PSICOLOGIA ANALÍTICA

O NINHO EM REFORMA

A Psicologia Positiva Costuma ter uma versão funcional para alguns “problemas” psicológicos. Seria esse o caso da “Síndrome do Ninho Vazio?

Ninho em reforma

Na chamada síndrome do ninho vazio, doença cunhada pelo conhecimento de senso comum para designar a tristeza e o vazio que os pais, (sobretudo as mães) sentem quando seus filhos saem de casa para viver a própria vida. O alerta é também sobre os perigos de se renunciar a si mesma sob aplausos de uma sociedade hipócrita que mitifica a figura da mãe, incentivando (de forma velada, é claro) que essas pobres criaturas substituam (de bom grado) o papel de mulher pelo de mãe, estabelecendo as bases para que no futuro se sintam unidas quando perceberem que seus filhos se sintam traídas quando perceberem que seus filhos seguirão a própria jornada e viverão sua vida (coisa que ela, a pobre mãe da renúncia, não fez, razão pela qual terá grandes chances de viver a tal síndrome).

Mas o que a Psicologia Positiva teria a dizer sobre isso? Bem, devo confessar que desconheço qualquer teoria em Psicologia Positiva que trate desse assunto. Contudo, partindo de minha experiência pessoal, farei aqui algumas reflexões, não com a pretensão de transformá-las em uma explicação científica sobre o tema, mas talvez sim de lançar alguma luz capaz de estabelecer um ponto de partida para futuros estudos mais aprofundados.

Na medida em que todos vivemos em constante metamorfose, o segredo da longevidade de todo e qualquer relacionamento humano é fazê-lo evoluir no mesmo ritmo de transformação de cada uma das pessoas nele envolvidas. Podemos observar isso nos relacionamentos afetivos e nas   relações de amizade. Por que o mesmo não ocorreria no relacionamento entre pais e filhos? É muito comum vermos pessoas que, de fato, se distanciam de seus pais depois que deixam seus lares de infância. Ainda que telefonem semanalmente para eles, estão apenas cumprindo a “agenda social do bom filho”, razão pela qual tais telefonemas se transformam, não raro, em discursos monótonos e vazios de significado.

Quando a nossa evolução acompanha a dos nossos filhos, abrimos as portas para as descobertas, para as possibilidades que o novo contexto nos reserva. Aprendemos que não podemos mais pegar nossos filhos no colo, que já não seria de bom tom escrevermos “meu filhinho querido” nas mídias sociais, e que devemos esperá-los na esquina quando vamos buscá-los na balada. Viver cada uma dessas fases é se preparar para a prova final, quando chega a hora do voo e é preciso que o jovem pássaro se lance ao infinito. É quando o ninho fica vazio. Porém, olhar para o ninho vazio é vê-lo pequeno demais para abrigar o pássaro agora adulto. É ter a certeza de sua incapacidade de acomodar os novos elementos que o desbravar do universo trará para o novo pássaro. Portanto, chorar pelo ninho vazio é recusar-se à transformação e, por isso mesmo (embora paradoxalmente), é o mesmo que garantir o não retorno do pássaro.

Talvez viver esse momento sob a perspectiva da Psicologia Positiva signifique compreender a necessidade de fazermos uma espécie de “reforma” no ninho esvaziado; derrubar paredes, deixá-lo mais arejado e espaçoso, capaz de receber não aquele mesmo jovem pássaro que um dia o abandonou, mas o pássaro que cresceu, que venceu o infinito e que agora traz na bagagem as coisas do mundo que ele ousou desbravar. Trata-se do que chamo de “síndrome” do ninho estendido, uma aventura pra lá de instigante que tenho vivido desde que meu filho mais novo decidiu morar sozinho. Desde então, o ninho está em reforma. E acreditem, por estar mais espaçoso este ninho, já tem abrigado, inclusive, novos pássaros.

 Ninho em reforma.2

LILIAN GRAZIANO – é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento, onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.

graziano@psicologiapositiva.com.br

OUTROS OLHARES

INSULINA EM CÁPSULA

Pesquisadores da Harvard estão perto de uma conquista que se busca desde 1921: testam, com grandes resultados, uma pílula que libertará os diabéticos das Injeções.

Insulina em cápsula

Um trabalho desenvolvido por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, pode estar prestes a revolucionar o estilo de vida dos 4.251 milhões de diabéticos no mundo: a insulina em cápsula. Para quem temo tipo1 da doença – auto­imune, em que o pâncreas não produz insulina, o hormônio crucial para regular os níveis de açúcar no sangue-, a única opção é injetar a substância em sua forma sintética sob a pele até quatro vezes por dia. Para os cerca de 90% da população com o tipo 2 – em que o corpo não produz insulina suficiente ou não responde ao hormônio como deveria -, as injeções também podem ser necessárias.

Estudiosos desenvolveram uma fórmula inovadora de transportar o hormônio por via oral. Até então, havia uma série de barreiras naturais no estômago e no intestino que impediam a insulina via oral de chegar à corrente sanguínea e, assim, transportar a glicose no sangue para as células. Por isso, a busca por esse sistema de administração do hormônio tem sido considerada o “santo graal” na pesquisa sobre diabetes desde 1921, quando os estudiosos canadenses Frederick Bantinge Charles Best isolaram a substância em laboratório pela primeira vez. Nessa recente tentativa, os pesquisadores da Harvard inseriram o hormônio em um líquido feito de duas substâncias sabidamente seguras para humanos: a colina (molécula natural presente em vitaminas do complexo B) e o ácido gerânico (usado como aromatizante alimentar). O líquido – chave da nova abordagem – foi então colocado em uma cápsula cujo revestimento a impede de ser dissolvida por enzimas no sistema digestivo. O revestimento – de polímero – dissolve-se quando atinge o ambiente alcalino do intestino delgado, permitindo que só então o líquido que transporta a insulina seja liberado.

Ainda em fase de teste na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (Seas) John A. Paulson, da própria universidade, a fórmula mostrou-se promissora quando foi usada em ratos: baixas doses de insulina em cápsula promoveram a diminuição nos níveis de açúcar no sangue dos camundongos. “Essa cápsula revelou-se tão eficiente quanto um canivete suíço: dispõe de ferramentas capazes de contornar cada um dos problemas que dificultavam a utilização do hormônio por via oral”, disse Sarnir Mitragotri, engenheiro químico e coautor do estudo. O trabalho foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo.

Outra novidade obtida pelo trabalho foi que, ao contrário das soluções de insulina para injeções, que devem ser refrigeradas e se mantêm apenas por algumas semanas, o líquido usado na pílula permaneceu estável por dois meses à temperatura ambiente, e pelo menos por quatro meses quando refrigerado. “Até agora, essa foi uma das mais promissoras pesquisas envolvendo insulina por via oral. Além de alcançar bons resultados quanto à eficácia da ação, mostrou­ se mais durável para o armazenamento”, observa Fabio Trujilho, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Outras equipes de pesquisa pelo mundo estão trabalhando em tentativas de encapsular o hormônio. Contudo, nenhuma formulação eliminou com sucesso todos os obstáculos clínicos. Até agora, não há produto de insulina oral comercialmente disponível. Em países emergentes como o Brasil, em decorrência do estilo de vida da população e do consumo de dietas altamente calóricas, há cada vez mais doentes. Hoje, já são 12,5 milhões os brasileiros com diabetes. O Brasil está em quarto lugar entre os dez países que apresentam maior número de diabéticos.

Apesar dos resultados promissores, a pílula de insulina precisa passar por ensaios clínicos em humanos, o que, de acordo com os autores do estudo, deve acontecer em até cinco anos. Enquanto ela não chega, americanos e europeus – e, em breve, brasileiros – já se beneficiam de outro tipo de insulina indolor: a inalável. Com o nome comercial de Afrezza, o medicamento é uma versão do hormônio em pó, para ser inalado com o auxílio de um aplicador similar a um apito. No entanto, sua ação tem início em apenas doze minutos e, justamente por ser muito rápida, ela não dispensa a aplicação diária da insulina injetável – vantagem apresentada pela pílula em estudo. No Brasil, o Afrezza se encontra em processo de avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a entidade responsável por aprovar a circulação de remédios no país. O lançamento está previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2019.

Insulina em cápsula.2

GESTÃO E CARREIRA

A UTOPIA DO VALE DO SILÍCIO

Bilionários americanos do setor de tecnologia embarcam no movimento pela adoção da renda básica universal.

A utopia do Vale do Silício

O tradicional discurso de formatura da universidade Harvard teve um teor político incomum neste último ano. Convidado a falar de suas experiências e valores aos graduandos de uma das mais importantes universidades de negócios do mundo, o bilionário Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, deixou de lado as fronteiras da tecnologia, das redes sociais e do empreendedorismo digital. Escolheu como tema central “a criação de propósito”. E defendeu como caminho uma alternativa ainda polêmica, mas que vem ganhando espaço no mundo: a de que os Estados garantam uma renda mínima a seus cidadãos, independentemente de classe socioeconômica, para que eles deem conta de despesas básicas como alimentação, moradia e saúde. Sim, aqui no Brasil a gente já ouviu um bocado sobre isso, assunto preferido e projeto de vida do ex-senador Eduardo Suplicy, do PT. Virou até folclore, mas, na prática, não saiu do papel: seu projeto de Renda Básica de Cidadania, transformado em lei em 2004, nunca foi regulamentado. Zuckerberg ainda não conversou com Suplicy, mas, na formatura de Harvard, já falou como ele: “Chegou a hora de nossa geração definir um novo contrato social. Deveríamos explorar ideias como a da renda básica universal para garantir que todos tenham segurança para testar novas ideias”.

A proposta de inclinação socialista na boca de um dos homens mais ricos do mundo pode soar estranha. Mas Zuckerberg não é doido, nem está sozinho. Ele faz parte de um grupo de lideranças do Vale do Silício que vêm ampliando a visibilidade de um movimento internacional em favor da renda básica universal, organizado em rede desde meados dos anos 80. Elon Musk, fundador da Tesla, a montadora de carros elétricos que recentemente ultrapassou a Ford em valor de mercado, declarou em fevereiro que o modelo é possivelmente a melhor solução para lidar com a crescente abundância de bens e a escassez de empregos geradas pelas novas tecnologias. Albert Wenger, sócio da Union Square Ventures, empresa de capital de risco com aplicações em companhias como Duolingo, SoundCloud e Kickstarter, escreveu um livro em que defende a ideia, chamado World After Capital (“Mundo pós-capital”, em uma tradução livre). E Sam Altman, presidente da Y Combinator, investidora de estrelas da nova economia como Airbnb, Reddit e Dropbox, não só é favorável ao modelo como está bancando, por meio da companhia que dirige, um experimento do tipo em Oakland, na Califórnia – o projeto começou este ano distribuindo entre US$ 1 mil e US$ 2 mil mensais a cem participantes, e deve crescer para mil participantes nos próximos meses.

O tema é antigo e tem atraído pensadores à direita e à esquerda do espectro político. Formas de renda básica universal são discutidas ao menos desde a Antiguidade. Entre seus defensores ao longo da história estão nomes como o do matemático e ativista político Antoine Caritat, marquês de Condorcet; o político britânico Thomas Paine, um dos signatários da independência dos Estados Unidos; e o pensador John Stuart Mill, autor de Princípios da Economia Política. Em décadas recentes, a ideia atraiu a atenção de economistas liberais como Milton Friedman e Paul Krugman. E por muito pouco não foi implantada pelo governo americano, na década de 70, sob o governo Nixon – com o escândalo de Watergate e a renúncia do presidente, o projeto acabou enterrado. Para muitos liberais, o modelo é atraente por abrir a possibilidade de simplificação dos sistemas de seguridade social e eliminar a burocracia relacionada a eles. Para a esquerda, é uma forma de reduzir desigualdades sociais geradas pelo capitalismo.

UM MUNDO SEM EMPREGO

Mas existe um motivo bem mais inquietante pelo qual o tema se tornou recorrente nas declarações públicas dos bilionários do Vale do Silício. Com novos avanços da tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial, são grandes as chances de que muitos postos de trabalho deixem de existir nos próprios anos. E não somente trabalhos de baixa qualificação, como dirigir um táxi. Estudo recente da consultoria McKinsey indica que 45% das atividades hoje remuneradas podem ser automatizadas com tecnologias já demonstradas. Na lista estão trabalhos feitos atualmente por executivos de finanças, médicos e CEOs. Só nos Estados Unidos, essas atividades rendem atualmente cerca de US$ 2 trilhões anuais em salários.

O estudo foi feito lá fora. Mas trata-se de uma realidade cada vez mais presente também no Brasil. Por aqui, há exemplos, como o da EDP, que ilustram a velocidade das transformações em curso. A companhia de energia de origem portuguesa já tem mapeados mais de 190 processos em sua operação no país que pretende robotizar nos próximos três anos. A promessa é a de que os funcionários que antes se dedicavam às tarefas automatizadas sejam realocados ou assumam funções estratégicas. Mas Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil, admite que haverá dispensas.

Há no mundo uma intensa controvérsia sobre os efeitos da tecnologia na redução dos postos de trabalho. Uma corrente defende que para cada tarefa extinta surgem outras novas. As novas atividades, contudo, exigirão requalificação técnica, e muitas pessoas que não forem capazes de se adaptar ficarão sem emprego. Basta lembrar os estragos causados pelos luddistas na primeira Revolução Industrial ou, mais recentemente, os protestos de taxistas contra o Uber para imaginar o potencial de confusão que vem por aí. Ter uma renda básica impediria que essa parcela da população ficasse desamparada e pudesse se requalificar ou empreender. Também garantiria a manutenção de um mercado consumidor amplo para dar vazão ao aumento da produtividade. E neutralizaria efeitos sociais negativos das inovações, reduzindo o potencial de críticas aos seus principais beneficiários, as companhias de tecnologia.

Para Martin Ford, futurologista e autor do best-seller Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future (“Ascenção dos robôs: Tecnologia e a ameaça de um futuro sem emprego”), essa revolução das máquinas não é um cenário tão distante. Algo entre 15 e 20 anos. “Pode ser até mais cedo do que isso. Qualquer tipo de trabalho que seja repetitivo e previsível será automatizado. Pessoas com um nível de escolaridade menor são as que estão em maior perigo. Mas cada vez mais pessoas formadas serão impactadas também”, diz Ford. “A questão é: o que você vai fazer, então? Muitas pessoas estão percebendo que algum tipo de renda básica universal seja a melhor solução. E claro, você ouve isso de executivos do Vale do Silício porque são muito próximos da tecnologia e estão vendo o que está acontecendo. Estão preocupados, por isso estão dando atenção ao assunto.”

EMPIRISMO SOCIAL

Em meio ao crescente debate, uma série de projetos de renda básica universal vêm sendo estudados e anunciados ao redor do mundo nos últimos anos. Na Suíça, uma proposta de adoção em escala nacional chegou a ir à consulta popular – onde foi rejeitada, em meados de 2016. Países como Holanda, Finlândia, Quênia e Canadá têm projetos em fase inicial de adoção. Cidades da Escócia e da Espanha discutem a ideia. Mas ainda há um longo caminho pela frente até que iniciativas do gênero sejam adotadas em escala nacional – se é que um dia serão. O número de pessoas contrárias à renda mínima universal ainda é muito maior que o de seus defensores – na Suíça, por exemplo, a ideia foi rejeitada por 77% dos eleitores.

Entre os motivos para isso estão principalmente questões de ordem moral e financeira, além da percepção de que exigiria mudanças culturais e políticas tão grandes que é simplesmente impossível que venha a ser adotada. Segundo os críticos morais, a entrega de dinheiro de forma regular e sem contrapartidas pode ter efeitos psicológicos nocivos sobre a população, como o desinteresse pela busca de trabalho e – dá para acreditar? – incentivo ao vício em drogas. A forma de financiamento, em um momento em que muitos países estão afogados em déficits fiscais, é outra preocupação.

Muitas questões permanecem de fato em aberto. O valor ideal dos pagamentos, a melhor forma de entrega do dinheiro e os efeitos macroeconômicos da adoção em larga escala da renda básica universal são pontos a serem discutidos, admitem seus defensores. Para eles, porém, a dificuldade de adoção é tão grande quanto a enfrentada no passado por ideias consideradas utópicas, como o fim da escravidão, a democracia e os direitos civis. E já há bons indícios de que os receios no campo moral sejam infundados. Um estudo assinado por Ioana Marinescu, professora assistente da Escola Harris de Políticas Públicas da Universidade de Chicago, por exemplo, mostrou que no Alasca, onde funciona o mais amplo e antigo projeto de renda básica universal do mundo, o abandono do trabalho foi irrelevante. Em contrapartida, houve redução no número de internações hospitalares e aumento do consumo e dos níveis de escolaridade da população. O estudante americano Kevin Simmons, de 23 anos, é um exemplo dos efeitos do programa. Ainda bebê, mudou-se do estado de Washington com a família para o Alasca. Durante toda a vida, cerca de US$ 1,2 mil eram depositados anualmente na sua conta bancária sem que ele precisasse fazer nada. Quando terminou o ensino médio, usou o dinheiro para ajudar a pagar a faculdade. Hoje, cursa design de produto em Los Angeles. Simmons conta que muitas famílias não têm as mesmas condições que a dele e usam o dinheiro que recebem para contribuir no pagamento das contas de casa. Mas que nunca chegou a ver alguém depender exclusivamente dos recursos que vêm do fundo, criado em 1976 pelo governo com royalties do petróleo – o programa de renda básica, porém, só começaria a funcionar em 1982. O Alasca, coincidência ou não, é o estado menos desigual dos Estados Unidos.

Na África, outro experimento iniciado no ano passado tem mostrado resultados igualmente positivos, ainda que sobre aspectos diferentes. Ele foi criado para avaliar o impacto da renda mínima sobre a vida de populações inteiras no longo prazo. A ONG americana GiveDirectly, queridinha no Vale do Silício, recebe doações ao redor do mundo e, como o nome bem diz, dá diretamente aos moradores de vilarejos rurais pobres no Quênia – tão pobres que, em alguns deles, comer em público, “ostentar” a comida, é considerado falta de educação. Os pagamentos em dinheiro começaram a chegar a um vilarejo piloto em outubro do ano passado e têm sido usados pelos beneficiários para a construção de casas, compra de gado, redes de pesca ou, simplesmente, comida – o que não seria possível de outra forma. Cada beneficiário recebe cerca de US$ 22 por mês, uma fortuna para os padrões locais.

Hoje, no vilarejo piloto, aproximadamente cem pessoas recebem o dinheiro. No segundo semestre, a iniciativa completa será colocada em prática. Seis mil receberão dinheiro mensalmente durante 12 anos. Um segundo grupo, de 10 mil pessoas, receberá mensalmente por dois anos. E um terceiro, também de 10 mil pessoas, receberá o valor referente a dois anos, mas de uma vez só. A organização quer analisar os efeitos em cada uma das “amostras”. “Nosso principal objetivo é aprender”, diz Joe Huston, diretor financeiro da GiveDirectly. “Se você tem uma renda garantida, esse nível de segurança muda as suas escolhas? Universalidade, ou seja, dar o dinheiro para todos na população, e não só à parte mais vulnerável dela, é importante?”

O resultado desses e de outros programas em fase inicial de implantação servirão de base para o avanço da discussão nos próximos anos. Sejam eles positivos ou negativos. Como coloca o futurista Federico Pistono, autor do livro A Tale of Two Futures (“Um conto de dois futuros”), em sua leitura na plataforma de vídeos TED Talks, ainda não existem evidências suficientes, nem contra nem a favor da renda básica universal. Para ele, é preciso testá-la em populações maiores, realmente representativas, com grupos controle e levando em consideração as diferentes realidades de cada país, durante períodos de tempo mais amplos. “Precisamos de mais informações e de informações melhores”, afirma. “Mas, diante dos desafios, não há por que não tentar.”

Suplicy explica de outro jeito. “A maior vantagem de um programa de renda mínima é do ponto de vista da dignidade e da liberdade do ser humano”, ele diz. “É a moça que não consegue dar de comer em casa para suas crianças e acaba vendendo o seu corpo… É o jovem que, pelas mesmas razões, resolve ser o ‘aviãozinho’ da quadrilha de narcotraficantes… Com o básico, essas pessoas vão ganhar o direito de dizer ‘não’.”

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 7: 37-44

Alimento diário

O Convite do Evangelho

 

Nestes versículos, temos:

I – O sermão de Cristo, com sua explicação, vv. 37-39. É provável que estas sejam somente pequenas indicações daquilo sobre o que Ele discorria, mas nelas estão a essência de todo o Evangelho. Aqui está um convite do Evangelho para ir até Cristo, e uma promessa do Evangelho, de consolo e felicidade nele. Observe: 

1. Quando Jesus fez este convite: “No último dia” da Festa dos Tabernáculos, “o grande dia da festa”. O oitavo dia, que concluía a solenidade, deveria ser uma “santa convocação”, Levítico 23.36. Cristo divulgou este chamado do Evangelho neste dia, porque:

(1) Havia muitas pessoas reunidas, e, se o convite fosse feito a muitos, poderia se esperar que alguns o aceitassem, Provérbios 1.20. Assembleias numerosas dão oportunidade para fazer um bem maior.

(2) As pessoas agora estavam voltando para suas casas, e Ele lhes daria estas palavras para que as levassem consigo como suas palavras de despedida. Quando uma grande congregação está prestes a ser despedida, e prestes a dispersar-se, como aqui, é comovente pensar que, com toda probabilidade, eles nunca voltarão a se reunir, todos, outra vez neste mundo. Portanto, se pudermos dizer ou fazer alguma coisa para ajudá-los a ir ao céu, esta deve ser a hora. É bom estar atento no encerramento de um culto ao Senhor. Cristo fez esta oferta no “último dia da festa”.

[1] Àqueles que tinham se feito de surdos à sua pregação nos dias anteriores desta semana santa. Ele irá testá-los uma vez mais, e se eles ouvirem sua voz, viverão.

[2] Àqueles que talvez nunca viessem a ter outra oferta, e, portanto, teriam interesse em aceitar esta. Haveria meio ano antes que houvesse outra festa, e neste período, muitos deles poderiam já estar em seus túmulos. “Eis aqui agora o tempo aceitável”.

2. Como Ele fez este convite: “Jesus pôs-se em pé e clamou”, o que indica:

(1) Sua grande veemência e persistência. Seu coração se empenhava em trazer as pobres almas para si. O fato de Ele levantar-se e de elevar seu tom de voz eram indicações da intensidade da sua intenção. O amor às almas dá vida aos pregadores.

(2) Seu desejo de que todos pudessem prestar atenção e receber este convite. “Jesus pôs-se em pé e clamou”, para que pudessem ouvi-lo melhor, pois isto é o que qualquer que tenha ouvidos deve se preocupar em ouvir. A verdade do Evangelho não procura cantos, porque ela não teme testes. Os oráculos pagãos eram transmitidos privadamente por aqueles que espiavam e murmuravam, mas os oráculos do Evangelho eram proclamados por alguém que se punha em pé, e clamava. Como é triste a situação do homem, que deve ser importunado para ser feliz, e como é maravilhosa a graça de Cristo, pois Ele irá importunar o homem! “Ó vós todos”, Isaías 55.1.

3. O convite propriamente dito é bastante geral: “Se alguém tem sede”, quem quer que seja, está convidado a vir a Cristo, seja ele nobre ou humilde, rico ou pobre, jovem ou velho, escravo ou livre, judeu ou gentio. Ele também é cheio de graça: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba”. Se algum homem deseja ser verdadeiramente e eternamente feliz, que se dirija a mim, e que seja governado por mim, e Eu me encarregarei de fazê-lo assim”.

(1) As pessoas convidadas estão como sedentas, o que pode ser interpretado, ou:

[1] Como a miséria da sua situação, seja com relação à sua condição exterior (se algum homem estiver destituído do conforto desta vida, ou fatigado com suas cruzes, que sua pobreza e suas aflições o levem a Cristo, obtenha obter aquela paz que o mundo não pode dar nem remover), ou com relação à sua condição interior: “Se algum homem deseja bênçãos espirituais, Ele pode obtê-las de mim”. Ou:

[2] Como a tendência das suas almas e dos seus desejos, de uma felicidade espiritual. Se algum homem tiver sede e fome de justiça, isto é, desejar verdadeiramente a boa vontade de Deus para com ele, e a boa obra de Deus nele.

(2) O convite propriamente dito: “Que venha a mim”. Que não procure a lei cerimonial, que não poderá tranquilizar a consciência, nem purificá-la, e, portanto, não pode aperfeiçoar os que a ela se chegam, Hebreus 10.1. Nem procure a filosofia pagã, que apenas engana os homens, os leva a um bosque e os abandona ali. Mas que procure a Cristo, aceite sua doutrina, seja seu discípulo, creia nele. Venha até Ele como “o manancial de águas vivas”, aquele que dá todo o consolo.

(3) A satisfação prometida: “Que venha ‘e beba’. Ele terá aquilo que veio buscar, e abundantemente. Terá o que não somente refresca, mas abastece, uma alma que deseja ser feliz”.

4. Uma promessa de graça anexa a este convite de graça (v. 38): “Quem crê em mim… correrão do seu ventre”.

(1) Veja aqui o que significa vir a Cristo: significa crer nele, como as Escrituras dizem. E recebê-lo e aceitá-lo como Ele nos é oferecido no Evangelho. Não devemos construir um Cristo de acordo com nossa fantasia, mas crer em um Cristo de acordo com as Escrituras.

(2) Veja como as almas sedentas, que vêm a Cristo, podem beber: Israel, que creu em Moisés, bebeu da pedra que os seguia, e saíram muitas águas, mas os crentes bebem de uma rocha que há dentro deles, Cristo, que está neles. Neles, Ele é uma fonte de água viva, cap. 4.14. A provisão é feita não somente para sua satisfação atual, mas para seu conforto contínuo e eterno. Aqui temos:

[1] “Água viva”, água que jorra, que a língua hebraica chama de viva, porque está em movimento. As graças e os consolos do Espírito são comparados à água viva (com o significado de “em movimento”), porque são os princípios vivificadores ativos da vida espiritual, e o penhor e o princípio da vida eterna. Veja Jeremias 2.13.

[2] “Rios” de água viva, que indicam abundância e constância. O consolo flui tão abundantemente e constantemente quanto um rio, forte como uma correnteza, para suportar as oposições das dúvidas e dos temores. Em Cristo, existe abundância de graça sobre graça.

[3] Estes rios correm do seu ventre, isto é, do seu coração ou da sua alma, que é o objeto da obra do Espírito e o centro do seu governo. Estes princípios de graça são plantados, e do coração, onde habita o Espírito, procedem “as saídas da vida”, Provérbios 4.23. Estes consolos divinos estão arraiga­ dos em nosso ser, e trazem uma alegria na qual nenhum estranho é capaz de interferir. “Quem crê no Filho de Deus em si mesmo tem o testemunho”, 1 João 5.10. Observe, além disto, onde estão as fontes de graça e consolo na alma, de que fluem águas: “Rios de água viva correrão do seu ventre”. Em primeiro lugar, a graça e o consolo irão produzir boas ações, e um coração santo será visto em uma vida santa. A árvore é conhecida pelos seus frutos, e a fonte, pelas suas águas. Em segundo lugar, elas serão transmitidas para o benefício de outros. Um bom homem é um bem comum. ”A boca do justo é manancial de vida”, Provérbios 10.11. Não é suficiente que bebamos as águas da nossa própria cisterna, que recebamos, nós mesmos, o consolo da graça que nos é dada, mas devemos permitir que nossas fontes fluam para o benefício de outros, Provérbios 5.15,16.

Estas palavras: “como diz a Escritura”, parecem referir-se a alguma promessa no Antigo Testamento com este propósito, e houve muitas delas. Como a de que Deus derramaria seu Espírito, que é uma metáfora emprestada das águas (Provérbios 1.23; Joel 2.28; Isaias 44.3; Zacarias 12.10); a de que a terra seca se transformaria em mananciais (Isaias 41.18); de que haveria rios no ermo (Isaias 43.19); de que as almas graciosas serão como um manancial (Isaias 58.11); e de que a igreja é um poço de águas vivas, Cantares 4.15. E aqui pode ser uma alusão às águas saindo do templo de Ezequiel, Ezequiel 47.1. Compare com Apocalipse 22.1, e veja Zacarias 14.8. O Dr. Lightfoot e outros nos dizem que havia um costume, entre os judeus, que eles recebiam por tradição, de que no último dia da Festa dos Tabernáculos houvesse uma solenidade, que eles chamavam de Libatio aquae – O derramar da água. Eles tomavam um vaso dourado de água do tanque de Siloé, traziam-no ao Templo com tocar de trombetas e outras cerimônias, e, na subida ao altar, derramavam-na diante do Senhor, com todas as exclamações de alegria possíveis. Alguns dos seus autores entendem que a água significa a lei, e fazem referência a Isaías 12.3; 55.1. Outros, o Espírito Santo. E se acredita que nosso Salvador aqui possa estar fazendo alusão a este costume. Os crentes terão o consolo, não de um vaso de água apanhada de um tanque, mas de um rio, correndo de si mesmos. A alegria da lei, e o derramamento da água, que isto significava, não devem ser comparados com a alegria do Evangelho nos poços da salvação.

5. Aqui está a explicação do evangelista a esta promessa (v. 39): “Isso disse ele do Espírito”. Não de nenhuma vantagem exterior que se acumule sobre os crentes (como alguns poderiam ter interpretado, de maneira equivocada), mas dos dons, das graças e dos consolos do Espírito. Veja como as Escrituras são os melhores intérpretes das Escrituras. Observe:

(1) A todos os que creem em Cristo, é prometido que receberão o Espírito Santo. Alguns recebiam seus dons milagrosos (Me 16.17,18). Todos recebem suas graças santificadoras. O dom do Espírito Santo é uma das grandes bênçãos prometidas no novo concerto (Atos 2.39), e, se prometidas, sem dúvida realizadas a todos os que se interessam por aquele concerto.

(2) O Espírito habitando e operando no crente é como uma fonte de águas vivas, da qual fluem abundantes correntezas, refrescantes e purificadoras como a água, calmantes e umedecedoras como a água, tornando-o frutífero, e aos outros, alegres. Veja cap. 3.5. Quando os apóstolos falaram tão fluentemente das coisas de Deus, quando o Espírito lhes deu o discurso (Atos 2.4), e posterior mente pregaram e escreveram o Evangelho de Cristo com tal fluência de eloquência divina, então isto se cumpriu: “Rios de água viva correrão do seu ventre”.

(3) Este abundante derramamento do Espírito era ainda tema de uma promessa, pois “o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado”. Veja aqui:

[1] Que Jesus ainda não havia sido glorificado. Era certo que Ele seria glorificado, e Ele era realmente merecedor de toda a honra, mas Ele ainda estava em um estado de humilhação e desprezo. Ele nunca tinha perdido o direito à glória que tinha antes de todos os mundos. Na verdade, Ele merecia uma glória adicional, e, além das suas honras, o Senhor podia reivindicar a conquista de uma coroa mediadora. Ainda assim, tudo isto está em reversão. Jesus agora é sustentado (Isaias 42.1), agora está satisfeito (Isaias 53.11), agora é justificado (1 Timóteo 3.16), mas ainda não está glorificado. E, se Cristo deve esperar pela sua glória, não julguemos que é demais termos que esperar pela nossa.

[2] Que “o Espírito Santo ainda não fora dado”, ou pois o Espírito Santo ainda não havia sido derramado. O Espírito de Deus estava presente na eternidade, pois, no princípio, Ele se movia sobre a face das águas. Ele estava nos profetas e santos do Antigo Testamento, e Zacarias e Isabel foram, ambos, cheios do Espírito Santo. Portanto, isto deve ser interpretado como o derramamento eminente, abundante e geral do Espírito, que tinha sido prometido, Joel 2.28, e realizado, Atos 2.l ss. O Espírito Santo ainda não tinha sido dado daquela maneira visível que era pretendida. Se compararmos o conhecimento claro e a forte graça dos próprios discípulos de Cristo, depois do Pentecostes, com suas fraquezas e sua ignorância anteriores, nós compreenderemos em que sentido o Espírito Santo ainda não tinha sido dado. Os penhores e as primícias do Espírito tinham sido dadas, mas a colheita abundante ainda não era chegada. Aquilo que é mais adequadamente chamado de dispensação do Espírito ainda não tinha se iniciado. O Espírito Santo ainda não havia sido dado na forma de rios de águas vivas, como aqueles que regam toda a terra, até mesmo o mundo gentílico, não na dádiva de línguas, a que, talvez, esta promessa principalmente se refere.

[3] Que a razão pela qual o Espírito Santo ainda não tinha sido dado era “por ainda Jesus não ter sido glorificado”. Em primeiro lugar, a morte de Cristo algumas vezes é chamada de sua glorificação (cap. 13.31), pois, na sua cruz, Ele derrotou e triunfou. Agora o dom do Espírito Santo era comprado pelo sangue de Cristo. Esta era a consideração valiosa em que se baseava sua concessão, e, portanto, até que este preço fosse pago (embora muitos outros dons fossem concedidos mediante a garantia de que seriam pagos), o Espírito Santo não seria dado. Em segundo lugar, não havia tanta necessidade do Espírito enquanto o próprio Cristo estivesse aqui na terra, como depois que Ele ti­ vesse partido, para suprir sua falta. Em terceiro lugar, a concessão do Espírito Santo devia ser tanto uma res­ posta à intercessão de Cristo (cap. 14.16) como um ato do seu domínio, e, portanto, o Espírito Santo não seria concedido até que Ele fosse glorificado, e iniciasse as duas coisas. Em quarto lugar, a conversão dos gentios era a glorificação de Jesus. Quando alguns cegos começaram a procurar por Cristo, Ele disse: “É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado”, cap. 12.23. Agora, o tempo em que o Evangelho seria propagado entre as nações ainda não era chegado, e, portanto, ainda não havia a oportunidade para o dom de línguas, este rio de águas vivas. Mas observe que, em­ bora o Espírito Santo ainda não fosse concedido, Ele era prometido. Esta era agora a grande promessa do Pai, Atos 1.4. Embora os dons da graça de Cristo possam demorar muito, ainda assim estão todos garanti­ dos. E enquanto estamos esperando pela boa promessa, nós temos a promessa pela qual viver, a promessa que “falará e não mentirá”.

 

II – As consequências destas palavras, a recepção que elas encontraram. De maneira geral, elas provocaram divergências: “Entre o povo havia dissensão por causa dele”, v. 43. Houve um cisma, que é o que significa a palavra. Houve diversas opiniões, e houve aqueles que foram movidos pelo calor e pela disputa, sentimentos variados, e que os deixavam em desacordo. Pensamos que Cristo veio trazer paz, que todos iriam unanimemente aceitar seu Evangelho? Não, o resultado da pregação do seu Evangelho seria a divisão, pois, enquanto alguns se unissem a favor dele, outros se uniriam contra ele, e isto iria agitar as coisas, como aqui. Mas isto não é culpa do Evangelho. É como um remédio benéfico que agita os fluidos que são prejudiciais ao corpo, para livrar-se deles. Observe o que foi este debate:

1. Alguns se encantaram com Ele, e ficaram bem impressionados a respeito dele: “Muitos da multidão, ouvindo essa palavra”, ouviram-no com tanta compaixão e gentileza convidando os pobres pecadores para que fossem até Ele, e com tal autoridade convidando-os a serem felizes, que não podiam deixar de pensar muito bem dele.

(1) Alguns diziam: “Verdadeiramente, este é o Profeta”, aquele profeta de que Moisés falou aos patriarcas, que seria como ele. Ou: Este é o profeta que, de acordo com as noções recebidas da igreja judaica, deverá ser o arauto e o precursor do Messias. Ou: Este é verdadeiramente um profeta, alguém inspirado e enviado por Deus.

(2) Outros iam mais além, e diziam: “Este é o Cristo” (v. 41), não o profeta do Messias, mas o próprio Messias. Os judeus tinham, nesta época, uma expectativa extraordinária do Messias, o que os tornava prontos a dizer a cada momento: Eis aqui o Cristo, ou: Ei-lo ali, e isto parece ser apenas o resultado de algumas noções confusas e instáveis que os dominavam em um primeiro instante, pois nós não lemos que estas pessoas tenham se tornado discípulos e seguidores de Cristo. Uma boa opinião a respeito de Cristo está muito aquém de uma fé vívida em Cristo. Muitos dão a Cristo uma palavra boa e nada mais. Estes diziam: “Este é o profeta”, e “este é o Cristo”, mas não conseguiam se persuadir a abandonar tudo e segui-lo. Assim, seu testemunho em relação a Cristo era apenas um testemunho contrário a si mesmos.

2. Outros eram preconceituosos em relação a Ele. Tão logo esta grande verdade de que Jesus era o Cristo foi apresentada, imediatamente foi contradita e combatida. E o fato de que sua origem era (como eles supunham) da Galileia, era considerado suficiente para responder a todos os argumentos de que Ele era o Cristo. “Vem, pois, o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi”. Veja aqui:

(1) Um louvável conhecimento das Escrituras. Eles estavam completamente convencidos de que o Messias seria um rebento do tronco de Jessé (Isaias 11.1), e de que de Belém sairia o Senhor de Israel, Miquéias 5.2. Isto até mesmo as pessoas comuns sabiam, pelas explicações tradicionais que os escribas lhes davam. Talvez as pessoas que tivessem estas passagens das Escrituras tão prontas para objetar contra Cristo não conhecessem, da mesma maneira, outras passagens dos textos sagrados, mas estas palavras lhes tinham sido postas na boca pelos seus líderes, para fortalecer seu preconceito contra Cristo. Muitos que podem adotar certas noções corruptas, e desperdiçar seu zelo defendendo-as, parecem ser muito conhecedores das Escrituras, quando, na verdade, sabem pouco além daquelas passagens das Escrituras que lhes foram ensinadas para sua perversão.

(2) Uma ignorância condenável sobre nosso Senhor Jesus. Eles falam como se fosse uma discussão certa e passada que Jesus era da Galileia, embora investigando sobre Ele, ou sua mãe, ou seus discípulos, ou consultando a genealogia da família de Davi, ou os registros de Belém, pudessem ter sabido que Ele era o Filho de Davi, e um nativo de Belém. Mas disto eles são voluntariamente ignorantes. Desta maneira, falsidades flagrantes sobre fatos a res­ peito de pessoas e coisas são frequentemente aceitas por homens parciais e preconceituosos, e grandes decisões se baseiam sobre elas, no mesmo lugar e na mesma época em que vivem as pessoas e ocorrem as coisas, embora a verdade possa ser facilmente descoberta.

3. Outros estavam enfurecidos contra Ele, e o queriam prender, v. 44. Embora o que Ele dizia fosse doce e cheio de graça, eles se exasperavam contra Ele por isto. Assim, nosso Mestre sofreu por dizer e fazer o bem. ”Alguns deles queriam prendê-lo”. Eles esperavam que um ou outro o prendesse, e se tivessem pensado que ninguém o faria, eles mesmos teriam feito isto. Eles “queriam prendê-lo”, mas ninguém lançou mão dele, restritos como estavam por um poder invisível, porque sua hora ainda não era chegada. Assim como a maldade dos inimigos de Cristo é sempre irracional, também algumas vezes sua restrição é inexplicável.

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