PSICOLOGIA ANALÍTICA

AS DUAS FACES DO NASCISISMO

Para entender melhor esse traço – necessário para a autoestima, mas que em excesso prejudica relacionamentos –, psicólogos criam “subdivisão”, com base em características de personalidade.

As duas faces do narcisismo

Narcisismo é um daqueles termos bastante usados por muita gente, mas nem sempre da forma como o fazem psicólogos e psicanalistas. No senso comum, aliás, muitas vezes assume conotação pejorativa, como sinônimo de egoísmo ou orgulho. Para a psicanálise, é um aspecto fundamental para a constituição psíquica. Nos primeiros anos de vida, é importante ter a sensação de que somos amados e valorizados para um desenvolvimento emocional saudável. Aos poucos, porém, conforme vamos crescendo e nos fortalecemos, percebemos que as frustrações são inevitáveis e podemos sobreviver a elas. Fundamental para confirmar e sustentar a autoestima, o amor-próprio se traduz de maneiras variadas, que incluem desde cuidados consigo mesmo até tolerância aos próprios erros e capacidade de se expor, seja dançando ou falando em público, por exemplo. O exagero, no entanto, indica a fixação numa identificação vivida na infância – o que pode comprometer relacionamentos tanto na vida pessoal quanto profissional e causar grande insatisfação. Atualmente, vários psicólogos consideram uma distinção entre dois aspectos marcantes do narcisismo: busca de admiração e reconhecimento de um lado; competição e tendência a desenvolver rivalidades do outro. Pesquisas recentes se dedicaram a investigar o comportamento de um tipo específico de profissional, associado à busca literal de aplausos: os atores. As observações revelam nuances interessantes de personalidades em que predominam traços narcísicos. Por exemplo, os artistas pareciam desejar a admiração muito mais fortemente do que a maioria das pessoas, no entanto tendiam a ser menos competitivos do que a média: almejavam ser o centro das atenções, mas não necessariamente tentavam impedir que os outros alcançassem esse lugar. Esse novo jeito de compreender o narcisismo, considerando duas dimensões, aparece pela primeira vez em um artigo publicado no Journal of Personality and Social Psychology.  “Teorias e medidas anteriores abordavam o traço a partir de uma construção unitária, relacionando aspectos denominados “agênticos”, como assertividade e dominância, com antagônicos, agressividade e desvalorização dos outros, por exemplo”, observa o psicólogo Mitja Back, professor da Universidade de Münster, na Alemanha, principal autor do estudo. Juntar esses dois elementos, porém, pode confundir a compreensão do comportamento narcisista. A equipe de Back estudou centenas de indivíduos saudáveis e descobriu que as características relacionadas a esse tipo de personalidade podem ser agrupadas em duas categorias que, de qualquer forma, servem para manter a autoimagem positiva. Quem se autopromove pode aumentar as chances de conseguir elogios, enquanto aqueles que assumem uma posição defensiva, não raro, tentam humilhar outros para se defender de críticas. A busca pela admiração e a rivalidade provocam efeitos diferentes sobre a linguagem do corpo, a qualidade dos relacionamentos e a personalidade. O artigo mais recente sobre o tema, publicado na Social Psychological and Personality Science, mostra que atores e estudantes de teatro foram considerados por si mesmos e por outros como mais preocupados com a admiração quando comparados com pessoas que não eram da área. “Embora ganhar papéis relevantes exija competir com os colegas, trabalhar em grupo requer colaboração – e esse aspecto também os atrai: os resultados mostram que atores tendem a apresentar poucos comportamentos de rivalidade”, diz o coordenador da pesquisa, psicólogo Michael Dufner, da Universidade de Leipzig, na Alemanha, que colaborou com Back nos dois artigos. “Esse resultado nos faz pensar que, embora as pessoas sejam egoístas, não vão necessariamente ‘puxar o tapete’ das outras.” Back observa ainda que aquilo que nos atrai em parceiros sociais à primeira vista não costuma ser o que nos deixa satisfeitos em relações de longo prazo. “Mas em todos os casos um fato tende a se repetir: mesmo que pessoas com traços predominantemente narcisistas apresentem um lado brilhante e encantador, quase sempre é questão de tempo antes que essa imagem se desfaça e aqueles que estão por perto se afastem”, acredita Back.

As duas faces do narcisismo2

O RAPAZ QUE SE APAIXONOU PELA PRÓPRIA IMAGEM

Segundo o mito grego, Narciso era uma criança tão bela que sua mãe resolveu pedir conselhos ao sábio Tirésias sobre o futuro do garoto. O ancião lhe disse que o menino teria uma vida curta se mirasse a própria imagem. Na adolescência, Narciso era um jovem belíssimo, mas muito orgulhoso. Um dia, inclinou-se num lago para matar a sede, quando viu seu reflexo e encantou-se pela própria imagem. Deslumbrado, não comia nem dormia. Uma jovem chamada Eco, apaixonada por ele, tentava chamar sua atenção, mas Narciso só olhava para si mesmo. Realiza-se, então, a profecia de Tirésias: o rapaz mergulha no espelho e desaparece no encontro impossível, perdendo-se na própria imagem, sem perceber a possibilidade de um encontro efetivo com Eco.Com base no mito, Freud desenvolveu um dos conceitos mais importantes de sua teoria – o narcisismo. Mencionado pela primeira vez em seus escritos em 1909, é apresentado como uma fase própria do desenvolvimento humano, quando se realiza a passagem do autoerotismo, do prazer centrado no próprio corpo, para o reconhecimento e a busca da satisfação fora de si mesmo.

OUTROS OLHARES

A CASA CAIU

Por que o Brasil passou a comprar reais no exterior?

A casa caiu

A observação do dinheiro de um país é uma maneira interessante de conhecer sua história. Através dos tempos, cédulas e moedas narram ascensão e queda de poderosos, homenageiam heróis (e os relegam ao ostracismo), registram batalhas épicas, exibem símbolos nacionais e recebem marcas temporárias, como carimbos. A esses elementos visuais, somam-se marcas que chamam menos a atenção, como quem assina a cédula e o nome do fabricante daquele dinheiro. Esse último elemento, praticamente imperceptível, é o foco de uma licitação internacional do Banco Central (BC) brasileiro e de uma discussão que está apenas começando. No início de junho, cinco empresas de quatro continentes atenderam a um edital para a fabricação de 211 milhões de moedas, de RS 0.05 a RS 1. As Casas da Moeda do Chile, do Canadá, da Finlândia, da Polônia e da Índia enviaram suas credenciais e disputarão a encomenda, de olho em um dos maiores mercados consumidores de dinheiro do mundo. A demanda do BC por cédulas em 2018 é de 1,4 bilhão de unidades, o que equivale a cerca de 20 % de toda a produção da Thomas De La Rue, a maior fabricante privada de dinheiro do mundo.

Esse é o segundo movimento do BC em dirão ao mercado internacional de cédulas e moedas em dois anos. Em 2016, por meio de Medida Provisória, o governo Michel Temer autorizou o BC – a quem compele a emissão de papel-moeda e moeda metálica – a importar dinheiro, tirando da Casa da Moeda a garantia de exclusividade na produção de dinheiro no Brasil. A MP estabeleceu que a inviabilidade, a “fundada incerteza” ou o descumprimento de prazos quanto ao atendimento da demanda por dinheiro caracterizam situação de emergência. Com base nela, o BC foi dispensado de abrir licitação e enviou carta-convite a 14 grandes empresas de 12 países. A Crane AB, empresa americana com sede na Suécia, foi a escolhida para fornecer 100 milhões de cédulas de RS 2 ao BC. A compra chamou a atenção basicamente dos colecionadores, que acompanham qualquer mudança no dinheiro brasileiro e chegaram a pagar, na ocasião, quase RS s por cédula. Paro o público, a diferença é praticamente imperceptível: em vez de casa da Moeda do Brasil, lê-se nas notas “Crane AB”, em letras miudíssimas.

O comércio internacional de dinheiro é dominado por não mais do que 20 grandes empresas, que abaste cem todas as nações do mundo e operam uma complicada logística de transporte por terra, mar e ar, garantida por altíssimas apólices de seguro e resseguro. A logística é desafiadora pelo valor e pelos volumes é pesos das cargas. Em 2016, as cédulas de RS 2 constituíram uma carga de 5 mil caixas, cada uma com 20 mil cédulas e peso total aproximado de 81 toneladas, transportada de Estocolmo para Brasília de avião, devido à emergência da entrega – a carta convite foi feita em setembro com o fim do prazo de entrega marcado para 31 de dezembro. Agora, as moedas que são objeto do edital de pré­qualificação em curso virão de navio em 41.4o8 caixas, que pesam em conjunto mais de 1.200 toneladas.

Naufrágios, sequestros de aviões, ataques terroristas e quadrilhas de piratas poderiam fazer parte da trama. No entanto, uma simples leitura cotidiana do noticiário internacional joga essa parte mais apimentada do enredo para o terreno da ficção. Já no quesito roubo de cargas nos portos e nas estradas no Brasil, os motivos de preocupação são reais. Mas o Banco Central afirma que não há motivo de alarme, uma vez que já existe uma larga experiência acumulada na distribuição de numerário em país de dimensões continentais como o Brasil. “Estamos bem tranquilos quanto à segurança, disse o advogado Marcel Mascarenhas, procurador do BC. “Temos a estrutura necessária e o apoio das Policias Militares dos estados.”

O advogado Rodrigo Ferreira, da Casa da Moeda, atenta para riscos que considera mais graves do que roubos e acidentes, como o inevitável compartilhamento de segredos industriais e itens de segurança com empresas estrangeiras. O BC assegura que há uma legislação severa de acesso à informação e uma garantia de sigilo com as quais todas as casas impressoras se comprometem. Ferreira, no entanto, vê com preocupação principalmente a compra externa de moedas, produto mais vulnerável à falsificação do que as cédulas, que têm itens de segurança como marca d’água papel especial e outros. Mascarenhas, do BC, rebate com a convicção de que a concentração do mercado é fator de tranquilidade. “Existem poucas grandes produtoras no mundo. E o grande ativo delas é a segurança”, disse. O BC informou também que todos os procedimentos de verificação de conformidade obrigatórios para o dinheiro produzido no Brasil são seguidos quando o produto vem de fora. Durante o desenvolvimento e a produção das cédulas pela Crane AB, servidores do BC estiveram na fábrica para acompanhar e dar aceite nas etapas de produção e nos elementos de segurança. Posteriormente, foi produzido um lote-prova que foi enviado ao Brasil para testes.

As compras externas de dinheiro não são novidade no Brasil. Fundada em 1694, a Casa da Moeda sempre produziu as moedas metálicas, mas as cédulas foram adquiridas externamente em boa parte do tempo. Entre os anos 1950 e 1970, as cédulas que circulavam aqui eram fornecidas pela Thomas De La Rue. Só a partir de 1973, quando a Casa da Moeda foi transformada em empresa pública (antes ero uma autarquia), o termo “do Brasil” foi acrescentado a seu nome, e, dentro da lógica das reservas de mercado do regime militar, ela ganhou exclusividade na fabricação de papel-moeda.  Em 1994, quando a edição do Plano Real exigiu a substituição de todo o meio circulante brasileiro – em números de hoje, 6,2 bilhões de cédulas e 19,6 bilhões de moedas-, foi preciso importar apenas cerca de 10% da dinheirama. De lá para cá, não tinham acontecido novas compras externas.

As que acontecem agora tem diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. A resolução mais recente do CMN estabelece que, para o ano de 2018, o BC deverá, em caráter excepcional”, destinar à Casa da Moeda um percentual mínimo de 80% dos recursos reservados para adquirir dinheiro. Esse percentual foi estabelecido com a condição de que a estatal mantivesse os preços de 2017 –  o que não só foi atendido, como superado, com descontos de até 50%. Na prática, a importação das moedas, objeto da licitação em curso, é muito inferior aos 20% autorizados. O volume a ser comprado no exterior equivale, em valor, a apenas um sexto da encomenda total de RS 130 milhões em moedas feita pelo BC para este ano. “todo o resto será comprado da Casa da Moeda, assim como a totalidade das cédulas – 1,4 bilhão.

Mas a porta está aberta. E é aí, quando a autorização de importar se torna ampla, como um instrumento do qual o Banco Central pode lançar mão regularmente, que está o conflito principal entre as duas instituições.

No computo geral, as importações até agora são uma gota no oceano do meio circulante brasileiro, mas este é um assunto que atiça convicções ideológicas poderosas.

O embate mais evidente é aquele que opõe os que acreditam ser a produção de dinheiro uma prerrogativa do Estado e uma garantia de soberania nacional e os que consideram que as Casas da Moeda são gráficas sofisticadas, especializadas em papéis de segurança que podem ser cédulas, selos diversos ou passaportes (todos itens do catálogo da Casa da Moeda brasileira, aliás), capazes ou não de produzir moedas metálicas, mas que, em sua essência, são fábricas como outras quaisquer.

O primeiro grupo enxerga na mudança de política de aquisição do BC uma estratégia para desacreditar a Casa da Moeda e, assim, justificar sua privatização – anunciado em uma lista de 57 estatais em agosto do ano passado e que está parada até hoje. “É preciso desqualificar para justificar a privatização”, afirmou o deputado federal Celso Pansera, do PT fluminense, que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Casa da Moeda, criada no final do ano passado. Por essa visão, a perspectiva de privatizar a estatal põe em risco a execução da política monetária e aumenta o risco de fraudes. O segundo grupo considera que é um passo acertado, uma vez que a Casa da Moeda não é responsável pela política monetária e tem demonstrado a ineficiência característica das estatais, com custos inflados por estruturas inchadas e práticas arcaicas de gestão. “A Casa da Moeda tem de melhorar sua eficiência e ocupar seu espaço no mercado internacional. Essa não é uma atividade estratégica, daqui a 20 anos o papel­ moeda vai ser coisa do passado, coisa de colecionador, disse Marcelo Mello, professor de economia e finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (lbmec).

É exatamente nos quesitos eficiência e competitividade que a Casa da Moeda tem seu calcanhar de Aquiles. Seus preços são expressivamente mais altos que os valores colhidos pelo BC no mercado internacional. No caso da importação de cédulas, a diferença foi de cerca de 20%. O BC gastou RS 20,205 milhões, o que corresponde a um custo por milheiro importado de RS 102,05, em comparação aos RS 242,05 cobrados pelo Casa da Moeda – uma diferença espantosa, levando em conta que a Crane arcou com os custos do transporte aéreo de Estocolmo para Brasília de uma carga de pouco mais de 80 toneladas e do seguro de transporte de valores. Na importação de moedas, o BC estima a diferença de preço em RS 42 milhões, sendo que o volume físico de moedas importadas equivale a quase metade do que foi pedido à estatal.

A Casa da Moeda apresenta uma série de justificativas para a disparidade. A principal é que ela tem a obrigação de manter uma capacidade instalada à disposição do Banco Central, haja ou não demanda, de forma a manter a autossuficiência nacional para a produção de dinheiro. Já os fornecedores estrangeiros fazem seus cálculos com base em suas capacidades ociosas, sem levar em consideração o custo fixo. Além disso, não prestam serviços ao BC. como custódia e perícias, que são incorporados aos preços da Casa da Moeda, nem arcam com o custo Brasil ou a alta carga tributária nacional. Também pesam no custo outros fatores, como um histórico de interferência política na indicação de dirigentes e de ineficiência da gestão, além dos sucessivos prejuízos do Cifrão, fundo de pensão dos empregados da empresa – fundos que a atual administração tem a enfrentar com um corte de gastos que incluiu redução de 20 % em seu quadro funcional.

Marcel Mascarenhas, o procurador do Banco Central, considera esse um problema que diz respeito à gestão da Casa da Moeda, sobre o qual, portanto, o BC não tem por que se manifestar. Ele lembra que a autoridade monetária tem de garantir as demandas da sociedade em “tempestividade, segurança e preço, o que não foi viabilizado pela Casa da Moeda em 2016, configurando a situação de emergência que levou à dispensa de licitação. Foi enviada uma carta-convite a 14 empresas, e seis delas compareceram à reunião de consulta de preços e viabilidade de entrega, realizada no Rio de Janeiro.  Além da Crane, que acabou vencedora por ser a única a se comprometer com o prazo de entrega estabelecido, participaram as alemãs Bundes ­ druckerci e Giesecke & Devrient, a Casa de Moneda de Chile, a inglesa De La Rue e a francesa Obenhur Fíduciaire.

A importação realizada em 2016 foi destaque no Relatório da Auditoria Anual de Contas feito em 2017 pela Corregedoria-Geral da União. Esses relatórios são rotina na administração pública federal. Esquadrinham a prestação de contas de cada órgão, para posterior envio ao Tribunal de Contas da União. O relatório, de 56 páginas, foi aprovado por esse Tribunal, sem nenhuma constatação de irregularidade ou danos ao Erário, como destacou o procurador Marcel Mascarenhas. No entanto, fez ressalvas à gestão da compra de dinheiro e recomenda a adoção de medidas de aprimoramento em tal processo. Em relação à importação de cédulas, questionou a necessidade e a emergência, mostrando que o estoque de notas de RS 2 disponível para o Banco Central era, na ocasião, superior à quantidade que a Casa da Moeda havia admitido ter dificuldade em fornecer. O relatório aponta ainda a demora do BC em fechar a encomenda de 2016, como determinante para a diferença do preço da Casa da Moeda em relação ao valor cobrado pela Crane. Naquele ano, o Programa Anual de Produção do BC foi entregue à Casa da Moeda, em dezembro, mas o controlo só foi assinado em maio, devido a um atraso na definição do Orçamento da Autoridade Monetária.

Esse desencontro foi apenas um entre muitos. A capacidade de atendimento da Casa da Moeda também tem versões conflitantes. O Banco Central sustenta que a empresa vinha atrasando sistematicamente suas entregas, provocando transtornos no abastecimento do meio circulante, como falta de troco. A situação estava insustentável”, disse Marcel Mascarenhas. A estatal admitiu que houve alguns atrasos, mas não a ponto de comprometer o abastecimento, e que sempre atendeu integralmente às encomendas do Banco Central. Especificamente em 2016, houve uma conjunção de problemas. Em julho, dois meses depois da assinatura do contrato, a Casa da Moeda comunicou em oficio ao Banco Central que o programa de produção de cédulas estava comprometido por problemas técnicos em um de seus principais equipamentos. O fornecedor – a alemã KBA – estabeleceu prazo de 12 semanas para solucionar o caso. O ofício informou que a produção de cédulas sofreria uma redução de 280 milhões de unidades nas denominações de RS 2, RS, RS 10 e RS 100. A Casa da Moeda comunicou em setembro ao BC que a situação estava resolvida, mas a decisão de editar a MP 745, que autorizaria a importação, já estava tomada, usando como justificativa o oficio de julho.

Em 2017 não se caracterizou emergência, e como o Banco Central não teria tempo de abrir processo de licitação, no caso obrigatório, ele adquiriu 100% de seu Programa Anual de Produção na Casa da Moeda. Para 2018, o Conselho Monetário Nacional, do qual fazem parte, além do BC, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento, decidiu que era preciso aproveitar a vantagem de preço verificada em 2016, se, mesmo em situação de emergência, com prazo muito curto, a Crane conseguiu oferecer um preço vantajoso, não havia como deixar de lançar mão desse recurso.

Faz parte de nossas obrigações”, disse Mascarenhas. Muitos especialistas acreditam que o mercado internacional de dinheiro físico tende a minguar nos próximos anos. É fato que os meios eletrônicos de pagamento crescem aceleradamente. Mas, no futuro próximo, o papel-moeda continuará a reinar absoluto entre os meios de pagamento mais utilizados no mundo. Os dados são da Thomas De La Rue: hoje, 85% das transações de consumo são feitas em dinheiro. E mais: a demanda média por dinheiro em circulação aumentou em 9% no mundo inteiro, de acordo com dados do relatório de 2017 da Pacific Rim Banknote Conference.

Esse e outros dados formam a base de um trabalho coordenado por Rodrigo Ferreira no Núcleo de Estudos Estratégicos da Casa da Moeda. O Brasil é um mercado extremamente cobiçado no mundo –  como ficou demonstrado na excelente resposta às duas investidas feitas até agora pelo BC. Isso representa uma vantagem de preço quando o país entra no mercado. O outro lado da moeda, segundo o estudo, é que essa mesma demanda pode se tornar um risco se a política do Banco Central caminhar para um grande aumento nas compras externas, deixando a produção local em segundo plano. O relatório anual 2017 da De La Rue indica que, dos cerca de 172 bilhões de cédulas emitidas em 2016, praticamente 90% foram fabricadas por empresas estatais. Apenas 11% das cédulas no período foram produzidas por casas impressoras comerciais. Segundo esse relatório, países com elevada demanda mantêm suas próprias casas impressoras. Foi investigada a política dos países donos dos 15 maiores PIBs em 2016 –  lista liderada por EUA, China e Japão – e verificou-se que apenas o Canadá fabrica cédulas por meio de uma empresa privada. Alemanha e Reino Unido têm fornecimento misto de cédula. Todos os países listados têm produção estatal de moedas.

A casa caiu.2

GESTÃO E CARREIRA

MUITO ALÉM DAS PLANILHAS

Uma pesquisa exclusiva mostra que, na busca de resultados num contexto instável, questões emocionais ou de comportamento afligem presidentes de empresas no Brasil e no mundo.

Muito além das planilhas

O mineiro Eugênio Mattar, um dos fundadores e presidente da locadora de automóveis Localiza desde 2013, incorporou há cerca de um ano um novo hábito em sua rotina — a prática de meditação transcendental. Com o uso de sons repetitivos chamados mantras — termo que, em sânscrito, significa “controle da mente” —, ele conta que passou a meditar por 20 minutos de manhã e outros 20 à noite. “Não preciso me isolar e posso fazer até quando estou no avião”, afirma Mattar, que já buscava tempo para reflexão em passeios solitários de bicicleta nos fins de semana e em testes de personalidade. “Quando tenho uma reunião mais tensa, medito por 5 ou 10 minutos antes e me sinto mais focado, consigo me comunicar com mais clareza e fico menos agressivo.”

Encontrar tempo para refletir, como Mattar faz, tem sido uma prática cada vez mais rara entre executivos, segundo uma pesquisa inédita da consultoria de recrutamento Egon Zehnder. O levantamento mostra que lidar com questões ligadas ao comportamento e às emoções tem sido a principal dificuldade entre 402 presidentes de empresas em 11 países, inclusive no Brasil, com receitas combinadas de 2,6 trilhões de dólares. Questões como buscar autoconsciência, conseguir expressar vulnerabilidade, construir o time de gestores e comandar a transformação cultural das empresas foram desafios mais difíceis de cumprir do que a maioria deles esperava. “São habilidades fundamentais para liderar sobretudo em momentos de instabilidade e mudança, uma realidade cada vez mais constante para empresas em todo o mundo”, diz Luís Giolo, presidente da Egon Zehnder no Brasil. “É preciso criar espaços e condições para conhecer a si mesmo e evitar pensar que ter tempo para refletir é uma indulgência.”

Parte dessa dificuldade se explica por algo que sempre existiu dentro de qualquer organização. Há mais de uma década gurus como Marshall Goldsmith, coach americano de altos executivos, alertam para o fato de que as características de comportamento desejáveis mudam à medida que se sobe na escala hierárquica. Um profissional pode ascender, por exemplo, por ter sempre todas as respostas. Num chefe, isso pode soar para sua equipe como arrogância. Autoestima elevada pode servir de motor para o crescimento — mas um líder que se considere o dono da verdade pode subestimar riscos, muitas vezes custosos para a companhia. Tudo fica mais complicado num contexto em que é necessário mudar os rumos de uma empresa, engajar as pessoas ao redor em novos caminhos e em processos mais colaborativos. Na pesquisa da Egon Zehnder, 86% dos executivos no Brasil consideraram necessário mudar a si mesmos enquanto mudavam a empresa. No mundo, a proporção é de 79%. Nesses casos, até a biologia joga contra. A ciência já demonstrou que o cérebro não está naturalmente adaptado para enfrentar situações de ambiguidade. A reação automática tende a ser de manutenção do status quo. Estudos como o do psicólogo Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2002, mostram que cerca de 90% das decisões humanas são inconscientes. E o cérebro, que consome até um terço da energia presente no organismo, tende a escolher vias mais fáceis para poupar esforços. É comum gestores cercarem-se de subordinados cordatos, já que debater ou tentar mudar o próprio ponto de vista pode ser desgastante. A percepção de que o eventual desconforto causado por antagonistas estimula a reflexão e propicia oportunidades de aprendizado faz com que alguns líderes estejam na contramão dessa tendência. “Gosto de me cercar de pessoas que pensem de modo diferente de mim e dou abertura para ser contestada”, diz Solange Ribeiro, presidente da distribuidora Neoenergia, que, em junho do ano passado, foi adquirida pelo grupo espanhol Iberdrola logo depois de ter comprado a também distribuidora Elektro. “É preciso criar um ambiente de confiança e ter humildade para receber feedback, perceber que não se pode saber de tudo.”

Para aprender a driblar os atalhos do cérebro e conseguir mudar, é preciso conhecer muito bem a si mesmo. Daí vem outra armadilha: essa é uma tarefa mais difícil do que pode parecer. Um dos mais recentes e aprofundados estudos nesse sentido foi feito pela psicóloga americana Tasha Eurich, autora do livro Insight, publicado em 2017. Tasha e sua equipe analisaram quase 5.000 pessoas de diferentes países durante quatro anos e descobriram que 95% acreditavam ter autoconhecimento, mas apenas 15% de fato dominavam essa habilidade. O psicólogo Adam Grant, professor na escola de negócios americana Wharton e um dos dez principais pensadores de gestão atualmente, segundo o ranking Thinkers50, analisou 16 estudos científicos rigorosos realizados com milhares de funcionários de grandes empresas e descobriu a mesma dissonância entre percepção e prática. Nesses estudos, a base foi a comparação entre o que o indivíduo acha de si mesmo e a percepção das pessoas ao redor.

FEEDBACK SINCERO

Foi justamente ao ouvir as pessoas à sua volta — mais precisamente os subordina- dos — que, em 2002, Clóvis Gil, sócio presidente da empresa de logística Ativa, com faturamento anual de 300 milhões de reais, resolveu pedir ajuda. Na época, ele passava por dificuldades para fazer a companhia crescer e sentia-se muito estressado. Alguns funcionários — que continuam na empresa até hoje — tiveram coragem de dizer a Gil que ele estava muito explosivo, não respeitava as pessoas e não parecia estar bem. Ele percebeu, com a ajuda de sua mulher, psicóloga, que procurar uma terapia seria a melhor solução. “Todos carregamos problemas do passado, traumas que influenciam os comportamentos e atrapalham o presente se não forem compreendidos e superados”, diz Gil. “Se eu não tivesse procurado ajuda, não estaria aqui hoje. Muitas pessoas pensam em cuidar do corpo, mas esquecem de cuidar da mente. Corpo e mente têm de andar juntos”, afirma. Há 15 anos, ele patrocina terapia, constelação sistêmica e cursos de autoconsciência para qualquer um dos 2.130 funcionários que desejar — 415 já participaram do programa.

Na maioria das empresas, pode ser mais difícil ouvir um feedback sincero à medida que se sobe na hierarquia. O levantamento da Egon Zehnder reflete esse isolamento no topo, inclusive no que se refere à instância máxima de avaliação desses executivos: no mundo, 28% dos presidentes consultados confiam no feedback sincero do conselho de administração. No Brasil, 23% confiam nesse tipo de retorno. “Em geral, o brasileiro não gosta de ter conversas difíceis. Nos Estados Unidos e na Europa é tudo mais transparente”, afirma Giolo, da Egon Zehnder. Para ele, muitas vezes os executivos sentem que precisam fingir que as vulnerabilidades não existem. O problema é que manter o arquétipo de super-herói drena atenção e energia dos executivos. É o que a consultora e especialista em comportamento organizacional Betânia Tanure chama de teatro corporativo. “Cerca de 40% do tempo de expediente dos presidentes é inadequadamente gasto com jogos de poder e conversas sobre amenidades”, diz Betânia, presidente da BTA, consultoria que realizou em 2017 um levantamento com 150 presidentes de empresas no Brasil. Nesse estudo, 68% dos entrevistados reconheceram que as habilidades socioemocionais são pontos fracos.

Cada vez mais os treinamentos corporativos têm incluído aspectos menos técnicos e mais comportamentais justamente para enfrentar essa realidade. É o caso do programa chamado “liderança centrada”, realizado pela consultoria de gestão McKinsey desde 2012. Os participantes passam até duas semanas imersos num hotel afastado dos centros urbanos, sem acesso a computadores. O objetivo é evitar tudo que possa atrapalhar a conexão consigo mesmo e focar os exercícios de comportamento diante de situações desafiadoras. Mais de 900 consultores — 150 deles brasileiros — e 1.500 executivos de 400 empresas no mundo já passaram pelo programa. Há exercícios como imaginar o que se gostaria de ouvir das pessoas no próprio aniversário de 80 anos. Há ainda sessões de meditação e de constelação sistêmica. “Na constelação, realizada sempre em grupo, cada pessoa encarna um papel numa situação real e se manifesta de acordo com o que o corpo sentiu e o que veio à mente, sem pensar muito”, diz Fernanda Mayol, sócia do escritório da McKinsey no Rio de Janeiro. “É uma dinâmica que pode levantar fortes cargas emocionais. Muitos executivos não estão preparados para lidar com questões dessa natureza.” Nem sempre é fácil enfrentar fantasmas e reconhecer as próprias fraquezas. Mas, segundo a psicóloga americana Tasha Eurich, líderes que enxergam claramente as próprias características tendem a ter melhor desempenho, conseguem influenciar pessoas mais facilmente e gerem empresas mais lucrativas. É uma espécie de pedágio, portanto, que vale a pena ser pago.

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ALIMENTO DIÁRIO

JOÃO 5: 1-16 – PARTE III

Alimento diário

A Cura no Tanque de Betesda

 

V – O que aconteceu com o pobre homem depois que ele foi curado. Aqui nos é dito:

1. O que ocorreu entre ele e os judeus que o viram carregar sua cama no sábado. A cura foi realizada no sábado, e este era o sábado da semana da páscoa, e, portanto um grande dia, cap. 19.31. A obra de Cristo era tal, que ele não precisava estabelecer qualquer diferença entre os dias de sábado e outros dias, porque Ele estava sempre ocupado com os interesses de seu Pai. Entretanto, Ele realizou muitas curas notáveis no sábado, talvez para encorajar sua igreja a esperar dele, pela observância do dia de repouso cristão, aqueles favores espirituais que eram caracterizados por suas curas milagrosas. Aqui:

2. Os judeus discutiram com o homem por carregar sua cama no dia de sábado, dizendo-lhe que isso não era lícito, v. 10. Não está claro se eles eram magistrados, que tinham poder para puni-lo, ou pessoas simples, que só poderiam denunciá-lo, mas era louvável que, embora não soubessem sob qual autoridade ele estivesse agindo daquele modo, eles estivessem zelosos para com a honra do sábado, e não pudessem, com indiferença, vê-lo pro­ fanado, como Neemias, Neemias 13.17.

3. O homem justificou-se no que fez através de uma autoridade que o apoiava, v. 11. “Eu não faço isso com desprezo à lei e ao sábado, mas em obediência a quem, ao me curar, deu-me uma incontestável prova de que é maior do que qualquer um deles. Aquele que pode realizar um milagre como o de me curar; sem dúvida, pode me dar uma ordem para carregar minha cama. Aquele que pode dominar as forças da natureza, sem dúvida, pode prevalecer sobre uma lei positiva, especialmente em uma situação que não estava relacionada à essência da lei. Aquele que foi tão generoso em me curar não seria tão cruel em ordenar que eu fizesse algo pecaminoso”. Cristo, ao curar outro paralítico, demonstrou seu poder para perdoar os pecados, e aqui, para legislar. Se seus perdões são válidos, suas ordens também são, e seus milagres comprovaram ambas as coisas.

(3)  Os judeus perguntaram ainda quem lhe dera essa ordem (v.12): “Quem é o homem?” Observe quão habilmente eles ignoraram aquilo que poderia ser um forte motivo para sua fé em Cristo. Eles perguntaram, não por curiosidade: “Quem é esse que te curou?” Embora eles habilmente entendessem aquilo que poderia ser uma base para uma reflexão sobre Cristo (“Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama e anda?”), eles, de bom grado, intimariam o paciente a ser uma testemunha contra seu médico, e a ser seu traidor. Em suas perguntas, observe que:

[1] Eles decidem olhar Cristo como um mero homem: “Quem é o homem?” Pois, embora Ele já tivesse dado todas as provas convincentes de que era o Filho de Deus, eles haviam decidido que nunca o reconheceriam como tal.

[2] Eles resolvem olhar para Ele como um homem mau, e dão como certo que aquele que ordenou que esse homem carregasse sua cama, qualquer que fosse a autorização divina que pudesse apresentar; era certamente um infrator da lei, e, como tal, eles decidem processá-lo. “Que homem é esse que se atreve a dar tais ordens?”

(4)  O pobre homem não tinha condições de prestar-lhes qualquer esclarecimento sobre Jesus: “O que fora curado não sabia quem [Ele] era”, v. 13.

[1] Cristo, quando o curou, era um desconhecido para ele. Provavelmente, ele havia ouvido falar do nome de Jesus, mas não nunca o tinha visto, e por isso não podia dizer que aquele era Ele. Note que Cristo concede muitos favores para aqueles que não o conhecem, Isaías 45.4,5. Ele nos instrui, fortalece, anima, conforta, e nós não sabemos quem Ele é, nem temos consciência do quanto recebemos diariamente através da sua mediação. Esse homem, que desconhecia Cristo, não podia realmente crer que receberia uma cura da parte dele, mas Cristo conhecia as características de sua alma e adequou seu ato de generosidade a elas, como fez para o homem cego em um caso semelhante, cap. 9.36. Nossa aliança e nossa comunhão com Deus originam-se não tanto de nosso conhecimento a respeito dele, mas do conhecimento que Ele tem a respeito de cada um de nós. Nós conhecemos a Deus, ou melhor, somos conhecidos dele, Gálatas 4.9.

[2] Por um determinado período, o Senhor Jesus se manteve incógnito, pois logo que realizou a cura, Ele se retirou. Ele se fez incógnito (assim alguns interpretam), “em razão de naquele lugar haver grande multidão”. Isto é mencionado para mostrar, ou, em primeiro lugar, como Cristo se retirou – misturando-se à multidão, para não ser distinguido de uma pessoa comum. Aquele que era frequentemente o comandante de milhões de milhões se fez um na multidão. É, às vezes, o destino daqueles que se notabilizam por suas obras serem nivelados à multidão, e passar em despercebidos. Ou, em segundo lugar; que Ele se retirou porque naquele lugar havia uma grande multidão, e Ele habilmente evitou tanto a aclamação daqueles que ficaram admirados com o m:ilagre, e o exaltariam, quanto a crítica daqueles que o reprovariam como um profanador do sábado, e o perseguiriam. Aqueles que são produtivos para Deus em sua geração devem esperar passar de uma reputação boa a uma reputação ruim, e é muito sábio evitar a ambos, para que não sejamos exaltados por um, e desvalorizados pelo outro, acima da medida. Cristo deixou que o próprio milagre o glorificasse, e que o homem em quem foi realizado o justificasse.

4. O que se passou entre o homem dantes enfermo e nosso Senhor Jesus em seu encontro posterior; v. 14. Observe aqui:

(1)  Onde Cristo o encontrou: “no templo”, o lugar público de adoração. Em nosso comparecimento aos cultos públicos, podemos esperar nos encontrar com Cristo, e aperfeiçoar nossa intimidade com Ele. Observe:

[1] Cristo foi ao Templo. Embora Ele tivesse muitos inimigos, ainda assim Ele apareceu em público, porque ali Ele prestava seu testemunho às instituições divinas, e tinha a oportunidade de fazer o bem.

[2] O homem que fora curado foi ao Templo. Lá, Cristo o encontrou, ao que parece, no mesmo dia em que ele fora curado. Para lá, ele fora diretamente, em primeiro lugar, porque ele, devido à sua enfermidade, havia sido por muito tempo impedido de entrar naquele lugar: Talvez ele não tivesse estado ali por trinta e oito anos, e, por essa razão, tão logo o embargo é cancelado, sua primeira visita será ao Templo, como declara Ezequias que será a sua (Isaias 38.22): “Qual será o sinal de que hei de subir à Casa do Senhor? Em segundo lugar, porque ele tinha, devido à sua recuperação, uma boa missão para cumprir ali. Ele subiu ao Templo para agradecer a Deus pela sua recuperação. Quando, a qualquer tempo, Deus tiver restaurado nossa saúde, nós devemos nos ocupar naquilo que é dele com louvores solenes (Salmos 116.18,19), e quanto antes melhor; enquanto o sentimento de misericórdia é recente. Em terceiro lugar; porque, ao carregar sua cama, ele parecia ter desprezado sábado. Desta maneira, ele mostraria que tinha respeito por ele, e que estava consciente da santificação do sábado naquilo em que sua ênfase principal estava apoiada, que é a adoração pública a Deus. Obras inadiáveis de misericórdia são permitidas, porém, quando elas estiverem terminadas, nós devemos ir para o templo.

(2)  O que Jesus lhe disse. Quando Cristo nos cura, há outras coisas que precisam ser feitas. Ele agora se dedica à cura da alma do homem, e também o faz pela palavra.

[1] Ele lhe dá uma lembrança de sua cura: “Eis que já estás são”. Ele se achava são, mesmo assim Cristo chama a atenção dele para isso. Contemple, considere seriamente quão rápida, quão estranha, quão barata, e quão confortável foi a cura. Aprecie-a. Contemple-a e maravilhe-se. Lembre-se dela. Permita que as impressões dela permaneçam, e nunca se percam, Isaías 38.9.

[2] Ele lhe dá um aviso sobre o pecado, considerando-o: “Já estás são; não peques mais”. Isto indica que sua doença era uma punição pelo pecado. Se por algum pecado muito escandaloso, ou apenas pelo pecado em geral, não temos como saber, porém sabemos que o pecado, às vezes, é a causa que induz a doença, Salmos 107.17,18. Alguns comentam que Cristo não fez menção de pecado a nenhum de seus pacientes, exceto a este homem incapaz e a outro que estava doente da mesma forma, Marcos 2.5. Enquanto essas doenças crônicas permaneciam, elas impediam a exteriorização de muitos atos pecaminosos, e por isso, quando a deficiência era eliminada, o cuidado era ainda mais necessário. Cristo revela que aqueles que são curados, que são libertados da presente punição concreta pelo pecado, correm o risco de voltar a pecar quando o medo e a moderação terminarem, a não ser que a graça divina seque a fonte. Quando o aborrecimento que apenas represava a correnteza acaba, as águas retornam ao seu curso anterior; e por esse motivo há uma grande necessidade de vigilância, para que, após a cura pela misericórdia, não retornemos outra vez à loucura. O sofrimento do qual fomos curados nos alerta para não mais pecarmos, tendo sentido a dor do pecado. O perdão pelo qual fomos curados é um compromisso de não escandalizarmos aquele que nos curou. Esta é a orientação de toda providência: “Vai-te e não peques mais”. Este homem começou sua nova vida muito esperançosamente no Templo, mesmo assim Cristo achou necessário transmitir-lhe este aviso, pois é comum que as pessoas, quando estão doentes, prometam muito, e quando recém curadas, façam alguma coisa, mas após algum tempo, esqueçam de tudo.

[3] Jesus o adverte do risco, caso ele retornasse à sua antiga rotina pecaminosa: “Para que te não suceda alguma coisa pior”. Cr isto, que conhece o coração de todos os homens, sabia que este era um homem que devia temer o pecado. Seria de se pensar que ser aleijado por trinta e oito anos era algo suficientemente ruim. Ainda assim, há algo pior que lhe acontecerá se ele reincidir no pecado, após Deus lhe ter dado um livramento como este, Esdras 9.13,14. O local onde ele se deitava era um local melancólico, mas o inferno é muito mais. A condenação dos apóstatas é algo muito pior do que uma deficiência física de trinta e oito anos.

VI – Agora, depois deste encontro entre Cristo e seu paciente, observe nos dois versículos que se seguem:

1. O anúncio que o pobre homem simples fez aos judeus concernente a Cristo, v. 15. Ele “foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara”. Temos motivo para pensar que ele planejou isto para a honra de Cristo e o benefício dos judeus, não imaginando que aquele que tinha tanto poder e bondade pudesse ter quaisquer inimigos. Mas aqueles que querem o bem do reino de Cristo devem ter a prudência ela serpente, para que não façam mais mal do que bem com seu zelo, e não deitem pérolas aos porcos.

2. A ira e a hostilidade dos judeus contra ele: “Por essa causa, os judeus perseguiram Jesus”. Veja:

(1) Como era absurda e irracional a hostilidade deles para com Cristo. “Por essa causa”, porque Ele havia curado um pobre doente, e assim aliviado o fardo público, às custas do qual é provável que ele havia subsistido. “Por essa causa”, eles o perseguiam, porque Ele praticava o bem em Israel.

(2) Como isso era sangrento e cruel: eles “procuravam matá-lo”. Nada menos do que se u sangue, sua viela, os satisfaria.

(3) Como isso era disfarçado com uma aparência de zelo pela honra do sábado, pois este fora o pretenso crime: “Porque [Ele] fazia essas coisas no sábado”, como se esta particularidade bastasse para invalidar as melhores e mais divinas ações, e para tornar odioso aquele cujas obras eram, pelo contrário, as mais meritórias. Dessa maneira, os hipócritas muitas vezes acobertam sua verdadeira hostilidade contra o poder da Divindade, através de um falso zelo pela forma desta.

 

 

 

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