MATEUS 26: 36–46 – PARTE I
A Agonia no Jardim
Até esse ponto, temos visto os preparativos para os sofrimentos de Cristo; agora, vamos entrar na cena sangrenta. Nesses versículos, temos a história de sua agonia no jardim. Esse foi o início das dores para o nosso Senhor Jesus. Então a espada do Senhor começou a ser desembainhada contra o homem que era o seu companheiro. E como a espada deveria estar quieta quando o Senhor deu a ordem? As nuvens tinham se juntado por um tempo, e pareciam negras. Ele havia dito, alguns dias antes: “Agora, a minha alma está perturbada” (João 12.27). Mas agora a tempestade começou de forma resoluta. Ele se colocou nessa agonia, antes dos seus inimigos lhe causarem qualquer problema, para mostrar que Ele era uma oferta voluntária; que a sua vida não foi tirada dele, mas que Ele mesmo a deu (João 10.18). Considere:
I – O lugar onde o Senhor passou por sua imensa agonia; foi em um lugar chamado Getsêmani. O nome significa torculus alei – um moinho de azeitonas, uma prensa para azeitonas, como uma prensa de vinho, onde eles pisam as azeitonas (Miqueias 6.15). E este era o lugar próprio para tal atividade, no pé do monte das Oliveiras. Ali o nosso Senhor Jesus começou a sua paixão; ali Deus Pai se agradou em moê-lo, e esmagá-lo, para que o azeite fresco pudesse fluir dele para todos os crentes, para que pudéssemos tomar parte na raiz e na gordura daquela boa Oliveira. Ali Ele pisou o lagar da ira de seu Pai, e o pisou sozinho.
II – A companhia que Ele tinha consigo, quando estava nessa agonia.
1. Ele levou todos os seus discípulos consigo para o jardim, exceto Judas, que estava, nesse momento, ocupado com outra coisa. Embora fosse tarde da noite, perto da hora de dormir, eles permaneceram com Ele, e fizeram essa caminhada ao luar com Ele, como Eliseu, que, quando foi informado que o seu mestre logo seria tirado de sua liderança, declarou que ele não o deixaria, embora tenha acompanhado a sua partida. Assim esses seguem o Cordeiro, aonde quer que Ele vá.
2. Cristo só levou consigo a Pedro, Tiago e João para aquele local do jardim onde sofreu a sua agonia. Ele deixou os demais a uma certa distância, talvez na entrada, com esta ordem: ”Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar”. Como fez Abraão com o seu moço (Genesis 22.5): “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e havendo adorado, tornaremos a vós”.
(1) Cristo foi orar sozinho, embora recentemente Ele tenha orado com os seus discípulos (João 17.1). Note que as nossas orações com as nossas famílias não devem servir como desculpa para não termos as nossas devoções particulares.
(2) Ele ordenou que se sentassem ali. Devemos cuidar para não causarmos qualquer perturbação ou interrompermos aqueles que se retiram para uma comunhão particular com Deus. Ele levou esses três consigo, porque eles tinham sido testemunhas da sua glória em sua transfiguração (cap. 17.1,2), e iria prepará-los para serem as testemunhas de sua agonia. Aqueles que estão melhor preparados para sofrer com Cristo são aqueles que, pela fé, viram a sua glória, e que conversaram com os santos glorificados no santo monte. Se sofrermos com Cristo, reinaremos com Ele. E se esperamos reinar com Ele, por que não deveríamos esperar sofrer com Ele?
III – A própria agonia em que Ele estava: “Começou a entristecer-se e a angustiar-se muito”.
Isso é chamado de uma agonia (Lucas 22.44), um conflito. Ele não estava sofrendo qualquer dor ou tormento físico, não ocorreu nada que o ferisse; mas, seja lá o que tenha sido, foi algo interior. Ele se perturbou (João 11.33). As palavras usadas aqui são muito enfáticas. Ele começou a entristecer-se e a consternar-se. A última palavra significa a tristeza que faz um homem não ser uma boa companhia, e nem desejá-la. Era como se Ele tivesse um peso de chumbo sobre o seu espírito. Os médicos usam uma palavra semelhante a essa para expressar a desordem em que um homem está, como um calafrio, ou o início de uma febre. Então estava cumprido (Salmos 22.14): “Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera e derreteu-se dentro de mim”. E todas aquelas passagens nos Salmos onde Davi se queixa das tristezas de sua alma (Salmos 18.4,5; 42.7; 55.4,5; 69.1-3; 88.3; 116.3), e a queixa de Jonas (cap. 2.4,5).
Mas qual foi a causa de tudo isso? O que foi que o colocou em agonia? Por que estás abatido, ó bendito Jesus, e por que te perturbas? Certamente, não era desespero ou falta de confiança em seu Pai, muito menos qualquer conflito ou luta com Ele. Como o Pai o amava porque Ele sacrificou a sua vida pelas ovelhas, assim Ele se sujeitou inteiramente à vontade de seu Pai. Mas:
1. Ele participou de um encontro com os poderes das trevas; assim Ele sugere (Lucas 22.53): “Esta é a vossa hora, e o poder das trevas”; e Ele falou disso pouco antes (João 14.30,31). Em outras palavras: “Vem o príncipe deste mundo. Eu o vejo reunindo as suas forças, e se preparando para um ataque geral; mas ele não tem nada em mim, nenhuma guarnição favorável aos seus interesses, nenhum soldado que mantenha secretamente alguma correspondência com ele; por tanto, as suas tentativas, embora ferozes, serão infrutíferas; mas assim como o Pai me deu mandamento, assim eu também vos dou; seja como for, devo travar uma luta com ele, e o campo deve ser completamente ocupado em batalha; portanto, levantai-vos, partamos para o campo de batalha ao encontro do inimigo”. Agora é travada uma batalha de perto, em um único combate, entre Miguel e o dragão, corpo a corpo; “agora é o juízo deste mundo”; a grande causa deve ser agora determinada, e a batalha decisiva deve ser travada, na qual o príncipe deste mundo será certamente derrotado e expulso (João 12.31). Cristo, quando opera a salvação, é descrito como um campeão assumindo o controle do campo (Isaias 59.16-18). Então a serpente faz o se u ataque mais feroz à semente da mulher, e direciona a sua picada, a picada mortal, ao seu coração; e a ferida é mortal.
2. Ele estava então levando as iniquidades que o Pai colocou sobre Ele, e com tristeza e espanto concordou com a sua tarefa. Os sofrimentos nos quais Ele estava entrando eram pelos nossos pecados; eles foram feitos para serem enfrentados, e Jesus sabia disso. Assim como somos forçados a nos lamentar particularmente pelos nossos pecados, Ele se entristeceu pelos pecados de todos nós. Então, no vale de Josafá, onde Cristo estava naquele momento, Deus congregou todas as nações, e entrou em juízo com elas na pessoa de seu Filho (Joel 3.2,12). Jesus conhecia a malignidade dos pecados que estavam colocados sobre si, como eram provocantes a Deus Pai, e como eram destruidores ao homem; e sendo todas essas coisas colocadas em ordem diante dele, e sobrecarregadas nele, Jesus começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então as iniquidades o prenderam, de modo que Ele não podia olhar para cima, como foi predito a seu respeito (Salmos 40.7,12).
3. Ele tinha uma perspectiva completa e clara de todos os sofrimentos que estavam diante dele. Ele previu a traição de Judas, a falta de amabilidade de Pedro, a maldade dos judeus, e a ingratidão desprezível que lhe demonstrariam. Ele sabia que, dentro de poucas horas, ser ia açoitado, cuspido, coroado com espinhos, pregado na cruz. A morte em seus aspectos mais terríveis, a morte em pompa, acompanhada de todos os seus terrores, o olhou na face; e isto o entristeceu, especialmente porque era o salário pelo nosso pecado, a expiação que Ele havia se incumbido de realizar. É verdade, os mártires que sofreram por Cristo acolheram os maiores tormentos, e as mortes mais terríveis, sem qualquer tristeza e consternação; chamaram as suas prisões de pomares deleitáveis; e um canteiro de chamas chamaram de canteiro de rosas. Mas, então:
(1) Cristo rejeita os apoios e confortos que eles tiveram; isto é, Ele negou os confortos a si mesmo, e a sua alma se recusou ser confortada, não em paixão, mas em justiça à sua tarefa. A alegria deles sob a cruz se devia ao favor divino, que, naquele momento, não foi concedido ao Senhor Jesus.
(2) Os seus sofrimentos eram de uma outra natureza, diferente do deles. O apóstolo Paulo, ao ser oferecido como um sacrifício e um serviço pela fé dos santos, pode se alegrar e se regozijar com todos eles; mas ser oferecido em sacrifício para fazer expiação pelos pecados é um caso muito diferente. Na cruz dos santos há uma bênção proclamada, que permite que eles se regozijem sob ela (cap. 5.10,12); mas na cruz de Cristo havia uma maldição agregada, que o entristeceu e o angustiou muito. E a sua tristeza na cruz foi o fundamento da alegria que eles sentiam sob a cruz.
IV – A sua queixa sobre essa agonia. Encontrando-se sob o ataque dessa paixão, o Senhor se dirige aos seus discípulos (v. 38), e:
1. Ele lhes faz saber de sua condição: ”A minha alma está cheia de tristeza até à morte”. Ter um amigo para desabafar, e dar vazão às tristezas, dá um pouco de alívio a um espírito perturbado. Cristo lhes diz:
(1) Qual era o centro de sua tristeza; era a sua alma, que agora estava em agonia. Isto prova que Cristo tinha uma verdadeira alma humana; porque Ele sofreu não só em seu corpo, mas em sua alma. Tínhamos pecado tanto contra o nosso corpo como contra a nossa alma; ambos foram usados no pecado, e ambos foram enganados por ele. Portanto, Cristo sofreu na alma, bem como no corpo.
(2) Qual era o grau de sua tristeza. Ele estava excessivamente triste, cercado de tristeza por todos os lados. Era a tristeza no grau mais elevado, “até à morte”. Era uma tristeza mortal, uma tristeza que nenhum homem mortal poderia experimentar e sobreviver. Ele estava pronto para morrer de tristeza; eram tristezas de morte.
(3) A sua duração; ela continuará até à morte. ”A minha alma estará triste enquanto estiver neste corpo; não vejo nenhuma saída além da morte”. Ele então começou a entristecer-se, e em nenhum momento deixou de sentir essa tristeza, até dizer: “Está consumado”. Então terminou aquela tristeza que começou no jardim. Foi profetizado a respeito de Cristo que Ele seria um “homem de dores” (Isaias 53.3). Ele foi assim o tempo todo. Nunca lemos que Ele tenha sorrido; mas todas as suas tristezas até aquele momento eram nada, se comparadas a essa agonia no Getsêmani.
2. Ele encomenda a companhia e o serviço deles:
“Ficai aqui e vigiai comigo”. Certamente, Ele estava necessitando de ajuda quando rogou a ajuda deles, mesmo sabendo que seriam apenas consoladores lamentáveis. Mas Ele aqui iria nos ensinar o benefício da comunhão dos santos. É bom ter o auxílio dos nossos irmãos quando, em qualquer momento, estivermos passando por uma agonia; porque “dois é melhor que um”. O que Ele lhes disse, Ele disse a todos: “Vigiai” (Marcos 13.37). Não só vigiar por Ele, na expectativa da sua vinda futura, mas vigiar com Ele, na aplicação do nosso trabalho atual.
V – O que se passou entre Jesus e o seu Pai quando Ele estava nessa agonia: “Posto em agonia, orava”. A oração nunca está fora de época, mas é especialmente apropriada em meio a uma agonia.
Considere:
1. O lugar onde Ele orou: “Indo um pouco adiante”, se afastou deles, para que a Escritura se cumprisse: “O lagar, eu o pisei sozinho”. Ele se retirou para orar; uma alma perturbada encontra mais alívio quando está sozinha com Deus, pois Ele entende a linguagem inexprimível de suspiros e gemidos. Cristo aqui nos ensina que a oração em secreto deve ser feita em particular. No entanto, alguns pensam que os discípulos a quem Cristo deixou na entrada do jardim o ouviram; porque foi dito (Hebreus 5.7) que houve um “grande clamor”.
2. A postura do Senhor na oração: “Prostrou-se sobre o seu rosto”. A sua posição prostrada denota:
(1) A agonia em que Ele estava, no extremo de sua tristeza. Jó, em grande tristeza, “se lançou em terra” (Jó 1.20); e uma grande angústia é manifestada pela expressão “revolver-se no pó” (Miqueias 1.10).
(2) Sua humildade em oração. Esta postura era uma expressão de seu temor reverente (mencionado em Hebreus 5.7), com o qual Ele ofereceu essas orações. Ele o fez nos dias de sua carne, em seu estado de humilhação, ao qual ele aqui se conciliou.
3. A oração em si; nela, podemos observar três particularidades:
(1) O título com que Ele se refere a Deus: “Meu Pai”. Por mais espessa que a nuvem fosse, o Senhor Jesus podia ver Deus como um Pai através dela. Note que todas as vezes que nos dirigimos a Deus, devemos vê-lo como um Pai, como o nosso Pai; e é especialmente confortável fazer isso quando estamos em agonia. É uma corda de harpa agradável de se tocar em um momento desses: “Meu Pai”. Para onde vai uma criança quando alguma coisa a amedronta, além de seu pai?
(2) O favor que Ele suplica: “Se for possível, passe de mim este cálice”. Ele chama os seus sofrimentos de cálice; não um rio, não um mar, mas um cálice, do qual logo veremos o fundo. Quando estamos passando por dificuldades, devemos fazer delas o mínimo, e não agravá-las. Os sofrimentos do Senhor Jesus poderiam ser chamados de cálice, porque Ele o repartia, como nos banquetes em que um cálice era colocado para cada prato. Ele suplica que este cálice seja passado dele, isto é, que os sofrimentos agora iminentes pudessem ser evitados; ou, ao menos, que eles pudessem ser abreviados. Isto sugere simplesmente que o Senhor Jesus era real e verdadeiramente humano, além de ser Deus, e como um homem ele só poderia ter aversão à dor e ao sofrimento. Este é o primeiro ato, e o simples ato da vontade do homem: afastar-se daquilo que é sensivelmente doloroso para si, e desejar o impedimento e a remoção dele. A lei da autopreservação é impressa na natureza inocente do homem, e domina ali até ser revogada por alguma outra lei. Portanto, Cristo admitiu e expressou uma relutância a sofrer, para mostrar que Ele foi tomado dentre os homens (Hebreus 5.1), compadeceu-se das nossas fraquezas (Hebreus 4.15), e foi tentado como nós o somos, porém sem jamais pecar. Note que uma oração de fé contra uma aflição pode muito bem consistir na paciência da esperança sob a aflição. Quando Davi disse: “Emudeci, não abro a minha boca, porquanto tu o fizeste”. As palavras seguintes dele foram: “Tira de sobre mim a tua praga” (Salmos 39.9,10). Mas observe a condição: “Se for possível”. Se Deus puder ser glorificado, o homem, ser salvo, e os fins de sua missão, serem atendidos, sem que o Senhor Jesus beba esse cálice amargo, Ele deseja ser dispensado; caso contrário, não. Aquilo que não pudermos fazer em benefício do nosso propósito, devemos considerar como impossível. Cristo fez isso. Não podemos e não devemos fazer nada contra a verdade.
(3) A sua inteira submissão e anuência à vontade de Deus Pai: “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. Não que a vontade humana de Cristo fosse contrária ou oposta à vontade divina; aquela era apenas, em seu primeiro ato, diferente desta. Porém, no segundo ato da vontade, que compara e escolhe, Ele se sujeita espontaneamente. Observe que:
[1] O Senhor Jesus, em bora tivesse um senso aguçado da amargura extrema dos sofrimentos que iria enfrentar, estava livremente disposto a se sujeitar a eles para a nossa redenção e salvação, e ofereceu-se a si mesmo por nós.
[2] O motivo da submissão de Cristo aos seus sofrimentos foi a vontade de seu Pai: “mas como tu queres” (v. 39). Ele fundamenta a sua própria vontade na vontade do Pai, e com isso o problema é totalmente resolvido; portanto, Ele fez o que fez, e o fez com prazer, porque era a vontade de Deus (Salmos 40.8). Ele frequentemente se referia a toda a sua missão corno aquilo que o motivava e o sustentava. Essa é a vontade de Deus (João 6.39,40). Foi isso que Jesus buscou (João 5.30); fazer isso era a sua comida e bebida (João 4.34).
[3] Em conformidade com esse exemplo de Cristo, devemos beber do cálice amargo que Deus coloca em nossas mãos, não importa quão amargo seja; embora a natureza lute, a graça deve sujeitá-la. Então estaremos dispostos, corno Cristo estava, quando as nossas vontades estiverem, em todas as coisas, fundidas na vontade de Deus, embora isso seja sempre desagradável à carne e ao sangue: “Faça-se a vontade do Senhor” (Atos 21.14).
4. A repetição da oração: “E, indo segunda vez, orou” (v. 42), e deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez (v. 44), e tudo com o mesmo sentido. Porém, corno podemos ver aqui, na segunda e na terceira oração Ele não pediu que o cálice pudesse passar dele, como havia feito na primeira. Note que, embora possamos orar a Deus para evitar e remover uma aflição, a nossa tarefa principal, e na qual devemos insistir, deve ser que o Senhor nos dê graça para suportá-la bem. O nosso cuidado deve estar mais direcionado a termos as nossas dificuldades santificadas, e os nossos corações satisfeitos sob elas, do que tê-las removidas. Ele orou, dizendo: “Faça-se a tua vontade”. Note que a oração é a oferta a Deus, não só dos nossos desejos, mas das nossas resignações. Uma oração será aceitável a qualquer hora em que estivermos em aflição. E nessas ocasiões que devemos nos dirigir a Deus, entregando o nosso caminho e o nosso trabalho a Ele: “Faça-se a tua vontade”. Pela terceira vez, Ele disse as mesmas palavras, a mesma palavra, que é o mesmo assunto ou argumento. As suas palavras tinham o mesmo significado. Temos razão para pensar que isso não foi tudo o que Ele disse, pois parece, pelo versículo 40, que Ele continuou por uma hora em sua agonia e oração; mas, se Ele, de fato, disse algo mais, foi para esse efeito, desaprovando os seus sofrimentos iminentes, porém sujeitando-se à vontade de Deus, que estava contida neles. E podemos estar certos de que o Senhor Jesus não estava limitado a essas expressões.
Mas que resposta Ele teve para essa oração? Certamente, não foi feita em vão. Aquele que sempre o ouvia, não lhe negou uma resposta agora. É verdade, o cálice não passou dele, pois Ele condicionou a petição, e não insistiu nela (se tivesse insistido, pelo que sei, o cálice teria sido passado); mas o Senhor Jesus teve uma resposta para essa oração; pois:
(1) Ele foi fortalecido em sua alma, no dia em que clamou (Salmos 138.3); e essa foi uma resposta real (Lucas 22.43).
(2) Ele foi preservado daquilo que temia, que era não ofender a seu Pai pela impaciência e pela falta de confiança, o que o desqualificaria para prosseguir em sua missão (Hebreus 5.7). Em resposta à sua oração, Deus Pai providenciou para que Ele não falhasse nem ficasse desencorajado.
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