ALIMENTO DIÁRIO

MATEUS 14: 1 – 12

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A Morte de João Batista

Aqui temos a história do martírio de João. Observe:

I – A ocasião da história aqui relatada (vv. 1, 2). Lemos aqui sobre:

1.O relato trazido a Herodes sobre os milagres que Cristo realizou. Herodes, o tetrarca, principal governador da Galileia, ouviu falar sobre a fama de Jesus. Naquela época, enquanto os seus compatriotas o desprezavam, por causa da sua simplicidade e obscuridade, Ele começou a ficar famoso na corte. Deus honra aqueles que são desprezados por sua causa. E o Evangelho, como o mar, consegue em um lugar o que perde em outro. Cristo já estava pregando e realizando milagres há mais de dois anos; ainda assim, aparentemente Herodes não ouvira falar dele até aquele momento, e somente então soube da sua fama. A infelicidade das pessoas importantes do mundo é que elas não ouvem as melhores coisas (1 Coríntio 1.26); ” nenhum dos príncipes deste mundo conheceu” (1 Coríntios 2.8). Os discípulos de Cristo eram enviados para pregar, e para realizar milagres em seu nome, e isto espalhou a sua fama mais do que nunca, o que era uma indicação de como seria a pregação do Evangelho, por eles, depois da ascensão de Jesus.

2.O s ignificado que Herodes atribui aos fatos (v. 2); ele disse aos seus servos que lhe contaram sobre a fama de Jesus: “Este é João Batista; ressuscitou dos mortos”. O fermento de Herodes não era a doutrina dos saduceus, pois eles diziam que não havia ressurreição (Atos 23.8. A consciência culpada de Herodes (como é comum com os ateus), nessa ocasião, obteve o controle da sua opinião, e ele concluiu que, quer existisse uma ressurreição geral ou não, João Batista certamente havia ressuscitado, e, portanto, milagres poderosos se manifestavam nele. João, enquanto viveu, não realizou nenhum milagre (João 10.41); mas Herodes conclui que, tendo ressuscitado dos mortos, ele estava revestido de um poder maior do que tinha anterior mente. E adequadamente ele chama os milagres que imagina que foram realizados por João, não de maravilhas, mas sim de “maravilhas que operam nele”. Considere, a respeito de Herodes:

(1) Como ele ficou desapontado em relação ao que

pretendia quando mandou decapitar João. Ele pensou que se pudesse tirar aquele impertinente do caminho, poderia continuar com seus pecados, sem que ninguém o perturbasse ou controlasse; tão logo isso aconteceu, ele ouviu de Jesus e seus discípulos pregando a mesma doutrina que João pregava; e, além disso, até mesmo os discípulos confirmando-a por milagres em nome do seu Mestre. Ministros podem ser silenciados, e aprisionados, expulsos e assassinados, mas a Palavra de Deus não pode ser detida. Os profetas não viveram para sempre, mas sua palavra nos alcança (Zacarias 1.5,6; veja 2 Timóteo 2.9). Às vezes, Deus levanta muitos ministros fiéis das cinzas de um ministro. Há esperança para as árvores de Deus, mesmo que sejam cortadas (Jó 14.7-9).

(2) Como Herodes foi tomado por temores sem fundamento, meramente devido à culpa da sua própria consciência. Assim o sangue clama, não somente da terra sobre a qual foi derramado, mas do coração daquele que o derramou, e o torna um terror por todos os lados, um terror em si mesmo. Uma consciência culpada sugere tudo o que é assustador e, como um turbilhão, chama para si tudo o que se aproxima dela. “Assim fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga” (Provérbio 28.1); acham-se em grade pavor (Salmos 114.5), onde ele não existe. Herodes, com uma pequena investigação, poderia ter descoberto que este Jesus existia muito tempo antes da morte de João Batista, e por isto não poderia ser João de volta à vida; e assim ele poderia ter descoberto o seu engano; mas Deus, com justiça, deixou-o entregue a este desvario.

(3) Como, apesar disso, ele continuou insensível na sua maldade. Embora ele estivesse convencido de que João era um profeta, e propriedade de Deus, ainda assim ele não expressa o menor remorso ou tristeza pelo seu pecado de tê-lo levado à morte. Os demônios creem e estremecem, mas nunca creem e se arrependem. Observe que pode existir o terror das fortes convicções onde não existe a verdade de uma conversão salvadora.

II – A própria história da prisão e do martírio de João. Estes sofrimentos extremos daquele que foi o primeiro pregador do Evangelho mostram claramente que as prisões e aflições sobrevirão a muitos daqueles que ensinam a Palavra de Deus. Assim como o primeiro santo do Antigo Testamento. o primeiro ministro do Novo Testamento também morreu como mártir. E se o precursor de Cristo foi tratado assim, os seus seguidores não devem esperar ser tratados pelo mundo com carinho. Observe aqui:

1.A fidelidade de João ao reprovar Herodes (vv. 3, 4). Herodes era um dos que ouviam a João (Marcos 6.20), e por isso João podia ser mais ousado com ele. Os ministros, que têm por função censurar, são especialmente obrigados a censurar aqueles que estão sob a sua responsabilidade, e não permitir que o pecado recaia sobre eles; eles têm a oportunidade mais justa e imparcial para lidar com eles, e é deles que poderão esperar a aceitação mais favorável.

O pecado que João reprovou, em especial em Herodes, foi o fato de ele se casar com a esposa do seu irmão Filipe, e não com a sua viúva (isto não teria sido tão pecaminoso). Filipe estava vivo, e Herodes seduziu a sua esposa, e a afastou dele, tomando-a para si. Aqui havia uma mistura de maldade, adultério e incesto. além do mal feito a Filipe, que tinha um filho com essa mulher; e em um agravo do mal o fato de ser seu irmão, seu meio-irmão por parte de pai, mas não de mãe (veja Salmos 50.20). Foi por este pecado que João o censurou; não por insinuações tácitas e indiretas, mas em termos claros. “Não te é lícito possuí-la”. Ele lhe imputa isto como um pecado; ele não disse: Não é honrado, ou: Não é seguro, mas sim: Não é lícito – a corrupção do pecado, por ser a transgressão da lei, é a pior coisa que há. Esta era a iniquidade de Herodes, o seu pecado apreciado, e por isso João Batista lhe fala desse particular. Observe:

(1) Aquilo que pela lei de Deus é ilícito às outras pessoas, pela mesma lei é ilícito par a os príncipes e para os homens mais importantes. Aqueles que governam não devem esquecer que nada são, além de homens, e sujeitos a Deus. Em outras palavras, corromper a esposa de outro homem não é lícito para você, nem para o seu menor súdito. Não existe a prerrogativa de infringir as leis de Deus – nem mesmo para os reis maiores e mais tirânicos.

(2) Se os príncipes e homens importantes infringirem a lei de Deus, é muito adequado que eles sejam informados disso pelas pessoas apropriadas, e de uma maneira apropriada. Assim como eles não estão acima dos mandamentos da Palavra de Deus, também não estão acima das censuras dos seus ministros. Não é adequado, na verdade, dizer a um rei: “Tu és vil” (Jó 34.18, versão TB), não mais do que chamar a um irmão de raca, ou chamá-lo de louco; não é adequado, enquanto o rei se conservar na esfera na sua própria autoridade, denunciá-lo. Mas é adequado que, por aqueles cujo ministério seja este, eles saibam o que é ilícito, e que saibam com adequação: “Tu és este homem”; pois o versículo que segue (Jó 34.19) diz que Deus (cujos agentes e embaixadores são ministros leais) não faz acepção da pessoa de príncipes, nem estima o rico mais do que o pobre.

2.A prisão de João devido à sua fidelidade (v. 3). Herodes prendeu João quando ele estava pregando e batizando. Fez com que o seu trabalho chegasse ao fim, manietou-o e encerrou-o no cárcere; parcialmente para satisfazer a sua própria vingança, e parcialmente para agradar a Herodias, que, entre os dois, parecia ser a mais inflamada contra João; foi por ela que ele fez isso. Observe:

(1) As censuras leais, se não traz em frutos, normalmente provocam; se não fazem o bem, são interpretadas como afrontas, e aqueles que não se curvam à censura se imporão diante de quem os censura e os odiarão, como Acabe odiou a Micaías (1 Reis 22.8; veja Provérbio 9.8; 15.10.12). A verdade produz ódio.

(2) Não é novidade que os ministros de Deus sofram o mal por fazerem o bem. Os problemas persistem sobre aqueles que são mais diligentes e fiéis na realização do seu dever (Atos 20.20). Talvez alguns dos amigos de João o culpassem por ter sido imprudente ao censurar o tetrarca, e lhe dissessem que ele teria feito melhor ficando calado em lugar de provocar Herodes, cujo caráter ele conhecia muito bem. João foi, assim, privado da sua liberdade. Mas rejeitemos essa prudência que impede que os homens realizem o seu trabalho corno magistrados, ministros, ou amigos cristãos; eu acredito que o próprio coração de João não o censurava por isso, mas esse testemunho da sua consciência tornou mais fácil o seu sofrimento, pois ele sofreu por fazer o bem, e não “como o que se entremete em negócios alheios” (1 Pedro 4.15).

3.A restrição que impedia Herodes de descarregar toda a sua ira contra João (v. 5).

(1) Ele teria mandado matá-lo. Talvez essa não fosse a sua intenção a princípio, quando o aprisionou, mas a sua vingança foi gradativamente chegando a este nível. Observe que o caminho do pecado, especialmente o pecado da perseguição, é descendente; e quando o respeito aos ministros de Cristo é abandonado e esquecido em alguma situação, o resultado final faz com que o homem prefira ser um cão a ser o culpado por tal situação (2 Reis 8.13).

(2) O que impedia Herodes era o seu medo da multidão, porque eles consideravam João um profeta. Não foi porque ele temesse a Deus (se ele temesse a Deus, não teria aprisionado a João), nem porque temesse a João, embora tivesse senti do certo respeito por ele (a sua luxúria superou isso), mas porque ele temia a multidão – ele tinha medo por si mesmo, pela sua própria segurança e pela segurança do seu governo, pois sabia que o seu abuso de poder já o tinha tornado odioso ao povo, cuja raiva, já bastante inflamada, poderia, com uma provocação suficiente – como a de matar o profeta -, explodir em uma revolta. Observe que:

[1]. Os tiranos têm os seus medos. Aqueles que são, e fingem ser, o terror dos poderosos são, muitas vezes, o maior de todos os terrores para si mesmos; e quando eles mais desejam ser temidos pelo povo, é quando sentem mais medo.

[2] Os homens maus evitam os atos mais malévolos simplesmente pelo seu próprio interesse secular, e não por qualquer consideração a Deus. Uma preocupação pelo seu conforto, crédito, riqueza e segurança, como seu princípio dominante, assim como os afasta de muitos deveres, também os afasta de muitos pecados, os quais, não fosse por isto, não evitariam; e esta é a única razão pela qual os pecado­ res não são demasiadamente ímpios (Eclesiastes 7.17). O perigo do pecado que se insinua aos sentidos, ou somente à imaginação, é que ele influencia mais os homens do que aquilo que pode levá-los à fé. Herodes temia o fato de que levar João à morte pudesse suscitar uma revolta do povo, o que não ocorreu; mas ele nunca temeu que isto pudesse suscitar uma revolta na sua própria consciência, o que realmente veio a acontecer (v. 2). Os homens temem ser mortos por determinadas coisas; porém, mu­ itas vezes, não temem ser amaldiçoados por elas.

4.O estratagema de levar João à morte. João Batista ficou muito tempo na prisão e, contra a liberdade individual (que, bendito seja Deus, nos é garantida por lei nesta nação), não podia ser julgado nem libertado sob fiança. Avalia-se que ele tenha permanecido um ano e meio como prisioneiro, o que era praticamente o mesmo período de tempo que ele tinha passado no seu ministério público, desde o seu início. Aqui nós temos o relato da sua libertação, não por nenhuma absolvição, mas pela morte, que põe fim a todos os problemas de um bom homem, onde “os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator” (Jó 3.18).

Herodias traçou o plano; a sua vingança implacável estava sedenta do sangue de João, e não seria satisfeita com menos do que isto. Interfira com os apetites carnais, e eles se transformam nas mais bárbaras paixões. Herodias era uma mulher, uma prostituta e mãe das prostituições, que estava sedenta do sangue dos santos (Apocalipse 17.5,6). Herodias planejou executar o assassinato de João de maneira tão artificial para, simultaneamente, salvar o nome de Herodes e pacificar o povo. Uma desculpa ruim ainda é melhor do que nenhuma. Mas eu penso que se a verdade fosse conhecida, o próprio Herodes faria parte do plano, e com todas as suas desculpas de surpresa e tristeza, estava secretamente de acordo com o plano, e sabia de antemão o que lhe seria pedido. E a sua desculpa do juramento e do respeito aos seus convidados não era nada além de fingimento. Mas se ele caiu na cilada antes de ter se dado conta, porque isto era o tipo de coisa que ele podia ter evitado e não o fez, ele é, com justiça, considerado culpado de toda a trama. Embora Jezabel tenha levado Nabote ao seu fim, ao tomar posse da vinha, o próprio Acabe se torna participante do assassinato. Assim, embora Herodias tenha planejado a decapitação de João, se Herodes consentiu com isto, e ficou satisfeito com isto, ele não foi apenas um auxiliar, masco-autor do assassinato com ela. Bem, com a cena se desenrolando nos bastidores, vejamos como ela foi encenada, e de que maneira. Aqui, temos:

(1) A dança da jovem como um presente a Herodes, no seu aniversário. Aparentemente, o aniversário de Herodes era celebrado com alguma solenidade – para honrar o dia precisa haver, como é usual, um baile na corte; e, para dar graça à solenidade, a filha de Herodias dançou diante dos convidados; e sendo a filha da rainha, houve uma condescendência maior do que a usual. Observe que as ocasiões de festa e celebração carnal são ocasiões convenientes para se colocar em execução os planos malignos contra o povo de Deus. Quando o rei ficou embriagado pelas muitas garrafas de vinho que consumiu, ele estendeu a sua mão com os escarnecedores (Oseias 7.5), pois “um divertimento é para o tolo praticar a iniquidade” (Provérbio 10.23). Quando o coração dos filisteus estava alegre, chamaram Sansão para ofendê-lo. O massacre parisiense ocorreu durante a celebração de umas bodas. A dança dessa jovem agradou a Herodes. Não sabemos quem dançou com ela, mas ninguém agradou a Herodes mais que ela, com a sua dança. Observe que um coração vaidoso e grosseiro está apto a apaixonar-se profundamente pela luxúria da carne e dos olhos, e quando isto acontece, cede ainda mais à tentação; pois é dessa maneira que Satanás consegue se apossar de alguém (veja Provérbio 23.31-33). Herodes estava alegre, e nada lhe era mais agradável que aquilo que alimentasse a sua vaidade.

(2J A promessa impensada e tola que Herodes fez a essa jovem devassa, de que lhe daria qualquer coisa que ela lhe pedisse, confirmando a promessa com juramento (v. 7). A obrigação que Herodes assumiu era muito extravagante; de maneira alguma, ele agiu como o homem prudente que tem medo de se prender com as palavras da sua boca (Provérbio 6.2), muito menos um homem bom que teme o juramento (Eclesiastes 9.2). Colocar esta promessa em branco na mão da jovem e permitir que ela extraísse dele o que bem desejasse era uma recompensa grande demais para uma obra de mérito tão pequeno; e sou levado a pensar que Herodes não teria sido culpado de tal absurdo se não tivesse sido instruído por Herodias, assim como o tinha sido a jovem. Observe que os juramentos e promessas são coisas que enredam, e, quando feitos de forma impensada, são o resultado da corrupção interior, e dão ocasião a muitas tentações. Portanto, não jure nunca, de maneira nenhuma, para que você não tenha a chance de dizer: “Foi erro” (Eclesiastes 5.6).

(3) O pedido sangrento que a jovem fez da cabeça de João Batista (v. 8). Ela tinha sido instruída pela sua mãe de antemão. Triste é a situação dos filhos cujos pais são seus conselheiros para que procedam impiamente, como os pais de Acazias (2 Crônicas 22.3); que os orientam a pecar, e incentivam o seu pecado, e lhes dão maus exemplos; pois a natureza corrupta será mais prontamente despertada por más orientações do que será restrita e envergonhada por boas orientações. As crianças não devem obedecer aos seus pais contra o Senhor, mas, se estes ordena­ rem que seus filhos pequem, eles devem dizer, como Levi disse ao seu pai e à sua mãe: “Nunca os vi”.

Tendo Herodes concedido um pedido à jovem, e Herodias lhe dado as instruções, ela pede, num prato, a cabeça de João Batista. Talvez Herodias temesse que Herodes se cansasse dela (pois a luxúria costuma enjoar e trazer enfado), e então faria da censura de João Batista uma desculpa para livrar-se dela. Para impedir isso, Herodias planejou firmar o compromisso de Herodes com ela, envolvendo-o no assassinato de João. Então, João devia ser decapitado – esta seria a morte pela qual ele deveria glorificar a Deus; e por ser ele o primeiro que morreu depois do início do Evangelho, embora os mártires morressem de diversas maneiras, nem tão fáceis nem tão honrosas quanto esta, a sua é apresentada para todo o resto (Apocalipse 20.4), onde se lê sobre as almas daqueles que foram “degolados pelo testemunho de Jesus”. Mas isto não bastava, o ato também deveria ser agradável, e não apenas uma vingança, mas um capricho que deveria ser satisfeito; a cabeça deveria ser dada a ela num prato, servida em sangue, como um prato de carne no banquete, ou molho para os outros pratos. Ele estaria reservado como o terceiro prato da noite, servido junto com as raridades. João não deve ter um julgamento, nem audiência pública; nenhuma forma de lei ou justiça deve acrescentar uma solenidade à sua morte; mas ele é julgado, condenado e executado num instante. João Batista estava tão mortificado para o mundo, que a morte não seria nenhuma surpresa para ele, mesmo que ocorresse de forma tão repentina. Herodes tinha que conceder à jovem a cabeça de João Batista, e ela consideraria isto como uma recompensa pela sua dança, e não desejaria mais nada.

(4) Herodes atende ao pedido da jovem (v. 9). O rei estava pesaroso, pelo menos foi isto que ele demonstrou; mas, devido ao juramento, ordenou que ela fosse atendi­ da. Aqui estão:

[1]. Uma preocupação fingida por João. O rei estava pesaroso. Observe que muitos homens pecam com pesar, nunca tendo nenhum pesar verdadeiro pelos seus pecados; eles sentem pesar por pecar, mas são completamente estranhos ao pesar piedoso; pecam com relutância, e ainda assim continuam pecando. O Dr. Hammond sugere que um dos motivos do pesar de Herodes era o fato de ser este o banquete do seu aniversário, e seria um mau agouro derramar sangue nesse dia, que, como outros dias de alegria, costumava ser honrado com atos de clemência.

[2]. Uma consciência fingida pelo seu juramento, com uma demonstração ilusória de honra e honestidade. Ele precisa fazer alguma coisa, devido ao juramento. Trata-se de um grande engano pensar que um juramento mal-intencionado irá justificar uma ação mal-intencionada. Estava tão necessariamente implícito, de maneira que não precisava ser expresso, que ele faria por ela qualquer coisa que fosse lícita e honesta; e quando ela exigiu algo que não o era, ele devia ter declarado (e o teria feito honradamente) que o juramento era nulo e vazio, e teria cessado a sua obrigação para com ele. Nenhum homem pode se colocar na obrigação de pecar, porque Deus já ordenou enfaticamente que os homens não pequem.

[3]. Uma maldade real em conformidade com as más companhias. Herodes cedeu, não tanto pelo juramento, mas porque ele era um homem público, e como uma atitude de respeito àqueles que se sentavam para a refeição com ele. Ele concedeu a exigência para não dar a impressão, diante deles, de que tinha rompido o seu compromisso. Observe que uma questão de honra, para alguns, é muito superior a uma questão de consciência. Aqueles que se sentavam para a refeição com ele provavelmente estavam tão satisfeitos com a dança quanto ele, e, portanto, teriam desejado que ela fosse satisfeita nessa brincadeira, e talvez estivessem tão desejosos quanto ela de ver João Batista decapitado. No entanto, nenhum deles teve a honestidade de intervir, como deveriam ter feito, para impedir isso, como fizeram os príncipes de Jeoaquim (Jeremias 36.25). Se tivessem estado ali pessoas do povo, elas teriam livrado este Jônatas, como em 1 Samuel 14.45.

[4]. Uma verdadeira má intenção para com João Batista por trás da concessão do desejo, caso contrário Herodes teria encontrado desculpas suficientes para desobrigar-se da sua promessa. Observe que embora uma mente pecadora nunca deseje uma desculpa, ainda assim a verdade é que todo homem “é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tiago 1.14). Talvez Herodes – refletindo sobre a extravagância da sua promessa, na qual ela poderia basear uma exigência de uma grande soma em dinheiro, algo que ele adorava muito mais do que a João Batista – estivesse satisfeito por se livrar da promessa tão facilmente; e, portanto, imediatamente dá a autorização da decapitação de João Batista, aparentemente não por escrito, mas apenas verbalmente; tão pouca consideração foi dedicada àquela preciosa vida; ele “ordenou que se lhe desse”.

(5) A execução de João, em seguida à autorização (v. 10). Ele enviou alguém para decapitar João Batista na prisão. Provavelmente a prisão era muito próxima, às portas do palácio; e até lá foi enviado um oficial para cortar a cabeça desse grande homem. João deve ter sido decapitado rapidamente, para agradar a Herodes, que estava à espera, até que isto fosse feito. Aconteceu à noite, pois era a hora da ceia, provavelmente depois da ceia. Realizou-se na prisão, e não no lugar usual para as execuções, por medo de uma revolta. Uma grande quantidade de sangue inocente, de sangue de mártires, foi igualmente derramado às escondidas, sangue que, quando Deus vier para inquirir do derramamento de sangue, “a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos” (Isaias 26.21; veja Salmos 9.12).

Assim essa voz foi silenciada, assim essa luz ardente e brilhante foi extinta; assim esse profeta, esse Elias do Novo Testamento, foi sacrificado pelo rancor de uma mulher infiel e dominadora. Assim aquele que era grande diante do Senhor morreu como morre um tolo, com suas mãos amarradas e seus pés acorrentados; e assim como um homem cai diante dos homens maus, também ele caiu, um verdadeiro mártir, diante das más intenções e dos maus propósitos; morrendo não pela profissão de sua fé, mas pelo cumprimento do seu dever. No entanto, embora o seu trabalho tenha passado tão rapidamente, ele se realizou e o seu testemunho foi concluído, pois até então nenhuma das testemunhas de Deus tinha sido assassinada. E Deus extraiu algo de bom disso, pois os discípulos de João Batista que, enquanto ele viveu, mesmo na prisão, se mantinham próximos a ele, agora, depois da sua morte, se uniram sinceramente a Jesus Cristo.

5.O que foi feito dos pobres restos desse bendito santo e mártir. Sendo a sua cabeça separada do corpo:

(1) A jovem trouxe triunfalmente a cabeça à sua mãe, como um troféu das vitórias da sua maldade e vingança (v. 11). Jerome ad Rufin relata que quando Herodias recebeu a cabeça de João Batista, ela se dedicou à bárbara diversão de furar a sua língua com uma agulha, como Fúlvia fez com a de Túlio. As mentes sanguinárias se satisfazem com visões sangrentas, aquelas que os espíritos piedosos evitam e temem. Algumas vezes, a ira insaciável de perseguidores sanguinários caiu sobre os cadáveres dos santos, e se divertira m com eles (Salmos 79.2). Quando as testemunhas são assassinadas, aqueles que habitam na terra se regozijam sobre eles, e se alegram (Apocalipse 11.10; Salmos 14.4,5).

(2) Os discípulos sepultaram o corpo, e, em lágrimas, foram anunciar a notícia ao Senhor Jesus. Os discípulos de João jejuavam frequentemente enquanto o seu mestre estava na prisão, enquanto o esposo estava afastado deles, e eles oravam fervorosamente pela sua libertação, como a igreja fez pela libertação de Pedro (Atos 12.5). Eles tinham livre acesso a ele na prisão, o que era um consolo para eles; mas eles queriam vê-lo em liberdade, para que ele pudesse pregar aos outros; mas agora, de repente, todas as suas esperanças são frustradas. Os discípulos choram e lamentam, enquanto o mundo se alegra. Vejamos o que eles fizeram.

[1]. Eles sepultaram o corpo. Observe que existe um respeito devido aos servos de Cristo, não somente enquanto eles vivem, mas aos seus corpos e às suas memórias, quando morrem. Sobre os dois primeiros mártires do Novo Testamento, é particularmente registrado que eles foram sepultados decentemente: João Batista, por seus discípulos, e Estêvão, por varões piedosos (Atos 8.2). Mas não houve consagração dos seus ossos ou de outros restos como relíquias, uma superstição que surgiu muito tempo depois, quando o inimigo já havia semeado as ervas daninhas. Este exagero, a respeito dos cadáveres dos santos, destrói; embora eles não devam ser desonra­ dos, também não devem ser divinizados.

[2] Eles foram e anunciaram a Jesus – não tanto para que Ele pudesse fugir para a sua própria segurança (sem dúvida, Ele tinha ouvido isso de outros, todo o povo falava disso), mas para que pudessem receber consolo dele, e serem aceitos entre os seus discípulos. Devemos considerar que, em primeiro lugar, quando alguma coisa nos aflige, em qualquer ocasião, é nosso dever e nosso privilégio informar isso a Cristo. Será um alívio para o nosso espírito sobrecarregado poder desabafar com um amigo com quem nos sentimos à vontade. A morte de um amigo ou a falta de cortesia de alguém, um consolo perdido ou a amargura, devemos contar a Jesus, que já conhece o fato, mas saberá, por nossa boca, a per­ turbação que aflige as nossas almas em meio à adversidade. Em segundo lugar, nós devemos tomar cuidado para que a nossa religião e a profissão dela não pereçam com os nossos ministros; quando João morreu, os discípulos dele não retornaram aos seus familiares, mas resolveram perseverar na fé. Quando os pastores são mortos, as ovelhas não precisam se espalhar enquanto tiverem o grande Pastor para seguir, aquele que ainda é o mesmo (Hebreus 13.8,20). A remoção de ministros deveria nos levar para mais perto de Cristo, em uma comunhão mais próxima com Ele. Em terceiro lugar, o consolo, em outras circunstâncias altamente valioso, algumas vezes nos é negado, porque se coloca entre nós e Cristo, e pode afastar aquele amor e aquele afeto que são devidos somente a Ele. João tinha, durante muito tempo, orientado seus discípulos em direção a Cristo, e os tinha entregado a Ele, mas eles não poderiam abandonar o seu antigo mestre enquanto ele vivesse; por isso João foi removido, para que eles pudessem ir a Jesus, a quem algumas vezes eles tinham imitado e invejado, por causa de João. É melhor ser levado a Cristo pela falta ou pela perda, do que não ser levado a Ele por motivo nenhum. Se os nossos mestres deixarem de ser a nossa cabeça, este será o nosso consolo: nós temos um Mestre no céu, e Ele mesmo é a nossa Cabeça.

Josefo menciona a história da morte de João Batista (Antiq., liv. 18, cap. 7) e acrescenta que a destruição do exército de Herodes, na sua guerra com Aretas, rei da Petréia (cuja filha era a mulher de Herodes, que ele rejeitou para poder receber Herodias), em geral era considerada pelos judeus como sendo um justo julgamento sobre ele, por levar João Batista à morte. Tendo Herodes se recusa­ do a obedecer ao imperador, instigado por Herodias, foi destituído do seu governo e ambos foram expulsos para Lyon, na França; o que, segundo Josefo, foi o seu justo castigo por ter dado ouvidos aos pedidos dela. E, finalmente, a respeito da filha de Herodias, diz-se que, quando andava sobre o gelo, no inverno, o gelo se rompeu, e ela mergulhou até o pescoço, que foi cortado pelo gelo pontiagudo. Deus exigiu a sua cabeça (diz Dr. Whitby) em troca da de João Batista; o que, se for verdade, pode ser considerada uma providência admirável.

GESTÃO E CARREIRA

A COMPLEXA ARTE DE VENDER E ENCANTAR

A complexa arte de vender e encantar

Você já ouviu falar em Joe Girard? Em 1997 ele foi eleito pelo Guiness Book, livro dos recordes, como o maior vendedor do mundo. O título foi dado pelo alto desempenho em vendas de automóveis. O norte-americano atingiu uma marca de 1.500 carros comercializados por mês em uma revendedora de automóveis para a qual trabalhou. De menino pobre a pai de família desempregado, Girard passou a ser um incansável estrategista porque tinha foco total no cliente e no produto e sempre planejava o que fazer. Enquanto seus colegas ficavam na loja aguardando o movimento de pessoas, ele realizava uma série de ações para atrair novos potenciais compradores. Esse homem foi um grande exemplo de como vender com magia, porque foi uma espécie de encantador de clientes. E, obviamente, os proprietários das lojas por onde passou lucraram muito com isso.

Hoje, em tempos de recessão econômica, na qual os clientes assumem novos hábitos de consumo que consistem em pensar duas vezes antes de comprar algo, se faz necessário que os vendedores tenham a mesma garra de Girard, com a representação do produto cada vez mais eficiente. Esse profissional é o elo entre a marca, o cliente e o grande divulgador. Ou seja, não basta apenas vender.

Por isso, uma das áreas que mais empregam no mundo, a de vendas, tem recebido uma atenção especial das empresas atualmente. “Durante muito tempo, ser vendedor era mais uma atividade de improviso. Nos dias de hoje, cada vez mais as pessoas querem fazer carreira na área comercial e não simplesmente cair de paraquedas”, analisa a head da escola de Vendas da Affero Lab, Carolina Manciola. “Vender é mais que uma atividade. É uma competência das mais requeridas no mundo dos negócios'”, completa.

OS NOVOS DONOSDO JOGO

De acordo com Carolina Manciola, o desafio do vendedor hoje é criar conexão entre oferta e demanda; entre solução e problema, entre produto e cliente; entre razão e emoção. “Mas nada disso será possível se o profissional não se conectar com ele e com o mundo em sua volta”, afirma.

Por isso, uma boa equipe de vendas mais do que nunca é tão essencial para uma empresa como ter bons produtos e inovações constantes. “Um time motivado, focado em metas e treinado faz a diferença. Sempre será mais fácil aumentar o volume de vendas do que reduzir custos”, explica o presidente da Associação Brasileira de Automação para o Comércio (AFRAC), Zenon Leite. Ele acredita que todas as empresas sabem a importância de um bom vendedor, e o bom vendedor hoje é aquele que planeja sua atuação, faz agenda, faz o pós-venda e, sobretudo, é ético também.

Para a coach Vivian Sant’anna, os melhores vendedores hoje se destacam porque alcançam assertivamente o número de vendas superior à média. “O vendedor de hoje é educado, sabe ouvir e se interessa em descobrir a real necessidade do cliente. E, na maioria dos casos, sabe principalmente como não vender e quando é hora de se afastar. Sabe também analisar o que deu errado para ajustar o comportamento em uma próxima tentativa’, explica.

Para o coordenador de treinamento da Marco Marketing Brasil, Thiago Oya, ser um excelente vendedor acima de tudo é também cativar e conseguir decifrar todos os sinais que o cliente dá durante o atendimento. “Com isso e por meio da oferta de um produto ou serviço, realizar sonhos. E aborda de forma diferente, deixando seus clientes à vontade”, assume.

Além disso, o vendedor tem que gostar de gente e se preocupar em resolver os problemas das pessoas. Não é um mero tirador de pedidos ou alguém que apenas domina os aspectos do produto que vende. “Este perfil de profissional vai além da negociação e consegue atingir resultados acima da média e sustentar seu desempenho por longos períodos”, acrescenta o coordenador do curso de Administração de Empresas da faculdade FADISP, Roberto Flores Falcão.

Para o especialista, quem sabe vender de verdade costuma se diferenciar dos que possuem desempenho mediano. E isso porque conhecem profundamente seu produto, por isso estão prontos para responder com tranquilidade às questões. E também porque acreditam no que vende e sabem escutar. “Um vendedor acima da média não empurra seus produtos, mas busca entender as necessidades dos seus clientes’, reforça Falcão. Muitos vendedores pensam em comercializar sempre o produto de maior valor ou o que está em campanha, mas os que realmente desejam fidelizar seus compradores indicam o produto ideal para a necessidade apresentada. ”Ele também   consegue identificar aspirações e plantar sementes para uma eventual venda de maior valor. Tem domínio sobre os serviços e acessórios que casam com determinado produto, oferecendo sempre uma solução 360°’ complementa Thiago Oya.

Isso significa transformar as características do produto e serviços em benefícios reais para o cliente, além disso, atuar também como um consultor sempre à disposição para auxiliar nas dúvidas que surgem. “Outra característica é que são pessoas muito organizadas, disciplinadas, carismáticas, sinceras, determinadas e humildes”, diz o psicanalista e consultor funcional Rodrigo Buoro. Em sua visão, esses pequenos detalhes fazem toda a diferença no mundo em que vivemos atualmente.

Uma boa característica em comum desses bons profissionais atualmente é que estudam muito e nunca acham que sabem tudo. Por isso, são eternos aprendizes. “Costumam pedir feedbacks e ouvem mais do que falam. Isso é crucial, pois o tomam capazes de fazer um diagnóstico seguro para oferecer a melhor solução ao cliente. O cuidado é para não fingir apenas que estão ouvindo o cliente, mas de fato treinar uma escuta empática e entender o que o cliente quer’, explica a máster coache autora do livro “Faça o tempo trabalhar para você”, Tathiane Deândhela.

Esses vendedores costumam treinar muito e este é outro segredo, segundo ela ‘”Quanto mais treinamos, mais capacidade e inteligência emocional temos. Improviso eficaz nada mais é do que previsões de acontecimentos e preparação para lidar com diversos tipos de situação- “.

PASSOS PARA ENCANTAR

Quando o assunto é arte de encantar, é preciso existir uma estratégia para adotar técnicas que sejam eficazes. Grandes redes de varejo já estão aplicando metodologias e demonstrando isso. “A Loungerie, roupa de moda íntima feminina, é um exemplo em criar experiência única de compra que se expressa desde a loja até a embalagem do produto”, explica o CEO da Voulez – empresa especializada em inteligência corporativa, Renato Costa

De acordo com ele, para aplicar um método que garanta alto desempenho em vendas é preciso, antes mesmo do contato como cliente em potencial, preparar uma estratégia inicial para planejar exatamente como será o serviço. É necessário também definir metas, estabelecer um padrão de abordagem, saber quais são as prioridades e estudar o consumidor. “Com a estratégia inicial definida, o segundo passo é avançar para a implementação de passos essenciais para a arte de encantar”, comenta.

Existem cinco passos para alcançar a excelência em vendas, segundo Costa. O primeiro é conquistar a sintonia, o que significa manter o foco nas vontades do cliente, estabelecer confiança e formas de comunicação direcionadas ao cliente; buscar assuntos relacionados a ele, exaltar pontos positivos e chamá-lo pelo nome. O segundo é despertar o interesse e, para isso, o ideal é entender as reais necessidades do cliente, antecipando-se ao levantar os obstáculos que impediriam a compra dos produtos, direcionar o foco ao objetivo do comprador e entender o que ele quer, como quer e o que o impede da possibilidade de não adquirir.

Já o terceiro está relacionado à solução, e isso significa apresentar a melhor resolução ao cliente, conhecendo, claro, o produto que vende e seus benefícios. A quarta etapa é o desejo; é necessário despertar a vontade do cliente em adquirir o produto, criar sinestesia entre ambiente e produto, avaliar custo-benefício e valores agregados, além do diferencial competitivo. E o último passo é denominado de fechamento; isso significa que após realizar a venda é preciso controlar o seu desfecho, assim como garantir os benefícios agregados e fidelizar o relacionamento com o cliente.

RECEITAS QUEDÃO CERTO

O gerente de Relacionamento da empresa Crowe Horwath – expert em auditoria e consultoria -, Juliano Esposto, tem uma receita que costuma ser infalível para encantar os clientes.

Começa pelo ingrediente principal: saber ouvir. ”Esta é uma das técnicas mais complexas, porque sempre que fala, o cliente expõe suas necessidades, que poderão ser utilizadas pelo vendedor no momento da negociação”, explica.

Mas ele sugere ser sempre ético e transparente para não enganar ou tentar ludibriar no momento da transação comercial. “É importante também saber persuadir e ser o responsável por conduzir a negociação, utilizando técnicas de perguntas fechadas que funcionam como respostas que geralmente o vendedor precisa ouvir do cliente, como sim e não, e perguntas abertas que permitem ao cliente interagir no momento da negociação”, pondera.

A gerente do grupo PLL – especializado em assistência técnica para celulares -, Geyse Câmera, tem como estratégia principal ter paixão pelo que faz. “O universo do vendedor é mágico, porque em questões de minutos ele precisa se identificar com o cliente e superar expectativas, agregando serviços e produtos que irão potencializar o objeto de desejo do comprador’, explica.

Relacionamento, verdade e velocidade. Esses são os três pilares essenciais para conquistar excelência em vendas defendidos pelo CEO da Prestus – especializada em desenvolver soluções de atendimento remoto para empresas de diversos portes e segmentos -, Alexandre Borin Cardoso.

O relacionamento significa que um vendedor somente pode ser considerado um profissional habilidoso quando é parceiro e proativo. “Este quesito significa parceria a longo prazo, por isso é necessário gostar de pessoas e de resolver problemas”, diz.

Além disso, ele reforça a opinião de Juliano Esposto sobre ética e transparência dizendo que a relação entre marcas e pessoas se constrói na base da confiança. “Por isso, meias verdades não permitem relacionamento a longo prazo. Prezar por isso em qualquer relacionamento comercial é essencial para o sucesso de uma empresa”, avalia.

Já a velocidade do atendimento é a valorização dos contatos que a empresa recebe. Atender ao telefone prontamente, de preferência em horário estendido, é um dos exemplos. “Este tipo de atendimento é prioridade para 88 % dos brasileiros que preferem resolver assuntos com empresas por telefone”, explica o CEO.

DOS ERROS À PERFEIÇÃO

Quando um cliente diz que vai pesquisar mais produtos e lugares e que “entrará em contato” caso queira fechar negócio, isso significa que uma venda foi perdida. E se isso acontece com frequência é um sinal de que há algo muito errado na estratégia de vendas. Os especialistas dizem ainda que vendas perdidas são um dos pontos que mais impactam no desempenho de pequenas empresas. Por isso, é importante identificar as falhas e corrigi-las.

O cofundador da empresa Confere Cartões, com MBA em Gestão e Estratégia de Negócios, Eduardo Salgado, diz que alguns dos motivos responsáveis por afastar os clientes estão na falta de educação, saber dar espaço ao cliente sem deixá-lo de lado, ser inflexível e não fazer uma proposta irrecusável.

No entanto, ele confessa que venda é um processo complicado que sempre vai ter que unir a procura com a oferta”. Muitas coisas podem acontecer para matar uma venda, mas a principal é quando o vendedor deixa de focar no serviço para o cliente’, afirma.

Até por isso, Salgado hoje é extremamente cuidadoso para fugir desses erros. E esse zelo ocorre muito em função de experiências passadas que justamente o fizeram perder vendas. ‘Acredito que o erro mais marcante que cometi foi deixar o cliente de lado.  Não o estudei melhor para conhecê-lo, sequer marquei uma boa reunião, apenas mandei o orçamento e cheguei a ligar para pedir um feedback, mas como não queria ser um vendedor chato, não combinei uma data para um próximo contato nem perguntei suas impressões reais sobre o orçamento. Deixei em stand by para dar espaço. Um bom tempo depois retornei a ligação e descobri que o cliente acabou fechando negócio com um concorrente porque eu ‘sumi’. A lição que ficou é que os clientes não querem tanto espaço assim, eles querem ser atendidos por profissionais competentes com uma relação clara de onde é que cada um ganha”, relembra.

O consultor sênior da Igapó Consultoria, Alcides Vezozzo Jr., explica que essas deficiências no processo de vendas acontecem pela falta de planejamento e estratégia. “De forma geral, as atuações de venda são erráticas e ineficientes e, assim, acabam sem ligação direta entre a oferta de produto/serviço e os clientes. A origem desse erro quase sempre vem de empresas que não dão o devido valor para a área de vendas’ esclarece.

Podemos observar, segundo ele, que as empresas são bastante orgulhosas quanto à tecnologia, produção ou res­ peito ao ambiente. Mas não tratam o comercial como locomotiva da empresa, que é o lugar mais apropriado.

Na visão de Vezozzo, as companhias americanas e europeias são mais planejadas e disciplinadas neste sentido.” Nós, latinos, temos a tendência de improvisar e a cultuar o talento individual”, aponta. Mas é necessário preparar a equipe de vendas para que seja uma extensão da estratégia da empresa, e não um grupo estressado que busca resultados a todo custo. “A ideia é que a equipe busque excelência como se estivesse sendo avaliada para conquistar uma certificação ISO de Vendas”, comenta.

Para o consultor, o pior erro é não entender que vendas é um processo que deve ser incorporado à atuação de todos da equipe comercial. Como todo processo, tem início, meio e fim, além de necessidade de medição e utilização de ferramentas apropriadas.

Nesse contexto, Thiago Oya diz ainda que é um grande equívoco do profissional estar despreparado. “Costumo dizer em nossos treinamentos que se a pessoa não está segura para falar é melhor dizer que irá pesquisar para fornecer a informação correta e, após isso, retornar ao cliente”, afirma.

De acordo com ele, fazer a leitura errada dos sinais do cliente e vender o produto inadequado por falta de pesquisa ou por pressa em fechar o negócio são erros também imperdoáveis. “Para evitar isso, é necessário realizar um processo de sondagem que esclareça a real necessidade do comprador, sem presumir ou se basear no ‘achismo.’ E não devemos subestimar o cliente. Todas as pessoas devem receber o mesmo tratamento”, lembra.

Para evitar a ineficiência é preciso que a empresa se certifique que possui uma equipe de vendas competente também. E montar um time certo começa na contratação. “Devemos ser transparentes o tempo todo, tratar os candidatos com respeito e aproveitar todos os momentos para engajar o vendedor.  Falar sobre a marca. Valores e como o trabalho dele irá contribuir para fortalecer esta imagem”, explica Thiago Oya.

Além disso, de acordo com o executivo, a empresa precisa ter um plano de desenvolvimento para este time. “Por último, deve-se aferir os resultados individuais e os coletivos para entender melhor as lacunas de conhecimento e traçar estratégias para continuar desenvolvendo esta equipe”.

Ainda sobre a escolha acertada de uma equipe de vendas, o coordenador do curso de   Administração da FADISP, Roberto Flores Falcão, diz que na hora da contratação é importante dar preferência aos candidatos honestos e que gostem de gente em relação aos supostos especialistas em vendas. “Aspectos técnicos podem ser ensinados, porém os valores pessoais dificilmente mudam”, alfineta.

TREINAMENTOS

A performance de um vendedor deve ser aprimorada constantemente. Isso é essencial para que o atendimento ocorra de acordo com as necessidades atuais do mercado e que seja eficiente para consolidar uma venda. “Um bom vendedor nasce com o dom, mas que precisa ser desenvolvido. Por isso a importância de treinamentos com técnicas em vendas que proporcionam dicas e ensinamentos para atendimento consultivo”, explica Thiago Oya.

O investimento em treinamento por parte da empresa deve começar desde a contratação do funcionário para engajá-lo e fazê-lo sentir-se parte do time.

“Também é preciso explicar todas as tarefas. Muitas empresas deixam este tópico somente para o momento da entrevista ou em supervisão direta. É necessário oferecer a visão de suas atribuições durante o treinamento, exemplificar e abrir espaço para a discussão em grupo. Um novo colaborador nem sempre fica à vontade para discutir suas tarefas no momento da entrevista ou diante do seu superior’: comenta.

O CEO do Instituto Passadori, Reinaldo Passadori, diz que na maioria das vezes é preciso um preparo específico sobre técnicas, com treinamento direcionado e o devido acompanhamento no processo de desenvolvimento do profissional. “Dessa forma, é possível conquistar a excelência, com base em diagnóstico, reconhecimento das qualidades desenvolvidas, aprendizados de novos recursos e aperfeiçoamento contínuo”, diz.

Ele indica cursos de vendas em geral, com as técnicas tradicionais, como abordagem, empatia, lidar com objeções, fechamento, conhecimento de clientes, entre outras. Um dos tópicos mais importantes para o vendedor é saber negociar, explorando elementos-chave de uma negociação, a saber: método expositivo, método ativo, técnica role playing, autoscopia, método interrogatório, etc. Além disso, as tradicionais ferramentas das vendas consultivas, nas quais o vendedor cria um ambiente ecológico e de relacionamento com o cliente, gerando a continuidade do processo em uma relação de negócios ganha-ganha”, expõe. Mas, mesmo com esses cursos, ele alerta: em qualquer desses treinamentos, é na prática que se desenvolve o processo de aprendizado.

Para Roberto Flores Falcão, da FADISP, o treinamento básico também deve ensinar sobre a postura profissional do vendedor, que aborda o que se deve vestir e o que não se pode vestir, como falar, uso de perfumes, apresentação pessoal e ética na relação com o cliente.

Além disso, é recomendável oferecer alternativas para os vendedores serem capacitados e treinados em oratória e redação, técnicas de venda e de negociação. “O treinamento é uma das ferramentas mais eficazes na capacitação de vendedores. Podemos incluir como treinamento, além de algumas premissas básicas, motivação, empatia, comunicação, gerenciamento de objeções, técnicas de fechamento, entre outras”, completa Rodrigo Buoro.

CONSTRUA SUA MARCA PESSOAL

O empresário prodígio e fundador da BCY Global (Brand Called You) – empresa com foco em monetização de marcas pessoais -, Rafa Prado, faz a seguinte provocação ao leitor: “Você já pensou que nasceu, cresceu e carregará pela eternidade algo chamado seu nome?”. De acordo com ele, seria inteligente transformá-lo em uma marca que possa apoiar em empreitadas. “Se estamos falando de sucesso, saiba que você deve começar a cuidar de seu nome com muita cautela e respeito, pois ele é único e basta apenas um deslize para toda uma carreira, imagem pública ou negócios em seu entorno virem por água abaixo. A visibilidade e o investimento em sua marca pessoal pode ser o maior diferencial que você venha a ter no mundo contemporâneo”, explica.

Esse é o primeiro passo a ser seguido por um profissional que deseja se tomar um excelente vendedor. A criação de uma marca é um dos principais cuidados que um bom vendedor deve ter para construir uma trajetória de sucesso. Rafa Prado também recomenda a autenticidade com aquilo que o profissional acredita, ainda que isso possa ir contra as ideias da maioria. “Não é necessário forjar personalidades alternativas para ter sucesso, mas ter consistência naquilo que acredita, valores bem definidos e honestidade consigo. Pessoas autênticas são muito mais respeitadas e admiradas”, explica.

Outra recomendação diz respeito a mostrar suas competências. “Não basta ser bom. É preciso parecer ser bom. Há muitas pessoas que são boas tecnicamente, porém sem sucesso real em suas vidas. É preciso reconhecer suas habilidades”, explica.

O último alerta está relacionado à autoconfiança. Acreditar no potencial e entender que a condição do passado não define o futuro. Somos merecedores do melhor que o mundo pode nos dar e impomos nossos limites. O primeiro passo para aumentarmos a nossa régua de crenças é perceber que o que nos separados outros é apenas um muro de imaginação’ diz.

O profissional simpático, bem relacionado e que cumpre a função de tirador de pedidos já não é o suficiente para garantir bons resultados para a empresa. Para sobreviver e se destacar, o vendedor precisa assumir o papel de consultor, conhecendo não apenas o produto, mas também o mercado, tendências, oportunidades e antecipar as necessidades de seus clientes com soluções que façam a diferença.

Para o especialista do Grupo Bridge – empresa de soluções em desenvolvimento humano e que atua fortemente na prestação de serviços de consultoria em diferentes segmentos -, Felipe Urbano, não existe mais o chamado “argumento matador de vendas”. Existe o melhor argumento para cada situação. “Não existe mais uma regra a ser seguida, mas sim uma adequação personalizada para cada situação. Para isso, o consultor precisa ampliar seu repertório e assumir uma nova postura diante das vendas’ afirma.

O caminho para isso é tornar-se um consultor de fato. Ou seja, analisar todos os aspectos diretos e indiretos à venda. É preciso estudar o mercado, entender a realidade de cada cliente, quais são os seus desafios e, consequentemente, oferecer uma solução de negócio que passe pela efetivação da venda. Para isso, o planejamento é fundamental. O vendedor precisa dedicar mais tempo no seu preparo antes de uma visita comercial. Ele precisa se munir de informações para ofertar ao seu cliente soluções assertivas”, diz Urbano.

 EXEMPLOS PARA SE INSPIRAR

Conheça a história de empresas que adotaram técnicas e práticas para aprimorar o desenvolvimento das vendas. Os resultados colhidos são sempre um maior volume de vendas.

MEDIDA CERTA DE FIDELIZAÇÃO

A Khea Thai – rede de franquias especializada em culinária tailandesa – preza pela fidelização da clientela. Para isso, investe em treinamento em grupo e individual. “Com isso, conseguimos sanar as dificuldades dos nossos garçons sobre os nossos produtos, aumentando assim sua confiança ao explicar cada item do cardápio, fazendo com que o cliente siga as indicações de nossos garçons”, explica a sócia – proprietária, Mill Dellatore.

A empresa abriu as portas com a intenção de ser conhecida, além da qualidade e diferencial da comida tailandesa, como a melhor casa de drink de São José do Rio Preto, no interior paulista. “Fizemos diversos treinamentos sobre os destilados, insumos, qualidade e preparo. E com tudo isso, no ano de 2016, ultrapassamos nossa meta de 900 drinks por mês, atingindo a marca de 1.230 drinks mensais. Para comparação, no ano de 2015 a nossa meta era de 800 drinks l mês’ conta.

De acordo com ela, a estratégia de remuneração e incentivo para os colaboradores foi juntar toda a equipe comercial responsável pelas vendas de franquia com a equipe de garçons para mostrar que a arte da venda estava nas mãos de cada um deles também. E incorporar esse entendimento foi crucial para o aumento de vendas. ” Além dos treinamentos, as remunerações em grupo e individuais eram o que faltava para nossos colaboradores sentirem no bolso a vantagem de bater as metas”, acrescenta

A equipe entendeu que, apesar do preço mais alto do drink, se comparado com o da cerveja, o privilégio de tomar algo feito artesanalmente e exclusivo faz com que a experiência seja melhor e mais especial. E isso acabou sendo passado para os clientes também.

Segundo Mill, cada cliente também precisa se sentir especial para que possa fazer a indicação boca a boca, trazendo mais clientes cada dia. “Precisamos encantar nossos clientes para que eles tenham uma experiência visual, sensorial e de atendimento única; servimos mais que comida, trazemos novas sensações”, completa.

A estratégia realizada pelo Khea Thai aumentou a frequência do cliente. “Todos os que visitam o restaurante recebem por WhatsApp a pesquisa de satisfação que, em sua maioria, é recebida com bastante surpresa e atenção. Este espírito de excelência de atendimento, trabalho em equipe, treinamento e bonificação faz com que o Khea Thai continue crescendo, conquistando e encantando mais clientes todos os dias”, diz.

DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM

No ano de 2016, a Marco Marketing Brasil recebeu um desafio muito importante: treinar vendedores de cartões de crédito de uma bandeira bastante difundida no mercado para a rede de varejo. “Iniciamos exploração do briefing com uma imersão em campo, e o que vimos foi desanimador: abordagens erradas, falta de conhecimento do produto, marketing pessoal que pecava muito, especialmente em comunicação’ relembra o coordenador de treinamento da Marco Marketing Brasil, Thiago Oya.

Para adotar um treinamento eficiente foi preciso customizar integralmente o conteúdo de técnica de vendas para o mercado de cartões. “Fizemos a adaptação de conteúdo com forte argumentação de vendas, ensinamos os vendedores a fazer uma abordagem mais simpática e instigante que deixasse os clientes com vontade de ouvir a proposta. Não somente demos os argumentos de vendas, mas ensinamos os promotores a formular seus próprios argumentos. Foi um treinamento dinâmico, com muita interação e resultados de absorção surpreendentes’ explica.

Segundo ele, foi identificada uma carência muito grande do público em treinamento e, por isso, o discurso do treinamento foi extremamente motivacional para o público. “Nossas dicas não serviram somente para vender cartão, mas para vender o que fosse necessário”, finaliza.

SOLDADOS MUITO BEM TREINADOS

A Herbalife – empresa de nutrição com atuação global e presente em mais de 90 países – faz dos seus representantes a alma do negócio. Possui diversas técnicas de vendas testadas e consolidadas. Entre elas estão as tradicionais reuniões para degustações de produtos; montagem de grupo para manter ativa uma rede de relacionamento com seus potenciais clientes; organização de grupos de exercícios físicos, conhecidos como Fit Camp; reuniões de apresentação de negócio; plano de acompanhamento com cada cliente, entre outros.

Além disso, fazem encontros dos consultores com nutricionistas para que eles aprendam sobre os produtos e possam ter uma melhor performance de venda. ‘”Todo esse conhecimento é passado para os consultores por meio de treinamentos constantes, acessíveis em diversas plataformas (on-line, presencial, catálogos, etc.). que auxiliam desde os primeiros passos de um novo consultor e qual a definição de cada produto do portfólio até dicas de como desenvolver o negócio quando já está mais avançado”, explica o diretor sênior de Vendas e Eventos da Herbalife Brasil, Jordan Rizetto.

A empresa atua somente por vendas diretas, por isso o desempenho de vendas do consultor independente é o principal pilar da companhia. “Quanto melhor for a performance dos nossos consultores independentes, melhor é o desempenho da Herbalife. É importante ressaltar que a companhia oferece todos os subsídios para que este crescimento aconteça de forma sólida e sustentável’,’ diz o porta-voz.

 RECONHECIMENTO

A Ecoville Franchising faz uma abordagem personalizada com os franqueados com o objetivo de manter uma cadeia eficiente de vendas. São realizadas demonstrações dos produtos comprovando a qualidade e eficácia. Além disso, garante que todos eles apliquem no dia a dia o diferencial de não apenas esperar o cliente ir até a loja, mas fazer uma venda pessoal para criar relacionamento e fidelização.

Seguem um conceito da venda através da indicação, pensando sempre no ditado que ‘”o amigo do meu amigo é meu amigo também’: Como possuem um produto de consumo, a preparação do profissional para envolver o cliente é fator decisivo na venda pessoal.

O consultor em vendas e responsável pela expansão da Ecoville Franchising, Neder Kassem, explica que, além disso, investe em treinamentos de vendas e, para atingir todos os franqueados em diversas regiões do País, desenvolveu uma plataforma de ensino a distância, em que o franqueado tem acesso a todos os conteúdos on-line, além dos treinamentos presenciais.

Atualmente, a plataforma abriga uma série de conteúdos, com informações nos seguintes temas: Como transmitir credibilidade e vender mais; vendendo você – antes de vender o produto venda você; Vender valor e não preço; Como se comportam os maiores vendedores do mundo; Faça do seu cliente o seu maior vendedor; Técnicas de vendas, abordagem, interesse, desejo e ação; Seja um conselheiro e não um vendedor; Cuide da sua carteira de clientes. A Ecoville Franchising trabalha com bonificações, comissões e prêmios em cima do resultado superado. Também há bônus diário, semanal e mensal, maior comissionamento de acordo com os resultados superados, através de tabelas progressivas, e prêmios para os primeiros lugares. Dessa forma, o vendedor não fica na sua zona de conforto.

MEDIDOR DE PERFORMANCE

Fugir das metas de vendas. Esse é o propósito da nova forma de medir o desenvolvimento dos vendedores criada pela Rede Outer Shoes. A técnica é simples, em vez de exigir um volume de vendas por mês, os vendedores são estimulados a persuadir o comprador a levar um item diferente. “É um desafio simples, mas extremamente eficaz, que têm feito as lojas elevarem o faturamento em cerca de 10% ao mês. No lugar de pedir, por exemplo, que um vendedor venda 150 peças ao invés das 100 que costuma vender, perguntamos se a cada venda ele consegue vender um item a mais para o cliente. No final do mês, temos o mesmo resultado sem deixar os colaboradores das lojas estressados e apreensivos”, explica o gerente de expansão, Filipe Lamim.

Quando um vendedor é contratado pela Outer Shoes, o primeiro treinamento é feito na franqueadora, diretamente com o presidente da empresa. Eles se reúnem para ouvir a história da empresa e entender conceitos sobrea marca e o conceito dos produtos. Motivados com esta ação, em seguida vão passar para o treinamento técnico e motivador focado em resultados.

Através de seu modelo próprio de gestão, passa a acompanhar de perto cada vendedor e sabe agir rapidamente quando há alguma queda nas vendas. “Temos uma série de indicadores, criados para o nosso próprio negócio, que avaliam individualmente cada item, como padronização de loja, ambientação, processos de caixa, estoque e equipe e conseguimos observar as vendas em tempo real. É a soma de todos eles que nos trazem a análise de peso de cada operação, finaliza.

A complexa arte de vender e encantar2 

PSICOLOGIA ANALÍTICA

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: UMA PRÁTICA SILENCIOSA QUE ATINGE MILHÕES

A violência psicológica se trata de um tipo de agressão que envolve, muitas vezes, somente um jogo de palavras duras e difíceis, xingamentos ou ·chacotas”, que vão minando o bem-estar e a autoconfiança.

Violência Psicológica

O conceito do termo violência psicológica, retirado do Conselho Nacional de Justiça, é bem claro: ”Ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal”.

A violência psicológica é um tipo de agressão que envolve, muitas vezes, somente um jogo de palavras duras e difíceis, xingamentos ou “chacotas” que vão minando o bem-estar, a auto­ confiança e o sentido de vida de muitas pessoas.

Essas agressões verbais podem estar acompanhadas por outros tipos de sinais e atitudes como: feições negativas ou reprovadoras do agressor (como uma cara feia, o balançar reprovador da cabeça ou a emissão de algum som lamuriante ou crítico, por exemplo), afastamento e isolamento da vítima como forma de repreensão ou punição, desprezo afetivo ou indiferença do agressor etc.

E, sem que a vítima perceba, num curto espaço de tempo lá está ela se esforçando arduamente em ser e agir como o agressor deseja, com o objetivo de evitar a dor e o desconforto da violência psicológica. Com o passar do tempo, esse mecanismo inútil e sempre insuficiente vai fazendo com que a vítima se sinta cada vez mais incapaz de acertar e agradar seu agressor – que geralmente é alguém muito amado ou admirado, uma figura com alguma relevância e/ ou ascendência em relação à vítima ou alguém de quem a vítima dependa materialmente ou emocionalmente.

É comum que a vítima da violência psicológica passe a se sentir uma pessoa ruim, inferior, alguém que não merece ser amado e deprima diante de todo esforço desenvolvido em vão.

Por mais que se esforce ao máximo, vigiando suas falas e atitudes a cada instante, mais cedo ou mais tarde chega o momento em que ela percebe que todo seu esforço não valeu nada. Seu agressor encontra-se insatisfeito por algum motivo nem sempre conhecido ou revelado e ela está novamente sendo punida por ele.

Esse jogo é muito cruel e insano, pois chega um momento em que a vítima não sabe sequer o motivo de estar sendo punida. E, ao indagar ao agressor, se a vítima tivesse alguma capacidade de discernimento ou percepção da realidade naquele momento de grande conturbação emocional, notaria que muitas vezes nem mesmo o agressor sabe explicar o real motivo da tortura. É um jogo que dá prazer, segurança e/ ou empodera o agressor. Um jogo usado por ele para atingir algum objetivo.

Digo que isso é um jogo porque não se discute abertamente o real motivo das insatisfações e repreensões do agressor. Trata-se de uma forma de manipular, coagir ou coibir a ação da vítima sem que ela mesmo perceba, em muitos casos, o que ocorre. E agradar ou satisfazer o agressor passa a ser o seu maior desejo / desafio. A vítima começa a depender emocionalmente dessa aprovação e sua vida passa a ser norteada por isso. Torna­se prisioneira emocional do agressor e seu bem-estar depende da tão difícil satisfação dele.

Nos casos de violência psicológica, a vítima vive por dias, meses e anos se esforçando a cada segundo para satisfazer seu agressor. E o mais devastador é que por mais que o esforço aumente e o tempo passe, isso nunca consegue ser atingido. Isso vai fazendo com que a vítima se perca dela mesma. Numa tentativa desenfreada de ser e fazer o que ela imagina que o agressor gosta e espera dela, a vítima se anula, se agride e se afasta de todos que se ressentem disso e tentam alertá-la de alguma forma.

Reinventando-se a cada dia, na esperança de que a tortura emocional acabe e ela possa receber um afago ou ao menos um olhar amoroso, a vítima vai se perdendo dela mesma e de todas as outras relações que construiu até ali. Mas nada de positivo vem do agressor, e o deserto na alma só aumenta, podendo levar a vítima até mesmo à tentativa de suicídio. Esse é um jogo velado e enlouquecedor que causa extremo sofrimento a pessoas de todas as idades ao redor de todo o mundo.

Os demais parentes e amigos notam muitas vezes a vítima perdendo seu brilho, suas características pessoais habituais e principalmente sua alegria de viver. Com isso, a vítima da violência psicológica normalmente recebe questionamentos do tipo: estou preocupada com você, pois anda tão triste! Não estou lhe reconhecendo mais, você sempre foi tão segura/ animada, o que você tem? e etc.

Não se trata do gelo que uma mãe dá num filho arteiro a que pretende chamar atenção, utilizando comportamentos inaceitáveis ou proibidos para que ele se emende ou conserte. Trata-se de algo muito mais massacrante, que oprime, subjuga, submete e escraviza. Que enche a vítima de medo. Limita e cerceia suas ações, pensamentos, falas e a faz perder muitas vezes sua própria identidade na tentativa inútil de receber amor, atenção ou aprovação do agressor. Todo o esforço, muitas vezes, se dá pelo fato de a vítima desejar apenas fazer parte, ser incluída num grupo ou relação. Mas o agressor insiste em rejeitá-la como forma de punir, dominar ou controlar.

Esse tipo de violência – a psicológica – pode ocorrer em diversos tipos de relação nos quais uma pessoa (o agressor) possui, de alguma forma, ascendência sobre outra. Seja pela posição social que ocupa ou pela representação afetiva que tem diante da vítima. Pode se dar numa relação conjugal, entre pais e filhos, professores e alunos, entre amigos, chefes e subordinados, mestres e seguidores, cuidadores e pacientes…

É, de todos os tipos de violência, um dos mais devastadores e perigosos que podem ocorrer, já que dificilmente é notado, para poder ser tratado.

CRIME

Por ter consequências devastadoras e muitas vezes irreparáveis, a violência psicológica foi incluída pela Lei Maria da Penha como um tipo de violência. Ela está descrita nesta lei da seguinte forma: Segundo o artigo 7° da Lei n° 11.340/ 2006 são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

 Considerada crime, a Lei Maria da Penha prevê penalidades e algumas medidas protetivas de urgência quando se constata a prática desse tipo de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Nos termos desta lei, conforme o Artigo 22, seção II, o juiz poderá aplicar as seguintes penalidades:

I – Suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II – Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:

1.aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

2.contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

3.frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV – Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V – Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

A VÍTIMA

Entre crianças e jovens, nas escolas, não é difícil notarmos ofensas ou brincadeiras de mau gosto que têm a clara motivação de submeter e prejudicar determinada minoria de indivíduos. Para sobressair, ganhar destaque, poder ou popularidade podemos ver grupos de alunos vitimizando, humilhando e maltratando os eleitos a vítima. Esses eleitos tendem a apresentar algumas características em comum, como baixa estima, retração social, carência afetiva, além de certa necessidade de agradar os demais. Outros desenvolvem ou intensificam essas características após começarem a sofrer a violência psicológica.

Não somente os casais ou estudantes vivenciam esse tipo de violência. Ela pode ser vista com certa frequência contra crianças, pessoas com deficiência e idosos que dependem de cuidados de outros para viver. Nessa situação, na qual as pessoas se encontram submetidas aos cuidados de outra, a violência pode aparecer sob a forma de impaciência, negligência e nas falas ou atitudes que demostram o peso e o trabalho que elas dão, o que vai minando sua capacidade de viver dignamente e as faz sentirem-se um peso que só dá trabalho e dor de cabeça.

A vítima tende a perder sua capacidade de julgamento e autoavaliação e, por isso, acredita ser o que o outro diz. Reduzindo-se ao produto das críticas e humilhações exacerbadas, sem perceber, por vezes, que aquelas acusações do agressor não dizem respeito a ela e não condizem com a realidade. Dessa forma, sua autoestima se degrada e ela passa a julgar que devia ser melhor, que o agressor, de certa forma, tem razão, passando em muitos casos a se desculpar constantemente e se omitir na tentativa de não dar trabalho ao outro.

As vítimas de violência psicológica são pessoas que normalmente supervalorizam a opinião e o julgamento alheio, principalmente das figuras que exercem determinado poder ou dependência emocional sobre elas. Pessoas sensíveis às críticas e que tendem a querer agradar as pessoas que lhes são importantes e, para isso, abrem mão de suas vontades e necessidades em prol do desejo e satisfação do outro.

DESAFIO

Mas o que parece que a vida deseja dos envolvidos? Qual parece ser o desafio deles?

Diante de adversidades e momentos de dor, somos convidados a reavaliar nossa conduta e a modificar crenças, traços de caráter e atitudes que já não faz sentido mantermos em nossas vidas. A dor nos aponta um caminho inevitável: o da transformação. Ao mantermos condutas e formas de pensar que não fazem mais sentido, surge a dor como um aviso de que algo em nossa estrutura interna ou externa precisa ser modificado. E quando resistimos às mudanças, a dor e a pressão aumentam ainda mais até que a mudança se faça. Não existe outra saída ou caminho.

Parece que somos impulsionados a nos modificar e nos desenvolver a cada dia. E quando emperramos, lá vêm a dor e o sofrimento nos dar um empurrãozinho. Nossas relações e experiências vivenciadas nos levam a disparar novos processos que precisamos trabalhar.

Algumas pessoas têm maior facilidade em modificar estruturas antigas e logo fazem o movimento necessário para acabar com aquele desconforto. Outras, mais rígidas ou temerosas, tentam manter a estrutura antiga até que a dor fica tão insuportável a ponto de ela sucumbir e fazer qualquer movimento que possa aliviar aquela dor.

O fato inegável é que uma vítima acaba sempre atraindo um agressor. E isso ocorre infinitas vezes, até que a vítima se modifique, fortaleça a sua estrutura e consiga sair desse papel. Isso demanda uma árdua e longa jornada, que envolve desde a tomada de consciência do papel que ela ocupa nas relações até o momento em que se empenha em modificar o que é preciso para mudar essa difícil e dolorosa realidade.

Dizem que ninguém muda ninguém. Mas também podemos afirmar que ninguém muda sozinho. Existe sempre uma força que provoca e impulsiona a mudança que se faz necessária. E, muitas vezes, essa caminhada exige o acompanhamento não só de parentes e amigos como de um profissional habilitado a auxiliar nessa travessia. O mais importante na jornada é fazer o movimento para aliviar a dor e deixar de atrair o mesmo padrão de relacionamento abusivo. Pois enquanto não aprendermos a lição necessária continuaremos atraindo para nosso campo pessoas e situações semelhantes. Repetimos o mesmo padrão, inúmeras vezes. Até que de alguma forma possamos perceber isso e nos esforçar para modificar. Enquanto não tomamos consciência e fazemos o movimento preciso, vamos atrair repetidamente a situação dolorosa. Então, por que não transformar a dor em amor?

A RELAÇÃO

Muito difícil uma vítima desse tipo de violência, a psicológica, conseguir alcançar a solução desejada inicialmente – que é agradar o agressor para chegar a uma relação pacífica, respeitosa e sadia. Parece que quanto mais ela muda, mais o agressor se irrita e a reprova. Seja pela falta de clareza do que realmente o agressor deseja ou necessita, seja pela incapacidade pessoal do agressor de conviver bem com alguém, as tentativas são cada vez mais frustrantes e fracassadas.

Em alguns casos, a mudança de atitudes e padrões de comportamento da vítima consegue levar a uma mudança na relação vítima-agressor. Essa parece ser a única saída para esse tipo de caso, já que raramente o agressor se conscientiza de suas ações e das consequências delas sobre o outro, a ponto de modificar o tipo de conduta.

Em muitos casos, esse movimento de mudança só vai ser iniciado depois que a vítima já perdeu as esperanças de conseguir um dia agradar ou ter o respeito e reconhecimento do seu agressor. Nesse momento, suas forças já estão esgotadas e quase sempre ela se encontra num estado de depressão moderada ou grave.

Mas como a vítima consegue se fortalecer a ponto de conseguir sair dessa trama tão difícil? O primeiro passo deve ser um trabalho no senti­ do de se conhecer e se reconhecer tal como verdadeiramente é. Depois de passar por esse jogo massacrante de violência psicológica, a vítima, que normalmente tende a ter baixa estima, perde por completo a capacidade de perceber o seu valor.

Mesmo que outras pessoas próximas notem e a valorizem, ela passou tanto tempo focando e esperando o valor vir do agressor que nem consegue qualificar o reconhecimento dos demais. Parece que o peso da avaliação do agressor oprime e abafa todas as demais avaliações a seu respeito. E por mais que a vítima receba elogios e valor de parentes e amigos, sua autoimagem será sempre afetada pela visão e leitura negativa que o agressor fará dela.

Aprender a gostar de quem é e reconhecer suas qualidades são os primeiros passos. Poder reconhecer suas limitações e falhas e aceitar que, naquele momento, aquilo é o melhor que ele pode ser e fazer vêm em seguida. E aceitar que ninguém erra por maldade ou intencionalmente. Erramos por ignorância ou incapacidade de acertar naquela situação ou circunstância. E quando começamos a desenvolver essa visão acerca de nós mesmos passamos a ter mais compaixão conosco e com o outro e amenizamos o peso da nossa caminhada.

Somos seres humanos, passíveis de erros e acertos, e estamos sempre em construção. E a cada novo dia, vivenciamos novas situações e nos relacionamos com diferentes pessoas, com o objetivo de aprender novas lições.

Outra questão que merece nossa atenção, no que se refere à solução da relação vítima-agressor, é a seguinte: o que realmente precisa ser modificado em mim? E para nos ajudar a achar essa resposta recorremos à pergunta: a serviço de quem devem ser feitas essas mudanças?

Considerando que a vítima dispendeu grande parte do seu tempo tentando se modificar para se tornar algo que o agressor esperava ou desejava que ela fosse, e consequentemente deixar de sofrer a violência psicológica, sua capacidade de discernir o que de fato deve ser modificado nessa relação encontra-se comprometida.

E essa é uma questão crucial, uma vez que é ela quem vai determinar uma estimulação da relação abusiva ou sua extinção. A vítima normalmente precisa de ajuda para trabalhar e modificar em si o que a leva a necessitar do amor e/ ou aprovação do agressor. Esse é um passo importante. Onde ela começa a tratar do mal-estar que sente toda vez que é submetida à violência. Uma vez extinguido o mal-estar da vítima começamos a conseguir que ela se comporte de forma diferente diante das manipulações e maus-tratos de seu agressor.

As mudanças eleitas devem sempre priorizar o bem-estar da vítima e o alívio de seu sofrimento. Devem-se evitar as mudanças que têm como finalidade a evitação do confronto com o agressor ou sua insatisfação.

A vítima, quando chega nesse momento, precisa abrir mão de continuar tentando agradar e fazer parte. A lei deve ser se amar e se poupar de situações dolorosas. E, aos poucos, suas atitudes diante do agressor se modificam e ela passa a dar limites para ele. Com o reconhecimento do seu valor e a aceitação da sua incapacidade de satisfazer o agressor, suas atitudes podem modificar a ponto de fazer com que este procure uma nova maneira de conseguir o que deseja! E, assim, a vítima sai do jogo e o agressor precisa definir se continuará nele ou procurará uma forma sadia de se relacionar.

O AGRESSOR. GERALMENTE, SE SENTE COMO UM SER SUPERIOR

Este normalmente se considera um ser superior. Não tem consciência, sensibilidade e não qualifica o estrago feito. Acha que tem razão nas suas reclamações ou condutas. Sente-se intolerante por conviver com alguém com aquelas limitações e, geralmente, possui um egocentrismo exacerbado e uma vaidade que o faz ter prazer em chamar a atenção dos que estão no entorno. Dificilmente o agressor diz abertamente quais são as situações e comportamentos que, de fato. o incomodam ou que espera da vítima. Tendem a ser manipuladores, arrogantes, controladores e possessivos, buscando sempre que as coisas saiam como desejam, sem que eles, muitas vezes, tenham que pedir. Cobram e punem, como se desejassem que a vítima pudesse adivinhar e realizar suas vontades. E com frequência podemos ver uma necessidade de deter o poder nas relações, utilizando-se do medo que a vítima sente para fazer valer suas vontades e exigências. Algo que precisa ficar claro é que o agressor, tanto quanto a vítima, torna-se refém desse tipo de relação e comportamento. Essa prática não se trata de uma escolha consciente sua e, sim, da forma com que é capaz de lidar com suas questões e dores internas. O agressor não se torna intimamente feliz e realizado com a subjugação e os maus-tratos. Isso torna-se parte de sua patologia e foi apenas a forma que ele encontrou de lidar com suas próprias fraquezas.

NÚMEROS

Uma em cada três mulheres brasileiras sofreu algum tipo de violência em 2016. Esses números fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança. Para se ter uma ideia do grau de insegurança, os dados mostram que 22% das brasileiras sofreram ofensa verbal, um total de 12 milhões de mulheres. Além disso, 10% das pesquisadas sofreram ameaça de violência física. Outro dado alarmante indica que entre as mulheres vítimas de violência 52% se calaram.

LEI MAIS RIGOROSA

Apesar de aumentar a punição para situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, a Lei Maria da Penha ainda não conseguiu atender todas as demandas das brasileiras vítimas de maus-tratos, da mesma forma que as individualidades de cada conflito. Uma pesquisa encomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indica que inúmeras mulheres agredidas têm vínculos afetivos com os agressores, o que impede a aplicação da lei nos mais diversos casos de violência.

 

Daniele Vanzan é psicóloga e se especializou em Psicologia Jurídica. Fez a formação como Terapeuta de Vida Passada. Realizou o Curso Introdutório e o Introdutório Avançado de Gestalt Terapia com Crianças. ministrado por Luciana Aguiar. É autora do livro infantil Não Consigo Desgrudar da Mamãe (Editora Boa Nova) e do livro Eu Sou o Rei de Todo o Mundo, que aborda crianças que têm dificuldade de aceitar limites.

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