PSICOLOGIA ANALÍTICA

TECHNOFERENCE

Pesquisa mostra que a tecnologia interfere no convívio dos pais com os filhos, afetando o comportamento das crianças e trazendo riscos de problemas emocionais e de saúde.

Technoference.2

No início do mês de junho, um vídeo exibindo um coral infantil de uma escola privada do Rio de Janeiro ganhou espaço nas redes sociais do país. As crianças emocionaram os espectadores ao apresentarem uma música que falava sobre passar tempo demais conectado no celular e não com os filhos. Em um gesto sofisticado, os filhos estavam criticando os pais que, segundo a própria letra da música cantada, permaneciam: “de corpo presente, cabeças ausentes, visitando um mundo paralelo”. A letra prossegue com versos que criticam o uso excessivo de bluetooth, wi-fi, selfies e diferença de energia dos “dedos” e no “coração”.

Não há dúvidas de que o celular se transformou no HUB* social do século XXI, que nos conecta ao mundo de uma forma diferente e nos impele a responder mensagens de parentes, do trabalho ou de pessoas a quem vendemos ou de quem compramos serviços. É um HUB que comunica de forma eficiente e rápida, mas em troca nos cobra o tempo e exige atenção dedicada aos bipes e “pingos” da enxurrada de mensagens recebidas.

Um estudo publicado em 2018 mostrou que existe uma correlação entre deixar de interagir com uma criança para verificar o celular e o aparecimento de problemas comportamentais nessa criança. O trabalho investigou a chamada “technoference” – termo cunhado a partir das palavras “tecnologia” e “interferência”. Brandor MacDaniel e Jane Radesky, da Universidade do Estado do Illinois e da Universidade de Michigan, respectivamente, entrevistaram pais norte-americanos, os quais, em sua grande maioria, relataram que o uso da tecnologia interrompia as interações entre as crianças três ou mais vezes por dia. Os pesquisadores constataram que isso se relacionava, nas crianças, a comportamentos como agitação, frustração, irritação e fúria. Segundo os pesquisadores, comportamentos internalizados e externalizados estão associados à technoference. Dito de outro modo, as crianças começam a agir ou talvez a chorar e a agitar-se mais quando se sentem desconectadas de seus pais devido à frequente interrupção pela tecnologia. Alguns pais tentam dividir a atenção entre o presencial e o virtual, dizendo: “pode falar que estou ouvindo” – enquanto permanecem com os olhos vidrados e os dedos tocando a tela. Mas não adianta, a criança percebe que ela não está recebendo toda a atenção que solicita e precisa para se comunicar. É verdade também que nosso cérebro é limitado demais para lidar com eventos simultâneos. No mínimo, a comunicação entre emissor e receptor, nesse contexto disputado, é prejudicada. O prejuízo é imediato e também futuro, haja vista que o comportamento dos pais no uso de tecnologia é um fator importante para promover resultados positivos do seu uso pelas próprias crianças – é o que aponta um estudo realizado por pesquisadores holandeses. Nikken (2017), que avaliou o tempo que os pais e as crianças passam em diversas mídias, levando em consideração variáveis quantitativas (status socioeconômico, nível educacional, número de dispositivos digitais com telas em casa, número de horas despendidas pelas crianças em mídias) e qualitativas (tipo de conteúdo consumido e facilidade na mediação com as crianças).

Como esperado, o uso de tecnologias pelos pais é um importante preditor do consumo de tecnologia pelas crianças. Crianças criadas em famílias com alto uso de tecnologia são motivo de preocupação, podendo estar associado a maior risco de excesso de peso, problemas relacionados à concentração, TDAH, baixo desempenho escolar etc. Essas crianças são usuárias mais proficientes e interagem mais com conteúdos de entretenimento e educativo. Os pais desse grupo também se sentem mais confiantes para realizar uma mediação e escolher conteúdos educacionais específicos e configurar uma dieta balanceada de atividades analógicas e digitais. Possivelmente, esses pais têm menos medo de tecnologia e estão mais aptos a utilizá-la. No entanto, quando há uma “overdose” de possibilidades de tecnologias em casa, diminui a familiarização da tecnologia pela criança, gerando mais ansiedade e menor envolvimento dos pais com os filhos. Outro resultado revelador do estudo apontou que as famílias com alto uso de tecnologias tendem a ser menos instruídas e menos ricas, mas são equipadas com mais telas em casa, inclusive no quarto da criança. Em 14% das famílias desse grupo, crianças de O a 7 anos têm pelo menos uma tela eletrônica (TV, videogame, tablet) no quarto, o que pode explicar o alto uso de tecnologia por essas crianças.

Em minhas palestras sobre uso de tecnologias digitais e videogames sempre alerto sobre essa situação, recomendando para que os dispositivos digitais, tanto da criança quanto dos pais, permaneçam sempre em áreas comuns, justamente para favorecer o convívio familiar. Em relação ao uso do celular é necessária uma vigilância constante do próprio comportamento. A maioria de nós acredita que o uso que faz dos aparelhos não afeta nossas crianças, mas as pesquisas mostram que as pessoas costumam subestimar a quantidade de tempo que gastam em seus aparelhos e que é muito fácil o celular levar-nos a situações preocupantes, como o uso em demasia ou o uso como uma tentativa de regular a tristeza e outras emoções. Se não somos conscientes e não prestamos atenção nisso quando estamos com nossos filhos, é muito fácil sermos atraídos para o celular em prejuízo da interação face a face com eles.

*HUB (traduzido do inglês “pivô”) ou “concentrador” é o processo pelo qual se transmite ou difunde determinada informação, tendo, como principal característica, que a mesma informação está sendo enviada para muitos receptores ao mesmo tempo (broadcast). Este termo é utilizado em rádio, telecomunicações e em informática.

Technoference 

TIAGO J. B. EUGÊNIO – é mestre em Psicobiologia e Estudos do Comportamento Humano. É designer de aprendizagem na Rhyzos Educação e escreve sobre educação, tecnologias e Neurociências. E-mail: tiagoeugenio20@gmail.com:site: www.tiagoeugenio.com.br

 

OUTROS OLHARES

VIOLÊNCIA NAS REDES SOCIAIS E A BANALIZAÇÃO DO MAL

A tecnologia propiciou mais democracia para as pessoas se expressarem. E vemos muita liberdade na expressão do ódio e das informações mentirosas. Mas as consequências disso são extremamente maléficas para a sociedade.

Violência nas redes sociais e a banalidade do mal

Desde 2014, antes e após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), vimos surgir uma onda de posts agressivos e repletos de mensagens violentas nas redes sociais no Brasil. Naquele momento, as publicações dos usuários, em geral, ligavam os nordestinos ao resultado do segundo turno da corrida presidencial. Chegamos a ter um deputado estadual de São Paulo defendendo a alteração da Constituição Federal para que os beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, não votassem. Por fim, postagens falando de uma possível divisão do Brasil – uma espécie de muro de Berlim – separando o Sudeste/Sul do restante do país pareciam ganhar força no mundo virtual.

O ÓDIO NÃO É PRECISO

Em 2016, no auge do processo político do impeachment (teria sido um golpe) sofrido pela presidenta, pudemos observar, novamente, a divulgação de posts com mensagens de ódio, incitando a violência. Muitas dessas publicações continham violência simbólica, aquela violência produzida pelos grupos dominantes e imposta aos grupos subordinados, a qual legitima e naturaliza um status quo, e mentiras que passaram a ser replicadas sem a devida crítica, ou seja, análise do conteúdo pelos diferentes usuários do dispositivo.

Porém nos enganamos ao pensar que essa violência e a criação de um inimigo comum surgiram agora no Brasil. A violência está presente em nossas relações sociais desde o período colonial. Gilberto Freyre, em Casa grande e senzala, retrata as relações entre “brancos” e escravos e como a empreitada colonial no Brasil se fez debaixo de relações violentas e truculentas entre ambos. Maria Tereza Caldera, em seu famoso livro Cidade de muros, levanta a hipótese da não efetivação dos direitos humanos no país ao discutir a questão “direitos humanos são para defender bandidos” e o potencial risco dessa não efetivação para a jovem democracia brasileira.

Vale ressaltar que após a abolição da escravatura e o surgimento dos cortiços e favelas, surge o conceito de “classes perigosas”, termo utilizado já em 1857 por Morel em seu trabalho Tratado das degenerescências, para designar aqueles que não possuiriam “nem a inteligência do dever, nem o sentimento da moralidade dos atos, e cujo espírito não é suscetível de ser esclarecido ou mesmo consolado por qualquer ideia de ordem religiosa”. “Nossa política higienista do início do século XX foi baseada nesse conceito e muito do discurso adotado por nós, enquanto sociedade, é baseado nessa figura das classes perigosas e inimigo comum”.

Notamos assim que a violência simbólica tem um importante papel na reprodução dos estereótipos e dos estigmas sociais. Goffman (1963) explica que o estigma constitui as marcas e atributos pelos quais alguém é criticado e marginalizado pela sociedade. O estigma, assim, é uma marca que é construída como ‘negativa’ pelo grupo e que caracteriza a identidade do Outro e da qual este não consegue libertar-se, uma marca percebida também em relação àqueles que não a possuem, que não são estigmatizados. É como se a sociedade ficasse cega para os outros atributos que determinada pessoa tem, vendo apenas seu traço estigmatizado. Caracteriza, assim, categorias de indivíduos e as especificidades esperadas dessas categorias, através de seus estereótipos negativos”. Se por um lado esse discurso e violência simbólica já existem na sociedade brasileira e são constituídos de diversas maneiras e atores, as redes sociais on-line apenas os tornam mais visíveis a lodos que dela fazem parte, pois a necessidade criada de tudo exprimir e compartilhar faz com que esses discursos estigmatizados ganhem mais força devido à mudança no esquema comunicacional tradicional, um emissor (aquele que fala) para vários receptores (aqueles que escutam) e o diálogo entre eles era praticamente inexistente para vários emissores e receptores. Ou seja, muitos falando para muitos e sendo “vistos” por muitos.

Esse fluxo comunicacional ocorre através da publicação de informação de sua autoria ou do compartilhamento da publicação de outros sujeitos (de amigos ou de perfis institucionais, tais como revistas, jornais etc.), que pode ser lida, “curtida comentada e/ou compartilhada. Assim surge o público cm rede, que se caracteriza pela possibilidade de armazenamento do que foi publicado; a possibilidade de busca dessas informações; replicabilidade e o surgimento das audiências invisíveis. É importante notar que ao compartilhar um link com informações que não foram produzidas por si, compartilha-se uma informação mediada por outra mediação e que carrega consigo o olhar daquele que primeiramente a publicou.

 A violência nas redes sociais e a banalização do mal.3

INTERNET E A BANALIDADE DO MAL

Com essa facilidade de divulgar ideias e posições e o apelo por “participar e se mostrar socialmente, notamos que a violência se torna cada dia mais banal. Hannah Arendt, ao analisar o contexto histórico do nazismo, nos alerta quanto à banalidade desse mal e os resultados que ele pode gerar. Percebemos isso a cada frase de ódio escrita com orgulho nas timelines de Facebook. O ódio pelo outro, pelo diferente, pela opinião divergente, gerado pela falta de informação ou pela avalanche de informações das quais se leem somente manchetes. Um ódio que a qualquer momento pode se materializar e muitas vezes se materializa na violência, seja ela psicológica, física ou virtual.

Por estarem vinculados à nossa realidade social, esses discursos encontram ressonância e ao encontrá-la passam a ser legitimados por outros grupos, seja através da concordância, apoio, curtidas ou compartilhamentos. O que perpetua a violência simbólica contida dentro dele que encontra sentido e explica a realidade para determinado grupo.

Dessa forma, é necessário compreender que esse ódio aos defensores dos direitos humanos, aos ativistas negros, LGBTS e todas as outras minorias que sofrem ataques nas redes sociais on-line não é algo novo na sociedade brasileira, mas algo construído por subjetividades ao longo de um processo histórico no qual o sujeito não reconhece o outro como ser de direito que é. O diferente passa a ser o culpado, o inimigo comum, que deve ser extirpado da sociedade. Nesse caso, aplicativos como Facebook apenas potencializam esse discurso, criando e alimentando a necessidade de luta/guerra contra o inimigo, afastamento e desqualificação dele enquanto sujeito participante da vida social. Esse tipo de discurso e atitude é encontrado em diferentes regimes ditatoriais. nos quais o diferente é visto como ameaça. Precisa-se dessa forma muita atenção para não estimular mais essa violência simbólica e, possivelmente, apenas com a mudança de como nossas relações sociais são construídas é que consigamos erradicá-la de nosso dia a dia.

Violência nas redes sociais e a banalidade do mal.2 

PATRÍCIA CUCIO GUlSORDI – é mestre em Ciências Sociais, pesquisadora da sociedade da informação, consultora de projetos ligados à Direitos Humanos.

GESTÃO E CARREIRA

É HORA DE DEMITIR?

 Na atual situação que estamos vivendo, com altos custos para manter-se um funcionário, chega a hora de colocarmos na balança se aquele funcionário que está conosco vale a pena ou não. Muitas vezes esta não é uma situação fácil de ser resolvida, principalmente em empresas menores onde a proximidade de líderes e subordinados é grande.

É hora de demitir

O QUE NOS VEM À CABEÇA QUANDO AVALIAMOS UM FUNCIONÁRIO?

Primeiramente pensamos se aquele funcionário está nos gerando resultados. Um funcionário sem motivação e que nem mesmo cumpre as tarefas diárias pode estar trazendo mais resultados negativos do que positivos.

Um funcionário que chega atrasado todos os dias, não tem nenhuma motivação para fazer nem mesmo as atividades mais simples do dia a dia, pode estar passando uma má impressão aos demais funcionários.

Não cobra-lo de suas tarefas e atitudes erradas pode ser outro erro muito comum em pequenas empresas.

Se um funcionário não consegue nem mesmo manter o foco em suas atividades, será que não é a hora de chamá-lo para uma conversa? É chegada a hora do famoso Feedback, palavra que nem sempre soa bem quando o mesmo é negativo.

ALERTA

Pontuar atitudes e metas não cumpridas nem sempre é vista com bons olhos pelos funcionários, ainda mais quando alguns deles possuem muitos anos de casa. Ninguém gosta de ser lembrado que suas atividades não estão sendo exercidas com o êxito esperado.

outro ponto importante na avaliação é saber se o funcionário consegue trabalhar em equipe. Em um ambiente pequeno, o mais importante é manter uma boa convivência entre seus funcionários. Fofocas, maus exemplos (como falta de pontualidade, falta de entrega de tarefas no prazo estipulado, etc.) podem gerar um ambiente ruim e com isso prejudicar a motivação dos demais funcionários. Se não estamos em um ambiente confortável e que nos incentive a melhorar, nossa vontade de crescer junto com a empresa desaparece.

Ai você para e pensa: não vou demitir um funcionário para não gerar um custo no orçamento. Será que isso é o correto?

Manter uma pessoa desmotivada e que não consegue ter um bom relacionamento com a equipe é uma boa opção? Você pode não estar vendo o prejuízo que isso acarreta em sua empresa e isso pode te custar mais do que uma demissão.

Funcionários que não estão alinhados à cultura e valores de sua empresa podem acarretar grandes perdas. Como diz o ditado ‘Uma laranja podre pode contaminar a caixa toda”.

Se esta pessoa está tendo dificuldades em realizar as tarefas diárias, não tem comprometimento com prazos e horários, não possui boa convivência com os demais colaboradores, será mesmo que você deve mantê-la?

Nunca será fácil demitir um funcionário, mas neste momento temos que refletir se o mesmo está alinhado ao perfil da empresa. Uma empresa que busca crescimento tem que manter os funcionários motivados e em um ambiente saudável para que possa obter o resultado esperado.

Líderes que adiam o inevitável acabam prejudicando toda a equipe, pois, na intenção de economizar tempo ou dinheiro em novos processes seletivos, optam por manter alguém na equipe que não está preocupada com o desenvolvimento, alguém que “não veste a camisa do trabalho”.

ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 5: 31-47 – PARTE II

Alimento diário

Cristo Prova sua Missão Divina. A Infidelidade dos Judeus é Reprovada

4. O Senhor Jesus apresenta, mais completamente do que antes, o testemunho de seu Pai referente a Ele (v. 37): “O Pai, que me enviou… testificou de mim”. O príncipe não costuma seguir seu próprio embaixador, para confirmar sua autorização através de palavras, mas Deus estava satisfeito por testificar a respeito de seu próprio Filho através de uma voz vinda do céu em seu batismo (Mateus. 3.17): Este é meu embaixador, “este é o meu Filho amado”. Os judeus reconhecem Bath-kol- a filha de uma voz, uma voz vinda do céu, um dos meios através dos quais Deus torna seu pensamento conhecido. E, daquele modo, Ele havia reconhecido o Cristo de forma pública e solene, e o repetiu, Mateus 17.5. Note que:

(1) Daqueles a quem Deus envia, Ele testifica. Quando Ele conceder uma autorização, não deixará de apoiá-la. Aquele que nunca deixou a si mesmo sem testemunho (Atos 14.17) nunca deixará assim quaisquer de seus servos que estejam a seu serviço.

(2) Onde Deus exige fé, Ele não deixará de conceder evidências suficientes, como fez em relação a Cristo. Aquilo que era para ser testemunhado no que concerne a Cristo era principalmente isto: que o Deus que havíamos ofendido desejava aceitá-lo como Mediador. Sendo assim, no tocante a isso, Ele próprio nos deu uma plena satisfação (e Ele era o mais adequado para fazer isso), declarando-se bem satisfeito nele. Se nós formos assim, a obra será feita. Nessas circunstâncias, poderia ser sugerido que, se assim o próprio Deus testificou a respeito de Cristo, por que Ele não foi amplamente aceito, sem exceção, pela nação judaica e seus governantes? A isto, Cristo aqui responde. Esta situação não deveria ser considerada estranha, nem a infidelidade deles poderia enfraquecer sua credibilidade, devido a duas razões:

[1] Porque eles não estavam familiarizados com aquelas extraordinárias revelações de Deus e de sua vontade: “Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer”, ou sua forma. Eles demonstraram que eram muito ignorantes a respeito de Deus, embora professassem uma proximidade com Ele, como fazemos a respeito de alguém que nunca sequer vimos ou ouvimos. “Mas por que vos falo do testemunho de Deus a meu respeito? Ele é alguém de quem nada sabeis, nem tendes com Ele qualquer comunhão ou relação”. Note que o desconhecimento de Deus é a verdadeira razão de os homens rejeitarem o testemunho que Ele deu a respeito de seu Filho. O correto entendimento de uma religião natural nos revelaria tantas congruências admiráveis na religião cristã, que, em grande medida, inclinariam nosso pensamento a aceitá-la. Alguns dão o seguinte sentido à Palavra do Senhor: “O Pai de mim testificou através de uma voz, e da descida de uma pomba, que é uma coisa tão extraordinária, que vós nunca vistes ou ouvistes nada semelhante. E ainda em meu benefício havia uma voz e um parecer. Sim, e poderíeis ter ouvido aquela voz, poderíeis ter visto aquela aparição, como fizeram outros, se tivésseis considerado atentamente o ministério de João. Mas, ao desprezá-lo, perdestes aquele testemunho”.

[2] Porque eles não foram influenciados pelos meios habituais através dos quais Deus havia se revelado a eles: “E sua palavra não permanece em vós”. v. 38. Eles tinham as Escrituras do Antigo Testamento. Será que elas não os deixavam dispostos a aceitar Cristo? Sim, se eles tivessem tido a devida influência delas sobre si. Mas, em primeiro lugar, a Palavra de Deus não estava neles. Estava entre eles, em sua nação, em suas mãos, mas não dentro deles, em seus corações. Não estava guiando suas almas, mas apenas brilhando em seus olhos e soando em seus ouvidos. O que lhes adiantou terem as palavras de Deus confiadas a si mesmos (Romanos 3.2), quando eles não eram governados por elas? Se tivessem, eles teriam aceitado a Cristo prontamente. Em segundo lugar, a Palavra de Deus não permaneceu neles. Muitos têm a Palavra de Deus entrando em si mesmos, e causando alguns efeitos durante algum tempo, mas elas não permanecem neles. Não estão constantemente dentro deles, como um homem dentro de casa, mas apenas de vez em quando, como um viajante. Se a palavra permanecer em nós, se conversarmos com ela através de uma meditação constante, se a consultamos em todas as ocasiões, e se a obedecermos em nossas relações, deveremos então receber rapidamente o testemunho do Pai a respeito de Cristo. Veja cap. 7.17. Mas, como se tornou evidente que eles não tinham a Palavra de Deus de forma permanente em si mesmos? Isso se tornou aparente através de um fato: “Naquele que Ele enviou não credes vós”. Muita coisa fora dita a respeito de Cristo, no Antigo Testamento, para orientar as pessoas sobre quando e onde procurá-lo, e assim facilitar sua revelação, de forma que, se eles tivessem considerado essas coisas devidamente, não poderiam ter rejeitado a certeza de que Cristo fora enviado por Deus. Deste modo, sua descrença em Cristo era certamente um indício de que a Palavra de Deus não permanecera neles. Note que a permanência da Palavra, e do Espírito, e da graça de Deus em nós é mais bem avaliada através de seus efeitos, particularmente na nossa aceitação daqueles que o Senhor enviou: as ordens, os mensageiros, as providências que ele envia, e especialmente o Cristo a quem Ele enviou.

5. O último testemunho a que o Senhor recorre é o Antigo Testamento, que testifica dele, e a este Ele apela (v. 39ss.): Examinai as escrituras.

(1) Isto também pode ser interpretado, ou:

[1] “Examinai as Escrituras, e vós fazeis bem em proceder assim. Vós as ledes diariamente em vossas sinagogas, vós tendes os rabinos, e os doutores, e os escribas, que fizeram do estudo delas seu trabalho, e julgam com base nelas”. Os judeus se gabavam da proliferação do aprendizado das Escrituras nos dias de Hillel, que morreu cerca de 12 anos após o nascimento de Cristo, e consideraram alguns daqueles que eram então membros do Sinédrio como as maravilhas de sua sabedoria e as glórias de sua lei. E Cristo reconhece que eles realmente examinaram as Escrituras, mas que o fizeram em busca da sua própria glória: “‘Examinais as Escrituras’. Então, se vós não estivésseis deliberadamente cegos, creríeis em mim”. Note que é possível os homens serem grandes estudiosos das palavras das Escrituras, e ainda assim desconhecerem o poder e a influência delas. Ou:

[2] Como o interpretamos: “Examinai as Escrituras”, e assim, em primeiro lugar; isso lhes foi dito em caráter de apelo: “Vós professais aceitar e crer nas Escrituras. Nisto Eu concordo convosco, deixemos que elas sejam o juiz, desde que vós não vos apegueis às palavras, mas procureis nelas”. Note que, quando se recorre às Escrituras, elas devem ser examinadas. Examine ao longo dos livros inteiros das Escrituras, compare um parágrafo com outro, e explique um com base no outro. Nós devemos igualmente examinar parágrafos específicos até o fim, e entender não o que eles parecem dizer à primeira vista, mas o que eles realmente significam. Em segundo lugar, nos é dito em caráter de conselho, ou de uma ordem para todos os cristãos, que examinemos as Escrituras. Note que todos aqueles que desejam encontrar Cristo devem examinar as Escrituras. Não apenas lê-las, e ouvi-las, mas examiná-las, o que denota:

1. Empenho na busca, trabalho, estudo, e uma cuidadosa dedicação do pensamento.

2. Desejo e intenção de encontrar. Nós devemos tencionar algum benefício espiritual e algum proveito ao ler e estudar as Escrituras, frequentemente perguntando: “O que busco agora?” Nós devemos ler as Escrituras como aqueles que procuram tesouros escondidos (Provérbios 2.4), como aqueles que procuram ouro ou prata, ou que mergulham em busca de pérolas, Jó 28.1-11. Isto enobrecia os crentes de Beréia, Atos 17.11.

(2) E agora existem duas coisas que aqui somos orientados a ter em vista em nosso exame das Escrituras: o céu, que é nosso objetivo, e Cristo, que é nosso caminho.

[1] Nós devemos examinar as Escrituras tendo o céu como nosso objetivo: “Porque vós cuidais ter nelas a vida eterna”. As Escrituras nos asseguram de uma condição eterna estabelecida diante de nós, e nos oferecem uma vida eterna que está fundamentada naquela condição. Elas contêm o mapa que a descreve, o estatuto que conduz a ela, a direção do caminho que leva a ela, e a base sobre a qual a esperança dela se apoia. E vale a pena procurar por ela onde estamos certos de encontrá-la. Mas para os judeus, Cristo disse apenas: “Vós pensais que tendes a vida eterna nas Escrituras”, porque, embora eles conservassem a crença e a esperança da vida eterna, e fundamentassem suas expectativas sobre ela nas Escrituras, ainda assim, aqui, eles a deixaram escapar, pois a procuravam na mera leitura e estudo das Escrituras. Este era um dito comum, porém deturpado, entre eles: ”Aquele que tem as palavras da lei tem a vida eterna”. Eles pensavam que estariam seguros a respeito do céu se conseguissem dizer de cor, ou por hábito, o maior número possível de passagens das Escrituras, à medida que eram dirigidos pela tradição dos antigos. Como pensavam que todos os incultos eram amaldiçoados porque não conheciam a lei dessa forma (cap. 7.49), eles concluíam que todos os instruídos eram indubitavelmente abençoados.

[2] Nós devemos examinar as Escrituras em nossa busca a Cristo, como o novo e vivo caminho que conduz a Ele. Essas são aquelas, as grandes e principais testemunhas que testificam de mim. Note que, em primeiro lugar, as Escrituras, mesmo aquelas do Antigo Testamento, testificam a respeito de Cristo, e através delas Deus, o Pai, testifica a respeito dele. O Espírito de Cristo nos profetas testificou dele anteriormente (1 Pedro 1.11), dos propósitos e promessas de Deus, o Pai, em relação a Ele, dos avisos que o antecediam. Os judeus sabiam, muito bem, que o Antigo Testamento testificava do Messias, e eram críticos em suas observações sobre os parágrafos referentes a isso, e ainda assim foram descuidados e miseravelmente negligentes na aplicação destes. Em segundo lugar, por isso devemos examinar as Escrituras, e podemos esperar encontrar a vida eterna nessa busca, porque elas testificam a respeito de Cristo. Para isso, temos a vida eterna, para conhecê-lo. Veja 1 João 5.11. Cristo é o tesouro oculto no campo das Escrituras, a água naquelas fontes, o leite naqueles peitos.

 

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