PSICOLOGIA ANALÍTICA

A ÉTICA DO CACHORRO

Quando os cães se excedem, se comportam mal ou acidentalmente machucam um companheiro de brincadeiras, logo procuram se desculpar; exatamente como faria um ser humano bem-educado.

A ética do cachorro

Todos que convivem com cães sabem: eles aprendem as regras da casa que os acolhe e, quando quebram alguma norma, expressam fisicamente o arrependimento – alguns se escondem e cobrem os olhos, outros se abaixam ou arrastam-se pelo chão, num gesto geralmente gracioso o bastante para garantir o rápido perdão dos donos. Poucas pessoas, porém, param para se perguntar por que esses animais têm um senso tão aguçado de certo e errado. Estudos recentes têm mostrado que canídeos (animais da família dos cachorros, como raposas e lobos) seguem um código estrito de conduta ao brincar, ensinando aos filhotes as regras de engajamento social que permitem a manutenção de sociedades bem-sucedidas.

Os chimpanzés e os outros primatas, que não o ser humano, são notícia nos jornais quando os pesquisadores, usando a lógica, procuram nesses parentes mais próximos do homem traços semelhantes aos nossos – e descobrem evidências sobre seu senso de justiça. Nosso trabalho. Entretanto, sugere que as sociedades canídeas selvagens podem ser as melhores análogas aos grupos de hominídeos primitivos: ao estudarmos cachorros, lobos e coiotes, descobrimos comportamentos que nos remetem às raízes dos valores éticos humanos.

Podemos definir a moralidade como um conjunto de comportamentos inter-relacionados em deferência aos outros, que tem por finalidade desenvolver e regular as interações entre os indivíduos. Atitudes como altruísmo, tolerância. disponibilidade para o perdão e a empatia, bem como a noção de justiça, ficam evidenciadas rapidamente na forma igualitária com que os animais da família dos cachorros brincam entre si. Nessas situações, lobos e os coiotes adultos, por exemplo, seguem um código estrito de conduta buscando ensinar aos filhotes regras de engajamento social. A brincadeira tem também a função de ajudar a construir a relação de confiança entre os membros da matilha, permitindo divisões de trabalho, hierarquias de domínio e cooperação na caça, na criação dos mais novos e na defesa de comida e de território. Essa estrutura lembra muito a dos homens primitivos, e a observação de suas brincadeiras pode oferecer um vislumbre do código moral que permitiu o desenvolvimento das sociedades ancestrais.

A ética do cachorro.2

LIÇÕES DE VIDA

Do ponto de vista evolutivo, a violação de regras sociais estabelecidas durante as brincadeiras não faz bem para a perpetuação dos genes. O jogo honesto e divertido para todos pode ser entendido como uma adaptação evoluída que permite aos indivíduos formar e manter os vínculos sociais. Assim como acontece com os humanos, os canídeos formam intrincadas redes de relacionamentos, desenvolvem normas básicas de justiça que guiam o jogo social entre semelhantes e se apoiam em regras de conduta capazes de manter a sociedade estável. Em última instância, o objetivo é garantir a sobrevivência de cada indivíduo. Essa inteligência moral é evidente tanto em animais selvagens quanto em cães domesticados. É bem possível que essa mesma noção de certo e errado tenha permitido às sociedades humanas florescer e se espalhar pelo mundo. Pena que o homem moderno às vezes se esqueça de procedimentos simples e eficazes, como ser claro, cuidadoso, humilde e sincero. Talvez seja hora de aprender algumas lições importantes com nossos amigos de estimação.

 REGRAS CLARAS PARA CONVIVER BEM

Quando os cachorros (e canídeos em geral) e os outros animais se divertem juntos, adoram comportamentos como morder, montarem cima do outro, chocar os corpos – ações que podem ser facilmente interpretadas de forma equivocada pelos participantes. Porém anos de análises feitas por um de nós (Bekoff) mostraram que esses indivíduos negociam cuidadosamente a brincadeira, seguindo quatro regras gerais para impedir que a atividade lúdica se transforme em briga.

1 – A comunicação deve ser clara. Os animais anunciam que querem brincar – e não lutar ou acasalar. Os canídeos abaixam a cabeça para indicar essa atenção, engatinham sobre as patas dianteiras, apoiando-se nelas, enquanto as pernas traseiras continuam eretas. Os acenos são usados quase que exclusivamente durante a brincadeira e são altamente estereotipados, ou seja, sempre parecem os mesmos (para que o recado: “Venha brincar comigo” ou “Ainda quero brincar” fique bem claro). Mesmo quando um animal sinaliza a predisposição para brincar com uma inclinação da cabeça e prossegue com ações aparentemente agressivas, como mostrar os dentes, rosnar ou morder, seus companheiros demonstram submissão ou fuga apenas em 15% dos casos, sugerindo que eles confiam no recado de que qualquer coisa que se siga não será arriscada. A confiança na comunicação honesta do outro é essencial para o bom funcionamento do grupo.

2 – Cuidado com os modos. Os animais tendem a considerar as aptidões lúdicas de seus companheiros e se engajam na tarefa de dar vantagens ao mais fraco e na troca de papéis para criar e manter igualdade de condições durante a interação. Por exemplo, um coiote pode não morder seu companheiro de brincadeira tão forte quanto poderia, numa tentativa de equilibrar a situação, para manter o jogo justo. Um membro dominante da matilha pode desempenhar uma troca de lugar, deitando-se de costas (sinal de submissão que nunca seria oferecida durante uma agressão efetiva) para deixar seu companheiro de status inferior ter a sua vez de “vencer”. As crianças também se comportam dessa forma, ao brincar, por exemplo, intercalando os papéis de vencedores numa simulação de luta. Ao manterem as coisas justas dessa forma, todos os membros do grupo podem se aproximar uns dos outros e participar de atividades descontraídas e, ao mesmo tempo, construir laços – o que faz com que o grupo permaneça coeso e forte.

3 – Admita quando estiver errado. Mesmo quando todos querem manter as coisas certas, a brincadeira pode por vezes, desandar. Quando um animal se comporta mal, exagera na animação e acidentalmente machuca seu companheiro, ele se desculpa, exatamente da mesma forma como a maioria dos seres humanos faria em situação similar. Após uma mordida mais forte, um aceno de cabeça envia o “recado”, como se afirmasse: “Desculpe pela minha atitude, mas ainda é uma brincadeira, apesar do que fiz. Não vá embora: vou brincar de forma mais respeitosa”. Para a brincadeira continuar, aquele que sofre a ofensa deve aceitar as desculpas – e isso de fato ocorre na maioria das vezes. A compreensão e a tolerância surgem durante a brincadeira, assim como em outras situações da vida rotineira da matilha, como no momento da caça ou da divisão de alimentos.

4 – Seja honesto. Tanto um pedido de desculpa como um convite à brincadeira devem ser sinceros; os indivíduos que continuam a jogar de forma desleal ou a enviar sinais desonestos rapidamente serão excluídos pelo grupo. E isso traz consequências bem mais graves que simplesmente a redução do tempo de brincadeira. A extensa pesquisa de campo de Bekoff mostra, por exemplo, que os coiotes jovens que não brincam de forma adequada com frequência acabam deixando suas matilhas e têm probabilidade quatro vezes maior de morrer que os indivíduos que permanecem com os outros.

 

MARC BEKOFF – é professor emérito de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Colorado em Boulder e acadêmico residente no Instituto para a Conexão Humana-Animal na Universidade de Denver.

JESSICA PIERCE – é especialista em estudos sobre ética, professora associada do Centro de Ciências da Saúde do Centro para a Bioética e Humanidades da Universidade do Colorado.

OUTROS OLHARES

QUEM CUIDA DE QUEM CUIDA?

Milhões de pessoas oferecem assistência direta a um ente querido em período integral ou em parte do tempo e, com frequência, postergam ou mesmo negligenciam a própria vida.

A dedicação e as boas intenções, no entanto, não as livram do alto nível de estresse. Felizmente, pesquisadores têm comprovado maneiras eficientes de ajudar esses cuidadores a se dedicar ao outro sem adoecer ou se perder de si mesmos.

Quem cuida de quem

Em 14 de novembro de 2011, Sonia Alvarado recebeu do exército americano um telefonema às 5 da manhã. Seu filho, Luís, tinha sofrido um acidente com um explosivo improvisado próximo a Kandahar, Afeganistão. Sonia e o marido, Júlio, ambos pastores metodistas, imediatamente pegaram um voo até a Alemanha, onde o rapaz de 24 anos se encontrava em uma cama de hospital, em coma, com sondas instaladas em várias partes do corpo. Os médicos disseram ao casal que se despedisse do jovem, pois o prognóstico não era bom: ele apresentava atividade cerebral mínima. “Vocês não conhecem a teimosia de meu filho”, disse Sonia.

Ela e Júlio sentaram-se ao lado de Luís e, por horas a fio, não pararam de conversar com o filho. Finalmente viram escorrer lágrimas pelo seu rosto. “Continue a lutar, nós lutaremos junto com você”, disse a mãe. Relembrando-se daquele dia, ela diz: “Naquele momento tomamos a decisão de sempre cuidarmos dele”.

Não há dados exatos, mas estima-se que aproximadamente um em cada cinco adultos tenha se voluntariado para esse tipo de responsabilidade (ou se vê diante da necessidade de assumi-la), fornecendo cuidados para entes queridos que estão doentes, frágeis ou incapacitados, de acordo com um relatório conjunto da Associação Americana de Aposentados (AARP) e da Aliança Nacional de Cuidadores. Entre essas pessoas, a grande maioria (em torno de 85%) cuida de um parente: um dos pais ou sogros responde por metade dos casos, um cônjuge ou parceiro, por outros 12%; e uma mistura de tios, tias, avôs e avós e outros, pelo restante. Estudo desenvolvido pela professora de serviço social Sara Sanders, da Universidade de Iowa, mostrou que cuidadores relataram, basicamente, três tipos de benefício: crescimento espiritual e aumento na fé, crescimento pessoal e sentimentos de domínio e realização.

É um trabalho difícil, inexorável e não remunerado, embora seu valor econômico seja enorme – estimado, nos Estados Unidos, em US$ 470 bilhões em 2013. Como é de esperar, aqueles que acumulam horas a fio dedicando-se a uma pessoa com problemas de saúde são particularmente propensos a vivenciar estresse físico e emocional, efeitos negativos de saúde e preocupações financeiras. Comparados à população em geral, são mais aptos a descrever sua saúde como “razoável” ou “fraca”, e cerca de um quarto diz que ser cuidador levou a uma deterioração de sua saúde.

Conforme a estimativa média de vida aumenta e o número de cuidadores informais cresce, os custos emocionais, físicos e financeiros tanto individuais quanto sociais também incham. Em 1993, o Congresso dos Estados Unidos promulgou a Lei de Licença Médica e Familiar, que oferece a trabalhadores qualificados alguma assistência na forma de licença com garantia de emprego para cuidar de um membro da família. No Brasil não há esse benefício. Nos últimos anos, mais de metade dos estados americanos aprovaram a legislação desenvolvida pela AARP, que exige que hospitais forneçam treinamento em tarefas médicas essenciais para aqueles que cuidam de um parente que recentemente recebeu alta de um hospital. O Brasil ainda está bastante defasado em relação ao apoio a cuidadores.

Especialistas garantem, porém, que há formas eficientes de ajudá-los. Por décadas, a longevidade e a demanda por cuidadores cresceram vertiginosamente, o que levou cientistas sociais a se empenharem em desvendar por que algumas pessoas se saem melhor como cuidadores enquanto outras têm grandes dificuldades para assumir a tarefa. No processo, identificaram estratégias específicas para lidar com a sobrecarga e aumentar as recompensas de desempenhar esse papel.

GÊNERO, CULTURA, COMUNIDADE

Pesquisadores reconhecem que o bem-estar dos cuidadores depende de muito mais do que o atendimento de necessidades práticas, médicas e financeiras. Cuidar de um ente da família constitui uma experiência intensa e profundamente pessoal, diz respeito ao confronto com a própria mortalidade, à condição humana vulnerável, às relações com filhos, filhas, maridos e esposas, pais e mães; exige que seja encontrado sentido na perda e satisfação naquilo que muitos veriam como trabalho servil ou autossacrifício. Fundamentalmente, a maneira como pensamos o papel de cuidador definirá em grande parte se entramos em colapso diante da pressão dessa posição ou se obtemos um senso de propósito e realização.

Ou seja: as pessoas podem considerar uma tribulação ou uma bênção cuidar de um ente querido. Na prática, é uma combinação dos dois – e muitos fatores diferentes são capazes de tornar uma alternativa mais provável do que a outra. Steven H. Zarit, gerontologista pioneiro, professor emérito da Universidade Estadual da Pensilvânia, está entre os mais dedicados a essa questão. Ele é responsável pela criação conjunta da Entrevista de Sobrecarga Zarit, uma ferramenta internacionalmente utilizada na prestação de cuidados, para avaliar o impacto emocional, físico e social dessa atividade nos indivíduos. De acordo com o especialista, a percepção da sobrecarga é subjetiva e depende mais das convicções dos indivíduos, relacionamentos e cultura do que do peso das tarefas do dia a dia.

O relacionamento entre os “parceiros de cuidados”, termo atualmente utilizado para cuidador e recebedor, importa muito – assim como a qualidade do vínculo: amoroso, hostil ou ambivalente. Uma proximidade emocional maior entre os pares cônjuge/ cônjuge ou filho/pais, por exemplo, costuma beneficiar aquele que recebe o cuidado. Mas num estudo de 2012 feito com cuidadores de portadores de demência, a gerontologista Elizabeth B. Fauth e seus colegas da Universidade Estadual de Utah descobriram que, para o cuidador, a experiência era “mista”: combinava experiências positivas com uma sensação de perda, anseio e, para alguns, propensão à depressão.

Em uma pesquisa de 2013, a psicoterapeuta Judy R. Strauss, professora da Universidade de Nova York, relatou uma diferença entre cuidadores que eram filhos e filhas em comparação a genros e (principalmente) noras. Os filhos adultos sofriam mais com problemas de saúde mental e com estresse na família, ao passo que os cônjuges relatavam menos tensão familiar e mais apoio de seus companheiros. Esse padrão pode refletir uma série de fatores. É possível que as pessoas ofereçam mais elogios e apoio a genros e noras enquanto supõem que o cuidado de seus filhos seja algo “líquido e certo”; há a possibilidade de que os filhos se sintam mais pressionados a cuidar dos próprios pais do que de outra pessoa; e, finalmente, pode ser menos emocionalmente angustiante acompanhar a deterioração do sogro ou da sogra do que a dos próprios pais.

Diferenças de gênero sugerem questões semelhantes. Mulheres, de forma geral, sofrem mais quando estão nesse papel – e, em especial, quando é o marido que adoece. Em um estudo de 2014 desenvolvido com 533 cuidadores relatado no periódico científico Journal of Family Nursing, por exemplo, pesquisadores demonstraram que homens geralmente parecem sentir menos sobrecarga. No geral, a prestação de cuidados ainda é considerada uma tarefa feminina. Portanto, mulheres que assumem essa tarefa em relação a um ente querido se conformam às expectativas, mas os homens “quebram expectativas” e, assim, tendem a receber mais reconhecimento e apoio. Outros estudos constataram que a convicção de que a prestação de cuidados é uma tarefa feminina contribui para a relutância das mulheres em utilizar serviços profissionais nessa área. Quando recorrem a uma assistência externa, é como se tivessem “menos controle” e, consequentemente, menor satisfação que homens nas mesmas circunstâncias. Homens seriam, portanto, melhores em pedir ajuda nessas circunstâncias e capazes de receber mais apoio sem sentir que falharam ou que foram “substituídos” por fornecedores de serviços remunerados, como colaboradores diários de saúde ou assistentes de saúde domiciliar.

A cultura e a etnia também desempenham papel nesse quadro. Vários estudos confirmaram a descoberta de Peggye Dilworth-Anderson, em 2004, de que, como um grupo, americanos afrodescendentes que cuidam de entes queridos com demência têm uma experiência mais positiva do que americanos brancos, relatando mais equilíbrio emocional, menos depressão e estresse. Segundo a pesquisadora, “valores culturais como a necessidade de lutar por reconhecimento social desde muito cedo podem fomentar maior resiliência e estilos ‘ativos’ de lidar com os problemas”. Ela observa que aqueles que enfrentam ativamente as dificuldades administram os desafios de forma direta em vez de evitá-los, ou sofrer exageradamente por algo que não pode ser alterado imediatamente. Um estudo de 2015 desenvolvido pelo gerontologista David Roth, da Universidade Johns Hopkins, constatou que os hispânicos também vivenciavam mais o lado positivo da prestação de cuidados do que os brancos. “Essa habilidade emocional pode estar associada a ligações familiares fortes, o que resulta em mais apoio social”, considera Roth.

Muitas lições podem ser tiradas desses estudos de diferenças de grupo. A mulher, por exemplo, pode questionar – e abandonar – a crença opressora de que é a figura cuidadora “padrão” – e se dar conta de que não só é possível, mas também legítimo buscar apoio. Pesquisas sobre diferenças culturais sugerem que todos os cuidadores, independentemente da etnia, se beneficiariam de maior apoio social. Muitas vezes, cuidadores atribuem a essa função uma conotação nobre ou uma tarefa sem reconhecimento impingida pelas circunstâncias. “O que aprendemos com as pesquisas é que, se as pessoas sentem que estão ganhando algo positivo com a experiência, como a possibilidade de viver momentos afetivamente agradáveis juntos, ou têm a sensação de que sua tarefa é valorizada, sentem menos estresse”, diz Zarit.

O MELHOR NA PIOR DAS HIPÓTESES

Quando Luís Alvarado foi levado para casa, tinha as duas pernas amputadas e, por causa das lesões cerebrais, era incapaz de falar ou engolir. Ele sofreu uma colostomia e passou a ser alimentando por meio de uma sonda e se comunicar por meio de gestos e expressões faciais. Os pais se dedicam desde então a cuidar de seu filho 24 horas por dia, sete dias por semana. A irmã do rapaz, Mariana Stovall, o marido e as filhas do casal se mudaram para uma casa vizinha dois anos depois. “Passamos pelo processo da dor, ficamos indignados com Deus, com o exército, com o governo, com todos; mas aos poucos chegamos à aceitação”, diz Sonia. “Desisti de meus outros sonhos e ambições sem arrependimentos porque cuidar de nosso filho é nossa vida agora; não sabemos quanto tempo o teremos conosco e somos gratos a cada dia de convívio; é como se tivéssemos recebido o presente de estar com ele mais um pouco.”

Amigos e membros da igreja frequentada pela família costumam ajudar, levando comida e assumindo tarefas quando os pais ficam doentes ou se sentem extenuados e, por qualquer motivo, a irmã não consegue dar conta dos afazeres. “Aprendi que é preciso aceitar ajuda”, diz Sonia. A bem da verdade, os Alvarado têm algumas vantagens que os ajudaram a ser cuidadores bem-sucedidos. Como latinos e metodistas, sua cultura e fé conferem sentido aos sacrifícios. Sentiram desde o início que tinham a competência necessária para aprender e desempenhar as tarefas de enfermagem com qualidade. Além disso, a família já era unida e altamente funcional antes de a tragédia os atingir.

Demonstram também quatro fatores já provados para melhorar as chances de se dar bem como cuidadores. Em 1990 o falecido sociólogo Leonard Pearlin identificou três elementos psicológicos essenciais para a prestação de cuidados: domínio (senso de controle da própria vida), apoio social e estratégias para oferecer cuidados. Recentemente, cientistas adicionaram um quarto item a essa lista: formas diretas de reduzir os níveis de estresse físico do cuidador. Na prática, há uma interação dinâmica entre esses fatores. Melhorar o bem-estar físico favorece o senso de domínio da pessoa. Fomentar a capacidade de cuidar de si mesmo reduz os níveis de estresse e reforça a capacidade empática e a paciência.

NÃO É PESSOAL!

Parceiros de cuidado se conhecem bem melhor do que um médico e um paciente. Mesmo assim, se às vezes falta ao cuidador o conhecimento necessário para lidar com sintomas assustadores ou irritantes, é fundamental manter algum senso de domínio quando uma condição se agrava.  Pessoas que acompanham pacientes com demência, por exemplo, costumam enfrentar situações como agitação, insônia, perambulação e incontinência de um ente querido.

Soluções são invariavelmente elaboradas sob medida para doenças específicas, mas muitas estratégias são adaptáveis. “É essencial que cuidadores não levem os comportamentos do paciente para o lado pessoal”, diz Roth. Uma mulher que convive com um marido com sintomas de Alzheimer, por exemplo, pode aprender a ver as alterações bruscas de humor dele não como um sinal de desrespeito ou desamor, mas como uma indicação de que ele está frustrado com a perda da própria capacidade de desempenhar tarefas rotineiras. Roth mostrou que é possível ensinar esse tipo de reavaliação.

Em 2004, ele coordenou uma equipe que designou 406 voluntários (cônjuge tinha doença de Alzheimer) a dois tipos de serviços: um programa-padrão voltado a orientações técnicas ou de aconselhamento e apoio destinado a reduzir reações negativas a problemas de comportamento do paciente. Quatro anos depois, embora a frequência de comportamentos problemáticos não se tenha reduzido, os cuidadores que haviam recebido aconselhamento eram significativamente menos propensos a reagir negativamente (com irritação, por exemplo). Isso é importante, pois estudos demonstraram que as avaliações subjetivas de cuidadores de suas principais fontes de estresse constituíam indicadores melhores de seu grau de êxito do que a frequência com que de fato as situações estressantes ocorriam.

Outra estratégia poderosa é concentrar-se em promover experiências gratificantes. Pesquisas clássicas constataram que é eficiente que cuidadores de pessoas com demência enumerem coisas que gostavam de fazer junto com seus entes queridos – caminhar no parque, tomar um sorvete, dançar, por exemplo – e as façam novamente. Ambos os parceiros costumam vivenciar uma melhora e um reforço da intimidade. Mais recentemente, um estudo piloto coordenado pela doutora em psicologia Dolores Gallagher-Thompson, professora da Universidade Stanford, constatou que atividades compartilhadas alegres beneficiam significativamente os cuidadores de pessoas de diferentes idades com depressão intratável.

Gallagher-Thompson é autora também de um estudo feito em 2015 com cuidadores de pacientes com demência que envolvia a programação de eventos agradáveis e a melhora da comunicação entre os parceiros. O experimento revelou a diminuição de sintomas de depressão leve nos 29 cuidadores que passaram por um programa psicoeducacional voltado para a programação de atividades agradáveis com os parceiros.

ADMINISTRANDO O ESTRESSE

“A parte mais difícil é conseguir algum ‘respiro’ para mim alguns dias”, diz a americana Wendi Steines, de 44 anos, divorciada, mãe de Nicolas, de 14 anos, e Adam de 11, ambos com transtorno do espectro autista. Ela não participou de nenhuma intervenção organizada, mas juntou-se a seminários de pais e grupos de autismo e leu muito a respeito do assunto, improvisando o próprio programa de autoajuda, composto de muitos dos elementos testados em universidades.

Parte de sua estratégia é apelar para apoio social intenso. Muitas intervenções trabalham para fortalecer esse elemento crucial. Por exemplo, terapeutas do Grupo de Intervenção para Filhos Cuidadores Adultos, da Universidade de Nova York, destinado a ajudar as pessoas que cuidam de pais com demência, realizam sessões individuais e familiares que intensificam o apoio da rede social de um cuidador. A ajuda pode vir de irmãos, membros da igreja ou velhos amigos. Wendi Steines desenvolveu a própria rede sólida de mães no subúrbio de New Jersey, Filadélfia, onde mora. “Nós nos reunimos sempre, bebemos uma garrafa de vinho, rimos e cuidamos dos filhos umas das outras”, diz Steines. O grupo ajuda-a também quando está triste e preocupada com o futuro de seus filhos

De fato, uma equipe liderada pela psicóloga Valerie Shilling, pesquisadora da Faculdade de Medicina de Brighton e Sussex, realizou um estudo qualitativo que colocou em contato por um ano 12 pais, 23 “colaboradores” (pais de crianças com necessidades especiais treinados para oferecer apoio emocional para outros pais) e dez profissionais (psicólogos, assistentes sociais e educadores). O estudo, publicado em 2015, constatou que as experiências compartilhadas se tornaram fundamentais. Os pais enfatizaram o sentimento de maior estabilidade emocional, crescimento pessoal e redução do isolamento. Os colaboradores também colheram benefícios: citaram a satisfação e o aumento da autoestima por se sentirem úteis.

Em muitas ocasiões, entretanto, os cuidadores precisam recorrer aos próprios recursos. Quando Adam Steines tem um surto de uma hora por causa da lição de casa – gritando, agitando os braços e chutando –, a mãe conta com estratégias comportamentais. Respirar fundo e imaginar o ponto de vista de seu filho, por exemplo, ajuda-a a passar por um momento difícil. Essas habilidades podem ser cruciais. Um estudo de 2015 conduzido pela pesquisadora Jieun Song, da Universidade de Wisconsin-Madison, por exemplo, constatou um maior “envelhecimento cognitivo” e problemas de memória entre as mulheres em uma amostra de 128 pais de meia-idade que haviam criado seus filhos com incapacidades, comparados aos 512 pais de filhos saudáveis. A cientista e seus colegas suspeitam que a diferença pode ser atribuída ao alto índice de estresse crônico.

Segundo vários estudos, entre eles um publicado no ano passado por Nirbhay N. Singh, da Universidade Augusta, a prática diária da meditação é um dos meios mais eficazes para reduzir a tensão de cuidadores. A tecnologia também pode ajudar. Embora faltem estudos nessa área, pesquisadores como Gallagher-Thompson encorajam o uso de aplicativos de smartphone para acessar meditação orientada. Em muitos casos, a pessoa que recebe cuidados também pode praticar – e receber os benefícios da meditação.

PARA RESTAURAR ENERGIAS

Das quatro características cruciais da prestação de cuidados bem-sucedida – domínio, estratégias para lidar com a função, apoio social e redução do estresse físico – esta última talvez seja a que mais tem aspectos a serem estudados. Nesse campo, cientistas provaram recentemente que se afastar da prestação dos cuidados em manhãs ou dias regularmente programados pode trazer um alívio estimável.

Pesquisadores do estudo de Estresse e Saúde Diários (Daily Stress and Health – DASH), liderado por Zarit, testaram essa ideia, com resultados excepcionais. Zarit e seus colegas entrevistaram 158 cuidadores familiares de pessoas com demência e acompanharam o hormônio cortisol dos voluntários. A ideia era examinar como o estresse percebido e mensurado dos indivíduos mudava quando conseguiam uma folga de suas tarefas ao levar o recebedor de seus cuidados a um serviço especializado com atendimento durante o dia.

O estudo, publicado pelo periódico científico Gerontologist, em 2016, constatou que esses intervalos periódicos nas tarefas resultavam na regulação do cortisol não só nos dias de recesso, mas de forma geral. Foram verificados níveis maiores do hormônio antiestresse DHEA-S no dia após o descanso, mesmo quando a pessoa já havia retomado sua rotina. As descobertas sugerem que utilizar serviços-dia de cuidados para adultos para ter um recesso poderia melhorar a saúde dos cuidadores a longo prazo. Os participantes vivenciaram menos estresse psicológico nas manhãs antes de tirar a folga – talvez por já terem expectativa de seu próximo recesso. Um estudo de 2013 da Universidade Brigham Young sobre momentos de descanso para casais com filhos diagnosticados com o espectro autista também revelou benefícios impressionantes. Mais intervalos nos cuidados não só reduzia o estresse diário, mas aumentava as gratificações dos pais na prestação dos cuidados e melhorava a relação com o cônjuge. Todos saíam ganhando.

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ANATOMIA DE UMA INTERVENÇÃO

Entre as abordagens mais bem-sucedidas para ajudar cuidadores está uma intervenção desenvolvida pela Universidade de Nova York (NYUCI, na sigla em inglês), destinada a dar apoio às pessoas que acompanham parentes com demência. O programa, baseado no trabalho realizado no fim da década de 90 pela epidemiologista psiquiátrica Mary S. Mittelman, tem garantido menos sofrimento às famílias e adiamento da necessidade de institucionalização do paciente, já que os participantes conseguem cuidar de seus entes queridos em casa por mais tempo do que os que não fazem parte do projeto. Resultados positivos do programa NYUCI agora foram constatados em intervenções em cinco estados americanos.

O gerontologista Joseph Gaugler, da Universidade de Minnesota, e seus colegas adaptaram o programa NYUCI para pessoas que cuidam de pais. Em 2013 relataram que apenas 37% dos filhos adultos que participaram haviam colocado os pais em uma instituição, em comparação a 66% do grupo de controle. Cuidadores relataram também uma melhor qualidade de vida, sintomas reduzidos de depressão e menos estresse em resposta a comportamentos perturbadores.

O NYUCI é um programa multifacetado que inclui encaminhamentos para grupos de apoio e programas de meditação. O principal componente é uma série de sessões de terapia individuais e em família. Além de sessões regularmente agendadas, os participantes podem buscar aconselhamentos pontuais por telefone, seja quando o paciente está gritando pela casa na madrugada ou quando os parentes divergem sobre a forma de tratar os pais. Um estudo clássico de 1993 mostrou que para filhas cuidadoras casadas os irmãos e irmãs constituíam tanto fonte de apoio como de estresse. E um estudo de 2014 com 90 cuidadores de pessoas com demência na Colômbia constatou que a dinâmica familiar negativa estava significativamente associada à depressão e ao estresse do cuidador.

Sheryl Fairbanks, de 65 anos, participou de uma intervenção de Gaugler em 2009. “Eu estava cuidando 24 horas por dia, sete dias por semana de quatro idosos (meus próprios pais e os do meu marido) em três casas, com uma variedade de enfermidades, incluindo a demência vascular da minha mãe”, lembra-se. Ela havia recentemente abandonado uma longa carreira de sucesso como executiva de TI. Sua irmã não estava “disponível” para a prestação de cuidados ou para participar de sessões de terapia familiar, e o marido de Fairbanks foi seu principal ajudante.

Como parte do programa, Fairbanks reunia-se por 90 minutos por mês com o terapeuta familiar Mark Reese, às vezes na casa dela ou numa cafeteria próxima. Reese ajudou-a a enfrentar diversas dificuldades práticas e emocionais por um período de 18 meses. “Mark salvou minha vida”, diz ela a respeito da experiência que terminou em maio de 2012, quando o último de seus “pacientes” faleceu. “Driblei a depressão, consegui ver um panorama mais amplo e encontrei sentido na situação”, afirma.

O sucesso dessa iniciativa levou à criação do Programa de Apoio Familiar à Doença de Alzheimer e Demências Relacionadas da Universidade de Nova York (N.Y.U.’s Alzheimer’s Disease and Related Dementias Family Support Program), em julho de 2016. O projeto, financiado pelo Estado, oferece acompanhamento gratuito aos cuidadores na área, seja pessoalmente ou por meio de videoconferências ou telefone, dependendo da preferência do cuidador. Mittelman está atualmente recrutando cuidadores de todo o país para participar em um estudo para determinar se a versão por videoconferência é capaz de alcançar os resultados do programa presencial.

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DICAS ESSENCIAIS

Especialistas enfatizam quatro elementos-chave para administrar o estresse e aumentar as gratificações da pessoa que se dedica a acompanhar um ente querido doente ou fragilizado:

DOMÍNIO

Aprenda o máximo que puder sobre o transtorno com o qual está lidando. Quanto mais souber a respeito dos sintomas e comportamentos típicos, melhor poderá prever os problemas e não os levar para o lado pessoal – tudo isso ajuda a construir um senso de competência e controle.

ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A FUNÇÃO

Recorra a grupos de defesa e apoio, conselheiros e terapeutas para aprender habilidades específicas tais como saber desenvolver uma visão mais positiva a respeito do comportamento de um ente querido e como pensar sobre a própria trajetória como cuidador. Aprenda a se concentrar nos bons cuidados de seu parente, e não em fazer a pessoa feliz, o que costuma ser uma tarefa impossível.

APOIO SOCIAL

Descarte qualquer noção de que você deve ser capaz de lidar com as responsabilidades sozinho. Recorra a serviços profissionais especializados, família, amigos, organizações religiosas, organizações voluntárias e grupos de apoio específicos para a doença em busca de solidariedade, humor e participação ativa.

REDUÇÃO DO ESTRESSE

Faça exercícios e uso de programas de recesso. Tente também treinamento de atenção plena. Embora trabalhar com um especialista em meditação seja o ideal, aplicativos como Calm and Headspace podem ser úteis.

GESTÃO E CARREIRA

SIGA OS PASSOS DE QUEM SABE

O sonho de ver a empresa crescer faz parte da realidade da maioria dos empresários. Para isso, é preciso ter meta e se espelhar em players de sucesso. Ter um case como referência pode ajudá-lo a aplicar soluções para a sua realidade

Siga os passos de quem sabe

Você sabe quantos projetos cabem dentro do sonho de um empresário? Todos. O desafio é conseguir transformá-los em realidade. E que desafio! As estratégias para conseguir superá-los são as mais diversas possíveis, mas uma dela pode ser bastante útil: espelhar-se em empresas com boas práticas, e, por que não, adaptá-las para sua realidade.

Um dos empresários do ramo da aviação mais famosos do Brasil, Comandante Rolim, da Tam -, tinha como mantra sete mandamentos, e um deles dizia: “Quem não tem inteligência para criar, tem que ter coragem para copiar”. Adaptando para a realidade, poderíamos dizer que “Quem não tem condições para criar, tem que ter audácia para se espelhar”.

Mas, quais tipos de sistemas ou soluções usadas por grandes players costumam ser mais úteis para o empreendimento de pequeno porte? Essa pergunta foi feita para o coordenador do curso de Administração e do Centro de Educação Tecnológica da Facha, Alexandre Cesar Motta de Castro, que enumerou: “Boas práticas de atendimento ao cliente, processo de melhoria continuada, qualidade de produtos e serviços, planejamento estratégico, mapeamento e modelagem de processos, entre muitas outras soluções capazes de produzir resultados satisfatórios desde que  customizadas e adaptadas às suas condições.

Castro diz também que a grande diferença é que pequenas empresas, mais enxutas e ágeis, podem implementar tais soluções com mais flexibilidade e facilidade do que os grandes players. O empresário deve ser capaz de analisar criticamente o contexto em que esses bons resultados foram produzidos e ter clareza de que esses mesmos resultados não podem ser replicados automaticamente sem a devida adaptação à realidade da própria empresa. “Mesmo que você queira usar uma receita pronta, será sempre necessário ‘usar um tempero’ adequado para que o prato final não desande”, compara o especialista.

SUA RECEITA

A gestão envolve variáveis incontroláveis de mercado que diferenciam a realidade de uma empresa e de outra. Suas características internas também não são as mesmas e, especialmente, empresas são ~empreendimentos “tocados” por pessoas. E, onde há pessoas, tudo se torna mais imprevisível. “O principal erro que não se deve repetir é a aplicação das mesmas soluções sem uma análise criteriosa do contexto, das restrições e potencialidades existentes, do timing em que as coisas acontecem, alerta castro.

FORMANDO LÍDERES

Olha só  este case de gestão de recursos: Na estratégia de crescimento da Bem Brasil Alimentos, a projeção de inauguração de uma nova unidade da empresa em Perdizes/MG serviu de alerta para a necessidade de identificar e desenvolver novas lideranças, já que dentro do time não existia um número suficiente de profissionais com o perfil desejado. Foi criado o Bem Brasil Backups.

Os funcionários selecionados para o programa estudarão e atuarão em projetos específicos por dois anos. Eles irão para a sala de aula, participarão de trilhas de aprendizagem coletivas nas quais estarão em contato com assuntos como cultura e seus reflexos, mercado, estratégia, finança, processos, gestão de pessoas e também trilhas individuais em que, com o apoio de coaching, as habilidades necessárias para cada um poderão ser desenvolvidas.

A primeira edição do programa foi lançada no início de 2018 e será aplicada a 27 colaboradores para nove cargos, sendo três profissionais para cada posição. ‘Queremos valorizar as pessoas que trabalham na empresa e priorizamos a promoção de talentos internos, além de oferecer a oportunidade aos participantes de planejar a carreira de forma estruturada”, pontua a encarregada de Recursos Humanos da Bem Brasil Alimentos, Franciele Reis. A empresa investiu cerca de R$250 mil no programa e o planejamento consumiu cinco meses de trabalho do time de Recursos Humanos.

TRATAMENTO DE DADOS

Outro exemplo que pode servir de inspiração para você, nobre leitor, é o da rede de clínicas odontológicas Ortho Dontic, que passou a apostar na análise cruzada de dados para a tomada de decisões. O Big Data faz parte da realidade da estratégia da marca.

Só no ano passado, foram investidos R$3 milhões no projeto. Esse valor deve atingir a marca de RS 5 milhões até o fim de 2018.  A empresa uniu dados retirados do Google Trends, Analitics e Adwords para entender os interesses do público em todo o Brasil e produzir conteúdo relevante, com base nos assuntos e palavras-chave elencadas. Os canais de comunicação da Ortho Dontic também ajudam a rede a projetar as maiores demandas e expectativas dos prospects e clientes ativos, antecipando-as por meio de ações disseminadas por toda a rede.

Segundo o sócio fundador da marca, Fernando Massi, as informações são adicionadas ao sistema da franqueadora, transformadas em relatórios que têm seus dados cruzados para guiar as ações inseridas no planejamento e gerar novos insights. ”Também são adicionados ao sistema, dados adquiridos por meio de ferramentas de geoprocessamento, como fluxo por região, perfil sócio -econômico, cultural e demográfico”, comenta. A análise do montante de informações auxilia novos franqueados na escolha do ponto ideal.

Após o cruzamento dos dados da ferramenta com as informações do sistema da franqueadora relativas ao público-alvo, é realizada pesquisa in loco para validação e verificação dos possíveis imóveis com real potencial na região. “Contamos com a Pesquisa de satisfação – NPS(Net Promoter Score), Reclame Aqui e Pesquisas de campo que nos trazem dados que, quando inseridos em nosso banco, passam a entrar em contraste também com as  informações sobre o comportamento do consumidor de forma generalizada e por segmentação local”, revela o executivo.

Massi acredita que compreender as oscilações do mercado e as reais expectativas do cliente é essencial para o desenvolvimento de qualquer negócio. Hoje, nenhum desses indicadores é estático, tudo está se movimentando em alta velocidade. ‘”O Big Data proporciona oportunidades para que o acompanhamento dessas tendências seja feito em tempo real, nesse sentido, as empresas devem estar atentas ou ficarão para trás”, diz.

Até o momento, os esforços representaram um ganho de 300% na taxa de engajamento, um dos indicadores mais importantes para aferir a relevância da marca nas redes sociais. Estamos em  testes finais para implementação de inteligência artificial ao sistema de telefonia, que trabalhará para tornar os processos de atendimento ainda mais eficientes”, adianta Massi.

GERENCIAMENTO

O atendimento disponibilizado ao seu cliente diz muito sobre o seu negócio. É por isso que a SMZTO Holding de franquias Multissetoriais apostou em um software para gerenciar o processo de atendimento a possíveis futuros franqueados. A empresa abriu uma linha de financiamento de R$100 mil para implementar o Dynamics 365 na operação.

Todas as etapas de atendimento pelos quais os candidatos passaram ficam registradas no programa. Lá estão informações como materiais que foram enviados, reuniões agendadas, contatos feitos etc. A empresa realiza ainda a configuração de algumas etapas automáticas, como o envio de e-mail de boas-vindas e fichas de pré-qualificação do candidato na inscrição inicial.

Cerca de um ano após a implantação, os ganhos – sobretudo de agilidade – já são sentidos pela administração da empresa. “Não temos perdas com a eventual saída ou mudança de área de um funcionário. Com a padronização da inserção das informações conseguimos também relatórios mais completos, com informações mais qualificadas sobre os nossos negócios”, explica a coordenadora de marketing da SMZTO, Larissa Dias.

A profissional conta que, por enquanto, a holding trabalha apenas com o módulo de vendas da ferramenta, mas há a intenção de explorar outros módulos para dar continuidade no atendimento, podendo ser utilizada inclusive para a gestão de relacionamento com o cliente final da franquia. “Investimos na ferramenta visando ter dados mais confiáveis e um sistema completo, que foi totalmente customizado para as necessidades da nossa empresa. Sentimos necessidade de pesquisar opções de CRM no mercado, e o Dynamics 365 apresentou-se como uma opção completa”, opina a profissional da holding.

NAS NUVENS

Dando continuidade a práticas de grandes empresas que podem servir de exemplo para pequenos   empreendimentos, vale a pena falar do armazenamento de informações e documentos na nuvem. Se em um passado não muito distante, o serviço era visto como caro e para poucos, a realidade agora é mais acessível. Além do custo de implantação que tem caído, empresas de pequeno porte podem se beneficiar da segurança e performance desse tipo de serviço.

A partir de uma mensalidade fixa de R$ 580 e uma consultoria de implantação de quatro dias uma empresa passa a ter acesso à plataforma completa oferecida pela Via Nuvem. com este valor é possível captura, armazenar e gerenciar um número ilimitado de documentos e configurar até cinco processos de negócio na plataforma.

Essa facilidade e rapidez permitem que as empresas menores tenham mais competitividade no mercado, possibilitando que disputem de igual para igual com negócios maiores. “Hoje em dia, com apenas uma mensalidade, essas empresas podem organizar seus dados e documentos com a mesma segurança de um grande banco, sem precisar investir em servidores ou grandes custos de consultorias”, explica o CEO da Via Nuvem, Fredy Evangelista.

A utilização da plataforma é semelhante para empreendimentos de qualquer tamanho, o que a diferencia é somente a aplicação. “Enquanto uma pode aplicar para contratar um colaborador em menos tempo, a outra pode aplicar para controlar a documentação de cadastro de clientes”, exemplifica Evangelista.

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 8: 48-50

Alimento diário

As Palavras de Cristo aos fariseus

Aqui temos:

I – A maldade do inferno transparecendo na linguagem vil com que os judeus incrédulos se dirigiram ao nosso Senhor Jesus. Até aqui, eles tinham criticado sua doutrina e tinham feito observações invejosas sobre ela. Mas, tendo se mostrado pouco à vontade quando Ele os censura (vv. 43,47) por não o ouvirem, agora, finalmente, eles passam para as ofensas diretas, v. 48. Eles não eram pessoas comuns, mas, aparentemente, os escribas e fariseus, homens importantes, que, quando se viram acusados de uma infidelidade obstinada, zombeteiramente afastaram a acusação dizendo: “Não dizemos nós bem que és samaritano e que tens demônio?” Veja aqui, veja e espante-se, veja e trema:

1. Qual era o caráter blasfemo comumente atribuído ao nosso Senhor Jesus pelos judeus maldosos, ao qual eles se referem.

(1) Que Ele era um samaritano, isto é, um inimigo da igreja e da nação deles, alguém a quem eles odiavam, alguém que eles não podiam tolerar. Desta maneira, eles o expunham à má vontade do povo, para quem não se podia dizer de um homem nada pior do que chamá-lo de samaritano. Se Ele fosse um samaritano, estaria sujeito a uma punição, como o espancamento dos rebeldes (assim eles chamavam este procedimento), por entrar no Templo. Eles o chamavam frequentemente de galileu um homem inferior, mas, como se isto não bastasse, embora uma coisa contradissesse a outra, eles o chamam de samaritano um homem mau. Os judeus, até hoje, chamam os cristãos, de maneira acusadora, de samaritanos. Observe que grandes esforços têm sido feitos, em todas as épocas, para tornar odiosas as pessoas boas, atribuindo-lhes características negativas. E é fácil destruir aquele que já tem uma má fama usando uma multidão e um clamor. Talvez porque Cristo, com razão, atacasse o orgulho e a tirania dos sacerdotes e dos anciãos, aqui eles sugerem que Ele desejava a destruição da sua igreja, visando sua reforma, e que estivesse se voltando para os samaritanos.

(2) Que Ele tinha demônio. Ou:

[1] Que Ele tinha ligação com o demônio. Tendo reprovado sua doutrina, como tendendo ao samaritanismo, aqui eles refletem sobre seus milagres, como tendo sido realizados em aliança com Belzebu. Ou, mais exatamente:

[2] Que Ele estava possuído por um demônio, que Ele era um homem melancólico, cujo cérebro estava perturbado, ou um homem louco, cujo cérebro estaria irritado, e que o que Ele dizia não merecia mais credibilidade do que as divagações extravagantes de um homem perturbado, ou de alguém delirante. Desta maneira, a revelação divina daquelas coisas que estão acima da descoberta da razão foram sempre marcadas pela acusação de entusiasmo, e o profeta era chamado de louco, 2 Reis 9.11; Oséias 9.7. A inspiração dos oráculos e profetas pagãos era, na verdade, um frenesi, e aqueles que a tinham ficavam fora de si, mas aquilo que era verdadeiramente divino não era assim. ”A sabedoria é justificada por seus filhos”, como sendo verdadeiramente sabedoria.

2. Como eles se empenharam em justificar estas características e aplicá-las à ocasião atual: “Nós não dizemos que você é isso?” Poderíamos pensar que os excelentes discursos de Jesus deveriam ter alterado a opinião que eles tinham a respeito dele, e os tivesse desmentido, mas, em vez disto, seus corações estavam mais insensíveis, e os preconceitos, confirmados. Eles se valorizavam mutuamente através da sua inimizade a Cristo, como se nunca tivessem falado melhor do que quando falaram o pior que podiam a respeito de Jesus Cristo. Chegaram ao máximo de maldade aqueles que confessam sua falta de piedade, repetem o que deviam desmentir, e se justificam naquilo pelo que deveriam se condenar. É ruim dizer e fazer o mal, mas é pior perseverar nisto. “É justo que me enfade”. Quando Cristo falava com tanta ousadia contra os pecados dos grandes homens, desta maneira incitando-os contra Ele, aqueles que não eram sensíveis a nenhum interesse, exceto ao que é secular e sensual, concluíam que Ele estava fora de si, pois pensavam que ninguém, exceto alguém louco, poderia perder sua posição, e colocar em risco sua vida, pela sua religião e consciência.

 

II – A mansidão e a misericórdia do Céu brilhando na resposta de Cristo a esta calúnia vil, vv. 49,50.

1. Ele nega a acusação deles: “Eu não tenho demônio”. Como Paulo (Atos 26.25): “Não deliro”. A acusação é injusta. “Eu não sou influenciado por um demônio, nem estou aliado a um”. E isto Ele evidenciava pelo que fazia contra o reino do demônio. Ele não dá atenção ao fato de que o chamassem de samaritano, porque isto por si só provava ser uma calúnia, era uma reflexão pessoal, e não merecia que lhe fosse dada atenção. Mas dizer que Ele tinha um demônio refletia na sua comissão, e por isto Ele respondeu a esta acusação. Agostinho interpreta que Ele não disse nada em resposta a ter sido chamado de samaritano pelo fato de que Ele era, realmente, aquele bom samaritano de que fala a parábola, Lucas 10.33.

2. Ele afirma a sinceridade das suas próprias intenções: ”Antes, honro a meu Pai”. Eles sugeriam que Ele recebia honras que não lhe eram devidas, e depreciava a honra devida somente a Deus, acusações que Ele nega aqui, dizendo que trabalhava para honrar ao seu Pai, e somente a Ele. Isto também prova que Ele não tinha demônio, pois, se tivesse, Ele não honraria a Deus. Observe que aqueles que podem verdadeiramente dizer que tem uma preocupação constante de honrar a Deus estão suficientemente armados contra as censuras e reprovações dos homens.

3. Ele se queixa do mal que lhe fizeram com suas calúnias: “Vós me desonrais”. Com isto, parece que, como homem, Ele tinha noção da desgraça e da indignidade que lhe eram feitas. A reprovação era uma espada nos seus ossos, e ainda assim Ele a suportou para nossa salvação. É a vontade de Deus que todos os homens honrem ao Filho, mas há muitos que o desonram. Tal é a contradição que existe na mente carnal à vontade de Deus. Cristo honrava seu Pai como nenhum homem fez, e foi, Ele mesmo, desonrado como nenhum homem foi, pois, embora Deus tenha prometido que honrará aqueles que o honrem, Ele nunca prometeu que os homens honrariam aqueles que o honrassem.

4. Ele se isenta da acusação de vangloria, ao dizer importantes palavras a respeito de si mesmo, v. 50. Veja aqui:

(1) Seu desprezo pela honra do mundo: ” Eu não busco a minha glória”. Ele não visava sua honra naquilo que tinha dito de si mesmo, ou contra seus perseguidores. Ele não cortejava o aplauso dos homens, nem cobiçava primazia no mundo, mas habilmente recusava ambos. Ele não procurava sua glória separadamente da do seu Pai, nem tinha nenhum interesse pessoal separadamente dos dele. Pois, para os homens, “a investigação da própria glória não é glória” (Provérbios 25.27). mas, na verdade. sua vergonha, por estar tão fora dos seus objetivos. Isto surge aqui como uma razão pela qual Cristo se importou tão pouco com as censuras: “Vocês me desonram, mas não conseguem me perturbar, não irão me inquietar, pois Eu não busco minha própria glória”. Observe que aqueles que estão mortos para o louvor dos homens podem, com segurança, suportar seu desprezo.

(2) Seu consolo sob a desonra do mundo: “Há quem a busque e julgue”. Cristo demonstra, em duas coisas, que não procurava sua própria glória, e aqui Ele nos diz o que o satisfazia, quanto às duas coisas.

[1] Ele não desejava o respeito dos homens, mas era indiferente a ele, e, com referência a isto, Ele diz: “Há quem busque, que irá proteger e promover, meus interesses na estima e na afeição do povo, embora Eu não me preocupe com isto”. Observe que Deus irá honrar àqueles que não buscam sua própria honra, pois “diante da honra, vai a humildade”.

[2] Ele não se vingou das afrontas dos homens, antes não se importou com elas, e, com referência a isto, Ele diz: “Há quem julgue, que irá vingar minha honra, e ajustar contas severamente com aqueles que a espezinharem”. Aqui o Senhor provavelmente se refere aos julgamentos que viriam sobre a nação dos judeus, devido às indignidades que faziam ao Senhor Jesus. Veja Salmos 37.13-15. “Eu não ouvi, pois vocês não quiseram ouvir”. Se nós nos dedicarmos a julgar por nós mesmos, qualquer que seja o prejuízo, nossa recompensa estará em nossas próprias mãos, mas se apelarmos humildemente a Deus e esperarmos pacientemente, como devemos fazer, descobriremos, para nosso consolo, que existe alguém que julga.

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