÁ CONTROLE SOBRE QUANTIDADE E PERFIL DE USUÁRIOS QUE ACESSAM INFORMAÇÕES. ISSO INFLUENCIOU A MANEIRA COMO VOCÊ PASSOU A USAR AS REDES?

É preciso ter cuidado, porque nas redes sociais há pessoas intolerantes, que não aceitam informações de caráter científico. Por exemplo, para explicar cromossomos, falamos de gênero e descobrimos que essa discussão inflama as pessoas. Falamos sobre o vírus Zika, e houve manifestações contra as vacinas. Nas redes as pessoas se manifestam muito mais e de maneira mais agressiva. Por isso, as linguagens foram se aprimorando, para evitar ou desestimular ataques. Hoje nos adiantamos buscando uma abordagem mais adequada, para evitar possíveis problemas. Passamos a usar algumas estratégias para aumentar o público – por exemplo, usar o tema animais de estimação para criar empatia com a biologia, porque pets engajam as pessoas. Navegando, o aluno chega a uma informação sobre pet que queremos abordar, como vacinação, o que nos ajuda a esclarecer o tema e a combater informações de movimentos que são contra vacinas, por exemplo.

MAS COMO DAR UMA AULA EM UM TEMPO TÃO REDUZIDO?

Se não se pode dar uma aula em oito minutos, é necessário tornar as aulas mais atraentes. Hoje, nossa proposta é fazer videoaulas com linguagem cinematográfica, mais próxima dos seriados, uma linguagem com a qual os alunos estão familiarizados. Por isso, gravamos aulas de biologia in loco, mostrando a fauna local, o que o ensino presencial não consegue fazer. A ideia é que o aluno assista essa aula em casa, para que o professor depois possa abordar o tema em sala de aula.

A IDEIA DE EAD ESTÁ BEM DIFUNDIDA, MAS RECURSOS COMO AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO AINDA O FOCO DOS PROFESSORES. COMO AS NOVAS TECNOLOGIAS PODEM SER MAIS RAPIDAMENTE ABSORVIDAS?

A EAD ainda produz o ensino presencial, o que não é inovador e apenas replica no meio digital o modelo analógico, que não funciona mais. A EAD continua formal, mesmo estando voltada a uma geração extremamente informal. Mas, mesmo não sendo disruptiva ou inovadora, a EAD cresce devido ao estilo de vida das pessoas, mais atarefadas, com maior acesso à internet, à banda larga. Contudo, é preciso crescer com qualidade. Para atingir a linguagem dessa geração e uma nova EAD, é preciso manter o aluno motivado. Este é o desafio tecnológico da EAD, porque ainda é mais difícil manter o aluno motivado no ensino à distância do que no presencial.

BESSE SENTIDO, AS REDES SOCIAIS INFLUENCIAM O CONTEÚDO E A PRÓPRIA METODOLOGIA. QUAIS SERIAM AS VANTAGENS, DESVANTAGENS E DESAFIOS?

Desde pequeno o aluno está acostumado a aulas presenciais. A EAD é um sistema com o qual ele não está habituado, para o qual não foi treinado. Essa transição é complicada, e muitos não se adaptam. Não é questão de disciplina, mas de treinamento. Por isso, há mais resistência ao ensino à distância do que ao presencial. Quando o aluno se perde dentro da modalidade à distância, ele se desmotiva, e gera mais evasão do que no ensino presencial. Se o aluno não entende como funciona, se não consegue tirar uma dúvida, ele se sente só e desiste. O grande desafio da EAD é construir plataformas de aprendizagem que repliquem o melhor do modelo presencial, que é fazer com que o aluno se sinta em comunidade, que interaja e tire dúvidas.

AS CHAMADAS AULAS-SHOW, EM QUE UM PROFESSOR TEM DE MANTER A ATENÇÃO DE UM AUDITÓRIO LOTADO, SÃO UM MODELO POSSÍVEL PARA VIDEOAULAS?

Depende. Eu mesmo já dei esse tipo de aula, sem informação suficiente para o aluno, porque dar 50 aulas por semana impede pesquisa e aprimoramento e o conteúdo fica sem profundidade. Mas na modalidade digital a aula precisa ser bem preparada para atingir muita gente. O professor precisa ter tempo para estudar, buscar estratégias, apoio em trabalhos científicos. Se isso acontecer, é possível dar aula para duas mil pessoas, com carisma e humor, mas também com muito conteúdo.

MAS COMO ESSE TIPO DE AULA PODERIA FUNCIONAR NAS REDES SOCIAIS?

O essencial de uma videoaula nas redes sociais é ir direto ao ponto, sem enrolação, com exemplos diretos, porque os dez primeiros segundos do vídeo são fundamentais para a pessoa decidir se assiste ou não. Em dez segundos é preciso deixar claro o que tem de melhor na aula e encantar o aluno. No vídeo, a percepção de tempo é diferente. E os professores precisam saber disso. Um exemplo de três minutos em sala precisa ser de 20 segundos no vídeo. E, se determinado tema necessita de uma hora para ser abordado, é preciso dividir a aula em módulos de 10 a 15 minutos, para engajar e não perder o aluno.

COMO ISSO FOI OBSERVADO?

Fazemos análise permanente de dados. Temos ferramentas, como os analytics, que informam em qual momento da aula houve queda na audiência, perda de visualização. Analisamos o que a aula mostrava naquele exato momento, a fim de criar alternativas para não diminuir o público. Por exemplo, descobrimos que quando um exercício começa a ser resolvido há perda de público, e passamos a dividir as aulas em duas partes, uma com conteúdo e outra com exercício. Na primeira aula, queremos encantar. Na segunda, desenvolver. Assim, chegamos ao final com um público possivelmente menor, mas mais interessado.

NESSE SENTIDO, É O ALUNO QUEM DETERMINA O QUE QUER.

Sim, é uma possibilidade. Hoje usamos computação gráfica, o que deixa as aulas mais ricas e até mais longas, mas para isso, é preciso criar um roteiro antes de gravar, pensar a aula no formato de vídeo. No digital, o aluno tem mais liberdade de tirar dúvidas, por conta da interação mediada.

E COMO ACONTECE ESSA INTERAÇÃO NAS REDES?

Atualmente, há grupos de WhatsApp em que os alunos discutem os temas das aulas, há Instagram de estudos com comunidades gigantescas para tirar dúvidas, e há grupos no Facebook, com o mesmo propósito. Por isso, é preciso pensar nas redes como plataformas que possibilitam criar comunidades, e a EAD, cada vez mais, vai funcionar como comunidade virtual. Outro exemplo de interação acontece nas comunidades gamificadas, em que os alunos tiram suas dúvidas e pontuam com isso, como em um jogo. Há votação e mediadores, ou seja, a tecnologia permite que as pessoas interajam, aprendam e tirem dúvidas entre si. Nessas comunidades, o professor está se tornando um tutor, porque as pessoas estão aprendendo a aprender sozinhas.

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GESTÃO E CARREIRA

APRENDA A FALAR EM PÚBLICO SEM MEDO!

Aprenda a falar em público sem medo

Nem todo mundo nasce com a habilidade de se expressar facilmente para o público ou fazer apresentações que envolvem clientes. Para quem se encaixa na parcela dos que tropeçam nas palavras e não conseguem deixar as ideias fluírem, é muito importante deixar a vergonha e o nervosismo de lado e começar a treinar a oratória. Afinal, para obter o sucesso profissional, a habilidade de se comunicar facilmente com os outros é imprescindível.

As empresas estão cada vez mais procurando profissionais que saibam se expressar bem em todas as situações, principalmente em reuniões com clientes. Dependendo do ramo de atividade, a capacidade de usar as palavras certas pode gerar grandes negócios. Afinal, alguém que tenha dificuldade em se expressar pode passar uma imagem pouco convincente do assunto a ser abordado.

E para quem é micro ou pequeno empresário, dominar a arte de falar em público torna-se mais importante ainda. Afinal, muitas vezes, cabe à própria pessoa a função de vender seus serviços e expandir o negócio. O poder de se expressar é realmente necessário.

VENCENDO OBSTÁCULOS

No entanto, não é de um dia para o outro que alguém aprende a se comunicar com mais fluidez, deixando o nervosismo e medo de lado. Mas, é possível trabalhar este problema e reverter a situação. “Sim, uma pessoa tímida pode superar suas dificuldades e falar bem em público. Ela deve ser consciente de suas limitações e, sem justificativas, sem cobranças excessivas ou julgamentos, procurar superar esses limites”, diz o psicólogo, coach e trainer em Programação Neurolinguística e diretor da Clínica Ser Integral, em Santos/SP Roberto Debski.

De acordo com ele, isso pode ser conquistado principalmente em um processo terapêutico, cursos e treinamentos que focam o autoconhecimento e a expressão verbal, processos de coaching ou terapias.

Para quem é realmente muito tímido ou precisa lutar contra a emocional, um curso de expressão verbal ou oratória sempre pode acrescentar conhecimentos e habilidades a quem precisa ou pretende se expor publicamente. “O medo de falar em público é uma das principais fobias sociais, e o temor de se expor, ser julgado ou criticado em público impede muitos profissionais de excelente conhecimento, conteúdo e técnica de crescer e alavancar suas carreiras por evitar esse tipo de exposição, diz Debski, ressaltando que autoconhecimento, segurança e tranquilidade pessoal são fundamentais para todos nós mas imprescindíveis a todos que queiram se colocar no mercado, conectar-se socialmente e profissionalmente e falar em público.

DICAS PARA MELHORAR

Outros detalhes também são muito importantes para desenvolver a oratória, como ter total domínio do assunto sobre o qual vai falar. Mas se houver alguma pergunta que não souber a resposta, a dica é não se abater e deixar claro sobre a real situação.

A organização para um evento, palestra ou apresentação nunca deve ser planejada em cima da hora. A ansiedade mexe com o emocional e prejudica a apresentação. Não se atrasar para a reunião também afasta um estresse desnecessário. Se precisar, anote no papel, faça um checklist para seguir passo a passo.

TREINE SUAS HABILIDADES

Em um primeiro momento, pode parecer difícil aprender a falar em público, principalmente para quem tem algum tipo de dificuldade.  Porém, com muito treino ou até cursos específicos, barreiras da timidez e do nervosismo podem ser ultrapassadas.  “Falar de uma forma lógica e que atinja o seu público pode parecer difícil, mas, com o método certo, você pode aprimorar essas habilidades”, ensina o especialista em Comunicação Verbal e CEO do Instituto Reinaldo Passadori de Comunicação Verbal, Reinaldo Passadori.

Para ajudar o profissional que deseja aprimorar a habilidade da oratória, Passadori separou seis dicas que considera muito importantes:

1. OBSERVE OUTRAS PESSOAS EXPERIENTES: Pesquise vídeos de pessoas que são boas em oratória e analise a organização do discurso, a postura e a linguagem corporal. Nesse caso, é importante todos os nossos canais sensoriais, como visão, audição e sinestésica. Analisando os padrões, veja o que pode ser positivo ou negativo. Estude outras pessoas e crie uma percepção ampla sobre posturas ao falar em público.

2. TENHA DOMÍNIO SOBRE O ASSUNTO: Procure manter pensamentos positivos e passe transparência e afinidade para os ouvintes acreditarem no que está sendo dito. As pessoas estão ali para saber mais sobre o tema e para ouvir sua experiência. Não perca o foco do objetivo. Isso vale para reuniões com clientes também.

3. SAIBA ADMINISTRAR O RITMO DE SUA FALA: Importante usar um ritmo de fala adequado, para não extrapolar e passar a impressão de comando e imposições. Tenha uma linguagem clara, opte por frases curtas por um ritmo mais suave, transmitindo segurança e credibilidade. Ao falar com o público, é preciso alternar o ritmo, o tom de voz e a harmonia. Evite fazer pausas longas demais, exceto quando for fazer alguma declaração mais significativa.

4. APRENDA A CONTROLAR O NERVOSISMO: Essa é uma estratégia que pode parecer a parte mais complicada, mas a respiração e o modo como você se prepara para a apresentação, antecipadamente, são essenciais para obter êxito nessa tarefa. Quando se expira e inspira rápido demais, áreas do cérebro são ativadas e estimulam a hiperventilação, funcionando como uma técnica de autodefesa do corpo para que ele busque retomar o equilíbrio. Faça exercícios de controle de respiração desde o início. Assim, o seu corpo já estará dominado e, ao entrar no ambiente de fala, você se sentirá muito mais à vontade.

5. TENHA UM ROTEIRO E ENSAIE: É importante estabelecer um roteiro para que você se sinta mais confiante ao falar. Uma dica é gravar-se. Ao ver e ouvir a si mesmo, você terá noção de sua performance. Outra opção é você se apresentar para seus conhecidos e pedir críticas construtivas sobre sua linguagem corporal, seu tom de voz e sua expressão facial. Além disso, o ensaio permite que você defina melhor e memorize a mensagem que deseja passar.

6. INVISTA NA CONCLUSÃO DO DISCURSO: Estruture e ensaie muito bem a sua conclusão. Não termine sua fala dizendo “era isso o que tinha para dizer”, mas, sim, propondo uma reflexão. Enfatize os pontos mais relevantes, agradeça ao público e procure manter uma boa expressão corporal e facial ao fim da fala.

E como um último conselho para quem quer se tornar um expert em oratória, o doutor Debski destaca mais uma vez o poder do emocional sobre a mente de quem vai falar em público. “O que impede uma apresentação de sucesso, quando o palestrante tem o domínio técnico do assunto, invariavelmente, é o seu emocional. A timidez, a vergonha, o medo de se expor, de ser criticado e julgado impedem que uma pessoa apresente a si mesma e a seu trabalho, e já limitaram a vida, a carreira e os resultados de muitas pessoas e profissionais bem-intencionados e competentes. Todo medo da crítica e do julgamento e basicamente autocrítica autojulgamento. Superar as limitações pessoais, aprender a gerenciar o estresse, lidar com suas emoções e ampliar a resiliência são os primeiros passos para o sucesso pessoal e profissional”, finaliza·

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PREPARE-SE PARA APRESENTAÇÕES

A psicóloga e coach Adriana Vicco dá outras dicas de como micro e pequenos empresários podem perder o nervosismo e se preparar para uma apresentação em público.

PÚBLICO-ALVO

O primeiro passo para quem terá que fazer uma apresentação é procurar conhecer o perfil de seu público-alvo, idade, gênero, profissões, etc. São informações básicas para adequação de linguagem e exemplos.

OBJETIVO

Segunda coisa a se pensar é qual seu objetivo com aquela apresentação, o que espera alcançar? Quer vender uma ideia, produto ou serviço, promover sua marca, passar alguma informação na qual você é referência no assunto, entre outros.

TEMPO

Quanto tempo você terá disponível entre a apresentação e perguntas do público. Monte uma estrutura, uma espécie de esqueleto de sua apresentação com os tópicos principais.  Inicie falando qual o objetivo a ser alcançado e de forma estruturada desenhe os tópicos que farão com que você alcance esse objetivo ao final da sua apresentação.

RECURSOS AUDIOVISUAIS

Ajuste a quantidade de slides para isso. Uma base de cálculo moderada são dois minutos por slide, entretanto, isso varia muito, pois você pede ter slides somente com fotos aos quais não terá nada a acrescentar e slides com uma frase que o conecte a contar uma história atrelada a isso. Então o mais seguro é você ter na sua cabeça ao montar sua apresentação o que pretende falar em cada um dos slides e treinar antes. Os slides servem somente como base para mantê-lo na rota. Não leia os slides e de forma alguma vire de costas para seu público! Se necessário, leve anotações complementares em fichas que poderão ser consultadas sem problemas, durante sua apresentação, principalmente se não puder usar slides. Uso de flip chart também é adequado para construir e fixar ideias na cabeça de seu público-alvo.

MEDOS

Primeiro entenda que muitas vezes desenhamos em nossa cabeça um público muito mais aterrador do que ele efetivamente se apresenta. A preocupação ou “pré-ocupação” deve servir somente para que você se prepare, e não para paralisar você. O preparo minimiza 99% de seus problemas ao fazer uma apresentação. Entretanto, imprevistos podem acontecer, por exemplo, o equipamento não funcionar, etc., leve tudo com bom humor, mesmo que por dentro você esteja com muita raiva.  Ao se deparar com seu público, já tenha ensaiado um pequeno quebra gelo antes de iniciar sua apresentação, por exemplo, contando uma história engraçada que pode ter ocorrido com você a caminho de sua apresentação. Não exagere, lembre­ se de que é só um quebra-gelo, não um show de stand up comedy. Fixe seu olhar em alguém que você sabe que torce positivamente para seu sucesso. Isso pode ajudar aliviar sua tensão também. E ensaie, ensaie, ensaie na frente do espelho e depois na frente de alguém em que você confia, peça feedbacks e faça as alterações que achar adequadas.

DICAS FINAIS

Tenha sempre sua apresentação em equipamentos e pen drives de backup, chegue pelo menos 30 minutos antes do horário e teste toda sua apresentação no local; se estiver muito nervoso ao chegar, respire profundamente e em local isolado até que seu

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 8: 51-59

Alimento diário

As Palavras de Cristo aos fariseus

 

Nestes versículos:

I – A doutrina da imortalidade dos crentes é estabelecida, v. 51. Ela é apresentada com o prefácio solene usual: “Em verdade, em verdade vos digo”, o que exige atenção e também aceitação, e isto é o que Ele diz: “Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”. Aqui temos:

1. O caráter de um crente: ele é alguém que observa as palavras do Senhor Jesus. “Esta minha palavra que Eu transmiti a vocês”. Isto nós não somente devemos receber, mas guardar; não somente ter, mas reter. Nós devemos guardá-la na mente e na memória, guardá-la em amor e afeição, guardá-la de modo a não violá-la ou ir contra ela, guardá-la “sem mácula” (1 Timóteo 6.14), guardá-la como algo confiado a nós, guardá-la como nosso caminho, como nossa lei.

2. O privilégio de um crente: ele não verá a mor te para sempre, de maneira alguma. Isto é o que está escrito no original. Não como se os corpos dos crentes estivessem protegidos do golpe da morte. Não, até mesmo os filhos do Altíssimo devem morrer como homens, e os seguidores de Cristo estiveram, mais do que outros homens, frequentemente à morte. e eram mortos todo o tempo. Como. então, esta promessa de que eles não veriam a morte poderia ser cumprida? Resposta:

(1) A propriedade da morte é tão alterada para aqueles que guardam as palavras de Jesus, que eles não a veem como morte, não veem o temor da mor te, ele é removido. Sua visão não termina na morte, como a daqueles que vivem segundo os sentidos. Não. Eles veem com tanta clareza, com tanto conforto, através da morte, e além dela, e são levados de tal maneira ao outro lado da morte, que não percebem a morte, e não a veem.

(2) O poder da morte está tão rompido, que, embora não exista remédio, a não ser ver a morte, ainda assim eles não verão a morte para sempre, não estarão para sempre encerrados na sua prisão, virá o dia em que “cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória”.

(3) Eles são libertados perfeitamente da morte eterna, não receberão “o dano da segunda morte”. Esta é a morte à qual se faz referência aqui, esta morte que é para sempre, que é o oposto da vida eterna. Isto eles nunca verão, pois nunca serão condenados. Eles terão sua sorte eterna onde não haverá mais morte, onde já não podem mais morrer, Lucas 20.36. Embora agora eles não possam evitar ver a morte, e senti-la, ainda assim em breve eles estarão onde nunca mais a verão para sempre, Êxodo 14.13.

II – Os judeus criticam esta doutrina. Em vez de se apegarem a esta preciosa promessa de imortalidade, que a natureza do homem ambiciona (Quem não ama a vida e teme a visão da morte?), eles aproveitam esta oportunidade para reprovar aquele que lhes faz uma oferta tão gentil: “Agora, conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão”. Observe aqui:

1. Sua ofensa: ”Agora, conhecemos que tens demônio, que estás louco. Estás delirando, e não sabes o que estás dizendo”. Veja como estes porcos pisoteiam as preciosas pérolas das promessas do Evangelho. Se eles tivessem evidências para provar que Ele estava louco, por que disseram (v.48), antes que tivessem esta prova: “Tens demônio”? Mas este é o método da maldade, primeiramente lançar uma acusação dolorosa, e depois procurar a evidência dela: ”Agora, conhecemos que tens demônio”. Se Ele não tivesse provado, com evidências abundantes, ser um mestre vindo de Deus, suas promessas de imortalidade aos seus seguidores crédulos podiam, com razão, ser ridicularizadas, e a própria caridade teria lhes sido imputada como uma fantasia desvairada. Mas sua doutrina era, evidentemente, divina, seus milagres confirmavam isto, e a religião dos judeus os tinha ensinado a esperar um profeta como este, e a crer nele. Portanto, rejeitá-lo significava abandonar aquela promessa que suas doze tribos esperavam alcançar, Atos 26.7.

2. O raciocínio deles, e a desculpa que tinham para persegui-lo desta maneira. Em resumo, eles o consideravam culpado de uma arrogância insuportável, ao fazer-se maior que ”Abraão e os profetas”: “Morreu Abraão e os profetas”, eles também morreram. Realmente, era verdade, da mesma maneira como estes judeus eram a descendência genuína daqueles que os tinham assassinado. Veja:

(1) É verdade que Abraão e os profetas eram grandes homens, grandes na graça de Deus, e grandes na estima de todos os homens bons.

(2) É verdade que eles guardavam as palavras de Deus, e eram obedientes a elas. E ainda assim:

(3) Ê verdade que eles morreram. Eles nunca pretenderam ter, e muito menos dar, a imortalidade, mas cada um deles, na sua própria ordem, foi “congregado ao seu povo”. O fato de terem “morrido na fé” foi uma honra para eles, mas eles deviam morrer. Por que um homem bom deveria ter medo de morrer, quando Abraão está morto, e os profetas estão mortos? Eles percorreram o caminho pelo vale escuro, o que deveria nos reconciliar com a morte e ajudar a remover o terror dela. Agora eles pensam que Cristo fala como louco, quando diz: “Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte”. Provar a morte significa a mesma coisa que ver a morte, e a morte pode muito bem ser representada como dolorosa para nossos diversos sentidos, pois ela é a destruição de todos eles. Mas a argumentação dos judeus se baseava em dois enganos:

[1] Eles entendiam que Cristo tinha a imortalidade neste mundo, e isto era um engano. No sentido em que Cristo falava, não era verdade que Abraão e os profetas estivessem mortos, pois Deus ainda é o Deus de Abraão e o Deus dos santos profetas (Apocalipse 22.6). “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mateus 22.32). Portanto, Abraão e os profetas ainda estão vivos, e, como Cristo queria dizer, não tinham visto nem prova­ do a morte.

[2] Eles pensavam que ninguém poderia ser maior do que Abraão e os profetas, ao passo que não podiam deixar de saber que o Messias seria maior do que Abraão ou qualquer um dos profetas. Eles agiram virtuosamente, mas Ele os excedeu a todos. Na verdade, eles emprestaram dele sua grandeza. Era uma honra para Abraão que o Messias fosse seu descendente segundo a carne, e uma honra para os profetas o fato de que testemunhassem de antemão a respeito dele, de modo que Ele certamente herdasse “mais excelente nome do que eles”. Portanto, em vez de deduzir, quando Cristo afirmou ser maior do que Abraão, que Ele tivesse um demônio, eles deviam ter deduzido, quando Ele provou que o era (realizando as obras que nem Abraão nem os profetas jamais tinham realizado), que Ele era o Cristo, mas seus olhos estavam cegos. Eles perguntaram, com escárnio: “Quem te fazes tu ser?” Como se Ele tivesse sido culpado de orgulho e vanglória. Mas Ele estava tão longe de se fazer maior, que agora lançou um véu sobre sua própria glória, esvaziou-se e se tornou menor do que era, e este foi o maior exemplo de humildade que já houve.

 

III – A resposta de Cristo a estas críticas. Ele ainda condescende em argumentar com eles, “para que toda boca esteja fechada”. Sem dúvida, Ele podia tê-los tornado surdos ou mortos ali mesmo, mas este era o dia da sua paciência.

1. Na sua resposta, Ele não insiste no seu próprio testemunho a seu respeito, mas desiste dele, como sendo insuficiente ou não conclusivo (v. 54): “Se eu me glorifico a mim mesmo”, “a minha glória não é nada”. Observe que a honra própria não é honra, e a simulação de glória é tanto sua perda quanto sua rescisão. Isto “não é glória” (Provérbios 25.27), mas uma censura tão grande, que não existe pecado que os homens se esforcem mais para esconder do que este. Nem mesmo aquele que mais simula estar louvando ao Senhor deseja ser imaginado fazendo-o. A honra que nós mesmos criamos é uma mera quimera, não contém nada, e por isto é chamada de vanglória. Os que admiram a si mesmos, enganam a si mesmos. Nosso Senhor Jesus não era alguém que honrasse a si mesmo, como eles o apresentavam. Ele era coroado por aquele que é a fonte de honra, e não se glorificou a si mesmo, para se fazer Sumo Sacerdote, Hebreus 5.4,5.

2. Ele faz referência ao seu Pai, Deus, e ao pai deles, Abraão.

(1) Ao seu Pai, Deus: “Quem me glorifica é meu Pai”. Com isto, Ele quer dizer:

[1] Que Ele obtinha do seu Pai toda a honra que agora reivindicava. Ele tinha ordenado que eles cressem nele, que o seguissem e que guardas­ sem sua palavra, tudo o que lhe conferia honra, mas era o Pai que o ajudava, que armazenava em si toda a plenitude, que o santificava, e o confirmava, e o enviava ao mundo para receber todas as honras devidas ao Messias, e isto o justificava em todas estas questões de respeito.

[2] Que Ele dependia do seu Pai para ter toda a honra que, mais adiante, esperava. Ele não desejava os aplausos da época, mas os desprezava, pois seus olhos e seu coração estavam sobre a glória que o Pai lhe tinha pro­ metido, e que Ele tinha com o Pai “antes que o mundo existisse”. Ele desejava a honra com a qual o Pai iria exaltá-lo, e um nome que o Pai lhe daria, Filipenses 2.8,9. Observe que Cristo e todos os que são seus dependem de Deus para serem honrados, e aquele que tem a certeza de que será honrado onde é plenamente conhecido não se importará em ser desprezado no local onde está disfarçado. Apelando assim ao seu Pai, e ao testemunho que seu Pai daria a respeito dele, um testemunho que os judeus ainda não aceitavam nem davam crédito: Em primeiro lugar, aqui Ele aproveita para mostrar-lhes a razão da sua incredulidade, apesar deste testemunho – e era sua pouca familiaridade com Deus. Como se Ele tivesse dito: “Mas por que Eu deveria falar com vocês que meu Pai me honra, quando Ele é alguém que vocês não conhecem? Vocês dizem que Ele é seu Deus, mas vocês não o conhecem”. Observe aqui:

A. A confissão que eles faziam em relação a Deus: “Vocês dizem que Ele é seu Deus, o Deus que vocês escolheram, e com quem vocês têm um concerto. Vocês dizem que são o Israel de Deus, mas “nem todos os que são de Israel são israelitas”, Romanos 9.6. Observe que muitos fingem ter um interesse por Deus, e dizem que Ele é deles, mas não têm nenhuma razão justa para dizerem isto. Aqueles que se diziam ser o templo do Senhor, tendo profanado a excelência de Jacó, somente confiavam em palavras falsas. De que nos servirá dizer: “Ele é nosso Deus”, se não formos, sinceramente, seu povo, nem formos tais que Ele reconheça? Cristo aqui menciona a confissão que eles faziam com relação a Deus como um agravamento à sua incredulidade. Todas as pessoas honrarão aqueles a quem seu Deus honra, mas estes judeus, que diziam que o Senhor era seu Deus, tramavam como poderiam trazer a desgraça maior sobre aquele a quem Deus honrava. Observe que a confissão que fazemos de uma relação de concerto com Deus, e do nosso interesse por Ele, se não for aproveitada por nós, será aproveitada contra nós.

B. A ignorância deles a respeito dele, e sua separação dele, com a seguinte afirmação: “Vós não o conheceis”.

(a) “Vocês realmente não o conhecem”. Estes fariseus estavam tão absorvidos no estudo das suas tradições a respeito de coisas diferentes e insignificantes, que não se preocuparam com o conhecimento mais necessário e útil. Como os falsos profetas de antigamente, que, pelos seus sonhos, faziam com que as pessoas esquecessem o nome de Deus, Jeremias 23.27. Ou:

(b) “Vocês não o conhecem corretamente”, mas se enganam a respeito dele, e isto é tão ruim quanto não conhecê-lo completamente, ou ainda pior. Os homens podem discutir astutamente a respeito de Deus, e ainda assim julgá-lo como se Ele fosse alguém como eles, e não conhecê-lo. “Vocês dizem que Ele é seu, e é natural que desejemos conhecer os que são nossos, mas vocês não o conhecem”. Observe que há muitos que se dizem parentes de Deus que, no entanto, não têm conhecimento dele. Eles somente aprenderam a falar do nome de Deus, e a temê-lo, mas da natureza de Deus, dos seus atributos e suas perfeições, e do seu relaciona­ mento com suas criaturas, eles não conhecem nada. Eles dizem isto para sua vergonha, 1 Coríntios 15.34. As multidões se satisfazem, mas se enganam, com uma relação nominal com um Deus desconhecido. Aqui, o Senhor Jesus Cristo acusa os judeus de estarem vivendo esta situação:

[a] Para mostrar como eram vãs e infundadas suas pretensões de se relacionarem com Deus. “Vocês dizem que Ele é de vocês, mas vocês se enganam, pois está claro que não o conhecem”. E nós reconheceremos que os trapaceiros serão efetivamente culpados se descobrirmos que eles são ignorantes sobre as pessoas com as quais fingem ter uma aliança.

[b] Para mostrar a verdadeira razão pela qual eles não se transformavam pela doutrina e pelos milagres de Cristo. Eles não conheciam a Deus, e por isto não percebiam a imagem de Deus, nem a voz de Deus, em Cristo. Observe que a razão pela qual os homens não recebem o Evangelho de Cristo se deve ao fato de que eles não conhecem a Deus. Os homens não se submetem à justiça de Cristo porque não conhecem a justiça de Deus, Romanos 10.3. Aqueles que não conhecem a Deus, e não obedecem ao Evangelho de Cristo, estão juntos, 2 Tessalonicenses 1.8.

Em segundo lugar, Ele lhes dá a razão da sua certeza de que seu Pai o honraria e reconheceria: “Mas eu conheço-o”, e outra vez: “conheço-o”, o que indica, não somente sua familiaridade com Ele, tendo estado no seu seio, mas sua confiança nele, de estar ao seu lado e sustentá-lo na sua missão. Como foi profetizado a seu respeito (Isaias 50.7,8): “Sei que não serei confundido. Perto está o que me justifica”. E como Paulo: “eu sei em quem tenho crido” (2 Timóteo 1.12), Eu sei que Ele é fiel, e poderoso, e sinceramente envolvido na causa que Eu sei que é dele”. Observe:

1. Como Ele professa o conhecimento que tem do seu Pai, com a maior certeza, como alguém que não sentia medo ou vergonha de admiti-lo: “Se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós”. Ele não negaria sua relação com Deus, o Pai, para satisfazer aos judeus e para evitar suas reprovações, evitando assim problemas maiores, nem retiraria o que tinha dito, ou confessaria ter sido enganado ou enganador. Se o fizesse, Ele estaria dando um falso testemunho contra Deus, o Pai, e contra si mesmo. Observe que aqueles que negam sua religião e sua relação com Deus, como Pedro, são mentirosos, tanto quanto o são os hipócritas, que fingem conhecê-lo, quando não o conhecem. Veja 1 Timóteo 6.13,14. O Sr. Clark bem observa, com isto, que é um grande pecado negar a graça de Deus em nós.

2. Como Ele prova o conhecimento que tem do seu Pai: “Conheço-o e guardo a sua palavra”. Cristo, como homem, obedecia à lei moral, e como Redentor, à lei de mediação, e em ambas as condições, Ele guardava a palavra do seu Pai, e sua própria palavra com o Pai. Cristo exige de nós (v.51) que guardemos suas palavras, e Ele foi, para nós, um exemplo de obediência, um exemplo sem máculas. Ele guardava a palavra do seu Pai. Aquele que “aprendeu a obediência” bem podia ensiná-la. Veja Hebreus 5.8,9. Cristo, com isto, evidenciava que conhecia o Pai. Observe que a melhor prova de que conhecemos a Deus é nossa obediência a Ele. Somente aqueles que conhecem corretamente a Deus guardam sua palavra. Isto é uma regra, 1 João 2.3. “Nisto sabemos que o conhecemos:”, e não somente imaginamos que o conhecemos, “se guardarmos os seus mandamentos”.

(2) Cristo fala daquele que eles consideravam como pai, e de cuja descendência se vangloriavam tanto, Abraão, e isto encerra seu sermão.

[1] Cristo confirma a esperança que Abraão tinha dele, e o respeito que sentia por Ele: ”Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se”, v. 56. E com isto, Ele prova que não estava errado quando se fez maior do que Abraão. Duas coisas Ele diz aqui, como exemplos do respeito daquele patriarca ao Messias prometido:

Em primeiro lugar, a ambição que ele tinha de ver seu dia: ele exultou, ele pulou de alegria. A palavra, embora normalmente signifique exultar, aqui deve significar um desejo arrebatador, e não apenas uma alegria, pois, de outra maneira, a segunda parte do versículo seria uma tautologia. Ele “viu-o”, e “alegrou-se”. “Ele se moveu, ou se esforçou, para que pudesse ver meu dia”. Como Zaqueu, que correu adiante, e subiu na figueira para “ver quem era Jesus”. As notícias que Zaqueu tinha recebido a respeito do Messias que vi­ ria tinham despertado nele uma expectativa de algo grande, do que ele fervorosamente desejava conhecer mais. A insinuação obscura daquilo que é considerável faz os homens investigarem, e perguntarem ansiosa­ mente: Quem? O que? Onde? Quando? Como? E assim os profetas do Antigo Testamento, tendo uma ideia geral de uma graça que viria, inquiriram diligentemente (1 Pedro 1.10), e Abraão se mostrou, aqui, tão empenhado quanto qualquer um deles. Deus lhe falou de uma terra que daria à sua posteridade, e lhe falou da riqueza e da honra que lhes designava (Genesis 15.14), mas ele nunca saltou desta maneira, para ver este dia, como saltou para ver o dia do Filho do homem. Ele não podia olhar com tanta indiferença para a semente prometida, como poderia olhar para a terra prometida. Para esta, ele era um estranho, mas para a outra, ele não poderia ser. Observe que aqueles que conhecem corretamente alguma coisa a respeito de Cristo não podem deixar de desejar ardentemente conhecer mais sobre Ele. Aqueles que discernem o amanhecer da luz do Sol da Justiça não podem deixar de desejar ver seu nascer. O mistério da redenção é aquele que os anjos desejam conhecer cada vez mais, e muito mais deveríamos nós, que temos um interesse mais imediato nele. Abraão desejou ver o dia de Cristo, embora ele estivesse a uma grande distância, mas esta sua semente degenerada não discernia seu dia, nem lhe deu as boas-vindas, quando esse dia chegou. A aparição de Cristo, que as almas graciosas amam e desejam, os corações carnais temem e odeiam.

Em segundo lugar, a satisfação que ele sentiu com o que viu: “Viu-o, e alegrou-se”. Observe aqui:

1. Como Deus satisfez o desejo piedoso de Abraão. Ele desejava ver o dia de Cristo, e o viu. Embora ele não visse tão claramente, e plenamente, e distintamente, como nós agora o vemos sob o Evangelho, ainda assim ele viu alguma coisa dele, mais, posteriormente, do que tinha visto a princípio. Observe que ao que tem, e ao que pedir, ser-lhe- á dado. Àquele que usar e aproveitar o que tem, e que desejar e orar, pedindo mais conhecimento de Cristo, Deus dará mais. Mas como Abraão viu o dia de Cristo?

(a) Alguns entendem que se trate da visão que Abraão teve, no outro mundo. A alma separada de Abraão, quando o véu da carne se rasgou, viu os mistérios do reino de Deus no céu. Calvino menciona esta possibilidade, e não a descarta. Observe que o desejo das almas graciosas por Jesus Cristo será plenamente satisfeito quando forem para o céu, e não antes disto. Mas

(b) Isto se entende mais comumente como alguma visão que ele tenha tido do dia de Cristo neste mundo. Aqueles que não receberam as promessas, ainda assim as viram de longe, Hebreus 11.13. Balaão viu a Cristo, mas não em seus dias, não de perto. Há espaço para conjeturar que Abraão teve alguma visão de Cristo e do seu dia, para sua própria satisfação pessoal, o que não está, nem deve estar, registrado na sua história, como a de Daniel, que deveria ser fechada e selada até o fim do tempo, Daniel 12.4. Cristo sabia, melhor do que Moisés, o que Abraão viu. Mas há diversas coisas registradas, nas quais Abraão viu mais daquilo que desejava ver do que viu quando a promessa lhe foi feita. Ele viu em Melquisedeque alguém “semelhante ao Filho de Deus”, e um sacerdote eterno. Ele viu uma aparição de Jeová, assistido por dois anjos, nos carvalhais de Manre. Na superioridade da sua intercessão por Sodoma, ele viu um modelo da intercessão de Cristo. Na expulsão de Ismael, e no estabelecimento do concerto com Isaque, ele viu um modelo do dia do Evangelho, que é o dia de Cristo, pois estas coisas eram uma alegoria. Ao oferecer Isaque, e o cordeiro no lugar de Isaque, ele viu um duplo tipo do grande sacrifício, e o fato de que chamasse o lugar de Jehovah-jireh será visto indica que ele viu mais nele do que outros, coisas que o tempo iria trazer. E ao pedir que seu servo pusesse a mão debaixo da sua coxa, ao jurar, ele teve uma consideração para com o Messias.

2. Como Abraão recebeu estas revelações do dia de Cristo, e lhes deu as boas-vindas: “Viu-o, e alegrou-se”. Ele se alegrou com o que ele viu da graça de Deus para si mesmo, e com o que ele previu da misericórdia que Deus tinha reservada para o mundo. Talvez isto nos lembre do riso de Abraão, quando Deus lhe prometeu um filho gerado por Sara (Genesis 17.16,17), pois aquele não era um riso de falta de confiança, como o de Sara, mas de alegria. Naquela promessa, ele viu o dia de Cristo, e isto o encheu de uma alegria indescritível. Assim, ele aceitou as promessas. Observe que uma visão de Cristo e do seu dia, com fé, irá colocar alegria no coração. Não há alegria como a alegria da fé. Ninguém jamais sentirá o verdadeiro prazer, até que conheça a Cristo.

[2] Os judeus criticaram isto, e tentaram reprovar Jesus por isto (v. 57): ”Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?” Aqui, em primeiro lugar, eles supõem que se Abraão o viu, e ao seu dia, Ele também tinha visto a Abraão, o que não era uma indicação indireta, mas esta mudança nas suas palavras serviria para expô-lo. Porém, era verdade que Cristo tinha visto a Abraão, e tinha conversado com Ele, como um homem conversa com seu amigo. Em segundo lugar, eles supõem que era uma coisa absurda que Ele pretendesse ter visto a Abraão, que estava morto há tantos séculos antes que Ele nas­ cesse. O estado dos mortos é um estado invisível, mas aqui eles caem no antigo engano, compreendendo corporalmente o que Cristo falava espiritualmente. Isto lhes deu oportunidade para desprezar a juventude de Cristo, e para recriminá-lo por isto, como se Ele fosse jovem de­ mais, e não soubesse nada: ”Ainda não tens cinquenta anos”. Eles podiam igualmente ter dito: ”Ainda não tens quarenta anos”, pois agora Ele teria apenas trinta e dois ou trinta e três anos de idade. Quanto a este tema, Irineu, um dos primeiros patriarcas da igreja, usando esta passagem, apoia a tradição que ele diz que obteve através de algumas pessoas que tinham convivido com o apóstolo João, de que nosso Salvador viveu até os cinquenta anos de idade. Ele discute esta hipótese em sua obra, Advers. Haeres., liv. 2, caps. 39 e 40. Veja como se deve dar pouco crédito à tradição. E, quanto a isto, os judeus falaram aqui de maneira aleatória. Eles iriam mencionar alguma idade, e por isto tomaram uma da qual julgaram que Ele estivesse bastante distante. O Senhor Jesus não parecia ter quarenta anos, mas eles tinham a certeza de que Ele não poderia ter cinquenta, e muito menos ser contemporâneo de Abraão. Considerava-se que a velhice começava aos cinquenta anos (Números 4.47), de modo que eles queriam dizer nada mais que o seguinte: “Você não deve ser considerado um homem velho. Muitos de nós somos muito mais velhos que você, e não pretendemos ter visto a Abraão”. Alguns pensam que a fisionomia de Jesus estava tão alterada, com a tristeza e a vigília, que, juntamente com a seriedade do seu aspecto, o fazia parecer um homem de cinquenta anos: ”A sua aparência estava tão desfigurada”, Isaías 52.14.

[3] Nosso Salvador dá uma resposta impressionante a esta crítica, com uma afirmação solene da sua idade maior até mesmo do que a de Abraão (v. 58): “‘Em verdade, em verdade vos digo’. Eu não somente digo isto privadamente aos meus discípulos, que se certificarão de dizer o que Eu digo, mas a vós, meus inimigos e perseguidores. Eu digo isto diante de vós, entendei como quiserdes: “Antes que Abraão existisse, Eu sou”, antes que Abraão fosse criado ou nascido, Eu sou. A mudança na expressão é notável, e indica que Abraão era uma criatura, e Ele mesmo, o Criador. Portanto, Ele podia se fazer maior do que Abraão. Antes que Abraão existisse, Ele era, em primeiro lugar, como Deus. “Eu sou” é o nome de Deus (Êxodo 3.14). Isto indica sua existência própria. Ele não diz: “Eu era”, mas: “Eu sou”, pois Ele é o primeiro e o último, imutavelmente o mesmo (Apocalipse 1.8). Assim, Ele era, não somente antes de Abraão, mas antes de todos os mundos, cap. 1.1; Provérbios 8.23. Em segundo lugar, como Mediador. Ele era o Messias indicado, muito tempo antes de Abraão, o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13.8), o canal de transmissão de luz, vida e amor de Deus ao homem. O fato de o Senhor Jesus ser o mesmo desde a eternidade pressupõe sua natureza divina (Hebreus 13.8), e que Ele é o mesmo para os homens, desde a queda do homem. Ele foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção da parte de Deus para Adão, Abel, Enoque, Noé, Sem, e para todos os patriarcas que viveram e morreram na fé nele, antes que Abraão nascesse. Abraão era a raiz da nação judaica, a rocha da qual eles haviam sido cortados. Se Cristo era antes de Abraão, sua doutrina e religião não eram novidade, mas eram, na sua essência, anteriores ao judaísmo, e deveriam tomar seu lugar.

[4] Esta grande frase encerrou abruptamente a discussão, dando-lhe um fim. Eles não podiam tolerar ouvir mais nada dele, e Ele não precisava dizer mais nada a eles, tendo testemunhado esta boa confissão, que era suficiente para suportar todas as suas reivindicações. Alguém poderia pensar que as palavras de Cristo, em que brilhavam tanta graça e glória, teriam cativado a todos, mas o preconceito inveterado deles contra a santa doutrina espiritual e a lei de Cristo, que eram tão contrárias ao seu orgulho e materialismo, frustravam todos os métodos de convicção. Agora se cumpria a profecia (MaIaquias 3.1,2) de que, quando o mensageiro do concerto viesse ao seu Templo, eles não subsistiriam ao dia da sua vinda, porque Ele seria como o fogo do ourives. Observe aqui:

Em primeiro lugar, como eles se enfureceram com Cristo, pelo que Ele dizia: “Pegaram em pedras para lhe atirarem”, v. 59. Talvez eles o considerassem um blasfemo, e os blasfemos deviam, realmente, ser apedrejados (Levíticos 24.16), mas depois de serem legalmente julgados e condenados. Diga adeus à justiça e à ordem, se todo homem pretender executar a lei como desejar. Além disto, eles tinham dito, há pouco tempo, que Ele era um homem louco e perturbado, e se fosse assim, era contrário a toda razão e equidade puni-lo como a um malfeitor pelo que Ele tinha dito. Eles “pegaram em pedras”. O Dr. Lightfoot explica como eles podiam ter pedras tão prontas no Templo. Nesta época, eles tinham trabalhadores reparando o Templo, ou fazendo alguma reforma, e as pedras que eles cortavam serviriam para este propósito. Veja aqui o poder desesperado do pecado e de Satanás, nos filhos da desobediência, e sobre eles. Quem iria pensar que haveria uma maldade como esta nos homens, tal rebelião aberta e corajosa contra aquele que inegavelmente provava ser o Filho de Deus? Desta forma, cada um tinha uma pedra para atirar contra sua santa religião, Atos 28.22.

Em segundo lugar, como Ele escapou das suas mãos.

1. Ele se escondeu. Jesus “ocultou-se”, Ele foi ocultado, ou pela multidão daqueles que lhe queriam bem, para protegê-lo (aquele que devia estar sobre um trono alto e elevado se satisfaz em se misturar com uma multidão). Ou talvez Ele tivesse se escondido atrás de algumas das paredes ou colunas do Templo (“No oculto do seu tabernáculo me esconderá”, Salmos 27.5). Ou por um poder divino, lançando uma névoa diante dos seus olhos, Ele se fez invisível a eles. “Quando os ímpios sobem, os homens escondem-se”, neste caso um homem sábio e bom, Provérbios 28.12,28. Não que Cristo tivesse medo ou vergonha de sustentar o que tinha dito, mas sua hora ainda não era chegada, e Ele desejava estimular a fuga dos seus ministros e do seu povo em tempos de perseguição, quando isto fosse necessário. O Senhor escondeu Jeremias e Baruque, Jeremias 36.26. 2. Ele se retirou, “saiu do templo, passando pelo meio deles”, sem ser descoberto, mas ignorado. Esta não era uma fuga vergonhosa e covarde, nem que demonstrasse culpa ou temor. A respeito dele, estava predito que Ele não faltaria, nem seria quebrantado, Isaías 42.4. Mas:

(1) Isto era um exemplo do poder que o Senhor tem sobre seus inimigos, e de que eles não poderiam fazer contra Ele mais do que Ele lhes permitia. Com isto, parece que quando, posteriormente, Ele foi às profundezas, Ele “se ofereceu a si mesmo”, cap. 10.18. Agora eles pensavam que o haviam detido, e, apesar disto, Ele passou pelo meio deles, porque seus olhos estavam cegos, ou porque suas mãos estavam atadas, e assim Ele os deixou furiosos, como um leão desapontado em relação à sua presa.

(2) Isto era um exemplo da sua prudente provisão para sua própria segurança, uma vez que Ele sabia que sua obra ainda não estava terminada, nem seu testemunho, concluído. Dessa forma, Ele deu um exemplo da sua própria regra: “Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra” (Mateus 10.23), na verdade, se houver oportunidade, para um deserto, como fez Elias (1 Reis 19.3,4), e a mulher, a igreja, Apocalipse 12.6. Quando eles pegaram as pedras soltas para atirar em Cristo, Ele podia ter ordenado que as pedras fixas, que clamavam do muro atrás deles, vingassem sua causa, ou que a terra se abrisse e os tragasse, mas Ele preferiu aceitar a condição em que estava, para que seu exemplo pudesse ser imitado pela prudência dos seus seguidores, sem que fosse necessário um milagre.

(3) Isto era uma deserção justa daqueles que (piores que os gadarenos, que pediram que Ele partisse) o expulsavam com pedras. Cristo não ficará por muito tempo com aqueles que lhe pedem que Ele se vá. Cristo visitou novamente o Templo depois disto. Como alguém que detesta partir, Ele estava frequentemente se despedindo, mas, por fim, Ele o abandonou para sempre, e o deixou vazio. Agora Cristo tinha passado no meio dos judeus, e nenhum deles lhe pediu que ficasse, nem teve vontade de apegar-se a Ele, mas todos ficaram satisfeitos por deixá-lo ir. Observe que Deus nunca abandona ninguém, até que lhe façam partir e não desejem nada dele. Calvino observa que estes principais dos sacerdotes, quando expulsaram a Cristo do Templo, orgulharam-se da posse que tinham mantido: “Mas”, diz ele, “enganam-se aqueles que se orgulham de uma igreja ou de um templo que Cristo abandonou”. Quando Cristo os deixou, Ele aparentemente passou silenciosamente e despercebido, para que não o percebessem. Observe que a partida de Cristo de uma igreja, ou de uma alma em particular, frequentemente ocorre em segredo, e não é percebida imediatamente. Como o reino de Deus não chega com alvoroço, ele também não parte com alvoroço. Veja Juízes 16.20. Sansão “não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele”. O mesmo aconteceu com estes judeus abandonados. Deus os deixou, e eles nunca sentiram sua falta.

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