PSICOLOGIA ANLÍTICA

POR QUE (UM POUCO DE) INSEGURANÇA FAZ BEM

Uma pequena dose de incerteza sobre os bons resultados em alguma situação específica, e, até mesmo, sobre nossa capacidade de forma geral favorece as interações sociais e funciona como um estímulo fundamental para nos mantermos atentos a nós mesmos.

por que um pouco de insegurança faz bem

Por mais que estejamos convictos de nossa capacidade, vez ou outra a maioria das pessoas se pergunta: Sou mesmo capaz? Que esboce o primeiro sorriso irônico quem nunca teve receio de parecer tolo ao fazer uma pergunta ou comentário durante uma aula ou reunião de trabalho. Ou quem jamais passou silenciosamente pela pessoa por quem se sentia atraído, tentando não chamar atenção. Ou, ainda, evitou assumir alguma responsabilidade pessoal ou profissional com medo do fracasso. Na busca de encontrar palavras e atitudes certas, muitas vezes prevalecem o silêncio e a inércia. Podemos chamar esse comportamento de ansiedade social, insegurança ou inibição. Qualquer que seja a denominação, estamos falando de insegurança, um aspecto da condição humana.

O desejo de nos esconder, que por vezes experimentamos, começa com a percepção de que algo está errado conosco, de que somos desajeitados, irritantes, chatos, estúpidos, incompetentes, ou qualquer outro milhão de traços que nos desabonam.  E pensamos que, a menos que escondamos a falha que percebemos ter, ela se tornará óbvia e todos nos julgarão e nos rejeitarão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 15% das pessoas apresentam sintomas de ansiedade social em alguma fase da vida. Isso pode se revelar numa equação complexa: traduzir (ou imaginar) o que os outros desejam de nós e tentar se adequar a essa expectativa. O problema, na prática, é que pessoas que pensam assim deixaram de aproveitar oportunidades com receio de se expor e, em alguns casos, até suspeitam que recebem convites ou são incluídas em variadas situações porque inspiram pena alheia.

É bastante frequente que as pessoas se reconheçam como tímidas, o que talvez seja apenas uma maneira de dizer que a insegurança emerge em situações sociais em que tememos que nossas falhas percebidas sejam reveladas. E então nos chutamos: “Isso é estúpido!”, “Por que não posso fazer isso?”; “O que há de errado comigo?”. A resposta: nada. A ansiedade social é um distúrbio precisamente porque a nossa falha fatal é apenas isto: uma percepção.

Se isso causa toda essa miséria e preocupação, por que a insegurança persistiu por milênios de evolução? Que uso tem? Por que não caiu com nossa cauda ou foi negociado por polegares opositores? Acontece que a insegurança não é um deslize da evolução. Ela tem sua função: uma dose saudável de insegurança nos estimula a monitorar a nós mesmos e nossas interações. Promove a introspecção e nos ajuda a identificar como nos relacionar melhor com nossos semelhantes. Em suma, duvidamos de nós mesmos para nos controlar. E essas duvidas nos compram pelo menos três benefícios rastreáveis.

Primeiro, o mais importante: propagação. Em 1984, a psicóloga desenvolvimentista Cynthia Garcia Coll chamou a tendência inata de se afastar de situações não familiares de inibição comportamental. Trata-se do nosso grau de cautela quando nos confrontamos com novas pessoas, lugares ou eventos. E não é encontrado apenas em crianças que se agarram a perna da mãe ou a gatos escondidos embaixo da cama quando a campainha toca. Em qualquer organismo – passando por bactérias e peixes e chegando aos humanos -, a inibição comportamental nos leva a “olhar antes de pularmos”. Ou seja: esse comportamento foi projetado para nos manter seguros e, em última instância, vivos – o que ajuda a garantir que nossos genes cheguem à próxima geração.

Ainda assim, podemos pensar que, embora tenha tido função ao longo do desenvolvimento de nossa espécie, hoje parece sem sentido manter esse comportamento. Para ilustrar melhor a importância da inibição comportamental, vamos fazer um pequeno exercício intelectual. Qual é o oposto da insegurança? Confiança total? Completo destemor? No começo, isso parece incrível. Mas tenha cuidado com o que você deseja. Apenas 1% da população atingiu esse objetivo duvidoso: psicopatas. Acontece que a total falta de insegurança é, na verdade, um sinal de que as coisas deram errado.

Um estudo realizado por Niels Birbaumer e sua equipe na Universidade de Tübingen avaliou o cérebro de indivíduos com transtorno de ansiedade social e psicopatas criminosos através de um escâner de ressonância magnética. Naqueles com ansiedade social, os pesquisadores encontraram a assinatura neural de uma espécie de “alarme social”: um circuito fronto límbico hiperativo. Em psicopatas, eles encontraram exatamente o oposto: um circuito fronto límbico subativo. Estudos adicionais reforçaram a ideia de que a psicopatia e a ansiedade social estão em lados opostos do espectro.

Um toque de insegurança parece favorecer a harmonia do grupo. Já que um pouco de receio de desagradar ou não ser aceito pelas pessoas com quem convivemos ajuda a manter a coesão social. em vez de permitir que psicopatas desenfreados abatam todo o grupo. Falando sério: um grupo que mantém a harmonia evita despender seu tempo e energia finitos no conflito interno. Com o tempo, aqueles que mantêm a harmonia tendem a obter mais sucesso que aqueles constantemente envolvidos em lutas internas e tomadas de poder. De fato, jogar bem com os outros é uma estratégia evolucionária mais inteligente para o grupo, para não mencionar todos os indivíduos dentro dele

A terceira coisa que a insegurança pode nos ajudar a conquistar é a segurança real. Mesmo que a   entrega de compras online tenha suplantado nossa dependência do grupo para caçar e coletar alimentos, ainda precisamos de uma comunidade da qual possamos fazer parte. Em outras palavras, pertencimento e afeto. E é justamente uma dose saudável de insegurança que nos permite conviver e desfrutar da sensação de segurança emocional.

Há mais: inibição comportamental e ansiedade social são um pacote. Elas geralmente vêm com habilidades psicológicas e cognitivas valiosas, como capacidade de cuidar de si mesmo e dos outros, senso de ética, capacidade de lembrar rostos individuais, empatia e tendência a trabalhar duro para se relacionar com outros seres humanos – uma habilidade que nunca foi tão importante quanto nos dias de hoje.

Portanto, do ponto de vista da natureza, é melhor ter um detector de fumaça social hiperativo, por mais que isso provoque frio na barriga e outros desconfortos. É mais seguro deixar tocar um alarme falso quando não há ameaça do que se expor a uma ameaça real. Alarmes falsos são irritantes, claro, mas pior seria que a casa queimasse ao nosso redor. Podemos pensar que a insegurança persiste porque nos compra mais do que nos custa: autoconsciência, segurança, harmonia grupal pertencimento.

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A VIAGEM DO TÍMIDO AO PRÓPRIO UMBIGO

Definida como sentimento de embaraço ou de inibição em situações sociais, a timidez faz a pessoa se concentrar quase exclusivamente em si mesma e ficar preocupada com o que o interlocutor poder pensar sobre aquilo que diz ou sobre o que está sentindo (por exemplo, ansiedade e embaraço revelados pelo rubor). No fundo, o tímido acredita que está no centro das atenções dos outros, o que o deixa bastante sobrecarregado emocionalmente. Em geral, a timidez e a introversão são consideradas sinônimas, mas não é exatamente assam: o introvertido procura a solidão, já o tímido não teme o contato social. Este último deseja a companhia de outro, porém considera-se incapaz de manter uma relação, o que leva a associação dessa característica à insegurança. Três componentes preponderantes podem ser reconhecidos na timidez. O afetivo refere-se a emoções típicas experimentadas em situações sociais novas ou levemente desconfortáveis: ansiedade, confusão, embaraço e vergonha. Elas vêm, em geral, acompanhadas por sensações, psicofisiológicas como tensão muscular, batimento cardíaco acelerado e um aperto no estômago. O aspecto cognitivo está associado à excessiva atenção dada aos julgamentos alheios (“Todos estão me olhando e me avaliando”), à avaliação negativa de si mesmo (“Só digo bobagens”) e a um sistema irracional de convicções (“Esta noite, na festa, ninguém me notará ou me achará interessante”): esses são os modos típicos de raciocinar das pessoas tímidas.

O resultado dessa combinação é uma acentuada ambição do comportamento, que consiste em evitar ativamente os contextos sociais e se manifesta no olhar que se desvia, na sistemática recusa a encontros sociais e no isolamento em geral. Evidentemente, tudo isso pode prejudicar a formação de relacionamentos e a obtenção de objetivos acadêmicos e profissionais.

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OUTROS OLHARES

ALTERNATIVA NO PRATO

Restrições alimentares por vezes poucos comuns indicam que a escolha da dieta tem fortes componentes psicológicos e culturais.

Alternativa no prato

Como as pessoas escolhem seus alimentos? O filósofo grego Plutarco fez essa pergunta há mais de 2 mil anos. Como ele, Pitágoras considerava o consumo de carne pelos homens algo pouco natural. Esses e outros ilustres vegetarianos como Sócrates, Leonardo da Vinci, Leon Tolstói e Franz Kafka, foram notáveis exceções de seu tempo. Hoje, porém, a abundância e a variedade de alimentos disponíveis nas sociedades industrializadas contribuem para difundir hábitos a alimentares alternativos, alguns deles um pouco estranhos, como o crudivorismo ou a macrobiótica.

Nas antigas sociedades agrícolas, as opções alimentares eram escassas – comia-se o que havia disponível, basicamente cereais, legumes e verduras, sempre que possível enriquecidos com produtos como ovos e leite. Considerada iguaria preciosa, a carne era consumida apenas em ocasiões especiais. Povos que viviam em condições climáticas adversas à agricultura, porém, fizeram da proteína animal sua principal fonte de nutrientes. Os humanos comem carne há milênios, mas é verdade também que a maior parte das culturas viveu à base de cereais e legumes. “Durante séculos a carne foi um alimento reservado à elite, explica Carol J. Adams, que estuda o vegetarianismo e o movimento feminista – combinação aparentemente insólita, não fosse pelo fato de a luta pelos direitos das mulheres e dos animais ter caminhado lado a lado em diversos momentos.

Alguns psicólogos estão interessados em saber se a exclusão deste ou daquele alimento poderia desencadear transtornos alimentares. É curioso, entretanto, que boa parte da discussão sobre hábitos alimentares parta de estudiosas vegetarianas e feministas, como a própria Adams ou a psicóloga Melanie Joy, da Universidade de Massachusetts em Boston, que dedicou seu doutorado à psicologia do “carnivorismo”, isto é, do comportamento alimentar carnívoro. “Não podemos estudar um grupo minoritário sem conhecer a ideologia da maioria. Do mesmo modo, não é possível entender o pensamento feminista sem analisar a cultura patriarcal. Penso que hoje o vegetarianismo é tão difundido entre mulheres exatamente porque para elas é mais difícil aceitar a estrutura hierárquica do mundo, que coloca os seres humanos acima das outras espécies”.

A convivência entre vegetarianas e carnívoros nem sempre é tranquila. “A alimentação tem raízes psicológicas e emocionais muito profundas. Basta lembrar que ela é o primeiro elemento por meio do qual nos relacionamos com o mundo externo. É compreensível, portanto, que quem segue uma dieta alternativa seja percebido como diferente e suscite alguma desconfiança, explica a pesquisadora italiana Emanuela Barbero.

Nos últimos anos ela estuda questões éticas relacionadas à alimentação. Segundo a especialista, é como se fosse difícil reconhecer como pertencentes à nossa própria espécie quem não compartilha o mesmo tipo de alimento. Deve ser por isso que as dietas mais radicais ou extravagantes são mais facilmente seguidas por artistas famosos, ricos e influentes para contratar cozinheiros que se adaptem a suas restrições alimentares. Já as pessoas comuns precisam estar absolutamente convictas de sua escolha para não se incomodar com a permanente discriminação “Tanto os vegetarianos quanto os veganos são motivados por questões éticas relacionadas ao bem-estar animal. A opção vegana é considerada ainda mais radical e politicamente à esquerda. Assim, muitas pessoas, principalmente quando movidas por razões de saúde, preferem permanecer apenas vegetarianas, para não ser marginalizadas ainda mais, explica Joy.

Qual será o peso relativo das motivações éticas e das preocupações com a saúde na escolha da dieta? Segundo Emanuela Barbero, pelo menos na Itália quem diz adeus à carne geralmente o faz por compaixão pelos animais. Outros são adeptos de filosofias ou religiões orientais, como a ioga ou o budismo, que defendem a ausência de carne no prato não apenas por respeito aos seres vivos, mas porque isso significa evolução espiritual.

Há ainda aqueles mais preocupados com as consequências ambientais, com a disponibilidade de recursos ou com a fome no mundo. Nas variações mais radicais, porém, a escolha quase sempre está pautada pela convicção ética, como no caso dos frugívoros, que se preocupam com o sofrimento das plantas e se alimentam apenas de frutos (no sentido botânico do termo). “É muito bonito que um comportamento ético traga vantagens, tanto para a minha saúde, como para o ambiente em que vivo. Ser vegetariano é uma forma de não abusar demais do planeta nem de suas criaturas”. afirma a pesquisadora Carol Adams. O escritor polonês Isaac Bashevis Singer é mais irônico· “Não é com a minha saúde que me preocupo, mas com a das galinhas!”.

FUNDAMENTALISMO

Ao lado das questões éticas e ambientais, a preocupação com a própria saúde é também uma motivação importante para aqueles que optam por algum tipo de restrição alimentar. No caso do crudivorismo, por exemplo, os alimentos cozidos são abolidos, pois acredita-se que os nutrientes sejam decompostos pelo calor. Macrobióticos pregam alimentação exclusivamente à base de cereais integrais e legumes, quase sempre de forma intermitente.

Há quem suspeite que dietas extremas, que alguns acusam de fundamentalistas, sejam manifestação inicial de algum transtorno alimentar. Adams não concorda: “E quem garante que a dieta onívora não é extrema? Além disso, temos certeza de que somos realmente onívoros?”

Segundo Melanie Joy, quem come carne vez por outra se sente culpado por ter no prato algo que já esteve vivo. “Há um processo de dissociação que serve para evitar a conexão entre o alimento que se come e o animal do qual provém.” De fato, a crescente atenção aos direitos dos animais tem causado muitos constrangimentos. “Quando falo que sou vegetariana as pessoas se apressam em dizer que comem muito pouca carne, conta Joy “Pode ser por gentileza, mas creio que isso esteja relacionado ao desconforto sentido pelos que dizem amar os bichos e precisam, assim, justificar um comportamento que contrasta com as próprias convicções.”

Nasce aí uma série de sutis distinções entre pessoas e culturas. “Não quero comer ninguém que sonhe”, escreveu o psicanalista canadense Jeffrey Moussaieff Masson. Em alguns países, cavalos, coelhos ou cães não são considerados comestíveis. Em quase todos, a ideia de comer ratos, serpentes e macacos é repulsiva. De forma geral, muitas pessoas admitem que não comeriam carne se isso implicasse matar pessoalmente um animal, até mesmo os criadores evitam a personalização dos bichos destinados ao matadouro, que nunca recebem um nome.

A diferença entre vegetarianos e onívoros é que para os primeiros qualquer carne é repulsiva enquanto a maior parte dos onívoros sente aversão por carnes incomuns, pouco usadas como alimento. Não por acaso, é bem mais raro encontrar uma pessoa disposta a experimentar um animal que não conhece do que uma fruta ou vegetal exótico, explica Joy.

Os poucos estudos sobre comportamento alimentar que se aprofundaram nos problemas relacionados ao consumo de carne mostram, de maneira bem previsível, que quem se comporta de forma ambígua em relação à oportunidade de comer carne tende a consumi-la com menos frequência. Diversas pesquisas, entre elas uma realizada em 2004 na Universidade da Colúmbia Britânica, Canadá, verificou que vegetarianos são mais atentos ao equilíbrio nutricional da própria dieta do que a população em geral. No entanto, um estudo da Universidade de Adelaide, Austrália, revelou que considerar a carne um alimento saudável ou não tem a ver principalmente com convicções morais e com o interesse pelo ambiente, e que os onívoros avaliam de forma positiva o estilo de vida vegetariano, ao passo que a recíproca raramente é verdadeira.

 ORTOREXIA NERVOSA

Há casos, entretanto, em que a atenção excessiva na escolha dos alimentos se torna patológica. O distúrbio é chamado ortorexia nervosa e se caracteriza pela preocupação obsessiva com a dieta. Os ortoréxicos acreditam que apenas os alimentos naturais e a ausência de carnes ou enlatados fazem bem ao organismo.

Qualquer que seja a motivação (ética ou de saúde), a verdade é que uma dieta restritiva pode trazer à tona transtornos psíquicos latentes. “O risco está no comportamento obsessivo de quem procura a perfeição mediante o controle da própria alimentação, limitando-se a consumir alimentos que reconhece como perfeitos, por exemplo as frutas”, explica o mestre de ioga americano Tom Billings. Ele dedica uma seção de seu site (www.beyondveg.com) à divulgação dos distúrbios que podem acompanhar dietas extremas “O problema não está no tipo de dieta escolhida, mas no comportamento de quem a segue, na incapacidade de aceitar as próprias imperfeições: certamente não há nada de saudável em passar fome à procura de magreza ou de pureza inatingíveis.

Problemas semelhantes ocorreram no passado, principalmente com a dieta macrobiótica, que, segundo Barbero, hoje está perdendo terreno justamente porque é muito rígida e distante de nossa tradição alimentar. O movimento americano Calorie Restriction, inspirado nos estudos do geriatra Roy L. Walford, propõe a restrição calórica relativa (cerca de 1.700 calorias por dia) como forma de retardar o envelhecimento, mas recomenda adesão moderada e gradual ao novo regime alimentar. No site, os criadores do movimento fazem distinção entre dieta saudável e transtorno alimentar. Quem sofre de anorexia tem como objetivo o emagrecimento, jejua, segue rigidamente as regras que se impôs sem se conceder exceções, despreza o alimento sem se preocupar com seu valor nutritivo e procura esconder as próprias escolhas.

Mas quem reduz calorias para se sentir melhor não está particularmente interessado em emagrecer, aprecia o alimento e procura nutrir-se com produtos mais ricos em nutrientes, sem se angustiar com eventuais transgressões. E, principalmente, fica contente em dividir a própria escolha com outros” Vale lembrar, porém, que alguns estudos apontam para a relação entre restrição calórica e comportamentos obsessivos, que parecem se manifestar em pessoas com predisposição a eles.

Seja qual for a dieta e as motivações para praticá-la, é possível segui-la com equilíbrio e serenidade, ainda que eventuais infrações possam causar culpa em quem é movido por princípios éticos. É possível transgredir por razões sociais para não ofender alguém ou porque é difícil renunciar a alimentos que para nós têm vínculo afetivo forte, lembra Emanuela Barbero.

 DIETAS PARA TODOS OS GOSTOS E CRENÇAS

VEGETARIANA: exclui carne e peixe, mas não outros alimentos de origem animal, como leite e ovos.

VEGAN: evita todos os alimentos de origem animal (ovos, laticínios, mel). (Por respeito aos animais, tampouco vestem roupas feitas com lã e couro.)

FRUGÍVORA: apenas à base de frutos, no sentido botânico do termo, o que inclui legumes, sementes e azeitonas, por exemplo.

CRUDÍVORA: composta somente de alimentos crus ou aquecidos, jamais cozidos. Quase sempre seus seguidores são veganos também.

MACROBIÓTICA: alimentação rica em cereais e legumes cozidos, com poucas verduras e peixe; raramente inclui carne.

RESTRIÇÃO CALÓRICA: redução significativa das calorias ingeridas; optam por alimentos ricos em vitaminas e oligoelementos.

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A NOVA REVOLUÇÃO DOS BICHOS: MAIS RAZÃO E MENOS PAIXÃO

Até poucos anos atrás, defender os direitos dos animais era uma atividade de grupos considerados radicais, em cujas manifestações a polícia nunca deixou de estar presente. Recentemente, porém, a causa vem ganhando o apoio de intelectuais, e os cartazes com frases de efeito estão sendo substituídos por uma argumentação menos apaixonada e bem mais elaborada. Cary Francione, professor de direito da Universidade de Rutgers, Estados Unidos, é um desses acadêmicos que defendem que o massacre dos animais é também um ato do ser humano contra si próprio. Segundo ele, enxergar nas outras espécies seres que sentem e sofrem é um enorme passo para nos livrarmos das brutalidades que cometemos contra nós mesmos. Sua palestra na Universidade de Valência, Espanha, em maio de 2006, repercutiu com força na Europa, a ponto de a Le Monde Diplomatique, a revista semanal do jornal francês Le Monde, ter elaborado o “Manifesto pela libertação dos animais, que pode ser lido gratuitamente e em português no site diplo.uol.com.br/2006-9, a1386.

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RESPEITANDO AS PREFERÊNCIAS ALIMENTARES

“Socorro! Meu filho não come mais carne!” é o título de um ensaio de Carol Adams que descreve as preocupações de quem precisa lidar com opções alimentares que não entende ou não adota –  como frequentemente acontece com os pais de jovens vegetarianos. Além do medo de possíveis carências nutricionais, há o temor de ver ameaçado o vínculo afetivo que o alimento carrega e que transmite muitas tradições familiares. “É comum haver tensão em certas famílias quando a opção vegetariana não é respeitada”, explica Luciana Baroni, médica e presidente da Sociedade Científica de Nutrição Vegetariana da Itália. “Muitos pais nos procuram para se informar, sobre a possibilidade de uma alimentação vegetariana equilibrada.”

As coisas podem ser mais difíceis quando o onívoro é o companheiro, geralmente o marido, já que as mulheres são maioria entre os vegetarianos. “É preciso ter coragem de expressar as próprias opiniões, de dizer que não se come mais carne nem se está disposto a cozinhá-la, mas que isso não tem nada a ver com o amor e a estima que temos pela pessoa que não compartilha nossa escolha”, sugere Adams. Alguns casais adotam estratégias diferentes, por exemplo: quem carne o faz apenas no restaurante. ” Mas quando a opção vegetariana depende motivações éticas, geralmente os comportamentos do casal tendem a convergir, e se isso não acontecer poderão surgir problemas”, explica Barbero.

De forma mais banal, mas também frequente, as relações entre quem come quem não come carne entram em crise em eventos sociais, em que a impossibilidade de cumprir o gesto fundamental de partilhar o alimento logo desencadeia intolerância de ambas as partes. “Convém servir pratos gostosos sem destacar que se trata de uma refeição vegetariana: é simplesmente boa comida, sugere. A presença de um vegetariano no jantar pode gerar dúvidas no anfitrião onívoro. Convém evitar que a conversa à mesa degenere em polêmica e acusações de que alguns comem cadáveres de animais ou aprofundar discursos sobre os horrores dos matadouros. Não é por acaso que os vegetarianos –  e, principalmente os veganos –  tendem a se associar em turmas de amigos e a casar-se entre si.

GESTÃO E CARREIRA

TUDO BEM PRA QUEM?

Para o pesquisador italiano Federico Pistono, a substituição do trabalho humano pelas máquinas pode ser a chance de adotarmos um novo contrato social. Mas isso vai doer.

Tudo bem pra quem

A automação, a inteligência artificial e outras tecnologias estão eliminando postos de trabalho em ritmo alucinante e amedrontador. Em poucos anos, muitas das atividades hoje exercidas por humanos serão realizadas por máquinas. Traduzindo: de forma melhor, mais rápida e, principalmente, mais barata. Alguns economistas dizem que, apesar da extinção de muitas profissões, outras surgirão. A questão é que dificilmente o número de novos postos de trabalho será suficiente para compensar os que se perderão. E as qualificações exigidas a partir de então serão outras, completamente novas, o que elimina as chances da imensa maioria das pessoas de conseguir uma recolocação. Serão os descartados do admirável mundo novo.

Apesar de tudo, o desemprego estrutural, no longo prazo, poderá ter efeitos positivos – ao menos para quem considera positivo ter mais tempo para fazer qualquer outra coisa que não seja trabalhar. Tudo vai depender de como a sociedade lidará com o problema, diz o escritor italiano Federico Pistono, que está lançando no Brasil o livro Os Robôs Vão Roubar Seu Trabalho, mas Tudo Bem. Não custa lembrar que algumas previsões feitas no passado se confirmaram simplesmente de forma degenerada: sim, a tecnologia nos deu mais tempo livre, só que o usamos para… trabalhar mais. Apesar do título poliana de seu livro, Pistono não tem ilusões: “Sem empregos, ou adotamos um novo contrato social, ou o sistema todo vai entrar em colapso”.

Formado em ciência da computação pela Universidade de Vero- na e pós-graduado na Singularity University, no Nasa Ames Research Center, Pistono se dedica a estudar os impactos das novas tecnologias sobre o trabalho e a sociedade. Seus livros já venderam dezenas de milhares de exemplares em diversos países.

ALIMENTO DIÁRIO

MATEUS 27: 11-25 – PARTE III

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Cristo no Tribunal de Pilatos

 III – Eis aqui como a culpa do sangue de Cristo recai sobre o povo e os sacerdotes.

1. Pilatos se esforça para livrar-se da responsabilidade (v. 24).

(1) Ele não vê propósito em argumentar. O que ele dissesse:

[1] Não faria nenhum bem; ele não poderia controlar nada; ele não poderia convencê-los de quão injusto e irracional era para ele condenar um homem que ele acreditava ser inocente, e de quem eles não conseguiram provar qualquer culpa. Veja o quanto, às vezes, é forte a torrente de cobiça e ira; nem a autoridade nem a razão conseguirão refreá-la. Pelo contrário:

[2] Era mais provável que causasse dano; ele viu que um certo tumulto havia se formado. Essas pessoas rudes e animalescas puseram-se a dizer injúrias, e começaram a ameaçar Pilatos sobre o que fariam se ele não lhes fizesse a vontade; e em que grande incêndio esse fogo pode se tornar, especialmente quando os sacerdotes judeus, aqueles grandes incendiários, sopravam as brasas! Então aquele temperamento turbulento e violento dos judeus pelo qual Pilatos foi intimidado a condenar Cristo, contra a sua consciência, contribuiu mais do que qualquer coisa para a ruína daquela nação, pouco tempo depois; pois as suas frequentes insurreições fizeram com que os romanos os destruíssem, embora eles as ti­ vessem reduzido, e suas inveteradas disputas internas os tornassem presas fáceis para o inimigo comum. Desse modo, o seu pecado foi a sua ruína.

Observe quão facilmente podemos nos enganar quanto à preferência das pessoas comuns. Os sacerdotes estavam apreensivos de que os seus esforços para prender a Cristo causassem alvoroço, especialmente no dia da festa; mas ficou provado que os esforços de Pilatos para salvá-lo causariam tumultos, e isso em um dia de festa; os senti­ mentos da multidão são muito incertos.

(2) Isso coloca Pilatos em um grande dilema, entre a sua própria paz de espírito e a paz da cidade; ele se recusa a condenar um homem inocente, e também se recusa a desagradar ao povo e despertar um demônio que não seria controlado tão cedo. Se Pilatos tivesse se mantido firme e resoluto, fiel às sagradas leis da justiça, como deve fazer um juiz, não teria estado em qualquer dificuldade; o fato era claro e indiscutível: um homem em quem não se encontrou nenhuma falha não deveria ser crucificado, qualquer que fosse o pretexto. Também não deve ser cometida uma injustiça para satisfazer qualquer homem ou grupo de homens no mundo; a causa deve ser logo decidida. Justiça seja feita, ainda que o céu e a terra se unam. Se “a perversidade procede do perverso” (versão inglesa KJV), mesmo que sejam sacerdotes, ainda assim a minha mão será contra ele.

(3) Pilatos pensa em acertar as coisas e apaziguar o povo, e também a sua própria consciência; ele os atende. Mesmo não reconhecendo a validade de tal sentença, ele a executa, porém tenta se isentar da responsabilidade e da culpa. Precipitam-se sobre tais absurdos e autocontradições, aqueles cujas convicções são fortes, mas as corrupções, mais fortes ainda. Bem-aventurado aquele (diz o apóstolo, Romanos 14.22) que não se condena a si mesmo naquilo que aprova; ou, em outras palavras, bem-aventurado aquele que não permite a si mesmo aquilo que condena.

Então Pilatos se esforça para se eximir da culpa:

[1] Através de um gesto; ele apanhou água, e lavou as mãos diante da multidão; não como se ele pensasse com isso, em se purificar de qualquer culpa contraída diante de Deus, mas para se isentar diante do povo, como se isso o livrasse de qualquer culpa nesse assunto; como se ele ti­ vesse dito: “Se isso for feito, testemunhem que isso não é obra minha”. Ele tomou emprestado da lei o rito que era utilizado para expiar do povo a culpa por um assassinato não descoberto (Deuteronômio 21.6,7); e se valeu disso mais para influenciar o povo com a convicção que ele tinha da inocência do prisioneiro; e, provavelmente, tal era o barulho da ralé, que, se ele não tivesse usado algum sinal surpreendente à vista de todos eles, ele não teria sido ouvido.

[2] Por uma declaração; nessa, em primeiro lugar, ele tenta se eximir da culpa: “Estou inocente do sangue deste justo”. Que tolice era essa, condená-lo, e mesmo assim alegar que estava inocente de seu sangue! Para os homens, protestar contra alguma coisa e ainda assim praticá-la nada mais é do que proclamar que eles pecam contra as suas próprias consciências. Muito embora Pilatos professasse a sua inocência, Deus não o exime da culpa (Atos 4.27). Alguns acreditam que podem se justificar alegando que as suas mãos não fizeram parte do pecado; mas Davi mata pela espada dos filhos de Amom, e Acabe, pela dos anciãos de Jezreel. Pilatos aqui pensa que pode se justificar alegando que o seu coração não estava naquele ato; mas esta é uma afirmação que nunca será admitida. Ele protesta em vão contra o ato que, ao mesmo tempo, perpetra. Em segundo lugar, Pilatos lança a responsabilidade sobre os sacerdotes e o povo: “Considerai isso; se isso deve ser feito, eu não poderei evitar; vós respondereis por isso diante de Deus e do mundo”. Note que o pecado é uma criança mal-educada que ninguém está disposto a assumir; e muitos se enganam com isso, pensando que não arcarão com a culpa se encontrarem alguém sobre quem depositá-la; mas transferir a culpa pelo pecado não é uma coisa fácil, como muitos pensam. A condição daquele que está infectado pela praga não é menos perigosa pelo fato de contrair de outros a infecção, ou por transmitir a infecção para outros; nós podemos ser tentados a pecar, mas não podemos ser forçados a fazê-lo. Os sacerdotes tentaram lançar a culpa sobre Judas: “Isso é contigo”; e agora Pilatos a lança sobre eles: “Considerai isso; pois com a medida com que medirdes sereis medidos.

2. Os sacerdotes e o povo concordam em tomar a culpa para si mesmos; todos eles disseram: “O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos”; nós estamos tão seguros de que não há nem pecado nem perigo em levá-lo à morte, que estamos dispostos a correr o risco. Disseram isso como se a culpa não fosse causar nenhum mal a eles ou aos seus. Eles viram que era o medo da culpa que fez Pilatos hesitar; e ele estava superando esse obstáculo através da ilusão de transferi-la; para impedir o retorno de sua hesitação e para corroborar com aquela ilusão, eles, no calor de sua ira, preferem concordar com isso a perder a presa que tinham em suas mãos, e gritaram: “O seu sangue caia sobre nós”. Então:

(1) Através disso, eles tencionavam compensar Pilatos, isto é, fazer com que ele se considerasse compensado, ao ser ligado à justiça divina, para eximi-lo da culpa. Mas aqueles que estão falidos, ou os mendigos, nunca serão aceitos como a segurança de outros, nem serão tomados como fiadores por eles. Ninguém poderia levar os pecados dos outros, exceto aquele que não tinha nenhum pecado pelo qual responder; é uma missão arrojada e muito grande para qualquer homem servir como garantia por um pecador diante do Deus Todo-poderoso.

[1] Mas eles realmente rogaram ira e vingança sobre si mesmos e seus descendentes. Que declaração desesperada era essa, e quão pouco eles pesaram sobre as terríveis consequências dela, ou o abismo de sofrimento que ela traria tanto a eles como aos seus! Cristo lhes tinha dito recentemente que sobre eles viria todo o sangue justo derramado na terra, desde o do justo Abel; mas, como se isso fosse pouco, aqui eles reivindicam para si a culpa pelo derramamento daquele sangue que era o mais precioso de todos, e cuja culpa seria ainda mais pesada. Oh! A ousada presunção dos pecadores obstinados, que estendem as suas mãos contra Deus, e desafiam a sua justiça! (Jó 15.25,2 6). Observe:

[1] Como eles eram cruéis em suas imprecações. Eles rogaram a punição desse pecado, não somente sobre si mesmos, mas também sobre seus filhos, mesmo aqueles que ainda não haviam nascido, sem sequer limitar o alcance da maldição, como o próprio Deus, que havia ficado feliz em limitá-la à terceira e quarta gerações. Era loucura estender a maldição a si mesmos, e uma barbaridade incalculável legá-la aos seus descendentes. Certamente, eles eram como avestruzes; eram insensíveis em relação às suas crias, como se não fossem deles. Que herança terrível era essa, ele culpa e castigo contra eles e seus herdeiros para sempre, e isso proferido em comum acordo, como um documento legal ele sua autoria, que certamente equivalia a um confisco e anulação da antiga Escritura: “Serei a ti por Deus, e à tua semente”. O legado da maldição do sangue do Messias para a sua nação põe fim à herança ele bênçãos que viriam desse sangue, e beneficiariam as suas famílias. De acordo com outra promessa feita a Abraão, nele todas as famílias da terra seriam abençoadas. Veja que inimigos malignos os homens podem se tornar para os seus próprios filhos e famílias; aqueles que condenam as suas próprias almas não se importam com quantos poderão arrastar consigo para o inferno.

[2] Como Deus foi justo em sua retribuição, de acordo com essa maldição. Eles disseram: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”; e Deus disse amém a isto, assim será a vossa maldição; assim como eles adoravam praguejar assim a maldição viria sobre eles. Os miseráveis remanescentes daquelas pessoas devassas sentem isso até hoje em dia; desde o tempo em que eles lançaram esse sangue sobre si, foram perseguidos com um julgamento após o outro, até que estivessem totalmente devastados, tornados motivo de assombro, espanto, e zombaria; ainda sim, sobre alguns deles, e alguns dos seus, esse sangue veio, não para condená-los, mas para salvá-los; a misericórdia divina, mediante o seu arrependimento e fé, interrompeu essa herança, e então a promessa passou a lhes pertencer novamente, como também aos seus filhos. Deus é melhor para nós e para os nossos do que nós mesmos o somos.

 

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