ALIMENTO DIÁRIO

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MATEUS 6: 19-24

O Sermão da Montanha

O materialismo é um sintoma comum e fatal de hipocrisia como qualquer outro, porque por nenhum pecado Satanás pode ter um domínio mais seguro e mais rápido da alma, sob a capa de uma profissão de religião visível e admissível, do que por meio do materialismo. Portanto, tendo nos alertado contra cobiçar o louvor dos homens, Cristo, em seguida, nos alerta contra cobiçar a riqueza do mundo; também devemos prestar atenção a isto par a que não sejamos como os hipócritas e não façamos o que eles fazem. O erro fundamental de que eles são culpado s consiste em escolher o mundo como seu galardão. Devemos, portanto, estar alertas contra a hipocrisia e o materialismo, na escolha que fazemos do nosso tesouro, do nosso fim, e dos nossos senhores.

I – Ao escolher o tesouro que acumulamos. Tudo o que homem tem compõe o seu tesouro, a sua porção. O seu coração está nesta porção. É para lá que ele transporta tudo que puder conseguir, e é dele que o homem depende para o futuro. É sobre este bem, este bem principal, que Salomão fala enfaticamente (Eclesiastes 2.3). Este bem é algo que a alma terá, algo que ela considera como a melhor coisa, que tem a sua complacência e a sua confiança acima de outras coisas. Cristo não planeja nos privar do nosso tesouro, mas nos guiar na escolha dele; e aqui temos:

1.Uma boa advertência contra fazer das coisas que são vistas, que são temporais, as nossas melhores coisas, e colocar nelas a nossa felicidade. “Não ajunteis tesouros na terra”. Os discípulos de Cristo haviam deixado tudo para segui-lo, mantendo uma boa consciência. Um tesouro é a abundância de algo que é, em si, ao menos em nossa opinião, precioso e valioso, e que poderá nos ser útil no futuro. Entretanto, não devemos acumular tesouros na terra, isto é:

(1) Não devem os considerar as coisas terrenas como as melhores, ou as mais valiosas em si mesmas, nem as mais proveitosas para nós. Não devemos chamá-las de glória, como fizeram os filhos de Labão, mas devemos ver e possuir as coisas terrenas que não têm glória, em comparação com a glória que é a mais excelente.

(2) Não devemos cobiçar a abundância destas coisas, nem estar tomando posse delas cada vez mais, e acrescentando-as, como fazem os homens com aquilo que é o seu tesouro, sem nunca saberem quando já têm o suficiente.

(3) Não devemos confiar nas coisas terrenas para o futuro, para serem a nossa segurança e suprimento no tempo por vir – não devemos dizer ao ouro: “Tu és a minha esperança”.

(4) Não devemos nos satis fazer com as coisas terrenas, como tudo o que precisamos ou desejamos; devemos nos contentar com o suprimento de nossas necessidades neste mundo, não desejando que a nossa porção seja exagerada. Não devemos fazer destas coisas a nossa consolação (Lucas 6.24). Também não devemos nos sentir consolados pelos nossos bens (Lucas 16.25). Consideremos que estamos acumulando, não para a nossa posteridade neste mundo, mas para nós mesmos no porvir. Precisamos fazer a nossa escolha, como se fôssemos os escultores de nossa própria vida; isto é, seremos aquilo que nós mesmos delinearmos. Cabe a nós escolher sabiamente, pois estaremos escolhendo para nós mesmos, e teremos aquilo que escolhermos. Se soubermos o que somos e considerarmos a nós mesmos; se conhecermos para o que fomos feitos, qual é a dimensão da nossa capacidade, e a duração da nossa continuidade, e que a nossa alma corresponde a nós mesmos, veremos que é tolice acumular os nossos tesouros na terra.

2.Aqui está um bom motivo do por que não devemos olhar para as coisas terrenas como o nosso tesouro, porque ele está sujeito à perda e à obsolescência:

(1) Pela corrupção. Aquilo que é considerado tesouro na terra, a traça e a ferrugem consomem. Se o tesouro acumulado consistir de roupas boas, a traça as corrói, e quando pensamos que elas estão acumuladas da forma mais segura, elas desaparecem e se estragam insensivelmente. Se o tesouro acumulado consistir de grãos ou outras coisas comestíveis, como o tesouro daquele homem rico, que tinha os seus celeiros cheios (Lucas 12.16,17), a ferrugem (assim lemos) os corrói (versão RA). Brasis consumido, consumido pelos homens, porque quando os bens aumentam, eles aumentam para serem consumidos (Eclesiastes 5.11); consumidos pelos ratos ou outros vermes (o próprio maná criou vermes). Eles ficam mofados ou embolorados, são atacados, ou ficam cheios de fuligem, ou se estragam; no caso das frutas, elas logo apodrecem. Ou, se entendermos como tesouro a prata e o ouro, eles perdem o brilho e sua pureza; eles se desgastam com o uso, e também ao serem guardados (Tiago 5.2,3); a ferrugem e a traça crescem no próprio metal e na própria roupa. Note que as riquezas do mundo têm em si a corrupção e a decadência; elas se deterioram e desaparecem.

(2) Pela violência exterior. Os ladrões minam e roubam. Toda mão violenta estará direcionada para a casa onde há algum tesouro acumulado. Nada pode ser acumulado de forma muito segura, e qualquer riqueza material pode ser subtraída de seu possuidor. É loucura fazer do nosso tesouro algo que pode ser tão facilmente roubado.

3.Um bom conselho: Devemos fazer das alegrias e das glórias do mundo porvir – aquelas coisas que não são vistas e que são eternas – as nossas melhores coisas, e colocar a nossa felicidade nelas. Ajuntai tesouros no céu. Note que:

(1) Há tesouros no céu, assim como há tesouros nesta terra; e os tesouros do céu são os únicos tesouros verdadeiros. As riquezas, as glórias e os prazeres que estão à mão direita de Deus estão preparados para aqueles que são verdadeiramente santificados, e que os receberão quando chegarem à presença do Senhor, onde serão perfeitamente santificados.

(2) A nossa sabedoria deve nos fazer acumular estes tesouros. Devemos empregar toda a diligência para nos certificar de que temos o nosso título para a vida eterna através de Jesus Cristo, dependendo dele para a nossa felicidade, olhando par a todas as coisas aqui na terra com um desprezo santo, corno indignas de serem comparadas a Ele. Devemos crer firmemente que há tal felicidade, ficando satisfeitos com ela, e não nos contentar com nada menos. Se, portanto, nos apropriarmos destes tesouros, eles serão acumulados, e poderemos confiar em Deus para mantê-los em segurança para nós; a partir daí, vamos considerar todos os nossos planos, e entender todos os nossos desejos; a partir daí, vamos empreender os nossos melhores esforços, e aplicar os nossos melhores sentimentos. Não devemos nos sobrecarregar com o dinheiro deste mundo (que somente nos sobrecarregará e nos contaminará), que está sujeito a nos fazer naufragar, mas devemos acumular bons valores. As promessas são letras de câmbio, pelas quais todos os crentes verdadeiros remetem o seu tesouro ao céu. São como títulos pagáveis no estado futuro; e assim passamos a possuir a herança que com toda a certeza será concedida a cada cristão.

(3) A possibilidade de acumularmos o nosso tesouro no céu é um grande encorajamento par a nós. Estando ali seguro, ele não se deteriorará, nenhuma traça ou ferrugem o corroerá; não seremos privados dele pela força ou por fraude; ali os ladrões não minam nem roubam. É uma felicidade que está acima e além das mudanças e das circunstâncias do tempo; trata-se de uma herança incorruptível.

4.Um bom motivo pelo qual devemos escolher, e uma evidência de que o temos feito (v. 21): “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. Devemos, portanto, estar preocupados em escolher sabiamente o nosso tesouro, porque a disposição da nossa mente, e, consequentemente, o sentido da nossa vida, serão desta forma carnal ou espiritual, terreno ou celestial. O coração segue o tesouro, como a agulha segue o ímã, ou como o girassol segue o sol. Onde estiver o tesouro, ali estarão o valor e a estima, o amor e a afeição (Colossenses 3.2). Dessa forma, o desejo e as buscas se seguem, os objetivos e os intentos são equilibrados, e tudo é feito tendo isto em vista. Onde estiver o nosso tesouro, ali estarão os nossos cuidados e os nossos medos, para que não nos privemos dele; sobre ele seremos mais solícitos. Ali estará a nossa esperança e a nossa confiança (Provérbios 18.10,11); ali estarão as nossas alegrias e os nossos deleites (SaImos 119.111). E ali estarão os nossos pensamentos, como também o nosso pensamento interior, o primeiro pensamento, o livre pensamento, o pensamento fixo, o pensamento frequente e familiar. Deus tem todos os direitos sobre o nosso coração (Provérbios 23.26), e esta é uma grande bênção para nós. Ele deve ser o nosso tesouro, e então as nossas almas serão elevadas a Ele.

Esta instrução de acumular o nosso tesouro pode muito adequadamente ser aplicada à precaução anterior, de não fazermos nada na religião para sermos vistos pelos homens. O nosso tesouro são as nossas esmolas, orações e jejuns, e o galardão que estas atividades nos trazem. Se fizermos tudo isso somente para ganhar o louvor dos homens, acumularemos este tesouro na terra, estaremos depositando-o nas mãos dos homens, e jamais deveremos esperar receber algo além dele. Entretanto, é loucura fazer isso, porque o louvor dos homens, que tanto cobiçamos, está sujeito à corrupção; logo estará enferrujado, corroído pela traça, e desgastado; uma pequena loucura ou tolice, como uma mosca morta, estragará tudo (Eclesiastes 10.1). A difamação e a calúnia são ladrões que minam e roubam, e assim perdemos todo o tesouro que receberíamos. Corremos em vão, e trabalhamos em vão, porque posicionamos mal as nossas intenções. Os serviços hipócritas não acumulam nada no céu (Isaias 58.3); o ganho deles desaparece quando a alma é chamada à eternidade (Jó 27.8). Mas se orarmos, jejuarmos e dermos esmolas em verdade e retidão, com os olhos em Deus e em sua aceitação, e formos aprovados na presença dele, acumularemos este tesouro no céu. Há um memorial escrito ali (Malaquias 3.16), e estando ali registrado, será ali recompensado, e encontraremos novamente o conforto do outro lado da morte e da sepultura. Os nomes dos hipócritas estão escritos sobre a terra (Jeremias 17.13), mas os fiéis a Deus têm os seus nomes escritos no céu (Lucas 10.20). A aceitação na presença de Deus é um tesouro no céu que não pode ser corroído nem roubado. O bem que o Senhor fará àqueles que o buscam permanecerá para sempre; portanto, se acumularmos o nosso tesouro na presença dele, com Ele estarão os nossos corações. E será que haveria um outro lugar em que alguém poderia estar melhor do que na presença do Senhor?

II – Devemos nos acautelar contra a hipocrisia e o materialismo ao escolhermos o fim que desejamos. A nossa preocupação quanto a isso é representada por dois tipos de olhos que os homens podem ter: um olho bom ou um olho mau (vv. 22,23). As expressões aqui são um pouco tenebrosas por serem concisas; devemos, portanto, considerá-las em diversas interpretações. A luz do corpo é o olho, que é reto; o olho descobre e guia; a luz do mundo nos proporcionaria pouco sem esta luz do corpo; a luz dos olhos alegra o coração (Provérbios 15.30), mas vejamos o que é aqui comparado ao olho no corpo.

1.O olho, isto é, o coração (segundo alguns), se for singelo (versão inglesa KJV) – generoso e abundante (assim as palavras deste grupo são frequentemente traduzidas, como em Romanos 12.8; 2 Coríntios 8.2; 9.11,13; Tiago 1.5, e também lemos sobre o olho generoso em Provérbios 22.9). Se o coração for dado à liberalidade e à generosidade, e permanecer inclinado à bondade e a caridade, ele guiará o homem a ações cristãs. Toda a sua conduta será cheia de luz, cheia de evidências e exemplos do verdadeiro cristianismo, a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai (Tiago 1.27). Ela estará cheia de boas obras, que são a nossa luz brilhando diante dos homens; mas se o coração for mau, cobiçoso, duro, invejoso, dominador e rancoroso (esse estado de espírito é frequentemente expressado por um olho mau, cap. 20.15; Marcos 7.22; Provérbios 23.6,7), o corpo será cheio de trevas, e assim toda a sua conduta será pagã, e não cristã. Os instrumentos do avarento serão sempre maus, mas o generoso projeta coisas nobres (Isaias 32.5-8). Se a luz que está em nós, aqueles sentimentos que devem nos guiar para o que é bom, forem trevas, se eles forem corruptos e mundanos, se não houver no homem uma boa natureza, uma disposição gentil, a corrupção do homem será muito grande, assim como as trevas em que ele estará! Este sentido parece concordar com o contexto; devemos acumular tesouros no céu através da nossa generosidade ao darmos esmolas, e não com rancor, mas com alegria (Lucas12.33; 2 Coríntios 9.7). Mas estas palavras na passagem paralela não aparecem em nenhuma ocasião desse modo (Lucas 11.34). Portanto, a coerência aqui não se torna o sentido delas.

2.O olho, isto é, o entendimento (segundo alguns); é o juízo prático, a consciência, que é para as demais capacidades da alma aquilo que o olho é para o corpo, guiando e dirigindo os seus movimentos. Se este olho for bom, se ele fizer um juízo verdadeiro e correto, e discernir coisas que diferem, especialmente na grande preocupação de acumular tesouros de modo a fazer escolhas certas, ele guiará corretamente os sentimentos e as ações, que estarão repletas de luz, de graça e conforto. Mas se este for mau e corrupto, e ao invés de conduzir os poderes inferiores for conduzido, subornado e afastado, se for equivocado e mal informado, o coração e a vida estarão repletos de trevas, e toda a conduta será corrompida. Aqueles que não entendem isto são citados corno aqueles que andam em trevas (SaImos 82.5). É triste quando o espírito de um homem, que deveria ser a candeia do Senhor, é um ignisfatuus: quando os líderes do povo, os líderes das capacidades, fazem com que as pessoas errem, é uma infelicidade, por que aqueles que são guiados por eles serão destruídos (Isaias 9.16). Um erro no juízo prático é fatal, é chamar de bom o que é mau, e chamar de mau o que é bom (Isaias 5.20); portanto, precisamos entender as coisas de modo certo, tendo os nossos olhos ungidos com o colírio do Senhor.

3.O olho, isto é, os propósitos e as intenções; pelos olhos fixamos o nosso propósito diante de nós mesmos, a marca que estabelecemos, o lugar para onde vamos. Mantemos o nosso objetivo em vista, e, consequentemente, dirigimos os nossos movimentos. Em todas as coisas que fazemos em nossa caminhada cristã, há uma coisa ou outra que temos em vista. Se o nosso olho é bom, se contemplamos todas as coisas honestamente, fixamos propósitos certos, e nos movemos corretamente em sua direção. Se miramos puramente e somente a glória de Deus, buscamos a sua glória e o seu favor, e dirigimos tudo inteiramente para Ele, então o nosso olho é bom. O olho de Paulo estava nesta condição, quando o apóstolo disse: “Para mim o viver é Cristo”. E se formos corretos aqui, todo o nosso corpo será cheio de luz, todas as ações serão regulares e bondosas, agradando a Deus e nos confortando; mas se o olho for mau, se, em vez de mirarmos somente a glória de Deus, e a nossa aceitação por parte dele, desviarmos o nosso olhar para o aplauso dos homens, e se enquanto professamos honrar a Deus, tramarmos honrar a nós mesmos, e buscarmos as nossas próprias coisas, sob o pretexto de buscarmos as coisas de Cristo, isto estragará tudo, e toda a conduta será perversa e instável. Os fundamentos estarão assim fora de posição. Só poderá haver confusão e toda obra má na sua, estrutura. Se você traçar retas em uma circunferência a partir de qualquer outro ponto que não seja o centro, elas se cruzarão. Se a luz que está em ti for não só fraca, mas as próprias trevas, haverá um erro fundamental que será destrutivo para tudo o que vier a seguir: Os nosso s objetivos especificam as nossas ações. E da maior importância que, na religião, estejamos certos em nossos propósitos, e que façamos das coisas eternas – e não das temporais – o nosso objetivo (2 Coríntios 4.18). O hipócrita é como o remador que olha para uma direção e rema para outra; o verdadeiro cristão é como o viajante, que tem bem claro, diante de seus olhos, o destino de sua jornada. O hipócrita voa alto como o pássaro milhano, com o seu olhar sobre a presa que está abaixo. Ele está pronto para descer quando tiver uma boa oportunidade; o verdadeiro cristão voa alto como a cotovia, cada vez mais alto, esquecendo-se das coisas que estão abaixo.

III – Devemos prestar atenção na hipocrisia e no materialismo ao escolhermos o senhor a quem serviremos (v. 24). Nenhum homem pode servir a dois senhores. Servir a dois senhores é contrário ao olho bom; porque o olho atenta para a mão do seu senhor (SaImos 123.1,2). O Senhor Jesus aqui expõe o engano que alguns colocam sobre as suas próprias almas: eles pensam que podem se dividir entre Deus e o mundo, para terem um tesouro na terra e também um tesouro no céu, para agradarem a Deus e também aos homens. Por que não? dizem os hipócritas; é bom “ter duas cordas em um arco”. Eles esperam fazer com que a sua religião sirva aos seus interesses seculares, e assim procuram tirar proveito de ambas as coisas. A falsa mãe estava disposta a permitir que Salomão mandasse partir a criança ao meio; os samaritanos estarão dispostos a fazer algum tipo de acordo entre Deus e os ídolos. Não, diz Cristo, isto não servirá; isto é apenas uma suposição de que a piedade seja causa de ganho (1 Timóteo 6.5). Aqui está:

1.Um princípio geral estabelecido; é provável que este fosse um provérbio entre os judeus: Nenhum homem pode servir a dois senhores, muito menos a dois deuses; porque as suas ordens, em um momento ou outro, serão contraditórias ou conflitantes, e haverá uma interferência inevitável. Enquanto dois senhores caminham juntos, um servo pode seguir a ambos; mas quando eles se separam, você verá a qual deles ele realmente serve; ele não poderá amar, e observar, e manter-se fiel a ambos como deveria. Dedicando-se a um, não se dedicar á a outro; um ou outro será comparativamente odiado e desprezado. Esta verdade é clara o suficiente nos casos comuns.

2.A aplicação deste conceito à situação em questão. “Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Mamom é uma palavra siríaca que significa ganho; ela pode se referir a qualquer coisa neste mundo que reputemos como um ganho (Filipenses 3.7). Tudo aquilo que o mundo valoriza – como, por exemplo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida – é mamom. Para alguns, o seu ventre é o seu mamom, e eles o servem (Filipenses 3.19); para outros, a sua tranquilidade, seu sono, seus esportes e passatempos, são o seu mamom (Provérbios 6.9); para outros, as riquezas deste mundo (Tiago 4.13); para outros, honras e cargos honoríficos. O louvor e o aplauso dos homens eram o mamom dos fariseus. Em uma palavra, a própria pessoa, a unidade na qual a trindade do mundo se centraliza, o ego sensual e secular, é o mamam que não pode ser servido juntamente com Deus; porque se ele for servido, haverá uma competição com o Senhor e uma contradição em relação a ele. Jesus não diz: Não devemos ou não deveríamos, mas não podemos servir a Deus e a Mamom; não podemos amar a ambos (1 João 2.15; Tiago 4.4), ou nos manter fiéis a ambos, ou colocar ambos em observância, obediência, assistência, confiança e dependência, porque eles são contrários um ao outro. Deus diz: “Dá-me, filho meu, o teu coração”. Mamom diz: “Não, dê o seu coração a mim”. Deus diz: “Contentai-vos com o que tendes”. Mamom diz: ”Apanhe tudo o que puder. Deus diz, em outras palavras: Não defraudeis, nunca mintais, sejais honestos e justos em todos os assuntos. Mamom diz: “Engane a teu próprio Pai, se isto te trouxer ganho”. Deus diz: “Seja caridoso”. Mamom diz: “Guarda para ti mesmo: este ato de dar nos prejudica a todos”. Deus diz: “Não estejais inquietos por coisa alguma”. Mamom diz: “Estejais inquietos por todas as coisas”. Deus diz: “Santifique o teu sábado”. Mamom diz: “Faça uso deste dia da mesma forma que qualquer outro dia para o mundo”. Portanto, as instruções de Deus e de Mamom são incoerentes, de forma que não podemos servir a ambos. Não vacilemos, então, entre Deus e Baal, mas escolhamos hoje a quem iremos servir, e perseveremos na nossa escolha.

 

GESTÃO E CARREIRA

FILME: ONDE NASCE A ESPERANÇA

21 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

Síndrome de Down

SINOPSE

Calvin Campbell (Kristoffer Polaha), um ex-jogador de beisebol que teve sua carreira interrompida por uma série de problemas pessoais se vê em um estado de depressão. Desacreditado da vida, tudo muda quando ele conhece Produce (David DeSanctis), um jovem com síndrome de Down, atendente do mercado local que ajuda Calvin a sentir novamente inspiração pela vida.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

21 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN 

Diferente e especiais

DIFERENTES E ESPECIAIS

Com educação e cuidados personalizados desde cedo, crianças nascidas com síndrome de Down têm mais chances de crescer como indivíduos independentes, criativos e sociáveis.

No século XIX, o médico inglês John Langdon Down foi nomeado diretor de uma clínica para crianças com deficiência mental nos arredores de Londres. Ali, teve oportunidade de estudar os sintomas dos pequenos pacientes. Em 1862, registrou o caso de um deles: baixa estatura, dedos curtos e pálpebras atípicas. Mais tarde, a doença do garoto ficaria conhecida pelo nome do médico, o primeiro a descrevê-la.
A causa genética da síndrome de Down, porém, só seria descoberta um século depois. Em 1959, o pediatra francês Jérome Lejeune constatou que crianças com a síndrome possuíam três cópias do cromossomo 21, em vez de duas.
Por muito tempo, pessoas com síndrome de Down – ou trissomia do cromossomo 21 – foram consideradas “retardadas” e, portanto, incapazes de levar vida normal. Mas essa visão começou a mudar. Psicólogos, médicos e professores especializados em educação especial sabem hoje que um diagnóstico na infância não significa necessariamente que a criança terá poucas opções na vida – desde que ela tenha acesso a uma educação especial. E na sociedade, crianças com Down vêm sendo mais aceitas como normais.
Limitações físicas continuam a ser um desafio para quem tem a síndrome. O tônus muscular baixo em geral faz com que a língua fique para fora da boca. Há também problemas nas juntas, na visão, audição e tireoide, além de sensibilidade maior da pele, em geral muito clara. Cerca de metade dos portadores de síndrome de Down sofre de cardiopatias congênitas. Mas os avanços da medicina na segunda metade do século XX dobraram sua expectativa de vida de 25 para 50 anos e ela será ainda maior no caso da ausência de problemas cardíacos. Para a maioria, no entanto, o maior desejo – e o maior desafio – é ter uma vida mental e social satisfatória.

EFEITO DA TERCEIRA CÓPIA
A trissomia do 21 é a anomalia cromossômica mais frequente em humanos. Ela afeta uma em cada 800 a mil crianças. Atualmente, mais de 350 mil americanos são portadores da síndrome de Down. Mas por que as três cópias do cromossomo 21 causam a doença? Com um mapa completo do genoma humano, os pesquisadores estão chegando perto da resposta.
No ano 2000, logo após os cientistas do Projeto Genoma Humano terem terminado de descrever o cromossomo 21, foi confirmado que nele estão tanto os genes causadores da síndrome de Down como da doença de Alzheimer. Neurologistas já haviam aventado uma relação entre os dois distúrbios, pois ambos envolvem uma produção inadequada do neurotransmissor acetilcolina. Em um balanço das pesquisas recentes, Nancy Roizen, da Clínica Cleveland, e David Patterson, da Universidade de Cleveland, concentraram-se em um determinado gene que é crucial para a produção de energia e utilização de oxigênio no interior das células. Eles levantaram a hipótese de que um defeito nesse sistema poderia levar à produção de radicais livres de oxigênio bastante agressivos – moléculas que prejudicam as células -, influenciando tanto a síndrome de Down como a doença de Alzheimer.
Em 2004, Guilherme Neves e Andrew Chess, atualmente no Centro de Pesquisa sobre Genética Humana do Hospital Geral de Massachusetts, rastrearam a influência de outros genes sobre o cromossomo 21 – utilizando como modelo, nesse caso, uma mosca-das-frutas. Eles descobriram um gene – denominado Dscam (molécula de adesão celular da síndrome de Down, na sigla em inglês) – que parece conferir a toda célula nervosa uma identidade única durante o desenvolvimento uterino, assegurando que cada célula se localize no lugar certo do corpo e do cérebro. A hipótese dos pesquisadores é que uma versão diferente desse gene talvez afete humanos de modo similar. Pelo fato de as pessoas portadoras de trissomia do cromossomo 21 terem uma cópia a mais do gene, esse excesso pode impedir o estabelecimento das conexões corretas entre as células cerebrais durante o desenvolvimento fetal.
Pouco antes do nascimento, o cérebro começa a conferir toda a sua rede neural e a separar as conexões supérfluas, que são então eliminadas. No entanto, de acordo com uma das explicações do problema, na trissomia do cromossomo 21 muitas das conexões improdutivas continuam presentes.
Elas formam “becos sem saída” que atrasam o desenvolvimento físico e os processos de aprendizado e de pensamento de pessoas portadoras da síndrome de Down.

Atraso no desenvolvimento
Após o nascimento, as crianças com trissomia passam pelas mesmas fases de desenvolvimento de outras crianças, mas seu ritmo é menor e varia muito. Essa variação foi bastante estudada por pesquisadores como Hellgard Rauh, psicólogo da Universidade de Potsdam, na Alemanha, que tem acompanhado há anos o desenvolvimento de mais de 30 crianças portadoras de Down.
Rauh descobriu que o desenvolvimento mental durante os primeiros três anos de vida de crianças com Down se dá, em média, na metade da velocidade normal, o que significa que a maioria dessas crianças, aos 2 anos, está, em média, no mesmo estágio atingido por bebês entre 12 e 14 meses. Nos anos seguintes, o ritmo do desenvolvimento mental reduz-se a um terço daquele de uma criança normal. Agarrar com as mãos, engatinhar e andar são enormes desafios nos primeiros dois ou três anos de vida.
Apesar de o ritmo de desenvolvimento mental tender a se normalizar após os três anos de vida, a evolução física também atrasa. A fala é, com frequência, um problema: a maioria dos portadores da síndrome aos 5 ou 6 anos – pouco antes do início do ensino fundamental, portanto – está apenas começando a pronunciar frases de duas ou três palavras. Por exemplo, quando querem seu brinquedo favorito, dizem apenas “bola!”. E demonstram ter medo do cachorro do vizinho gritando “cão!”. Atrasos na linguagem continuam a afetar muitos jovens com Down até a idade adulta.
Para muitas dessas crianças, pensar abstratamente – a habilidade de lidar com números ou figuras geométricas – pode ser bastante árduo. Elas têm dificuldades também com símbolos visuais e linguísticos, mesmo no caso de conceitos simples como igual e diferente ou mais e menos.
Por outro lado, quando Wolfgang Jantzen, pesquisador de educação especial da Universidade de Bremen, Alemanha, realizou testes de noções espaciais com portadores de Down de 11 anos – com habilidades linguísticas no nível das de uma criança de 4 -, seu desempenho foi praticamente igual ao esperado para a idade. Por exemplo, ele dava a elas problemas de apenas uma etapa, como “Ponha o círculo amarelo na frente do quadrado azul”, e elas se saíam muito bem. Contudo, se acrescentasse “antes de pegar o círculo amarelo, toque no quadrado azul”, a maioria delas era incapaz de realizar a tarefa. As crianças não tinham nenhum problema com a localização espacial, mas a sequência temporal complicava a realização da atividade.

Outra característica de crianças com síndrome de Down é o processamento mental mais lento. Quase todas as suas reações demoram mais que o normal, o que deve ser levado em conta quando trabalhamos ou vivemos com elas. Caso contrário, a confusão logo se instalará.
Imagine, por exemplo, um pai perguntando ao filho de 7 anos se ele quer um hambúrguer no jantar. O menino talvez não responda imediatamente.
O pai pode interpretar o silêncio como um “não”. “Então você prefere queijo?” “Sim”, responderia o menino, mas quando recebesse um prato com queijo choraria, porque queria mesmo hambúrguer.
Um dos aspectos mais delicados é que as crianças com Down em geral sabem que não conseguem fazer muitas coisas que seus colegas da mesma idade fazem. Por conta disso, procuram se proteger sempre que apresentadas a um desafio – e, segundo Rauh, podem adotar diferentes estratégias. Algumas tentam, empregando uma combinação de charme e encenação de desamparo, fazer com que outras pessoas as ajudem. Outras manipulam as pessoas à sua volta fazendo gracinhas ou birra. E algumas ficam simplesmente desanimadas e desistem. Essa forma de resignação pode ser forte o suficiente para desencadear reações psicossomáticas, como dores de estômago crônicas.
Animadas e imaginativas
Enquanto os psicólogos aprendem mais sobre os pensamentos de crianças portadoras da síndrome de Down, pais, amigos e professores precisam continuar aprendendo a ajudar esses meninos a desenvolver suas capacidades mental e social. Está ficando cada vez mais claro que o melhor jeito de incentivar esse crescimento é interagir com essas crianças de modo vívido e imaginativo.

Esse apoio positivo começa com os pais. Rauh observou que algumas mães respondiam às brincadeiras de seus filhos de maneira tranquila e serena; eram atenciosas e amigas sem tentar controlar o que estava acontecendo, o que permitia a criação de vínculos fortes entre a mãe e a criança. Outras se mantinham afastadas de seus filhos, o que, por sua vez, deixava as crianças deslocadas. Por outro lado, quando as mães demonstravam necessidade de envolvimento e controle excessivos, isso tornava as crianças inseguras. Filhos seguros quanto ao interesse de suas mães eram mais tranquilos, o que, presume-se, lhes permitia melhor adaptação ao meio em que estavam inseridos.
“Jogos” especiais também podem ajudar. Jutta Hatzer, professora de educação especial de Bremen, chama a atenção para gestos criados para reforçar a autopercepção durante o primeiro ano de vida da criança. A pesquisadora colocou Tom, 1 ano, de pé num cesto contendo feijões em quantidade suficiente para alcançar a cintura do menino. Os grãos agiam como bolinhas de massagem. O bebê ficou quieto e feliz em seu aconchegante refúgio. “O feijão que o envolvia o deixava seguro”, diz Hatzer. “Ele pode sentir seu corpo, seus limites e ter uma noção direta de si mesmo.”
Depois de algum tempo, Hatzer incentivou Tom a apanhar alguns grãos. Tudo com calma, passo a passo – o garoto precisava de bastante tempo para lidar com cada situação nova. Hatzer cantava musiquinhas, inventadas por ela, que descreviam cada um dos passos (“Tom está no cesto”). Ela repetia as frases várias vezes e acalmava Tom com palavras e gestos. Por meio dessa comunicação e de brincadeiras contínuas a criança aprendia a entender as relações entre seu mundo interior e o ambiente. Esse tipo de apoio logo cedo, que no caso de Tom começou pouco depois de seu nascimento, foi pensado para estimular seu desenvolvimento mental, facilitando o processo de aprender a andar e, depois, a falar.
Alguns terapeutas recomendam aos que convivem com essas crianças usar gestos junto com as palavras. Elas parecem aprender rápido a linguagem gestual, o que ajuda a compreender as palavras. Por exemplo, o garoto que ganhou queijo em vez de hambúrguer talvez entendesse melhor um gesto para hambúrguer – como fingir segurar e morder um pedaço de pão.
Para lidar com portadores de Down, os adultos devem tomar cuidado para não demonstrar medo ou intimidação. As pessoas com a síndrome não “sofrem” com esse distúrbio, mas com as altas exigências colocadas pelo ambiente em que vivem. Elas são apenas um pouco diferentes: pensam de um jeito diverso, lidam de outra forma com as emoções, não veem as coisas do mesmo modo, não se parecem com as pessoas “normais” e às vezes reagem de maneira inesperada. São muito originais e criativas, mas precisam de incentivo para que essas características apareçam. Se aqueles à sua volta as aceitam e lidam com elas de forma positiva, essas crianças desenvolvem plenamente sua personalidade e aprendem a escolher o que querem e o que não querem.

ANOMALIA DO CROMOSSOMO 21 DETERMINA SÍNDROME

Nosso mapa genético está guardado nos cromossomos do núcleo das células do corpo. Há 23 feixes de DNA que, em condições normais, formam pares – uma cópia do pai, outra da mãe. Eles determinam a aparência dos indivíduos, como eles se desenvolvem e as doenças às quais são mais vulneráveis.

O óvulo e o espermatozoide possuem um conjunto de 23 cromossomos cada. A formação dos pares ocorre durante a fertilização, quando o óvulo e o espermatozoide se fundem. Algumas vezes, no entanto, um óvulo ou um espermatozoide pode fornecer duas cópias de um cromossomo qualquer, dando ao óvulo fertilizado – e, portanto, a todas as células do corpo do futuro indivíduo – três cópias, e não duas, daquele cromossomo, num total de 47 cromossomos em vez dos 46 normais.
A maioria dos casos de trissomia resulta em consequências tão desastrosas que o embrião não consegue sobreviver e é rejeitado. No entanto, o 21 é o menor dos 23 cromossomos, e três cópias dele talvez não sejam um problema tão grave, já que os embriões com trissomia do 21 sobrevivem.
Os geneticistas descobriram que em 95% dos bebês nascidos com trissomia do cromossomo 21 todas as células do corpo têm 47 cromossomos. Cerca de 2% têm trissomia em mosaico, caso em que apenas algumas células do corpo possuem a terceira cópia. Os outros 3% têm trissomia por translocação, único tipo hereditário de síndrome de Down. Neste caso, apenas algumas partes do cromossomo 21 são duplicadas e se ligam a outros cromossomos.
Bebês com síndrome de Down podem nascer em qualquer família e de pais de qualquer idade e origem étnica. No entanto, já se sabe que um fator de risco importante é a idade da mãe. Ernest B. Hook, da Universidade da Califórnia em Berkeley, estima que o risco de ter uma criança com Down é de 1 em 1.500 em mulheres de 20 anos, mas sobe para 1 em 20 em mulheres de 45.

NO BRASIL, CENÁRIO É DE CONTRASTES

De acordo com estimativas do IBGE baseadas no Censo 2000, existem 300 mil pessoas com síndrome de Down no país. A incidência de trissomia em nascimentos (1 em cada 600 bebês), o aumento da ocorrência em gestações após os 35 anos e a expectativa de vida dos portadores (aproximadamente 50 anos) acompanham as estatísticas mundiais. Trata-se de uma alteração genética sem características endêmicas. Mas o quadro muda de figura no que se refere à realidade brasileira. Do diagnóstico à inclusão social, imperam contrastes.
De um lado, há boas notícias. “O Brasil tem produção científica relevante sobre o assunto e os profissionais são bem preparados”, afirma o pediatra e geneticista Marco Antônio de Paula Ramos, do Centro de Genética Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na profissionalização, acompanha-se a tradição dos países desenvolvidos.
Embora o diploma universitário habilite diferentes especialistas – fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pedagogos, entre outros – a trabalhar com portadores, a excelência é atingida com treinamento prático. “A maioria dos que trabalham com síndrome de Down teve uma vivência importante em instituições especializadas”, completa o médico.
Outra conquista é a maior disponibilidade de informação sobre a síndrome. “Desde os anos 80 estudos e descobertas científicas têm ajudado a reduzir o preconceito, e os pais buscam auxílio cada vez mais cedo.
Alguns chegam até nós no dia seguinte à saída do bebê da maternidade. Isto é fundamental para o desenvolvimento da criança e de sua qualidade de vida”, ressalta a geneticista clínica Silvia Bragagnolo Longhitano, coordenadora do Centro de Atenção Integral à Saúde da Apae-SP (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo).
A Apae é símbolo e agente dos avanços. Oferece serviços exemplares e reúne mais de 2 mil entidades por todo o país. A Apae de São Paulo atende por mês cerca de 1.600 pessoas, de crianças a idosos. Por ano, realiza exames em 30 mil bebês.
A filosofia da Apae está alinhada com a tendência mundial de “desinstitucionalizar” pacientes com a síndrome. Antigamente previa-se o desenvolvimento do portador dentro da instituição, que proporcionava recursos de saúde, trabalho e educação. Hoje, é o contrário. “Nosso objetivo é ser apenas um centro de apoio de caráter transitório. A verdadeira inclusão social depende da ampla participação do portador nas atividades e instituições comuns a todos”, explica Longhitano.

Nesse ponto, o Brasil ainda está atrás de Estados Unidos, Inglaterra e Espanha, onde existe inclusão social há mais de dez anos. Aqui ela é feita há cinco. Escolas e empresas brasileiras são obrigadas, por lei, a ter portadores de deficiências em seus quadros. As indústrias são pioneiras na inclusão e contratam portadores de deficiências há cerca de quatro anos, mas faltam oportunidades em outros setores.
“A mesma diversidade de talentos e ambições que existe entre as pessoas ditas \\`normais\\` valem para pessoas com Down”, esclarece Longhitano. A Apae-SP tem projetos de treinamento para portadores da síndrome em atividades comerciais e pequenos negócios familiares, como os de artesanato e alimentação.
Nas escolas, a inclusão é ainda mais recente e desigual. Na rede pública, professores e escolas vêm sendo preparados para receber o aluno especial e em algumas ele já frequenta as aulas regularmente, com colegas da mesma idade. Eventuais defasagens no aprendizado são trabalhadas com o apoio de instituições especializadas. No ensino particular, entretanto, ainda há muito preconceito. “Poucas escolas aceitam a matrícula de portadores de deficiência”, diz Longhitano.
“Precisamos lembrar que na escola não se aprende só matemática e português, mas também cidadania e respeito à diferença.” Devido à resistência do ensino particular, o MEC e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo estão revisando a lei de inclusão escolar, e a escola especializada será caracterizada como centro de apoio. Assim, espera-se que a escola comum torne-se definitivamente comum a todos.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

 

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