ALIMENTO DIÁRIO

20180104_191605

MATEUS 2:16-18

 A Matança dos Inocentes

Vemos aqui:

I – O ressentimento de Herodes pela partida dos magos. Ele havia esperado longamente pelo retorno deles; achava que, embora fossem demorar, não o decepcionariam e que iria esmagar o seu rival na sua primeira aparição. Mas ficou sabendo que eles haviam partido por outros caminhos e isso aumentou o seu ciúme e o levou a suspeitar que estavam agindo segundo os interesses desse novo Rei. Isso o deixou excessivamente irado, e também desesperado e insultado por acreditar que havia sido enganado. Observe que a inveterada corrupção se avoluma nos poderosos pelas obstruções que encontram ao seu pecaminoso empreendimento.

 

II – Apesar do acontecido, seu artifício político era eliminar aquele que nascera como Rei dos judeus. Se não tinha condições de alcançá-lo através de uma execução particular, ele não tinha dúvidas de envolvê-lo num golpe generalizado que, como a espada da guerra, iria devorar uns e outros. Essa seria uma obra decisiva; desse modo, aqueles que tinham o propósito de destruir a sua própria iniquidade deveriam não deixar de destruir todas as suas iniquidades. Herodes era um idumeu e dentro dele havia nascido e se desenvolvido uma inimizade contra Israel. Doegue era um edomita que, por causa de Davi, tinha sacrificado todos os sacerdotes do Senhor. Era estranho que Herodes pudesse encontrar pessoas tão desumanas e capazes de serem usadas para realizar um trabalho tão sangrento e bárbaro. Mas às mãos iníquas nunca faltam ferramentas iníquas com as quais possam trabalhar. Os infantes sempre haviam gozado de uma proteção especial, não só das leis humanas, como também da própria natureza humana. No entanto, foram sacrificados à ira desse tirano, sob o qual, assim como também sob Nero, a inocência nada representava quando se tratava de sua segurança. Herodes havia sido, durante todo o seu reinado, um homem sanguinário. Não fazia muito tempo que ele mandar a destruir todo o Sinédrio, isto é, o grupo de juízes judeus. Mas o sangue, para o sanguinário, é como a bebida para o beberrão: “Quanto mais bebem, mais sedentos ficam”. Herodes tinha cerca de setenta anos de idade, de modo que essa criança, com menos de dois anos de vida, provavelmente nunca iria lhe causar qualquer perturbação. Ele também não era muito apega do aos próprios filhos, ou tinha preferência por eles, pois havia anteriormente mandado matar dois deles, Alexandre e Aristóbulo, e depois a seu filho Antípatre, apenas cinco dias antes de morrer. Ele fez isso apenas para satisfazer à sua cruel ambição e orgulho. “Tudo que caía em sua rede era peixe”.

Observe as grandes medidas que ele tomou:

1.Quanto à idade, mandou matar todos que tivessem dois anos ou menos. É provável que nessa época o bendito Jesus tivesse menos de um ano, no entanto Herodes incluiu todos que tivessem até dois anos para ter a certeza de que a sua presa não escaparia. Esse tirano não se preocupava com quantas cabeças pudessem rolar, mesmo de inocentes, desde que não escapasse aquele que ele cria ser o culpado.

2.Quanto ao lugar, mandou matar todos os meninos, não só em Belém, mas também os que viviam nos arredores, e em todas as comunidades daquela região. Isto era ser “demasiadamente ímpio” (Eclesiastes 7.1 7). O ódio, quando nasce de uma ira descontrolada, e é armado de um poder ilegítimo, transporta muitas vezes o homem aos mais absurdos e injustos estágios da crueldade. Deus não estava sendo injusto quando permitiu que isso acontecesse; toda vida está penhorada à sua justiça desde que começa. Quando o pecado foi introduzido pela desobediência do homem, a morte veio com ele. Nada devemos supor além dessa culpa geral; não devemos supor que essas crianças fossem sofrer tais coisas por serem os maiores pecadores que existiam em Israel. Os julgamentos de Deus são profundos. A enfermidade e a morte das crianças são reflexos do pecado de Adão e Eva. No entanto, devemos considerar a morte desses infantes sob um outro aspecto; ela representou o seu martírio. Como começou cedo a perseguição contra Cristo e o seu reino! Você pensa que Ele veio para trazer paz à terra? Não, mas uma espada, urna espada igual a essa (cap. 10.34,35). Aqui foi introduzido um testemunho passivo do Senhor Jesus. Da mesma forma que, quando ainda no ventre materno, Ele foi reconhecido pelo salto de alegria de outra criança em um outro ventre, quando dele se aproximou, também agora, quando tinha apenas dois anos, Ele teve outras testemunhas contemporâneas, com idade próxima à sua. Elas derramaram seu sangue por Ele e, mais tarde, Ele mesmo derramou seu sangue por elas. Essa era a infantaria do nobre exército dos mártires. Se essas crianças foram então batizadas com sangue, embora o delas próprias, dentro da Igreja triunfante, poderíamos dizer que com o que receberam no céu elas foram plenamente recompensadas pelo que perderam na terra. Da boca desses infantes, Deus recebe o perfeito louvor; doutro modo, o Supremo não permitiria tal aflição.

A tradição da igreja grega diz que o número de crianças mortas chegou a 14.000, mas isso é um grande absurdo. Acredito que mesmo nas cidades mais populosas do mundo, se tivesse sido registrado semanalmente o número de crianças nas cidades do sexo masculino, não encontraríamos muitas com menos de dois anos, quanto mais numa cidade que nem chegava a ser a quarta parte disso. Mas este é um exemplo da vaidade da tradição. É estranho que esta história não tenha sido incluída nos relatos de Josefo, que escreveu algum tempo depois de Mateus. É provável que Josefo não tenha registrado algumas informações para não favorecer ou reforçar a história do cristianismo, pois ele era um judeu muito zeloso. De qualquer modo, se esse fato não tivesse sido verdadeiro e muito bem documentado, ele o teria contestado. Macróbio, um outro escritor pagão, nos diz que César Augusto, ao saber que entre as crianças menores de dois anos assassinadas por ordem de Herodes estava o seu próprio filho, escarneceu dele dizendo que era melhor ser o porco de Herodes do que seu filho. A tradição do país proibia que alguém matasse um porco, mas nada impedia que matasse seu próprio filho. Alguns acreditam que ele tinha um filho pequeno num berçário em Belém; outros pensam que, por engano, os dois acontecimentos foram confundidos, o assassinato dos infantes e o do seu filho Antípatre. Mas o fato de a igreja de Roma colocar os Santos Inocentes, como são chamados, no seu calendário e consagrar a eles um dia em sua memória, é fazer como seus predecessores que construíram as tumbas dos profetas, pois essa igreja muitas vezes justificou os seus bárbaros massacres, às vezes até mesmo sobrepujando aquele que foi cometido por Herodes.

Alguns chegam a observar um outro desígnio da Providência no assassinato das crianças. Parece que em todas as profecias do Antigo Testamento, Belém era o lugar e esse era o tempo do nascimento do Messias. Portanto, se todas as crianças de Belém nascidas nessa época foram assassinadas, com exceção de Jesus, que escapou, somente Ele podia reivindicar ser o Messias. Herodes acreditava ter frustrado todas as profecias do Antigo Testamento, e derrotado as indicações da estrela e a piedade dos magos, livrando o país desse novo Rei. Tendo queimado a colmeia, concluiu que havia matado a abelha rainha. Mas do céu Deus o ridicularizou e menos prezou. Quaisquer que sejam os ardilosos e cruéis artificias do coração dos homens, os desígnios do Senhor permanecem imutáveis.

 

III – O cumprimento das Escrituras (vv. 1 7,18). Então a profecia se cumpriu (Jeremias 31.15) e uma voz foi ouvida em Ramá. Observe e adore a plenitude das Escrituras! Essa profecia havia se cumprido na época de Jeremias, quando Nebuzaradã, depois de ter destruído Jerusalém, levou todos os prisioneiros para Ramá (Jeremias 40.1), onde fez com eles o que bem entendeu, com a espada ou o cativeiro. Então, o apelo de Ramá foi ouvido até Belém (pois essas duas cidades, uma na região de Judá e a outra na de Benjamim, não eram distantes); agora a profecia cumpriu-se novamente na grande tristeza pela morte desses infantes. A Escritura havia se cumprido:

1.No lugar da lamentação. O pranto foi ouvido desde Belém até Ramá, pois a crueldade de Herodes havia se estendido desde toda a costa de Belém até a região de Benjamim, e entre os filhos de Raquel. Alguns acreditam que as terras em volta de Belém eram chamadas de Raquel, por ter sido o lugar onde ela morreu e foi sepultada. O sepulcro de Raquel estava junto a Belém (Genesis 35.16,19). Compare com 1 Samuel 10.2. O coração de Raquel estava sobre os seus filhos, como estava sobre o seu filho naquele trabalho de parto que a levou à morte e a quem ela deu o nome. -de Benoni, que significa filho do meu sofrimento. Essas mães eram como Raquel, moravam perto do seu túmulo e muitas delas eram suas descendentes. Portanto, seus lamentos foram elegantemente representados no pranto de Raquel.

2.Na intensidade dessa manhã. Aconteceu uma lamentação e um pranto, um grande pranto; porém, este era demasiadamente pequeno para refletir o sentimento causado por essa exacerbada calamidade. Houve um grande clamor no Egito, quando os primogênitos foram mortos, e o mesmo aconteceu aqui, quando novamente os primogênitos foram mortos, por quem sentimos uma particular ternura. Ali teve lugar uma representação do mundo em que vivemos. Podemos ouvi-la nos lamentos, no pranto e na tristeza, vemos nas lágrimas dos oprimidos, alguns por uma razão, outros por outra. Nossos caminhos atravessam um vale de lágrimas. Essa dor era tão grande que as pessoas não queriam ser confortadas. Elas se endureceram em meio a tamanha dor, e desejavam se lamentar profundamente. Bendito seja Deus, não existe nenhum motivo para tristeza nesse mundo – não, nem aquela provocada pelo próprio pecado – que justifique a atitude de recusarmos o conforto! Eles não queriam ser consolados porque as crianças não estavam mais na terra dos vivos, não estavam mais nos braços de suas mães. Como realmente não estavam mais ali, haveria alguma desculpa pela tristeza, porém não poderiam perder as esperanças; pois sabemos que não estavam perdidas – tinham apenas partido precocemente. Se nos esquecermos disso, perderemos o fundamento do nosso conforto (1 Tessalonicenses 4.13). Alguns entendem essa dor dos belemitas como um castigo por terem desdenhado a Cristo. Aqueles que não se regozijaram com o nascimento do Filho de Deus foram justamente levados a chorar a morte dos seus próprios filhos, pois haviam apenas se admirado pelas notícias trazidas pelos pastores, mas não as receberam de boa vontade.

A citação dessa profecia pode servir para eliminar a objeção que alguns poderiam fazer contra Cristo, em razão dessa triste providência. “Pode o Messias, que deve ser o Consolo de Israel, ser apresentado com toda essa lamentação?” Sim, pois assim havia sido profetizado, e as Escrituras devem ser cumpridas. Além disso, se examinarmos melhor essa profecia, iremos descobrir que esse amargo lamento em Ramá representava apenas o prólogo de uma grande alegria, pois está escrito: “Teu trabalho será recompensado e existe esperança no fim”. Ou seja, quanto piores forem as coisas, mais rapidamente elas serão reparadas. Para eles, havia nascido uma criança, plenamente suficiente para reparar as perdas que sofreram.

Autor: Vocacionados

Sou evangélico, casado, presbítero, professor, palestrante, tenho 4 filhos sendo 02 homens (Rafael e Rodrigo) e 2 mulheres (Jéssica e Emanuelle), sou um profundo estudioso das escrituras e de tudo o que se relacione ao Criador.

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