PSICOLOGIA ANALÍTICA

ADOLESCENTES EM RISCO

A transição entre infância e fase adulta pode ser psiquicamente dolorosa. E lidar com as pressões se tornar uma ameaça à própria vida.

Adolescentes em risco

Os filmes Tubarão, de 1975, e Orca: a baleia assassina, de 1977, povoaram a adolescência com a ideia de que por trás, ou mais abaixo, da nossa calmaria marinha, pode haver monstros insuspeitos. Tipicamente são histórias sobre uma família pacata em férias, ou um pequeno vilarejo sossegado, que ignora a existência de perigos próximos, que no mais das vezes eles mesmos incitam desavisada- mente. Esta também foi a moral subliminar de filmes como Jurassic Park e sua extensa fauna de dinossauros congêneres entre 1993 e 2001. A geração que cresceu acalentando o terror subterrâneo, que emerge repentinamente, de modo assassino e devorador, tem agora filhos adolescentes. E é essa mesma geração que está às voltas com um incremento de suicídios juvenis, não só no Brasil como no mundo, especialmente nos países asiáticos. Nos anos 1980 o Brasil tinha uma taxa de 0.2 para o suicídio infantil, hoje estamos em 1%, o que fez o número de mortes ultrapassar aqueles causados pelo HIV-aids.

Muitas causas serão levantadas aqui, desde os números maiúsculos para a presença de transtornos mentais nessa situação até transformações nos modos de criação e na expectativa de sucesso ou felicidade. Não creio que uma estatística semelhante, feita nos anos 1980, com os mesmos critérios diagnósticos de hoje, nos levaria a números distintos. Também desconfio dos progressos de nossas exigências narcísicas, quando penso o que significava uma gravidez adolescente antes e hoje. A relação entre adolescência e suicídio é contemporânea da invenção da adolescência como uma fase da vida ligada a certa experimentação do real, mais além e mais aquém das próprias capacidades corporais, cognitivas e desejantes.

O fato que me parece crucial e distintivo nesta tendência, e que se confirma tanto nos usuários típicos de jogos como Baleia Azul e narrativas existenciais como 13 reasons why é a reincidência de um traço já anunciado em Tubarão: a angústia vivida em silêncio. O mar calmo com suas profundezas silenciosas, contudo assassinas. Particularmente o Brasil assistiu à formação de uma nova geração extremamente acossada pelo moralismo. O discurso sobre a própria fragilidade ou vulnerabilidade é repudiado pelo novo código de honra que opõe o silenciamento forçado à denúncia e a consequente imagem vitimista. Pais compreensivos, escolas inclusivas, discursos de renovação cultural, tudo converge para a produção de uma subjetividade na qual a palavra, este fator protetor universal do suicídio, se torna um bem cada vez mais escasso. Desta forma, o perigo silencioso continua a prosperar nas profundezas de vi- das regidas por procedimentos cada vez mais estritos de aceitação e reconhecimento.

Tipicamente nos filmes dos anos 1970 um erro acidental, como um arpão que atinge uma orca grávida, desencadeava uma sequência de ataques vingativos, incompreensíveis para os marinheiros e banhistas. Há coisas que fazemos sem saber que estamos fazendo, e estas se voltam contra nós. Por exemplo, Hannah, em uma das suas 13 razões, se deixa fotografar em um beijo lésbico, por um fotógrafo mirim que talvez estivesse interessado nela. Depois de entregar os originais, ele a convida para um encontro e ela o despacha rindo. Humilhado, ele retransmite o material para a escola, o que atrapalha sua relação com a amiga e estraga seu baile de formatura. O raciocínio jurídico-moral verá aqui mais uma razão para culpar o Outro pelo progresso da miséria psíquica da menina. Na mesma linha ele argumentará que não se deve inverter os motivos e culpar a vítima. Contudo, ao excluir o efeito “orca assassina”, seja ele representado pelo riso de desprezo, seja pela vingança fotográfica, deixamos de dar lugar àquilo pelo qual somos responsáveis, mesmo não sendo culpados. Caminho certo para reverter a angústia e a inconformidade com o mundo para a agressividade contra si. Encurtamos o pensamento, reduzindo causas a motivos e motivos a razões. Ao reduzir o pensamento e privar a circulação da palavra é a Baleia Azul quem vence.

 Adolescentes em risco.2

OUTROS OLHARES

ATENÇÃO PARA O EXAGERO

Na era das selfies, a profusão desenfreada de procedimentos estéticos provoca resultados artificiais e mesmo aberrações. A culpa é tanto do paciente quanto do médico.

Atenção para o exagero

Os números comprovam que há um exagero na realização de procedimentos estéticos no Brasil. De acordo com o censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2017 o Brasil registrou um aumento de nada menos que 390% nesse tipo de intervenção em relação a 2014. Isso nos coloca em segundo lugar no ranking mundial da prática, atrás apenas dos americanos. Nos Estados Unidos, o mais novo levantamento da American Society of Plastic Surgeons mostrou que, no ano passado, foram realizados 17,5 milhões de procedimentos estéticos. Desse montante, 15,7 milhões foram não invasivos (a toxina botulínica segue campeã, com 7,23 milhões dos casos). No Brasil, há menos estatísticas disponíveis, mas o cenário é semelhante.

Por que as brasileiras e os brasileiros buscam tanto modificar seu rosto e seu corpo? Muitas teorias tentam explicar o fenômeno. Em minha opinião, o grande responsável por esse quadro é o impacto das redes sociais em nossa vida e em nossos desejos. Na era das selfies, da foto milimetricamente perfeita, as pessoas parecem dar uma atenção microscópica à aparência. A autocrítica atingiu níveis extremos. Isso, no entanto, não explica tudo.

Os brasileiros têm ainda uma peculiaridade que poderá fazer com que muito em breve o país passe para o primeiro lugar nessa lista de busca por mudanças estéticas. Além de usuários contumazes das plataformas sociais, estamos entre os povos mais vaidosos do mundo. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Gallup, 61% da população considera a aparência física o fator mais importante para o sucesso. Jovens de 20 a 30 anos, os chamados millennials, estão cada vez mais fixados no assunto. Procuram, muito mais cedo do que deveriam, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento que estão longe de aparecer.

Constato a presença desse comportamento em todas as classes sociais. Mesmo populações de baixo poder socioeconômico gastam uma parcela significativa da renda mensal com produtos e serviços de beleza. Digo mais: o brasileiro investe mais em beleza do que em educação. Segundo estudo feito pela Fecomercio de São Paulo, em 2015 parte da classe chegou a comprometer 30% da renda com procedimentos estéticos.

Nesse cenário de adoração à imagem jovem e “sem defeitos”, surgem, obviamente, as aberrações e artificialidades: lábios demasiadamente grandes e irreais, bochechas avolumadas em excesso e expressões congeladas. Há três causas para o exagero. A primeira é de ordem patológica. Trata-se do paciente que sofre de dismorfofobia, um distúrbio de imagem corporal em que ele enxerga em si um defeito maior do que aquele que existe. Essa percepção equivocada provoca uma elevada carga de insatisfação pessoal e impacta na forma como seu portador vê sua vida e sua relação com os outros. Na população em geral, a doença atinge entre 1% e 2% das pessoas, enquanto nas clínicas dermatológicas esse número chega a representar 20% dos pacientes. Na prática, são indivíduos que querem resolver um problema que não existe. E, como não aceitam limites, vão de clínica em clínica até que algum profissional faça o que eles desejam (sempre haverá um). O segundo motivo para os excessos que observamos são, como no primeiro caso, resultado da insistência do paciente, com a diferença de que aqui ele é um indivíduo saudável – embora, em geral, com baixa autoestima, o que faz com que ache sempre que não está com a pele suficientemente lisa ou com as formas desejadas. Os maiores exageros nesse sentido são vistos nas bochechas levantadas e nos rostos excessivamente esticados. Mulheres acabam adquirindo o chamado “contorno leonino” da face, e ocidentais passam a se assemelhar a orientais. Não tem sido incomum ver mulheres que, submetidas a preenchimentos labiais excessivos (muitas vezes com produtos definitivos), ou vítimas de erros técnicos, ficam com a boca tão disforme que parecem ter sido atacadas por abelhas. Pacientes assim, no entanto, não podem levar a culpa sozinhos – e eis aqui o terceiro motivo dos exageros que grassam por aí. Do outro lado de uma face desarmônica e artificial está o profissional que falta em apontar ao paciente os riscos que o aguardam. Atribuo isso à sua formação. No Brasil, as técnicas não invasivas podem ser executadas por diversos profissionais da saúde, como o dentista e o biomédico. O mercado da estética é multiprofissional, mas o papel de cada um deveria ser mais bem regulado. Não estou dizendo que somente o médico fará um bom trabalho. No entanto, se queremos que o paciente esteja resguardado, o profissional formado em medicina é o especialista mais adequado para realizar procedimentos injetáveis avançados. Com seis anos de formação básica, e conhecimentos de anatomia, ele não apenas tende a cometer menos equívocos como está mais capacitado para prevenir e tratar as complicações.

E o que dizer do adolescente que, no auge do vigor físico, quer se submeter a correções estéticas? Trata-se de uma realidade cada vez mais comum nos consultórios brasileiros. Mensalmente, 3.400 adolescentes de 13 a 18 anos se submetem a uma cirurgia plástica para alterar algo que não lhes agrada – um crescimento de 55% nos últimos anos. Atenção: não estão incluídos na conta os procedimentos realizados por questões de saúde. São meninas e meninos que decidem mudar o “nariz de batatinha”, ou aumentar o “queixo pequeno demais”. Muitos desses casos estão associados à urgência em adequar-se ao olhar dos amigos, ser aceito.

O contraponto disso tudo é uma crescente demanda de pacientes por aquilo que chamamos de positive aging (envelhecimento positivo). São tratamentos baseados na prevenção, o maior antídoto para a artificialidade. Cuidados dessa natureza são mais eficazes quanto mais precoces, e terão sempre um resultado suave. A dermatologia hoje dispõe de recursos modernos que favorecem a naturalidade. Em vez de aplicarmos substâncias para dar volume às bochechas, podemos, por exemplo, recorrer a um ácido hialurônico de alta densidade, que, usado em pequenas quantidades, ajuda a prevenir a flacidez facial. Presente no organismo, o composto é uma molécula que preserva a elasticidade da pele. Sua versão sintética, produzida em laboratório, é muito semelhante à natural. Além disso, existem os estimuladores de colágeno, substâncias que, quando aplicadas na pele, aumentam a firmeza e previnem rugas sem o risco de resultar em excesso de volume. Optar sempre por produtos que sejam absorvidos pelo corpo é, a meu ver, uma escolha acertada. Que esse tipo de medicina vença a dos exageros.

 

JARDIS VOLPE – é dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

GESTÃO E CARREIRA

BOM NÃO É O BASTANTE

O excesso de auto exigência é o mal da vez entre os profissionais. Enquanto tentam se encaixar nas expectativas altas demais e nas limitações pessoais, eles sofrem, adoecem e perdem produtividade.

Bom não é o bastante

Eles são incansáveis no trabalho desapegados dos modelos convencionais de emprego, têm urgência do sucesso e um compromisso com a felicidade profissional – sem ela, trocam de empresa sem olhar para trás. Falando assim, pode parecer que os millennials, geração nascida entre 1980 e 2000, estão muito bem resolvidos na vida e na carreira. Mas uma pesquisa recente publicada no periódico Psycological Bulletin, da Associação Americana de Psicologia, mostrou que os jovens de hoje estão insatisfeitos e se cobram como nunca para ser bem-sucedidos. Em relação à geração anterior com a mesma idade, são 10% mais exigentes quanto ao próprio desempenho e se sentem 33% mais pressionados por expectativas externas de sucesso. O estudo, realizado com mais de 41.000 universitários nos Estados Unidos, no Canadá e no Reino Unido entre 1989 e 2016, mostrou, ainda, que esses jovens são 16% mais críticos sobre a performance dos outros em comparação com duas décadas atrás.

Para os autores do estudo, Thomas Curran, Ph.D. em psicologia e pesquisador na Universidade de Bath, e Andrew Hill, da York St. John University, ambas as escolas no Reino Unido, o comportamento é resultado de mudanças culturais, econômicas e sociais desencadeadas a partir dos anos 70. A industrialização, a abertura econômica e o sistema baseado nas vontades do mercado abriram as portas de uma era dominada pelo individualismo, pela preocupação com o status social e material e pela competitividade. 0s pesquisadores citam, por exemplo, uma pesquisa que mostra que para 81% dos americanos nascidos na década de 80 acumular riqueza está entre as principais metas de vida – índice 20% mais alto do que entre os nascidos nos anos 60 e 70. A geração também estaria mais disposta do que os pais a tomar empréstimos e a gastar uma proporção maior dos rendimentos em artigos de luxo como forma de se destacar em relação aos outros. Esse contexto fomentou a ideia de indivíduos superiores e inferiores, o medo da desaprovação social e a rejeição ao fracasso. “Essas pessoas adotaram ideais inatingíveis de sucesso e perfeição como essenciais para se sentir seguros, incluídos e importantes”, diz Thomas Curran.

O PERIGO DA COMPARAÇÃO

Nos dias atuais. o fenômeno das redes sociais tem papel fundamental no aumento da auto cobrança. “Elas permitem editar uma imagem de si mesmo em que se vê apenas sucesso e felicidade”, afirma Danilca Galdini, diretora da Next View People, empresa de pesquisa voltada para gestão e desenvolvimento de pessoas. “Muitas vezes o retrato não corresponde à realidade. Mesmo quando é real, ninguém leva em conta o esforço e os fracassos por trás daquele resultado. Fica a sensação de que o outro está se dando bem enquanto você está estagnado.”

As referências de empreendedores que ficaram bilionários antes dos 30 anos, como Mark Zuckerberg e Evan Spiegel (um dos criadores do Snapchat), também aumentam a pressão. Afinal, alimentam a ideia de que riqueza, sucesso e poder estão ao alcance de qualquer um que se esforce o bastante para consegui-los – o princípio da meritocracia. Mas isso não é verdade, sobretudo na realidade brasileira. “São exceções que combinam capacidade com sorte, mas que muitos assumem como padrões de sucesso. Isso gera frustração e sofrimento porque são modelos inalcançáveis para a maioria”, afirma Adriana Prates, consultora de carreira e presidente da Dasein Executive Search.

Há, ainda, a crueldade do mercado. Processos seletivos complexos e exigências inatingíveis por parte das empresas elevam a angústia. “O profissional fica achando que está defasado ou despreparado, sendo que, muitas vezes, não teve sequer tempo de acumular referenciais e o conhecimento exigido”, afirma Adriana Gomes, orientadora de carreira e professora de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing.

O PAPEL DOS PAIS

Em casa, a pressão para acertar também pesa. Seja pela cobrança dos genitores por empenho dos filhos nos estudos e no trabalho, seja por uma noção dos próprios profissionais de que há uma dívida a ser paga aos mais velhos. “Muitos se sentem no dever de retribuir logo o esforço dos pais em lhes garantir uma boa formação, o que provoca ansiedade e culpa”, afirma Danilca, da Next View People.

A relações públicas Giovana Felix de Araújo Guedes, de 21 anos, gerente de pré-vendas da startup Rank­ My App, precisou contar com a ajuda da mãe para pegar mais leve na auto- exigência que se impunha no colégio e na faculdade. “Tirar nota 9 para mim não estava bom, achava que tinha fracassado em corresponder às expectativas do professor e do restante da classe”, diz. Aos poucos, foi aprendendo a valorizar o esforço durante o processo, e não apenas no resulta do final – estratégia que agora procura exercitar profissionalmente. Giovana admite que não se libertou da vontade de se superar, mesmo quando o trabalho já está bom o bastante. “Quero sempre entregar algo melhor do que antes, encontrar um jeito novo de fazer. frequentemente o chefe percebe minha mania de perfeição e dá feedbacks do tipo ‘já está ótimo assim’, mas várias vezes fico com a sensação de que poderia ter ido além”, afirma. Líder de uma equipe de cinco estagiários, ela se como minoria perfeccionista e garante que não cobra dos subordinados a excelência que faz questão de entregar. “Exijo dedicação, mas tenho consciência de que nem todo mundo é metódico como eu. Procuro extrair as potencialidades de cada um”.

CRÍTICA PESSOAL

Quando a imposição por ser melhor motiva a busca equilibrada por aperfeiçoamento pessoal e profissional, tudo bem. Mas o mais comum é que acabe prejudicando os planos para a carreira, como ocorreu com a professora Debora Cavalcante, de 42 anos. Na faculdade, ela percebia que demorava demais para concluir tarefas simples, mas de cara não achou que fosse um problema. “Considerava excesso de rigor e até um cuidado desejável com os detalhes”, diz. Até que se deu conta de que, na verdade, agia pressionada pela opinião de terceiros e pelo medo de não ser julgada como gostaria. “Abria mão de boas ideias e projetos e adiava decisões importantes para não ter de lidar com a pressão que eu mesma me impunha.” Nesse ritmo, Debora ficou quatro anos a mais na faculdade porque protelou a entrega do projeto de conclusão, usando como pretexto o fato de estar sem tempo. “Aceitava todos os trabalhos que apareciam para ter a desculpa da agenda lotada.” Já formada, acabou repetindo o comportamento: foram cinco anos adiando o sonho do mestrado e se sentindo massacrada pela dificuldade de administrar a auto –   exigência. Os anos desperdiçados a fez pensar, mas não resolveram a questão. ”Quando trabalho em equipe, me policio para que meu grau de exigência não prejudique o grupo. Quando dou uma palestra ou sou a única responsável por um projeto, faço de tudo para honrar os prazos, ainda que o custo emocional e físico seja alto”, afirma.

A soma de auto cobrança excessiva e falta de maturidade para lidar com a frustração também produz resultados devastadores sobre a saúde, a auto estima” o crescimento profissional. Primeiro, porque muita autocrítica e auto cobrança nem sempre se refletem em mais eficiência. “Pelo contrário: o perfeccionista evita errar a qualquer custo e, com isso, acaba deixando de mostrar seu potencial e não tendo o destaque que busca, afirma Adriana Prates, da Dasein.

Não à toa, ansiedade, depressão, insônia, burnout, transtornos alimentares, automutilação e abuso de medicamentos se tornam mais recorrentes entre os jovens. No limite, infelizes como estão, essa geração acaba com a própria vida. No Brasil, o número de pessoas de 15 a 29 anos que se suicidaram subiu 37% entre 1990 e 2014 – passando de 4,1 (em 100.000 jovens) para 5,6, de acordo com o Mapa da Violência 2017, estudo publicado anualmente com base em informações oficiais sobre mortalidade do Ministério da Saúde. A taxa é equivalente à do Reino Unido, que registrou 5,5 mortes por 100.000 jovens em 2015, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas do país.

Os dados mostram que essa geração – e quem tem o perfil exigente, independentemente da idade – precisa tirar um pouco o peso que sentem por querer ser sempre a melhor.

VOCÊ ESTÁ PASSANDO DOS LIMITES?

Analisar o próprio comportamento é o melhor caminho para saber se não está pegando pesado demais.

1 – SENSAÇÃO DE QUE NINGUÉM VALORIZA SEU ESFORÇO

Você passou o dia inteiro preparando um relatório pedido pelo chefe, que leu só até a metade e ficou satisfeito. A sensação pode ser de que você se dedica mais do que a empresa merece ou que impera a lei do mínimo esforço. A mensagem real, no entanto, tem a ver com identificar prioridades, gastar horas numa tarefa e ir além do que foi solicitado apenas com o objetivo de impressionar não é nada mais do que perda de tempo. “Não adianta entregar algo com qualidade, mas sem utilidade”, afirma Danilca Galdini, diretora da Next View People, empresa de pesquisa voltada para a gestão e desenvolvimento de pessoas.

2 – SÓ JOGA PARA GANHAR

O erro é parte de qualquer processo de desenvolvimento, mas para quem se cobra demais, fracassar é voltar várias casas no jogo profissional. Na ansiedade de acertar, mas muitas vezes sem ter as ferramentas necessárias para isso – por inexperiência ou imaturidade própria da idade -, é comum o sujeito autoexigente travar, procrastinar, deixar de agir e, com isso, perder a oportunidade de se destacar ou simplesmente aprender algo novo.

3 – OS PENSAMENTOS NÃO DÃO TRÉGUAS

A atividade mental excessiva pode se tornar uma inimiga perigosa. Remoer pensamentos, planejar à exaustão e questionar demais rouba tempo e energia que poderiam ser direcionados à ação. Em outras palavras, pare de pensar e comece a agir em direção ao que deseja alcançar. Na maioria das vezes, detalhes e ajustes podem ser definidos com os projetos em andamento.

4 – TRABALHAR EM EQUIPE É UM PESADELO

O perfeccionista não só tende a ser intolerante  com as falhas  alheias (ainda que não tão implacavelmente quanto com as próprias), como teme ser julgado pelo trabalho feito por outros. Assim, corre o risco de assumir mais do que é capaz de realizar, tem dificuldade para delegar e frequentemente  se vê sobrecarregado – o que é um tiro no pé porque acaba sendo um obstáculo para cumprir tarefas com eficiência.

5 – SEU FOCO É O NEGATIVO

A mania de colocar uma lente de aumento no que não deu certo ou não saiu como esperado é característica de quem exige muito de sí mesmo. Experimente um exercício no fim do expediente. Liste os pontos altos e baixos daquele dia de trabalho, sendo honestos. Uma reunião, uma conversa com o chefe, um elogio, uma entrevista, um relatório entregue no prazo, tudo entra no balanço. É provável que você se surpreenda com o fato de que há menos coisas com o que se preocupar do que você imagina. 

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 6: 28-59 – PARTE IV

Alimento diário

Cristo, o verdadeiro Pão do Céu. Cristo dá as boas-vindas a todos os que veem a Ele. A necessidade de alimentar-se de Cristo

 

Em segundo lugar, aqui Ele nos informa como isto será feito. Como serão trazidos a Ele aqueles que lhe são dados? Duas coisas devem ser feitas para que isto aconteça:

A. Seus entendimentos serão esclarecidos. Isto está prometido, vv. 45,46. Está escrito nos profetas, que falaram destas coisas anteriormente: “E serão todos ensinados por Deus”. Isto nós encontramos em Isaías 54.13 e Jeremias 31.34. “Todos me conhecerão”. Observe que:

[1] Para crermos em Jesus Cristo, é necessário que sejamos ensinados por Deus, isto é:

[a] Que nos seja feita uma revelação divina, relevando-nos aquilo em que devemos crer, a respeito de Cristo, e por que devemos crer nisto. Há algumas coisas que até mesmo a natureza ensina, mas para nos levar a Cristo há a necessidade de uma luz mais elevada.

[b] Que exista uma obra divina que opere em nós, capacitando-nos a compreender e aceitar estas verdades reveladas e suas evidências. Deus, ao nos dar a razão, nos ensina mais do que aos animais da terra, mas ao nos dar a fé, nos ensina mais do que ao homem natural. Assim, todos os filhos da igreja, todos os que são genuínos, são discípulos de Deus. Ele empreendeu a educação deles.

[2] Como consequência, como dedução disto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu virá a Cristo, v. 45.

[a] Aqui está implícito que ninguém virá a Cristo, exceto aqueles que ouviram e aprenderam do Pai. Nunca seremos levados a Cristo, exceto por uma condução divina. A menos que Deus, pela sua graça, esclareça nossos entendimentos, informe nossos julgamentos e retifique nossos erros, e não somente nos diga o que podemos ouvir mas nos ensine, para que possamos aprender a verdade como ela existe em Jesus, nunca seremos levados a crer em Cristo.

[b] Que este ensinamento divino produz tão necessariamente a fé dos eleitos de Deus, que nós podemos concluir que aqueles que não vierem a Cristo nunca terão ouvido nem aprendido do Pai, pois, se tivessem, sem dúvida teriam vindo a Cristo. Em vão, os homens fingem ser ensinados por Deus, se não creem em Cristo, pois Ele não ensina outra lição, Gálatas 1.8.9. Veja como Deus lida com os homens, como sendo criaturas razoáveis, os atrai com cordas humanas, abre primeiro os entendimentos, e então, por ele, de modo regular, influencia as faculdades interiores. Assim, Ele entra pela porta, mas Satanás, como um salteador, sobe por outra parte. Mas para que ninguém sonhe com uma manifestação visível de Deus, o Pai. a estes filhos dos homens (para ensiná-los estas coisas), e alimente noções grosseiras sobre ouvir e aprender do Pai, Ele acrescenta v. 46): “Não que alguém visse ao Pai”. Aqui está implícito: não que alguém possa vê-lo, com olhos físicos. ou possa esperar aprender dele, como Moisés, a quem Ele falou face a face. mas Deus, ao esclarecer os olhos dos homens, e ao ensiná-los, trabalha de uma maneira espiritual. O Pai dos espíritos tem acesso ao espírito dos homens desapercebidos, e os influencia. Aqueles que não viram seu rosto, sentiram seu poder. Mas existe alguém que conhece intimamente o Pai, aquele que é de Deus, o próprio Cristo, Ele viu o Pai, cap. 1.18. Observe, em primeiro lugar, que Jesus Cristo é de Deus, de uma maneira peculiar, Deus de Deus, luz da luz, não somente enviado por Deus, mas gerado de Deus, antes de todos os mundos. Em segundo lugar, que é prerrogativa de Cristo ter visto o Pai, perfeitamente, e conhecê-lo e seus conselhos. Em terceiro lugar, que até mesmo este esclarecimento, que é uma preparação para a fé, nos é transmitido por meio de Cristo. Aqueles que aprendem do Pai, considerando que não podem vê-lo pessoalmente, devem aprender de Cristo, o único que o viu. Assim como todas as revelações divinas são feitas por meio de Cristo, também por meio dele são exercidos todos os poderes divinos.

B. Suas vontades se curvarão. Se a alma do homem agora tivesse sua retidão original, não haveria mais necessidade de influenciar a vontade, não mais do que o esclarecimento do entendimento. Mas na alma depravada do homem pecador existe uma rebelião da vontade contra os ditados justos do entendimento, uma mente carnal, que é a própria inimizade à luz e à lei divinas. Portanto, é necessário que exista uma obra de graça operando sobre a vontade, que aqui é chamada de “trazer” (v.44): “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer”. Os judeus murmuravam contra a doutrina de Cristo. Eles não somente não a aceitavam, mas se irritavam porque outros a aceitavam. Cristo ouviu seus murmúrios em segredo, e disse (v. 43): ” Não murmureis entre vós”. Não coloqueis a culpa do vosso descontentamento com minha doutrina sobre os outros, como se fosse porque vós a considerais desagradável, de maneira geral. Não, ele se deve a vós mesmos, e às vossas próprias disposições corruptas, que equivalem a uma impotência moral. Vossas antipatias às verdades de Deus e vossos preconceitos contra elas são tão fortes, que nada menos do que o poder divino pode derrotá-los”. E este é o caso de toda a humanidade: “Ninguém pode vir a mim”, ninguém pode persuadir-se a aproximar-se aos termos do Evangelho, “se o Pai, que me enviou, o não trouxer”, v. 44. Observe:

(a) A natureza da obra: é trazer, o que não indica uma força colocada sobre a vontade, por meio da qual de indispostos passamos a dispostos, e uma nova inclinação é dada à alma, pela qual ela se inclina a Deus. Parece ser mais do que uma persuasão moral, pois nisto está o poder de atração, mas não deve ser chamado de um impulso físico, pois está fora do caminho da natureza. Porém, aquele que formo u no homem seu espírito pelo seu poder criador, e modela os corações dos homens pela sua influência providencial, sabe como remodelar a alma, e alterar sua tendência e temperamento, e fazê-la conformável a si mesmo e à sua vontade, sem causar nenhum dano à sua liberdade natural. É urna atração tal, que opera não somente a obediência, mas uma obediência alegre, uma complacência: “Leva-nos tu, correremos após ti”.

(b) A necessidade desta obra: ninguém, nesta condição fraca e desamparada, pode vir a Cristo sem ela. Assim corno não podemos realizar nenhuma ação natural sem a ajuda da providência comum, também não podemos realizar nenhuma ação moralmente boa sem a influência da graça especial, na qual vive e se move o novo homem, na qual ele tem sua existência, tanto quanto o mero homem a tem na divina providência.

(c) O autor desta obra: o “Pai que me enviou”. O Pai, tendo enviado a Cristo, irá segui-lo, pois não o enviaria em uma missão infrutífera. Tendo Cristo se comprometido a trazer as almas à glória, Deus lhe prometeu, para isto, trazê-las a Ele, e, desta maneira, dar-lhe a posse daquelas às quais Ele lhe tinha dado o direito. Tendo Deus, pela promessa, dado o reino de Israel a Davi, após algum tempo levou os corações das pessoas a ele. De modo que, tendo enviado Cristo para salvar as almas, Ele lhe envia as almas, para que sejam salvas por Ele.

(d) A coroa e perfeição desta obra: “E eu o ressuscitarei no último Dia”. Isto é mencionado quatro vezes neste discurso, e sem dúvida inclui todas as obras intermediárias e preparatórias da divina graça. Quando os ressuscitar, no último dia, Ele dará o retoque final no seu empreendimento, colocará a pedra final. Se Ele realiza isto, certamente pode realizar qualquer coisa, e fará tudo o que for necessário para isto. Que nossas expectativas sejam levadas em direção à felicidade reservada para o último dia, quando todos os anos do tempo estiverem completos e concluídos.

C. Tendo se referido a si mesmo como o pão da vida, e tendo se referido à fé como uma obra de Deus, o Pai, Cristo mostra mais particularmente e especificamente o que é este pão: sua carne. O Senhor também está ensinando que crer é comer dela, vv. 51-58. O Senhor ainda está uti lizando a metáfora da comida. Observe, aqui, a preparação desta comida: “O pão que eu der é a minha carne” (v. 51), a carne do Filho do homem e seu sangue.

(2) Vejamos como estas palavras de Cristo estavam propensas a enganos e a más interpretações, de modo que os homens pudessem ver e não perceber.

[1] Elas foram mal interpretadas pelos judeus carnais, aos quais elas foram ditas em primeiro lugar (v. 52): “Disputavam, pois, os judeus entre si”. Eles murmuravam aos ouvidos, uns do outros, sua insatisfação: “Como nos pode dar este a sua carne a comer?” Cristo falou (v. 51) de dar sua carne por nós, de sofrer e morrer. Mas eles, sem a devida consideração, interpretaram a expressão “dar-se por nós” como “ser comido”. Isto deu oportunidade para que Cristo lhes dissesse que, embora o que Ele tinha dito tivesse intenções diferentes, ainda assim, mesmo isto, comer sua carne, não era uma coisa tão absurda (se corretamente interpretada) à primeira vista eles a entenderam.

[2] Elas foram indignamente mal interpretadas pela igreja de Roma, para sustentar sua monstruosa doutrina de transubstanciação, o que traz uma mentira aos nossos sentidos, contradiz a natureza de um sacramento, e destrói todas as evidências convincentes. Estes, como os judeus aqui, entendem que se trata de comer fisicamente e carnalmente o corpo de Cristo, como Nicodemos, cap. 3.4. A Ceia do Senhor ainda não tinha sido instituída, e, portanto, não poderia haver referência a ela. É um comer e beber espiritual que se menciona aqui, algo que não é sacramental.

[3] As palavras são mal interpretadas por muitas pessoas carnais e ignorantes, que deduzem que, se participarem do sacramento, quando morrerem, certamente irão para o céu. Isto, da mesma maneira, traz um desconforto desnecessário a muitos que são fracos. Eles podem pensar que, se não participarem deste sacramento, estarão desqualificados. Este conceito equivocado também faz com que muitos que são ímpios se sintam desnecessariamente confortáveis, pensando que, se participarem deste sacramento, serão salvos, mesmo sem o arrependimento, a conversão e o perdão dos pecados. Portanto:

[1] Vejamos como estas palavras de Cristo devem ser interpretadas.

[1] O que significam a carne e o sangue de Cristo. Isto é chamado (v. 53) “a carne do Filho do Homem e… o seu sangue”, seu, como Messias e Mediador; a carne e o sangue que Ele assumiu na sua encarnação (Hebreus 2.14), e que Ele entregou na sua morte e nos seus sofrimentos: Minha carne, que Eu darei, para que seja crucificada e morta. Está escrito que ela é dada “pela vida do mundo”, isto é, em primeiro lugar; em lugar da vida do mundo, que tinha sido perdida pelo pecado, Cristo dá sua própria carne como um resgate. Cristo foi nosso fiador, comprometendo corpo por corpo (como dizemos), e, portanto, sua vida deve tomar o lugar da nossa, para que a nossa possa ser poupada. “Aqui estou Eu, deixai ir estes”. Em segundo lugar; o Senhor Jesus Cristo deu sua vida para que todas as pessoas do mundo pudessem ter a vida, para oferecer a vida eterna a todo o mundo, sem exceções, e as garantias especiais dela a todos os crentes. De modo que a carne e o sangue do Filho do homem denotam o Redentor encarnado, morto e ressuscitado. Cristo, e este crucificado, e a redenção realizada por Ele, com todos os preciosos benefícios da redenção, a saber, o perdão dos pecados, a aceitação de Deus, a adoção como filhos, o acesso ao trono da graça, as promessas do concerto e a vida eterna. Tudo isto é chamado de carne e v. 53. Sua carne verdadeiramente é comida, e seu sangue verdadeiramente é bebida, v. 55. Observe, além disto, a participação desta comida: nós devemos comer a carne do Filho do Homem e beber seu sangue (v. 53). E outra vez (v. 54): “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue”. E as mesmas palavras (vv. 56,57): “Quem de mim se alimenta”. Esta é certamente uma parábola, ou um discurso figurativo, em que as atividades da alma em coisas espirituais e divinas são representadas por ações físicas em coisas perceptíveis, o que torna as verdades de Cristo mais inteligíveis a alguns, e menos a outros, Marcos 4.11,12. Agora:

1. Por ser tudo isto comprado pela sua carne e pelo seu sangue, por seu corpo moído, e pelo seu precioso sangue derramado. Os privilégios comprados podem, muito bem, ser chamados conforme o preço que foi pago por eles, pois isto mostra seu valor. Escreva sobre eles preço de sangue.

2. Por ser tudo isto a comida e a bebida para nossas almas. A carne com sangue era proibida (Genesis 9.4), mas os privilégios do Evangelho são como carne e sangue para nós, preparados para a nutrição das nossas almas. Anteriormente, Cristo tinha se comparado ao pão, que é um alimento necessário. Aqui, o Senhor se compara com a carne, que é saborosa. É uma festa com animais gordos, Isaías 25.6. A alma se fartará de Cristo, como de tutano e de gordura, Salmos 63.5. É comida, verdadeiramente, e bebida, verdadeiramente, verdadeiramente e espiritualmente. Assim como Cristo é chamado de vinho verdadeiro, ou de comida, verdadeiramente, em oposição às demonstrações e sombras com que o mundo engana aqueles que dele se alimentam. Em Cristo, e no seu Evangelho, existe uma provisão verdadeira e uma satisfação sólida. É verdadeiramente comida, e verdadeiramente bebida, que sacia e satisfaz, Jeremias 31.25,26.

[2] O que significa comer esta carne e beber este sangue, que é tão necessário e benéfico. É certo que isto significa nada mais que crer em Cristo. Da mesma maneira como nós compartilhamos a comida e a bebida, comendo e bebendo, também compartilhamos Cristo e seus benefícios pela fé, e crer em Cristo inclui quatro coisas, que estão relacionadas a comer e beber. Em primeiro lugar, implica em um apetite de Cristo. Este comer e beber espiritual tem início na sede e na fome (Mateus 5.6), desejos fervorosos e inoportunos em relação a Cristo, que não podem ser satisfeitos com algo que não seja o próprio Senhor: “Dá-me Cristo, senão morro”. Em segundo lugar, implica em uma aplicação de Cristo a nós mesmos. A comida somente olhada não nos alimentará, mas sim a comida consumida, e tornada nossa, e como se fosse uma coisa só, conosco. Nós devemos aceitar Cristo de modo a apropriá-lo a nós mesmos: “Senhor meu, e Deus meu”, cap. 20.28. E m terceiro lugar, implica em um deleite em Cristo e na sua salvação. A doutrina de Cristo crucificado deve ser comida e bebida para nós, agradável e prazerosa. Nós devemos nos banquetear com os manjares do Novo Testamento que nos são concedidos através do sangue de Cristo, tendo uma complacência tão grande nos métodos que a Sabedoria Infinita adotou para nos redimir e salvar quanto sempre tivemos com as provisões mais necessárias ou com as delícias mais prazerosas da natureza. Em quarto lugar, implica na obtenção da nutrição dele e em uma de­ pendência dele, para o sustento e o consolo da nossa vida espiritual, e a força, o crescimento e o vigor do novo homem. Alimentar-se de Cristo é fazer tudo no seu nome, em união com Ele, e pela virtude extraída dele. É viver dele, como vivemos do nosso alimento diário. Não sabemos descrever como nossos corpos são nutridos pelo alimento que comemos, mas sabemos que o são. Também é assim com esta nutrição espiritual. Nosso Salvador estava tão satisfeito com esta metáfora (por ser muito significativa e expressiva), que, quando Ele instituísse posteriormente alguns sinais perceptíveis externos, com os quais representaria a transmissão dos benefícios da sua morte para os cristãos, Ele escolheria o comer e o beber, e faria deles atos sacramentais.

(3) Tendo, desta maneira, explicado o significado geral desta parte do discurso de Cristo, os detalhes se reduzem a dois tópicos:

[1] A necessidade de que comamos de Cristo (v. 53): “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos”. Isto é, em primeiro lugar: “Se vocês não tiverem desejo em relação a Cristo, nem deleite nele, isto é um sinal garantido de que não têm uma vida espiritual”. Se a alma não tiver fome nem sede, certamente não viverá. Se estivermos mortos para uma comida e uma bebida como estas, isto é um sinal de que estamos verdadeiramente mortos. Quando se deseja distinguir abelhas artificiais, que, por correntes curiosas, são levadas a se mover de um lado a outro, das naturais (dizem), basta colocar mel entre elas, pois somente as abelhas naturais se interessarão por este alimento. As artificiais não se importam, pois não têm vida em si mesmas. Em segundo lugar: “É certo que vocês não poderão ter vida espiritual, a menos que a obtenham de Cristo, pela fé. Separados dele, vocês não conseguem nada”. A fé em Cristo é o primeiro princípio vivo de graça. Sem ele, não temos a verdade da vida espiritual, nem nenhum direito à vida eterna. Nossos corpos podem viver sem comida tanto quanto nossas almas, sem Cristo.

[2] Os benefícios e as vantagens de nos alimentarmos de Cristo, em dois aspectos:

Em primeiro lugar, nós seremos um com Cristo, como nossos corpos são um com nossa comida, quando ela é digerida (v. 56): “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue”, que vive pela fé no Cristo crucificado (isto é dito como sendo uma ação contínua), “permanece em mim, e eu, nele”. Pela fé, nós temos uma união íntima com Cristo. Ele está em nós, e nós nele, cap. 17.21-23; 1 João 3.24. Os crentes residem em Cristo, como sua fortaleza ou cidade de refúgio. Cristo reside neles, como o senhor da casa, para administrá-la e prover para ela. Tal é a união entre Cristo e os crentes, que Ele compartilha das suas tristezas, e eles compartilham das suas graças e alegrias. Ele come com eles suas ervas amargas, e eles comem com Ele seus ricos manjares. É uma união inseparável, como aquela entre o corpo e o alimento digerido, Romanos 8.35; 1 João 4.13.

Em segundo lugar nós viveremos, viveremos eternamente, por Ele, assim como nossos corpos vivem pela nossa comida.

1. Nós viveremos por Ele (v.57): “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim”. Aqui temos a sequência e a ordem da vida divina.

(a) Deus é o Pai que vive, tem vida em si e emana vida de si. “Eu sou o que sou” é seu nome para sempre.

(b) Jesus Cristo, sendo Mediador, vive junto ao Pai. Ele tem vida em si mesmo (cap. 5.26), mas a recebe do Pai. Aquele que o enviou, não somente o capacitou com esta vida que era necessária para um empreendimento tão grandioso, mas também fez dele o tesouro da vida divina em nós. Ele soprou no segundo Adão o sopro da vida espiritual, assim como soprou no primeiro Adão o sopro da vida natural.

(c) Os crentes fiéis recebem esta vida divina em virtude da sua união com Cristo, o que é deduzido da união entre o Pai e o Filho, pois é comparada a ela, cap. 17.21. Portanto, “quem de mim se alimenta também viverá por mim”. Aqueles que vivem em Cristo, viverão por meio dele. A vida dos crentes é obtida de Cristo (cap. 1.16). Ela está escondida com Cristo (Colossenses 3.3-4). Nós vivemos por Ele assim como os membros vivem através da cabeça do corpo, e também como os ramos vivem através da raiz. Pelo fato de Ele viver, nós também viveremos.

A. Nós viveremos eternamente por Ele (v.54): “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue”, como bênçãos preparadas no Evangelho para serem o alimento das almas, “tem a vida eterna”, e a tem agora, como lemos no versículo 40. Aquele que se alimenta de Cristo tem a vida eterna iniciada em si mesmo, tem um sinal e uma antecipação dela, como também a esperança dela. Este viverá para sempre, v. 58. Sua felicidade correrá em paralelo com a linha mais longa da própria eternidade.

Finalmente, o historiador conclui com uma consideração a respeito de onde Cristo teve este debate com os judeus (v.59): “na sinagoga, ensinando”, o que sugere que Ele ensinou-lhes muitas outras coisas antes destas. Mas, neste discurso, isto é que era novo. Ele acrescenta que disse estas coisas “na sinagoga” para mostrar:

1. A fidedignidade da Doutrina de Cristo. Suas verdades não publicadas pelos cantos, mas pregadas publicamente em assembleias mistas, foram submetidas aos mais imparciais e severos testes. Cristo declarou sobre sua doutrina (cap. 18.20):”Eu sempre ensinei na sinagoga”.

2. A credibilidade desta narrativa. Assegura a você que o pronunciamento foi plenamente exposto, Ele referiu-se à sinagoga em Cafarnaum, onde isto poderia ser examinado.

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