PSICOLOGIA ANALÍTICA

O DESAFIO DE ENCONTRAR A UNIDADE PERDIDA

As mudanças nos relacionamentos interpessoais provocadas pela internet geram solidão real na era virtual; por isso, cada vez mais, é importante tentar compreender esse fenômeno.

O DESAFIO DE ENCONTRAR A UNIDADE PERDIDA

Aristófanes foi um dos mais antigos dramaturgos da Grécia Antiga. Numa celebração de louvor a Eros conferida a ele, no livro O Banquete de Platão, encontraremos o mito do andrógino. No diálogo com Erixímaco, ele outorga grande poder à força do amor. Para ele, o amor seria um íntimo desejo de restituição de um reencontro com a totalidade, isto é, a plenitude outrora perdida.

Para ele, a humanidade originalmente compunha-se de seres completos e esféricos. Eram dotados de quatro pernas, quatro braços, um rosto de cada lado da cabeça e um genital de cada lado do corpo. Eram ainda filhos do sol, da terra e da lua, o que explicava sua forma esférica. Os filhos do sol possuíam dois genitais masculinos, os da lua, dois genitais femininos e os da terra, que possui a luz de um astro e a sombra de outro, um genital de cada sexo. A esses últimos, um tipo de terceiro sexo, era dado o nome de andrógino. Tais criaturas não andavam de pé, mas rolando, girando sobre seus muitos membros. Eram tão completas em sua redondice que resolveram escalar até o céu e desafiar os deuses. O que deixou Zeus furioso. Mas eliminá-las deixaria os deuses sem adoradores. Admirando­se pela praticidade de sua solução, que dobraria o número de seus adoradores, Zeus, como punição, parte ao meio todos seres esféricos. Após o corte, Zeus envia Apolo, para que curasse as feridas e que virasse o rosto dos cortados e o pescoço para o lado em que a separação havia sido feita a fim de que o homem, pela contemplação do corte, se tornasse mais humilde e que se curasse de seu orgulho. Apolo alisou a maior parte das rugas criadas pelas cicatrizes. Como arremate final da costura, Apolo deixou o umbigo, para o qual as infelizes criaturas passaram o resto de sua vida tendo de olhar.

Desesperadas, as criaturas partidas passaram a buscar sua metade perdida. Quando ambas ex-metades se encontravam, se abraçavam até morrer. Num ato de piedade, Zeus novamente enviou Apolo à Terra para que virasse o genital dessas criaturas para o outro lado, assim, quando se encontrassem, as ex-metades poderiam fazer algo que por breve momento as restaurasse em uma só.

A partir do mito, o que se pode suscitar é que há um desejo humano de se unir com o ser amado e de dois formarem um só. E assim, desse modo, a espécie humana só poderia alcançar a felicidade no momento em que a metade da humanidade se encontrasse com sua outra metade.

Todavia, desde os primórdios da vida humana sabemos que há um papel considerado fundamental nas relações e que se dá início no período em que a mãe carrega seu bebê dentro de seu ventre e, posteriormente, a isso viriam os primeiros anos de desenvolvimento emocional e do sentimento de cumplicidade dessa relação inicial, que formariam todo pano de fundo para relações posteriores. Freud (1915) nos disse que o caráter essencial de todo estado amoroso é justamente que o amor consiste em novas edições de antigas características e que repete ações infantis. Para ele, não existe estado desse tipo que não reproduza protótipos da velha infância. A questão é como fica essa organização interna na vida adulta.

A sensação de plenitude advinda do amor sexual é, sem dúvida, uma das principais coisas da vida, e a união entre o físico e o mental na satisfação constitui um de seus pontos mais altos. Freud (1915) vai nos dizer que a intimidade e plenitude obtidas através desse encontro reconstituem a unidade perdida, que reproduz a primitiva relação um dia experimentada no útero de nossa mãe. E menciona que não é por acaso que, após um encontro amoroso pleno de intimidade e satisfação, os amantes, assim como os bebês satisfeitos de leite e amor, costumam dormir.

O advento da internet, fenômeno de nosso tempo, abre espaço para inúmeras indagações que emergem desse dispositivo. Uma delas seria refletir sobre o papel da intimidade e do vínculo em tempos de modernidade. Afinal, é a era da interface, dos relacionamentos virtuais, da rapidez, das redes sociais, dos contatos, dos relacionamentos fugazes, mas, nem por isso, fáceis assim. Lembremo-nos que esses contatos surgem protegidos em sua intimidade por uma tela. Paradoxalmente, com todo esse aparato e aparente facilidade é a era também de uma enorme solidão, uma busca incessante por essa unidade perdida.

O DESAFIO DE ENCONTRAR A UNIDADE PERDIDA5

APROXIMAÇÃO

Surgem novas tecnologias, vários sites e aplicativos para todas as categorias de aproximação. Abre­ se uma janela iluminada diante de olhos ávidos que procuram um mundo de oportunidades dos mais diversos tipos possíveis de encontros. Com base em um cadastro, cria-se um perfil e o primeiro contato vai ocorrer de forma virtual, protegido em suas privacidades geográficas, no conforto de seus refúgios e entre telas de computador ou do smartphone.

É nesse ciberespaço que os desconhecidos dissertam sobre suas expectações e projetam em seus perfis on-line algo como seu “ego ideal’ termo introduzido por Freud (1914) em Sobre o Narcisismo: uma Introdução. Isso ocorre por meio de fotos criteriosamente selecionadas e textos sobre aquilo que se é; que gostaria de ser; e que se acredita que o outro expecta; nada mais humano. “Esse ego ideal é agora o alvo do amor de si mesmo (self- love), desfrutado na infância pelo ego real. O narcisismo do indivíduo surge deslocado em direção a esse novo ego ideal, o qual, como o ego infantil, se acha possuído de toda perfeição de valor. Como acontece sempre que a libido está envolvida, mais uma vez aqui o homem se mostra incapaz de abrir mão de uma satisfação que outrora desfrutou. Ele não está disposto a renunciar à perfeição narcisista de sua infância; e quando, ao crescer, se vê perturbado pelas admoestações de terceiros e pelo despertar de seu próprio julgamento crítico, de modo a não mais poder reter aquela perfeição, procura recuperá-la sob a nova forma de um ego ideal. O que ele projeta diante de si como sendo seu ideal é o substituto do narcisismo perdido de sua infância, na qual ele era seu próprio ideal”.

O enamorado projetaria no objeto de sua paixão o ego ideal, forjado segundo o modelo onipotente do narcisismo infantil. Sem nos esquecermos de que o amor primário é selvagem, quer devorar, possuir, controlar o objeto e negar qualquer diferença. Ao mesmo tempo em que essa sensação de plenitude do narcisismo primário exerce um fascínio, uma idealização e uma atração quase irresistível.

IDEALIZAÇÃO

Segundo Freud (1914), a idealização é possível tanto na esfera da libido do ego, isto é, a mim mesmo, quanto na da libido objetal, que é idealizar o outro no caso do enamoramento. Tudo isso para dizer que se a relação for construída em cima dessas bases mais frágeis da idealização ficará difícil estabelecer um relacionamento baseado na intimidade, cumplicidade e, por que não, realidade.

Quando pensamos na forma de relações que os sujeitos fazem protegidos no mundo virtual observamos que há a utilização de um espaço, nesse caso uma tela, entre ele e o outro. Nesse contexto, essa relação estaria sendo mediada por um computador. Buscar transformar o mundo desagradável e hostil e tentar ser mais feliz são também fantasiar, sem que possamos nos esquecer de que é na realidade que podemos de fato ser felizes. A internet poderia se configurar em um espaço lúdico onde o exercício da criatividade torna-se mais tolerável. Desse modo as fantasias se exteriorizariam nesse ciberespaço simbólico, num encontro entre a intimidade singular atualizada em construções fantasísticas do sujeito. Isso pode significar que os aspectos da intimidade poderiam estar de alguma forma protegidos no mundo real. E relacionamento sem intimidade e cumplicidade tende a naufragar.

Parece ser a fantasia um conceito psicanalítico apropriado que pode nos oferecer algum entendimento sobre as relações virtuais e algumas pistas para a compreensão entre a relação virtual e as dificuldades do relacionamento dito como real. Afinal, com tantos recursos e oportunidades dos mais diferentes tipos de encontros, ao fechar a tela do computador os sujeitos continuam a se sentir sozinhos, isto é, a solidão ainda é a grande companheira.

Nos encontros reais, ao se propor a construção de algo em parceria será preciso criar a tal intimidade do casal. Primeiro a intimidade precisa ser consigo próprio e depois com o outro. A intimidade seria, portanto, a arte de penetrar e se deixar ser penetrado pelo outro, mantendo a sua singularidade e se permitindo a cumplicidade com seu par. Por cumplicidade estamos falando de um processo de amizade, carinho e respeito entre o par.

MATCH

Voltando à problemática do relacionamento virtual ou aplicativos de relacionamento, os indivíduos se escolhem por meio de uma lista de fotografias e dizeres e, como falávamos, fantasias inconscientes, e, se tudo der “certo”, ocorre um match. A palavra match é usada para definir o momento em que duas pessoas se interessaram mutuamente e, portanto, ambas pressionam o botão like na tela. Esse match passa a ser então o ponto de partida para um encontro real, que pode ser uma experiência de alguns instantes, pode se transformar em um envolvimento amoroso duradouro ou não. Tudo isso para se falar que sempre estamos às voltas com o tema do relacionamento.

Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, em seu livro Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, nos fornece algumas pistas sobre a dificuldade de se fazer vínculos. Ele vai dizer que existe um desespero em relacionar-se e uma tensão entre estar ligado ao outro e a perda da liberdade.

Para Bauman, “relacionamento é o assunto mais quente do momento, e aparentemente o único jogo que vale a pena, apesar de seus óbvios riscos”.

POESIA DE VINÍCIUS

No Samba da Bênção, Vinicius de Moraes, em meio a sua arte e poesia, vai nos contar que “a vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”. Em outro trecho da canção, o poeta ilumina a noite escura da solidão e revela que “a tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser triste não”. O mote central da canção é o amor e, consequentemente, o relacionamento. O assunto relacionamento nunca sai de moda. Os riscos intrínsecos ao assumir um compromisso parecem ser centrais na atualidade. Ansiedade de viver junto e também de viver separado parece ser uma equação que não fecha.

Com a utilização da internet, das formas tecnológicas de relacionamento e da rapidez de informações torna-se mais simples se conectar e mais fácil ainda se desconectar. Se não gosta, ou algo incomoda, é só apertar a tecla deletar (apagar) e desligar a máquina. As tecnologias são novas, mas os seres humanos continuam sendo humanos, isso quer dizer que possuem sentimentos e emoções e esse processo de ligar e desligar não funciona assim.

Bauman, em seu livro, aponta para um discurso ambíguo do ser humano na atualidade, como se os sujeitos estivessem preocupados com uma coisa, porém falando outra. Estariam garantindo que seu desejo e paixão têm por objetivo o relacionar-se. Entretanto, parecem estar evitando o relacionar-se, temendo que sejam aprisionados no congelamento da união. Ao que tudo indica, estariam mais preocupados em relacionamentos frouxos e leves, para que pudessem se desconectar a qualquer momento, a fim de rompê-los sem dor, evitando o sofrimento. O que acaba por tornar mais difícil o processo de intimidade e feitura de laços.

PROTEÇÃO

De nada adianta ter um computador de última geração no conforto de sua casa se o mundo mental da pessoa que maneja essa máquina é um desastre. Isso quer dizer que é preciso proteger o outro de nossos impulsos destrutivos e vice-versa. Ou então é possível que se fique nessa busca interminável, sem conseguir experimentar o sabor do relacionamento a dois de forma mais profunda.

Propõe-se para esse entendimento a observação entre o mundo real, a realidade – e estamos falando da realidade de ambos -, e o mundo virtual; direcionamos para não só as expectativas, como também as fantasias inconscientes. Klein, M., no prefácio de seu livro O Sentimento de Solidão, vai nos dizer que a escolha dos parceiros aponta para as raízes primitivas da nossa personalidade e os vínculos iniciais.

Ainda segundo a autora, o sentimento de solidão nunca desaparece no ser humano; mas não tem o sentido de estar só. Para ela, revela antes uma implicação de se sentir “mal acompanhado”, sob o ponto de vista interno. Isso é, resulta da fantasia da presença de figura ou figuras perseguidoras. “É ele, no entanto, que, no comum, impele a humanidade à busca inconsciente da imagem boa do começo de vida (a mãe ou substituta), na relação com o mundo, e, alienando-se à esperança de reencontrá-la, favorece e propicia a capacidade de estar só externamente, sem se sentir muito em solidão.”

A autora observou que para compreender como o sentimento de solidão se origina teríamos que nos reportar à primeira infância e reconhecer sua influência sobre os estágios ulteriores.

Segundo Francoise Dolto, psicanalista francesa, em seu livro intitulado Solidão, existe uma diferença entre a solidão que permite ao ser humano estruturar-se e a solidão que o impede de se estruturar. Para a autora, a solidão presente, a que está sendo vivida no atual momento pelo indivíduo, tem suas raízes lá atrás, nos anos que se passaram. Se isso não ficar compreendido, pouco ajudaria na compreensão dessa busca incessante por esse ser externo que possa trazer essa paz interna consigo próprio.

“Um ser humano não pode viver sem sentir solidão; não pode estar constantemente com alguém. O estruturante é estar habitado, desde pequeno, por uma solidão povoada de intercâmbios em palavras com os próximos, e não somente de intercâmbios de corpo a corpo ou de presença apenas visível”.

CONVITE À REFLEXÃO

Dolto nos convida a refletir que não é sempre factível estar na companhia de alguém, mas é sempre crível estar na própria companhia. Afinal, a relação que se estabelece consigo próprio é a única não factível de divórcio, portanto é melhor se conhecer bem, ou passará a vida com um desconhecido. E isso quer dizer que existe uma solidão que é estruturante e enriquecedora para um ser humano durante toda sua vida, que estaria emocionalmente unida às lembranças de momentos eleitos de relações psíquicas verdadeiras e não vinculadas tão somente às necessidades – vai estudar, vai tomar seu banho ou vai dormir -, mas àquele que povoa o mundo da afetividade. Quando a criança só escuta isso, ela não terá como alimentar sua solidão, seu mundo interno. Tudo está carregado de afeto, de relações humanas, de reminiscências de momentos felizes, comunicação entre lembranças de pessoas amadas que se amam mutuamente sendo como são, tanto nas horas de tristeza quanto de alegria.

Em Escritores Criativos e Devaneios (1908), a fantasia pode ter esse papel de “reajustar” o que se encontra em desajuste, como as brincadeiras ou o ato de comprar também podem fazer. Todos os objetos com os quais os sujeitos se relacionam tentam camuflar a falta que nos é intrínseca, assim como também é a solidão.

Observa-se que há um entrecruzamento do mundo virtual e real e que cenários que esbarram em nossas fantasias e traumas passeiam pelo mundo interno e provocam atualizações em nossas cadeias simbólicas. A modernidade da tecnologia pode ser um facilitador, um recurso para aproximar, desde que os seres humanos não se esqueçam de que são humanos dotados de seu mundo interno repleto de significados, sentimentos e emoções. O papel de estabelecer laços é feito no exercício diário do próprio relacionar-se. Todo indivíduo é marcado pelo desamparo primordial e pela falta do objeto para sempre perdido. O vazio é comum a todos os sujeitos; sempre falta alguma coisa. Buscar compreender como cada um lida com a falta e com a própria solidão é o desafio para se relacionar.

 TECNOLOGIA NÃO SUBSTITUI FATORES HUMANOS NO RELACIONAMENTO

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Em Black Mirror, série da Netflix. o episódio de nome “Hang the Dj vai apresentar, num mundo qualquer, relacionamentos em que, a partir de um aplicativo situado, uma espécie de bússola, os casais são escolhidos através do cruzamento dos perfis pelo sistema operacional, criando assim um encontro. No momento do encontro, os dois terão que pressionar o botão desse dispositivo tecnológico que vai prever o tempo que permanecerão juntos. Esse tempo pode ser contado em minutos, horas, meses ou anos. Vai depender do que o indivíduo terá que aprender com aquele relacionamento. Esses encontros vão ocorrendo sucessivamente. Vivem a experiência e, quando chega a hora de se separar, agradecem pelo tempo de união e começam uma nova história com outra pessoa. Essas breves histórias de amor ou não estariam preparando o sujeito para encontrar o tão almejado homem ou mulher de sua vida. Entretanto. um casal que já havia se encontrado antes através dessa tecnologia se esbarra novamente e decide não pressionar o botão do aplicativo. Essa proposta foi feita pela personagem feminina que, cansada de relacionamentos com prazo de validade previamente definido, acreditava não servir para ela, pois as trocas sexuais não estavam sendo o bastante; ela queria estabelecer vínculos. Nota-se que nesse momento ambos decidem por viver a experiência da relação sem saber previamente quanto tempo irá durar. E o que acontecerá? Só assistindo ao tal episódio, assim como na vida, só é possível viver vivendo-se. Isso quer dizer que os infinitos recursos tecnológicos podem facilitar a vida, mas não substituem as características humanas de se relacionar. Os sentimentos sempre irão existir, e seria importante se dar conta deles.

AMOR LÍQUIDO

“E no entanto, desconfiados da condição de “estar ligado”, em particular de estar ligado “permanentemente”, para não dizer eternamente, pois temem que tal condição possa trazer encargos e tensões que eles não se consideram aptos nem dispostos a suportar, e que podem limitar severamente a liberdade de que necessitam para sim, seu palpite está certo – relacionar- se. (prefácio do livro Amor Liquido).

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RENATA BENTO – é psicóloga, especialista em criança, adulto, adolescente e família. Psicanalista, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Perita em Vara de Família e assistente técnica em processos judiciais. Filiada a IPA – International Psychoanalytical Association, à Fepal – Federacion Psicoanalítica de América Latina e à Febrapsi – Federação Brasileira de Psicanálise.

OUTROS OLHARES

TRABALHO ESCRAVO INFANTIL

A nova CLT continua preservando os direitos da criança e do adolescente, mas em tempos de crise econômica é preciso dobrarmos a atenção.

Trabalho escravo infantil

A escravidão foi legalmente abolida no Brasil em 1888 com a Lei Imperial 3.353 de 13 de maio de 1988, tal ato legislativo ficou conhecida como Lei Áurea. Porém, tal norma não conseguiu cabalmente cessar a prática do trabalho humilhante. Da mesma forma que uma doença mal curada, foram surgindo novas modalidades de prestação de serviços semelhantes à escravidão. Deixa de existir o conceito de propriedade utilizado em relação aos trabalhadores escravos, vez que esse conceito passa a ser ilegal em virtude da lei. Entretanto, não é somente a ausência de liberdade que faz de um trabalhador um escravo, mas também a ausência de dignidade.

O trabalho escravo contemporâneo pode ser entendido como uma forma de trabalho forçado, e que envolve restrição da liberdade do trabalhador, onde ele é obrigado a prestar um serviço sem receber contraprestação, ou ainda, receber um valor ínfimo pelo serviço prestado. Também acontece nas modalidades onde o empregado oferece seu trabalho como forma de receber em troca mercadorias, como exemplo podemos citar os alimentos e a moradia. A ideia do presente artigo não é esgotar o tema relativo ao trabalho escravo, mas sim estabelecer uma relação com o trabalho infantil.

O trabalho escravo em muitas vezes é verificado em âmbito infantil. É notório que o trabalho infantil é ainda hoje um dos grandes desafios sociais que merece ser enfrentado com profundidade. No passado, o trabalho infantil acontecia dentro do ambiente doméstico, onde o menor aprendia com a própria família o ofício, não se havia muita distinção do que era um trabalho a ser realizado por adultos e um trabalho que poderia ser realizado por crianças, mas como se tratava de um âmbito familiar, era respeitada a capacidade e idade da criança.

A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, surge a descoberta do vapor como forma de energia, o que fomentou a expansão dos setores industriais e comercial, tendo em vista que passaram a utilizar o vapor nas fábricas e nos meios de transporte. Podemos entender essa fase como o início da exploração do trabalho infantil, o menor passou a ser utilizado em diversas funções em que se adaptavam muito bem e eram úteis em virtude de seu tamanho, agilidade, sociabilidade, serem facilmente controlados e uma redução de custos, tendo em vista a mão de obra barata.

Para os donos das indústrias, os menores significavam uma mão de obra muito barata, que em grande parte das vezes era somente remunerada com habitação e alimentação, esses menores trabalhavam entre 12 e 16 horas por dia, em situações degradantes e exercendo trabalhos insalubres, perigosos, cansativos e repetitivos. Como forma de se beneficiar da condição estrutural das crianças, os trabalhos realizados eram em minas, subsolos, limpezas de chaminé, tecelagem etc. Os menores eram mal alimentados, dormiam poucas horas e os acidentes eram frequentes, sendo um elevado número de crianças doentes, mortas, feridas e mutiladas. A utilização do trabalho desses menores era justificada pelos empregadores como uma forma de proporcionar a essas crianças pobres e abandonadas o seu próprio sustento.

Juntamente com Revolução Industrial surgem os movimentos trabalhistas que começam a denunciar a exploração do trabalho infantil em virtude das consequências enfrentadas pelos menores, na Inglaterra é criada a Carta dos Aprendizes que possuía como objetivo a proteção das crianças.

 

MUDANÇAS

A industrialização somente ganha força no Brasil no fim do século XIX, mas a mão de obra infantil remonta o tempo da escravidão, pois não existia distinção entre crianças e adultos. As crianças eram inseridas nas industrias desde muito novas, para aprender um ofício e contribuir com a renda familiar. A onda migratória vinda da Europa contribuiu ainda para que essa massa de trabalhadores imigrantes fossem alocadas nas industrias, juntamente com as crianças que compunham as famílias.

Em 1891, na época do Império, foi publicado um decreto que proibia o trabalho de crianças em máquinas em movimento e faxina. Em 1917 começou a ocorrer a proibição de pessoas menores de quatorze anos a trabalharem em fábricas.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) surge em 1919, e desde o princípio se preocupada com as questões relacionadas ao trabalho infantil, buscando coibir e estabelecer limites para o trabalho de crianças e, estabelecer garantias mínimas aos trabalhadores, bem como evitar a exploração do trabalho de crianças.

Em 1927 foi publicado o Código de Menores, que foi posteriormente suspenso em virtude um habeas-corpus, com o argumento de que violava o direito da família decidir o que é melhor para seus filhos.

Com a Constituição de 1934, foi deter­ minada a proibição do trabalho para menores de quatorze anos, salvo o caso de permissão judicial.

A Constituição de 1967, retrocedeu ao fixar a idade mínima para trabalho aos doze anos de idade.

A Constituição de 1988, disciplinava que o trabalho do menor somente seria permitido a partir dos quatorze anos de idade, mas com a Emenda Constitucional nº 20 de 1998 a idade mínima foi aumentada para dezesseis anos, com exceção para condição de aprendiz que é a partir dos quatorze anos.

O termo “direitos das crianças” foi utilizado pela primeira vez em 1924 com a Declaração de Genebra, onde foi um texto reconhecido de forma internacional quando a Liga das Nações aprovou uma resolução enaltecendo a declaração dos direitos das crianças, entretanto tal declaração não alcançou o impacto necessário ao pleno reconhecimento internacional dos direitos da criança. Em decorrência, em 1933, outra Convenção de Genebra tratava do combate ao tráfico de crianças e de mulheres.

A Convenção de Genebra deu força ao assunto em questão, e em 1948 foi elaborada pela ONU (Organização das Nações Unidas) a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dispunha sobre cuidados especiais às crianças e adolescentes. Foi um grande avanço com relação a proteção dos direitos fundamentais, uma vez que tratava-se de um instrumento a nível internacional e todos os países membros que subscreveram e ratificaram introduzem em seus ordenamentos jurídicos o reconhecimento de todos os indivíduos como sujeitos de direito e proteção a sua dignidade. Nesse passo, diversos organismo internacionais, tais como: UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Educação e Cultura), UNESCO e OIT, passam a apoiar e resguardar os direitos das crianças e do adolescente.

 

NOVA VISÃO

Em 1959 foi adotada pela ONU a Declaração Universal dos Direitos da Criança, o que se transformou em um dos documentos fundamentais que visam assegurar e proteger a criança, de forma a lhe facultar condições de liberdade, igualdade, identidade, educação, proteção, desenvolvimento mental, físico, moral, social de forma sadia, direito ao lazer e proteção contra qualquer forma de exploração, negligência, crueldade e discriminação de qualquer natureza.

A criança passa a ser reconhecida como sujeito de direitos a nível internacional, é a chamada doutrina jurídica da proteção integral, onde a criança é entendida como indivíduo em desenvolvimento e que precisa de ampla proteção, e essa proteção se expande do ciclo familiar e passa também a ser obrigação do Estado e da Sociedade. Uma sociedade que preza pelos direitos fundamentais dos seres humanos, devem em princípio respeitar e zelar por suas crianças, de forma que se tornem adultos plenos e potenciais.

Em 1990 a ONU elaborou a Convenção dos Direitos das Crianças, e foi o tratado internacional de direitos humanos que alcançou o número mais elevados de ratificações, as crianças passam a ser prioridade do estado. Após realizada a abordagem do contexto histórico do trabalho infantil no mundo e das formas que os organismos internacionais e nacionais visam combater tal prática, passamos a explicitar a triste realidade que ainda nos acompanha. Milhares de crianças e adolescentes nos dias atuais são vítimas de trabalho escravo contemporâneo, tanto nas grandes cidades, quanto no interior do país. O assunto é um tanto quanto desagradável, mas está enraizado em nosso dia a dia, em nosso cotidiano e passamos por ele de forma despercebida, agimos com naturalidade e nem sequer, nos damos conta de que se trata de exploração, de trabalho análogo ao escravo e muitas vezes, essa exploração é vista com bons olhos, como uma forma de benfeitoria.

O Brasil devido à falta de condições de vida digna, falta de condições mínimas de saúde, falta de condições de acesso à educação, de moradia, em virtude da situação econômica e do elevadíssimo índice de pobreza e miséria, devido a uma desigualdade social latente, propicia a exploração infantil. As questões culturais arraigadas na sociedade, onde se entende como “normal” começar a trabalhar desde muito cedo, sem levar em consideração que a criança e o adolescente precisam usufruir de experiências próprias de sua idade, como estudar e brincar, também é fator que propicia a erradicação desta modalidade de trabalho.

Os prejuízos para as crianças e adolescentes são inúmeros, tendo em vista que estão em fase de desenvolvimento físico e psicológico, tendo as resistências naturais reduzidas, e sendo assim, passam a ter a saúde e segurança em risco, por exemplo. A criança que é submetida a trabalhos cansativos, sistêmicos, em condições insalubres e perigosas, tem todo o seu desenvolvimento comprometido, além de imputar as crianças responsabilidades de adultos e impedir que possam frequentar as escolas.

Atualmente no Brasil existe uma grande mobilização para erradicação do trabalho escravo infantil na área rural, entretanto, existe uma pungente exploração infantil no meio urbano e doméstico, que na maioria das vezes passa desapercebida, pois infelizmente para muitos, se tornou comum. O cenário atual é difícil de ser mensurado, sabe-se da ocorrência, mas não existem dados concretos e o número de denúncias é insignificante. O trabalho infantil se situa na informalidade, as escondidas e muitas vezes são os próprios pais que obrigam as crianças a esse tipo de trabalho, como forma de complementar a renda.

 

REALIDADE

O trabalho infantil em âmbito doméstico é responsável por 10% dos casos de trabalho infantil de acordo com OIT, mas ainda é muito difícil de mensurar, tendo em vista que na maioria das vezes ocorre de forma velada, dentro das casas, armazéns etc. Em muitos casos, não recebem salários, e trocam seus serviços por moradia e comida, e obviamente sem nenhum dos seus direitos trabalhistas respeitados, e em muitos casos sendo até submetidos à exploração sexual.

Neste momento faremos uma breve análise do ordenamento jurídico brasileiro com relação ao tema. A verdade é que temos ampla e extensa legislação que oferece proteção e dignidade ao menor, mas não é devidamente aplicada, e cabe à sociedade e aos membros do poder público exigir que as leis sejam aplicadas em profundidade. A Constituição Federal em seus artigos 7°, XXX e XXXIII e 277, estabelece normas de proteção ao trabalho do menor, a legislação infraconstitucional nos artigos 80, 402 a 439 da CLT, também trata de forma especifica da duração do trabalho, admissão, CTPS, deveres inerentes aos responsáveis legais dos menores e dos empregadores, dos menores aprendizes e disposições gerais de proteção ao trabalho do menor. A Lei nº 8.069 de 13.07.1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo para proteger a infância e a adolescência, e dispõem de forma ampla sobre a proteção do menor, no capítulo V, por exemplo, se dedica a tratar do direito à profissionalização e a proteção no trabalho. Além dos dispositivos internacionais já mencionados no bojo do presente artigo, o governo brasileiro ratificou a Convenção nº 182, e a Recomendação nº 190 da OIT que trata sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação. De acordo com a Convenção nº 182, as piores formas de trabalho infantil são: o trabalho escravo, o trabalho em condições análogas à escravidão, o trabalho decorrente da venda e do tráfico de menores, a escravidão por dívida, a exploração sexual de menores através da prostituição e pornografia, o uso de menores para a produção ou venda de drogas, o uso de menores em conflitos armados e por fim, todo e qualquer trabalho que possa prejudicar a saúde, a segurança e a dignidade do menor. O Brasil assumiu o compromisso perante a comunidade internacional de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2015, e erradicar a prática de maneira total até 2020.

De acordo com dados da UNICEF o Brasil é o terceiro país da América Latina com maior índice de exploração infantil, e as causas como já explicitadas anteriormente se justificam em grande parte pela pobreza. Nos grandes centros urbanos tornou-se corriqueiro ver crianças pedindo esmolas em sinais, engraxando sapatos, entregando panfletos nas ruas, vendendo balas, e pouco se reflete de que tais funções desempenhadas são autênticas formas de trabalho escravo infantil, que aquelas crianças deveriam estar nas escolas e não serem obrigadas pelo pais, em grande parte dos casos a trabalharem dessa forma.

Em função desse problema social, a OIT e a UNICEF passaram a diferenciar o trabalho infantil explorador proibitivo e aquele trabalho que pode ser forma de socializar o jovem e que, respeite seus estudos e momentos de descanso. As crianças e adolescentes que são submetidos ao trabalho forçado sofrem danos irreversíveis ao desenvolvimento.

Em 1996, o Governo Federal criou o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), tal programa busca erradicar o trabalho infantil através do bolsa-escola, da criação de atividades extracurriculares para crianças que eram exploradas e de programas que busquem capacitar os pais para que possam aferir renda. Conforme o Ministério do Desenvolvimento Social, para que o trabalho infantil seja reduzido é necessário identificar essas crianças trabalhadoras e sensibilizar a sociedade sobre os danos morais, físicos, intelectuais que essas crianças estão sofrendo. O Fórum pela Erradicação do Trabalho Infantil que reúne a OIT, a UNICEF e mais de 40 organizações governamentais e não governamentais, sindicatos e associações patronais vem buscando melhorar a compreensão da sociedade sobre o quão nocivo é o trabalho infantil, uma vez que a sociedade acaba por não entender quais são os reais malefícios, e por ter um percepção cultural muito inadequada, onde acreditam ser melhor que esteja trabalhando, do que esteja roubando, ou traficando, sendo que a mentalidade deveria se r que o melhor para uma criança seria estar brincando e estudando.

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AÇÕES

Diante do exposto, é de suma importância que seja criada uma nova cultura, baseada em princípios morais, de dignidade e respeito aos direitos fundamentais. A sociedade atual tem olhado para o trabalho infantil com excessiva permissibilidade e aceitação. De acordo com os dados do IBGE em 2009 e 2011 existem cerca de 3,6 milhões de trabalhadores entre 10 e 17 anos, ou seja, mais da metade (52%) das crianças e adolescente do país exercem atividade laborativa.

Outra problemática que deve ser enfrentada é a criminalização do trabalho infantil, eis que ainda não é considerado crime. O empregador que é flagrado explorando crianças e adolescentes, é julgado pela justiça trabalhista e responde sempre nessa mesma esfera, com relação aos direitos trabalhistas dos indivíduos, como se fossem trabalhadores comuns e a obrigatoriedade de pagamento de multa pela infração cometida, entretanto, não respondem criminalmente. Somente irão responder criminalmente quando encontrados elementos que caracterizem abusos sexuais, cárcere privado, violências físicas e no caso em que seja configurado um caso de trabalho escravo. Recentemente foi aprovado pelo Senado um projeto de lei que criminaliza a exploração do trabalho infantil, mas ainda encontra-se em votação na Câmara dos Deputados.

 Trabalho escravo infantil.3

 

GESTÃO E CARREIRA

DE CARONA NO SUCESSO

Com o forte crescimento das barbearias e salões masculinos, empresárias aproveitam o momento para criar produtos cosméticos com foco nesse público.

De carona no sucesso

Não dá para negar que as barbearias voltaram com tudo para o mercado. Algumas com estilo retrô e outras mais modernas, mas todas oferecem o “velho” serviço completo, barba, cabelo e bigode, em de quebra, os clientes ainda se divertem em um happy hour com jogos e tomando uma boa cervejinha.  De volta ao ponto de encontro dos homens! Investidores de outros setores também enxergaram o potencial deste mercado e decidiram aproveitar essa onda positiva de crescimento, como foi o caso das empresárias Andréa Moreira e a Dra. Juliana Rosa.

Em 2016. elas notaram esse forte crescimento das barbearias e salões masculinos dos bairros. Já trabalhavam no setor de cosméticos, mas, o foco era no seguimento feminino através de uma empresa de venda direta. “Enxergamos, contudo, uma grande oportunidade em oferecer produtos voltados para o setor masculino após realizarmos pesquisas com barbeiros, donos de barbearias e clientes finais. Essa pesquisa apontou que não havia produtos finalizadores de boa qualidade no mercado e isso chamou a nossa atenção para desenvolvê-los. Foi assim que, em agosto de 2016, iniciamos um plano de negócios e surgiu a Senhor Barba Cosméticos, conta a diretora comercial, Andréa Moreira.

 EXCLUSIVIDADE

A Senhor Barba Cosméticos desenvolve e fornece produtos masculinos para barbearias, salões mistos e estúdios de maquiagem, que são os clientes diretos da empresa.  Estes compram os produtos para uso profissional e também para revenda. Já o consumidor final só pode adquirir a linha da empresa nesses estabelecimentos.

De acordo com a diretora de produtos e farmacêutica responsável da marca, Dra. Juliana Rosa, o principal diferencial da Senhor Barba é escutar o profissional mais importante da cadeia de vendas: o barbeiro. “Nossa empresa só lança produtos após receber 100% de aprovação do time de barbeiros que participa das pesquisas de campo”, afirma.

Na pesquisa, elas deixam as amostras dos futuros lançamentos para o time avaliar: performance, textura e fragrância dos produtos. Após o período de avaliação e aprovação, se todos os requisitos forem atingidos com excelência, elas lançam os produtos no mercado.

No momento, a empresa conta com uma linha de produtos finalizadores, que são: óleo, balm, shampoo, pomada modeladora efeito seco, pomada modeladora efeito brilho e a pomada efeito mate (esta última lançada na Barber Veek). Há também a linha profissional: shaving gel, creme de   limpeza esfoliante e shampoo para barba, cabelo e bigode e pentes de madeira.

Juliana, além de sócia-proprietária da empresa, é também a técnica responsável pelo desenvolvimento dos produtos. Ela (JUC escolhe os ativos, fragrância, performance e textura. E contam também com dois laboratórios terceirizados que fabricam os produtos, um em São Paulo e outro no interior do estado.

Além da excelente qualidade dos produtos da Senhor Barba, que são atestados pelos farmacêuticos, segundo as fundadoras, outro grande diferencial é que todas as embalagens são sustentáveis.  “Nós nos preocupamos com o planeta e estamos fazendo a nossa parte para minimizarmos os impactos nocivos ao meio ambiente, escolhendo fornecedores que têm a mesma preocupação com a sustentabilidade. Exemplo: nossos pentes de madeira são feitos artesanalmente com madeira de reflorestamento e as sacolas são de papelão reciclável”, conta a diretora de produtos.

MERCADO

Segundo Andréa Moreira, são muitos os desafios que a empresa enfrenta. Como trabalham com uma linha considerada “premium”, por exemplo, não são todas as barbearias que conseguem adquiri-la. “Desde que lançamos os produtos no mercado, temos como público-alvo, as barbearias que têm um ticket médio mínimo de R$70,00 no corte de cabelo e barba. Dessa forma, conseguimos nos posicionar como uma linha de alta qualidade e performance, sendo a linha nacional mais escolhida no lugar das internacionais, que, em função da flutuação do dólar, são bem mais caras que a nossa”, afirma.

Dentro desse posicionamento de mercado, Andréa diz que estão crescendo e ingressando nas melhores barbearias de São Paulo e do interior. Temos a percepção de que, apesar de sermos novos no mercado, já somos notados e percebidos como uma empresa que surpreendeu o consumidor final, através de produtos de alta performance e qualidade. Recebemos elogios diariamente em nossas redes sociais de clientes finais e também dos barbeiros que usam a linha da Senhor Barba. Eles dizem que finalmente encontraram os melhores produtos!, celebra.

A diretora comercial relembra e se motiva, inclusive, com o comentário de um barbeiro que chamou muito a atenção das sócias, quando disse: “Tem como vocês lançarem algum produto ruim?”, dando aquela gargalhada no teor de brincadeira.

A expertise profissional de ambas em suas respectivas áreas foi a “chave” para o nascimento da empresa. Mas elas revelam que, ao criarem o programa de incentivo a vendas da companhia, inspiraram-se na Multinacional Mary Kay.

ESTRATÉGIAS

As sócias iniciaram a empresa com recursos próprios e muito pé no chão. Lançaram um produto por vez e aguardaram o retomo do investimento de cada um para poderem reinvestir em novos produtos. “O nosso primeiro produto (óleo para barba, cabelo e bigode) foi lançado em abril de 2017. Conseguimos recuperar o investimento deste item em seis meses de operação. Com o retorno conseguimos reinvestir em outros produtos e assim temos feito com os demais itens da linha”, reforça Andréa.

De acordo com ela, o modelo de negócio da Senhor Barba Cosméticos está mais voltado para distribuição do que para franchising.  Por esse motivo a estratégia de crescimento também é outra, gira em torno da expansão da operação, que no segundo semestre de 2018 será voltada para   outras capitais do Brasil, iniciando por Belo Horizonte. Mas sempre também com a intenção de duplicar o número de barbearias parceiras na cidade de São Paulo e interior. “Por isso estamos investindo em lançamentos frequentes a cada bimestre; ampliando o portfólio da linha profissional e participando inclusive de feiras do setor como a Feira Barber da América Latina: a Barber Week, que acorreu no mês de junho em São Paulo, mostra a diretora comercial.

Outra ação é o desenvolvimento de um e-commerce para a venda de produtos no atacado com foco nas barbearias e salões de todo o Brasil. A previsão para lançarem o sistema é ainda no segundo semestre de 2018.

QUE VENHA MAIS!

A Senhor Barba fechou o ano de 2017 com quatro produtos cosméticos no portfólio: óleo, balm e duas pomadas para cabelo. Hoje, já possuem o dobro de produtos e finalizarão o ano com mais lançamentos. A tão esperada pomada modeladora mate, que chegou ao mercado em junho e temos uma grande expectativa de ela se tomar a ‘menina dos olhos’ da empresa. E também a linha profissional da Senhor Barba, que visa atender uma grande necessidade nos salões e barbearias”, destacam.

 De carona no sucesso 2

CIDADES EM QUE JÁ ESTÁ PRESENTE

BELO HORIZONTE/MG

CAIEIRAS/SP

COTIA/SP

DRACENA/SP

GUARULHOS/SP

JUNDIAÍ/SP

MAUÁ/SP

MOGI DAS CRUZES/SP

SANTO ANDRÉ/SP

SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP

SÃO CAETANO DO SUL/SP

SÃO PAULO/SP

SUMARÉ/SP

 

ENTRE PARA O TIME!

A Senhor Barba Cosméticos está em busca de profissionais com ampla experiência na área comercial para compor o time de gerentes comerciais na cidade de São Paulo, interior do estado, além da representantes e distribuidores em outros estados também. Que tal ser parceiro desse negócio?

site: senhorbarbacosmeticos.com.br

 

 

 

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 6: 15-21

Alimento diário

Cristo anda sobre as águas

Aqui temos:

I – Cristo afastando-se da multidão.

1. Observe o que fez com que Ele se retirasse. Ele se retirou porque percebeu que aqueles que reconheciam que Ele era aquele profeta que devia vir ao mundo, “haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei”, v. 15. Aqui temos um exemplo:

(1) De zelo irregular de alguns dos seguidores de Cristo. Eles não desejavam outra coisa, senão fazê-lo rei. Agora:

[1] Este era um ato de zelo, pela honra de Cristo, e contra o desprezo que a parte governante da igreja judaica lhe devotava. Eles estavam inconformados por verem um benfeitor tão grande para o mundo sendo tão pouco estimado nele. Portanto, uma vez que os títulos reais representam os mais ilustres, eles desejaram fazê-lo rei, sabendo que o Messias deveria ser um rei. E, sendo o Messias um profeta, como Moisés, então Ele deveria ser um príncipe soberano e legislador. Assim, se não puderem colocá-lo sobre o “santo monte Sião”, um monte na Galileia servirá. Aqueles a quem Cristo presenteou com os manjares reais do céu devem, em recompensa pelo seu favor, fazê-lo seu rei, e colocá-lo no trono das suas almas. Que aquele que nos alimentou, nos governe. Mas:

[2] Foi um zelo irregular; pois, em primeiro lugar·, ele se baseava em um engano a respeito da natureza do reino de Cristo, como se ele devesse ser deste mundo, e Cristo devesse aparecer com pompa exterior, uma coroa na cabeça, e um exército aos seus pés. Eles desejavam fazer dele um rei como este, mas isto era um menosprezo tão grande à sua glória como seria laquear ouro, ou pintar um rubi. As noções corretas do reino de Cristo deveriam nos manter nos métodos corretos para progredir. Em segundo lugar, este zelo era motivado pelo amor à carne. Eles fariam seu rei àquele que tinha podido alimentá-los com tanta abundância sem seu trabalho, e os tinha salvado da maldição de comer seu pão com o suor do seu rosto. Em terceiro lugar, este zelo pretendia cumprir um desígnio secular. Eles esperavam que esta pudesse ser uma excelente oportunidade para livrar-se do jugo romano, do qual já estavam cansados. Se eles tivessem alguém para liderá-los, que pudesse suprir um exército, com menos custos do que alguém poderia prover para uma família, eles teriam, certamente, os fundos para a guerra, e não poderiam deixar de ser bem-sucedidos, e de recuperar sua antiga liberdade. Assim, a religião é frequentemente prostituída por um interesse secular, e alguns só servem a Cristo para que Ele sirva a uma mudança, Romanos 16.18. Jesus é normalmente procurado por algum outro motivo, não por si mesmo. Em quarto lugar, era um esforço turbulento, e sedicioso, e uma perturbação da ordem pública. Isto levaria o país a um estado de guerra, e o exporia ao rancor do poder romano. Em quinto lugar, era contrário à vontade do próprio Senhor Jesus, pois eles o levariam à força, quer Ele o desejasse ou não. Observe que aqueles que forçam sobre Cristo honras que Ele não pediu, desagradam-no, e lhe fazem uma grande desonra. Aqueles que dizem: Eu sou de Cristo, em oposição àqueles que são de Apolo e Cefas (fazendo de Cristo o líder de um grupo), arrebatam-no pela força, para fazerem-no rei, contrariamente à sua própria vontade.

(2) Temos aqui um exemplo da humildade e da abnegação do Senhor Jesus: quando desejaram fazer dele um rei, Ele partiu. Tão longe Ele estava de aceitar este desígnio, que, na verdade, Ele o reprimiu. Com isto, Ele deixou um testemunho:

[1] Contra a ambição e a ostentação da honra terrena, para a qual Ele estava completamente mortificado, e nos ensinou a agir da mesma maneira. Se eles tivessem vindo para levá-lo à força e fazê-lo prisioneiro, Ele não poderia ter sido mais engenhoso para esconder-se do que foi quando desejaram fazê-lo rei. Não desejemos ser os ídolos da multidão, nem sejamos desejosos de vanglória.

[2] Contra a facção e a sedição, traição e rebelião, e qualquer coisa que tenda a perturbar a paz de reis e províncias. Com isto, parece que Ele não era inimigo de César, nem desejava que seus seguidores o fossem, mas era um quieto na terra. Ele desejava que seus ministros recusassem qualquer coisa que pareces­ se sedição, ou que se destinasse a isto, e que seus interesses só estivessem voltados ao bem do seu trabalho.

2. Observe para onde Ele se retirou: “Tornou a retirar-se… para o monte”, o monte onde tinha pregado (v. 3), de onde desceu à planície, para alimentar o povo. Ele retornou para lá, só, para ter privacidade. Embora Cristo seja muito útil nos lugares onde há público, Ele decidia, às vezes, ficar sozinho, para nos ensinar a nos retirarmos do mundo, de vez em quando, para convivermos mais livremente com Deus e com nossas próprias almas. Os cristãos sérios devem dedicar tempo para estarem a sós. O serviço público não deve prejudicar as devoções particulares.

II – Aqui está a aflição dos discípulos, no mar. “Os que descem ao mar em navios… esses veem as obras do Senhor… Pois ele manda, e se levanta o vento tempestuoso”, Salmos 107.23-25. Aplique isto a estes discípulos.

1. Aqui está seu relato da saída dos discípulos ao mar, em um barco (vv. 16,17): “Quando veio a tarde”, e já tinham concluído o trabalho do dia, era hora de ir para casa, e por isto “entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum”. Isto eles fizeram por instrução especial do seu Mestre, cujo objetivo era, aparentemente, tirá-los do caminho da tentação, evitando o contato com aqueles que desejaram fazê-lo rei.

2. Aqui está o vento tempestuoso surgindo e cumprindo a Palavra de Deus. Eles eram os discípulos de Cristo, e agora estavam a caminho do seu dever, e Cristo estava no monte, orando por eles. E ainda assim, estavam nesta aflição. Os perigos e aflições da época atual podem ser consistentes com nosso interesse por Cristo, e pela sua intercessão. Eles tinham recentemente tido um banquete à mesa de Cristo, mas depois do sol do consolo, espera-se uma tormenta.

(1) “Era já escuro”. Isto tornou a tempestade ainda mais perigosa e desconfortável. Algumas vezes, o povo de Deus se depara com dificuldades e não consegue ver a saída. No escuro, quanto à causa da sua dificuldade, quanto ao que ela pretende, e qual será o resultado.

(2) Ainda Jesus não tinha chegado perto deles”. Quando eles estavam naquela tempestade (Mateus 8.23ss.), Jesus estava com eles, mas agora seu amado tinha se retirado, e tinha partido. A ausência de Cristo é o que agrava enormemente os problemas dos cristãos.

(3) “O mar se levantou, porque um grande vento assoprava”. Havia bom tempo quando eles saíram ao mar (eles não teriam a presunção de zarpar em uma tempestade), mas o mar se levantou quando já estavam no mar. Em tempos de tranquilidade, devemos nos preparar para os problemas que podem surgir quando menos esperarmos. Consolemos as pessoas boas, quando estiverem nas tempestades no mar, com o fato de que os discípulos de Cristo também lá estiveram. E que as promessas de um Deus de graça compensem as ameaças de um mar enfurecido. Embora em meio a uma tempestade, e no escuro, elas não estarão em pior situação do que os discípulos de Cristo já estiveram. As nuvens e a escuridão, às vezes, cercam os filhos da luz e do dia.

3. Aqui está a oportuna vinda de Cristo para junto deles, quando estão em meio a este perigo, v. 19. Eles tinham remado (tendo sido forçados, pelos ventos contrários, a tomar seus remos) por cerca de vinte e cinco ou trinta estádios. O Espírito Santo, que permitiu esta tempestade, poderia ter expressado o número de estádios com exatidão. Mas por se tratar de uma informação circunstancial, foi deixada para ser registrada de acordo com as conjeturas do escritor. E, quando eles já haviam adentrado uma boa distância no mar, “viram Jesus andando sobre o mar”. Veja aqui:

(1) O poder que Cristo tem sobre as leis e os fatores da natureza, para controlá-los e utilizá-los conforme desejar. É natural que os corpos pesados afundem na água, mas Cristo andou sobre a água como se estivesse andando sobre terra firme, o que foi mais do que Moisés dividir as águas e caminhar entre elas.

(2) A preocupação que Cristo tem com seus discípulos em aflição: Ele aproximou-se do barco. Portanto, Ele andou sobre as águas, assim como “cavalga sobre os céus”, para a ajuda do seu povo, Deuteronômio 33.26. Ele não os deixará sem conforto, quando eles parecerem estar sacudidos com tempestades e sem conforto. Quando eles estiverem exilados (como João) em lugares remotos, ou encerrados (como Paulo e Silas) em lugares fechados, Ele terá acesso a eles, e estará junto com eles.

(3) O alívio que Cristo dá aos seus discípulos, em meio aos seus temores. Eles sentiram medo, mais medo de uma aparição (pois isto foi o que eles supuseram que Ele era) do que dos ventos e das ondas. É mais terrível lutar “contra os príncipes das trevas deste século” do que com um mar tempestuoso. Quando eles pensaram que um demônio os assombrava, e talvez tivesse sido usado para levantar a tempestade, ficaram ainda mais assustados do que tinham ficado quando não viram nada nela, exceto o que era natural. Observe que:

[1] Nossas verdadeiras aflições são, frequentemente, muito ampliadas pelas criaturas imaginárias da nossa própria imaginação.

[2] Até mesmo a aproximação de consolo e resgate frequentemente é tão mal interpretada, que se torna motivo de medo e perplexidade. Com frequência, não somente ficamos mais assustados do que feridos, mas ficamos mais assustados quando estamos prestes a ser ajudados. Mas, quando os discípulos estavam sentindo este temor, com que afeto Cristo silenciou seus temores, dirigindo-lhes estas palavras piedosas (v. 20): “Sou eu; não temais”. Nada é mais poderoso para convencer os pecadores do que estas palavras: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Nada é mais poderoso para consolar os santos do que estas: “Eu sou Jesus, a quem tu amas. Sou Eu, que te amo, e procuro teu bem. Não tenha medo de mim, nem da tempestade”. Quando o perigo está próximo, Cristo está próximo.

4. Aqui está sua chegada bem-sucedida ao porto ao qual se dirigiam, v. 21.

(1) Eles receberam a Cristo no barco. Eles o receberam de boa mente. Observe que a ausência de Cristo por algum tempo é apenas para valo­ rizar-se, na sua volta, aos seus discípulos, que valorizam a presença dele mais do que qualquer coisa. Veja Cantares 3.4.

(2) Cristo os trouxe em segurança à terra firme: “Logo o barco chegou à terra para onde iam”. Observe que:

[1] O barco da igreja, no qual os discípulos de Cristo embarcaram, junto com tudo o que tinham, pode estar muito abalado e desamparado, mas ele finalmente chegará, em segurança, ao porto. Jogados ao mar, mas não perdidos; abatidos, mas não destruídos; a sarça ardendo, mas não se consumindo.

[2] O poder e a presença do Rei da igreja irá apressar e facilitar seu resgate, vencendo as dificuldades que encobriram os talentos e o engenho de todos aqueles que lutaram a seu favor. Os discípulos tinham remado duramente, mas não conseguiram nada até que Cristo entrou no barco, e então o trabalho se fez repentinamente. Se recebemos a Cristo Jesus, o Senhor, se o recebemos de boa mente, mesmo que a noite seja escura e o vento forte, ainda assim podemos nos consolar com o fato de que, em breve, estaremos em terra firme, e estamos mais próximos disto do que pensamos estar. Muitas almas em dúvida são atraídas para o céu por uma surpresa agradável, ou sem se dar conta.

 

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